Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 16/CONT-I/2011

Documentos relacionados
Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 5/CONT-NET/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 3/CONT-I/2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 22-Q/2006 que adopta a Recomendação 6/2006

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 23/CONT-I/2011

Deliberação 266/2013 (DR-I)

Deliberação 144/2015 (CONTJOR-I) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 3/PLU-I/2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 37/CONT-I/2010

Deliberação 12/2014 (CONTJOR-TV) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Deliberação ERC/2017/180 (OUT-I)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 24/DR-I/2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 5/CONT-I/2011

Deliberação 4/2013 (DR-I) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Deliberação 111/2015 (CONTJOR-TV) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 27/DR-I/2007

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 2/CONT-TV/2009

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 47/DR-I/2008

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 2/PUB-INT/2008

Deliberação ERC/2017/185 (DJ)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 4/CONT-NET/2010. Queixas contra o site Maisfutebol.

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Directiva 1/2008. Sobre publicações periódicas autárquicas.

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 14/DF-I/2007

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 1/CONT-I/2008

Deliberação 62/2015 (CONTJOR-NET) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Deliberação 43/2016 (CONTJOR-TV) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação. Directiva 1/2008. Sobre publicações periódicas autárquicas.

Deliberação ERC/2016/185 (DJ) Queixa de Paulo Quintela, Diretor da publicação Jornal de Mafra, contra a Câmara Municipal de Mafra

Deliberação 164/2014 (DR-I)

Deliberação ERC/2016/250 (DR-I)

Deliberação ERC/2016/169 (CONTJOR-I)

Deliberação 98/2015 (DR-I) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 7/OUT-TV/2009

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 37/DR-I/2012

Deliberação 136/2014 (DJ) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 3/SOND-I/2009. Divulgação de sondagem pelo Expresso.

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 28/CONT-I/2010

Queixa do Partido Popular de Cabo Verde contra a TCV e a Record TV Cabo Verde, por não comparência a uma conferência de imprensa promovida pelo PP

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 1/IND-I/2007. Queixa de Carlos Manuel da Silva Santos.

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 29/DR-I/2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 7/CONT-R/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 2/PUB-I/2010. Queixa de Ana Borges contra a revista Focus.

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 27/CONT-TV/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 3/CONT-TV/2008

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 38/DR-I/2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 28/CONT-TV/2010

Deliberação ERC/2016/199 (CONTJOR-I)

Propostas de alteração do PCP (artigos 4.º e 6.º) ( )

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 1/PUB-I/2009. Queixa de Ana Borges contra a revista Focus.

Deliberação ERC/2016/76(DR-I)

Deliberação ERC/2016/186 (DR-I)

Deliberação ERC/2016/208 (DR-I)

Deliberação ERC/2016/153 (CONTJOR-TV)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 21/LIC-R/2008

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 5/PUB-TV/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 16/CONT-I/2008. que adopta a Recomendação 6/2008

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 2/CONT/2012

Deliberação ERC/2016/280 (CONTJOR-I)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 16/RG-I/2007

Deliberação ERC/2016/189 (DR-I)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 4/AUT-R/2009

Deliberação 223/2013 (OUT-TV) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Deliberação 134/2014 (CONTJOR-TV)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 2/PUB-I/2007

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 14/CONT-TV/2010. Participação de Luís Gomes de Almeida contra a RTP1

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 2/DR-TV/2007

ERC prepara Recomendação à RTP sobre pluralismo na informação

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 4/PUB-I/2009

Deliberação Proc. n.º 346/AL-2013 (Ata n.º 122/XIV)

(apenas os artigos mais relavantes para a regulação da actividade jornalística)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Decisão 5/PC/2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 15/CONT-I/2012

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 13/LIC-R/2010. Revogação da Deliberação 1/LIC-R/2010, de 6 de Janeiro

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 2/DR-I/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 1/CONT-I/2011

Deliberação 130/2015 (DR-I) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 3/PLU-I/2007

Deliberação ERC/2017/72 (DR-I)

Deliberação ERC/2016/111 (SOND-NET) Divulgação de sondagem pela publicação online Funchal Notícias

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 34/LIC-R/2008

CONSELHO REGULADOR DELIBERAÇÃO N.º 81/CR-ARC/2017. de 17 de outubro

Deliberação ERC/2016/179 (DJ-NET)

Deliberação ERC/2017/38 (CONTPROG-TV)

Deliberação ERC/2016/103 (CONTJOR-R)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 5/AUT-R/2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 79/DR-I/2008

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 12/LIC-R/2008

PROJETO DE LEI N.º 530/XII/3 (PSD, CDS-PP) - «LEI QUE DEFINE OS PRINCÍPIOS QUE REGEM A COBERTURA JORNALÍSTICA DAS ELEIÇÕES E DOS REFERENDOS NACIONAIS»

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 1/LIC-R/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 13/CONT-TV/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 37/DR-I/2010

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 4/OUT-TV/2009

CONSELHO REGULADOR DELIBERAÇÃO N.º 16/CR-ARC/2019. de 19 de março

Deliberação 36/2016 (CONTJOR-I)

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 1/LIC-R/2009

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 20/DR-I/2009

Deliberação ERC/2017/179 (DJ) Participação da publicação online zerozero.pt, propriedade de Zos, Lda., contra a Sport Lisboa e Benfica, Futebol SAD

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 22/AUT-R/2011

Deliberação 213/2013 (DR-I) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Deliberação 102/2013 (CONTJOR-I) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Deliberação 46/LIC-R/2009

Transcrição:

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Deliberação 16/CONT-I/2011 Queixa de Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves contra a revista Visão Lisboa 10 de Agosto de 2011

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Deliberação 16/CONT-I/2011 Assunto: Queixa de Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves contra a revista Visão I. Identificação das Partes Em 25 de Maio de 2011 deu entrada na ERC uma participação de Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves, como Queixoso, contra a revista Visão, na qualidade de Denunciada. II. Objecto da participação A participação tem como objecto a alegada violação dos princípios ético-legais a que a Denunciada está obrigada, designadamente o dever de observar o rigor informativo. III. Factos apurados 1. Na edição de 14 a 20 de Abril de 2011, a revista Visão publicou uma reportagem com o título Rivalidades Fatais. 2. Na página 38 da referida reportagem, na rubrica Como a rivalidade destrói o País: três exemplos, um dos exemplos intitula-se Submarinos. 3. No artigo refere-se como causa : uma das razões que explicam a compra dos submarinos é a rivalidade entre ramos militares, com as pressões da Marinha a falarem mais alto. 4. E como consequência afirma-se que esta dispendiosa aquisição, mais de mil milhões de euros, reflectiu-se no défice português e foi agravada pela compra de blindados para o Exército. Ambos os casos estão envoltos em investigações judiciais. 1

IV. Argumentação do Queixoso 5. O Queixoso solicita a intervenção da ERC, com os seguintes fundamentos: a) Esta parte da reportagem é demasiado superficial e absolutamente irresponsável pela desinformação que transporta ; b) O autor do artigo parece ignorar a realidade marítima de Portugal, da qual resultam obrigações internacionais a que não nos podemos esquivar, sobretudo por irem ao encontro da defesa dos nossos próprios interesses ; c) A frase Como a rivalidade destrói o País perante a seriedade das necessidades e o aperto financeiro do País, aplicada ao assunto em apreço, ( ) são contrários à defesa do interesse nacional, alimenta enganosamente a ilusão do fim das guerras, induz o ódio às nossas próprias Forças Armadas, e condu-las ainda a uma maior carência de meios ; d) A displicente notícia é mais que enganosa, pois compromete a Segurança e Defesa dos nos interesses (não apenas os militares), que devemos acautelar para o futuro do País e dos Portugueses e daí que a considere criminosa, assassina e, pior, suicidária. Certamente irresponsável! ; e) Havendo pessoas e entidades, civis e militares, que se dedicam a estudos desta ordem é inaceitável que na Comunicação Social jornalistas se arroguem a veicular opiniões, certamente livres, que atingindo milhões de pessoas, na sua grande maioria alheias a estes assuntos, não sejam deontologicamente sustentadas em sólida argumentação. V. Defesa do Denunciado 6. Notificada, nos termos legais, para exercer o contraditório, a Denunciada esclareceu que: a) O que o jornalista referiu na peça jornalística em apreço foi que uma das razões que explicam a compra de submarinos é a rivalidade entre os ramos militares, em nenhuma parte se diz que é a única razão ou sequer a razão principal; 2

b) Esta afirmação baseia-se no conhecimento que o autor do artigo em questão (artigo que é assinado) tem sobre a realidade descrita, retratada, inclusivamente, em inúmeros artigos publicados ao longo dos últimos anos na imprensa portuguesa ; c) Sobre a superficialidade deve dizer-se que um pequeno texto, como este em análise, que serve o intuito de dar exemplos e que faz parte do leque de opções de um editor em qualquer ponto do mundo terá sempre, e necessariamente, de pecar por superficialidade, entendida aqui como falta de fundamentação exaustiva sobre o que é afirmado ; d) Já sobre a desinformação, admitimos que é o ponto de vista, sincero, do nosso estimado leitor. Mas a verdade é que, ainda hoje, responsáveis políticos do PS, PSD e CDS-PP tentam, com todo o tipo de argumentos, sacudir as respectivas responsabilidades na decisão de compra dos referidos submarinos, em especial quando essa decisão é analisada sob o ponto de vista financeiro um facto público e notório. E o ângulo subjacente a todo o artigo é esse, e não, como se poderia ser levado a crer, o da importância do nosso mar para a economia (e soberania) nacional ; e) A Denunciada teria publicado a carta do Queixoso, caso a tivesse recebido, pois, aparentemente, segundo o seu secretariado, essa carta nunca terá chegado à redacção. VI. Análise e fundamentação 7. A liberdade de expressão e, em particular, a liberdade de informação, são direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa. 8. Com efeito, o n.º 1 do artigo 37.º da CRP dispõe que todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações. 9. O n.º 1 do artigo 38.º da CRP determina que é garantida a liberdade de imprensa, e a alínea a) do n.º 2 do mesmo preceito esclarece que a liberdade de imprensa implica a liberdade de expressão e criação dos jornalistas e colaboradores. 3

10. No mesmo sentido, o artigo 1.º da Lei de Imprensa, Lei n.º 2/99, de 13 de Janeiro, garante a liberdade de imprensa, a qual abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações. 11. Como direito constitucionalmente reconhecido, a liberdade de imprensa apenas pode ser limitada, nos termos do artigo 3.º da Lei de Imprensa, de forma a salvaguardar o rigor e a objectividade da informação, a garantir os direitos ao bom nome, à reserva da intimidade da vida privada, à imagem e à palavra dos cidadãos e a defender o interesse público e a ordem democrática. 12. O dever de rigor informativo por parte dos jornalistas, os quais devem informar com rigor e isenção, rejeitando o sensacionalismo e demarcando claramente os factos da opinião, é também estabelecido pela alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º do Estatuto do Jornalista (Lei n.º 1/99, de 13 de Janeiro). 13. Assim, a liberdade da Denunciada em retratar o caso da aquisição dos submarinos como um exemplo de como a rivalidade destrói o País apenas poderia ser limitada se o seu exercício redundasse numa violação do dever de rigor informativo. 14. O Queixoso considera que a notícia em apreço não é rigorosa uma vez que, na sua opinião, a aquisição dos submarinos é justificada pela importância da defesa do mar português; portanto, ao afirmar que a compra dos submarinos se deveu à rivalidade entre ramos militares e às pressões da Marinha, a Denunciada não estaria a informar com verdade. 15. Como a Denunciada realça, o que se refere na notícia é que a rivalidade entre ramos militares foi uma das razões para a aquisição dos submarinos, e não a única razão. 16. Acresce que, efectivamente, existe um grande debate acerca da aquisição destes meios navais, designadamente sobre a sua justificação e os moldes em que se operou, como notoriamente decorreu da atenção que lhe foi dada, e ainda o é, pelos diversos meios de comunicação social. 17. Por conseguinte, a ERC não pode considerar que a Denunciada violou o dever de rigor informativo ao dizer que uma das razões que levaram à compra dos submarinos foi a rivalidade entre ramos militares. 4

18. O Queixoso alega ainda que a notícia é contrária à defesa do interesse nacional, induz o ódio às Forças Armadas e condu-las a uma maior carência de meios. 19. Por outro lado, a notícia em apreço não incentiva o ódio às Forças Armadas nem contesta a importância da defesa do espaço marítimo português. Apenas relata que uma das razões para a aquisição dos submarinos terá sido a pressão da Marinha. Esta afirmação não pode ser considerada de forma alguma um apelo ao ódio pelas Forças Armadas. Trata-se de uma clara extrapolação do que foi escrito. 20. Assiste à Denunciada a opção de publicar três exemplos expostos de forma sucinta que, tal como afirma, se inserem na sua liberdade editorial, ao abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 20.º da Lei de Imprensa. 21. Por último, a Denunciada não tem a obrigação de publicar a carta enviada pelo Queixoso. Esta missiva não pode ser considerada como o exercício do direito de resposta. O Queixoso não cumpre os requisitos para ser titular desse direito, uma vez que não foi objecto de referências, ainda que indirectas, que pudessem afectar a sua reputação e boa fama, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 24.º da Lei de Imprensa. Deste modo, a publicação da carta do Queixoso está na discricionariedade do director da revista Visão, que tem a liberdade editorial de publicá-la ou não. VII. Deliberação Tendo apreciado uma participação de Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves contra a revista Visão, por alegada violação do dever de rigor informativo relativamente a um artigo publicado na edição de 14 a 20 de Abril de 2011 da referida revista, com o título Rivalidades Fatais, o Conselho Regulador delibera, ao abrigo do disposto nos artigos 7.º, alínea d), 24.º, n.º 3, alínea a), e 55.º dos Estatutos da ERC, aprovados pela Lei n.º 53/2005, de 8 de Novembro, proceder ao arquivamento da queixa. 5

Lisboa, 10 de Agosto de 2011 O Conselho Regulador, José Alberto de Azeredo Lopes Elísio Cabral de Oliveira Rui Assis Ferreira 6