LEVANTAMENTO DA CURVA DE TEMPERABILIDADE E CARACTERIZAÇÃO METALOGRÁFICA DO AÇO SAE-1140-D

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Transcrição:

LEVANTAMENTO DA CURVA DE TEMPERABILIDADE E CARACTERIZAÇÃO METALOGRÁFICA DO AÇO SAE-1140-D J. C. M. Oliveira (1), T. U. S. Carvalho (1), P. A. Souza (1), W. S. Silva (1), M. P. A. Mafra (1) (1) Faculdade de Engenharia de Materiais, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará Folha 17, Quadra 04, Lote Especial Marabá-PA, CEP: 68505-080 E-mail: torbenusc@hotmail.com RESUMO A têmpera é um dos tratamentos térmicos mais importantes dos aços, no qual provocam intensas modificações estruturais, aumentando a dureza destes. Neste trabalho, foi construída a curva de temperabilidade do aço SAE-1140-D, ainda inexistente na literatura, sendo utilizado o ensaio Jominy seguindo a Norma NBR 6339/89 da ABNT, e a caracterização do aço através de microscopia ótica, possibilitando a visualização da microestrutura modificada responsável pelo aumento significativo da dureza resultante no material ensaiado. Foi alcançado um aumento significativo na dureza do metal ensaiado, estando essa dureza na faixa dos aços com o determinado teor de carbono apresentado. Palavras-chave: Aços, temperabilidade, Jominy, martensita, 1140. INTRODUÇÃO A produção de aço é um forte indicador do estágio de desenvolvimento econômico de um país. Seu consumo cresce proporcionalmente à construção de edifícios, execução de obras públicas, instalação de meios de comunicação e produção de equipamentos. Esses materiais já se tornaram corriqueiros no cotidiano, mas fabricá-los exige técnica que deve ser renovada de forma cíclica, por isso o investimento constante das siderúrgicas em pesquisa (1). 5456

O aço SAE-1140-D é um aço com teor médio de carbono (0,37% - 0,44%p C), ressulfurizado e de fácil usinagem (2, 3). Os aços ressulfurizados são aplicáveis a produtos semiacabados para forjamento, barras laminadas a quente, acabados a frio, fio-máquina e tubos sem costura (4). Tal porcentagem de carbono viabiliza o tratamento térmico de têmpera, pois apresenta um teor maior que 0,3%p C. Abaixo deste teor, o efeito endurecedor provocado pela têmpera seria muito pequeno (5). O objetivo fundamental da têmpera das ligas ferro-carbono é obter uma estrutura martensítica, o que exige resfriamento rápido. O aço é aquecido acima de sua zona crítica durante o tempo necessário, seguido de resfriamento rápido em um meio como o óleo, água ou salmoura (6). Chama-se temperabilidade a capacidade do aço endurecer ou a profundidade de endurecimento; também deve ser ligada igualmente à obtenção da máxima tenacidade, em função da microestrutura produzida no esfriamento (7). O presente trabalho teve como objetivo o levantamento da curva de temperabilidade do aço SAE-1140-D, utilizando o método de Jominy, atualmente o mais usado para a determinação de temperabilidade. Além disso, foi realizada a análise micrográfica visualizando a microestrutura do aço estudado antes e depois da têmpera. MATERIAIS E MÉTODOS O material utilizado foi o aço SAE-1140-D produzido e fornecido pela empresa SINOBRAS (Siderúrgica Norte Brasil S.A.). Foram usinados três corpos de prova do tipo convencional para o ensaio de temperabilidade, de acordo com a norma NBR 6339/89 (8). A Tab. 01 exibe a composição química do aço. Tabela 01 - Composição química do aço SAE-1140-D. Elementos de Liga % em massa C 0,403 S 0,189 Mn 0,845 P 0,016 S 0,020 Cr 0,058 Mo 0,008 Ni 0,063 V 0,033 Cu 0,341 5457

Nb 0,030 Sn 0,019 Os corpos de prova foram aquecidos a 860 C durante uma hora com o intuito de austenitizar o aço. Após este tempo, foram retirados os corpos de prova do forno e, rapidamente, iniciou-se o resfriamento com o jato d água usando o dispositivo Jominy durante dez minutos. Esse procedimento foi realizado no Laboratório de Solidificação dos Metais da Faculdade de Engenharia de Materiais. O ensaio em andamento pode ser visualizado na Fig. 01. Figura 01 - Corpo de prova sendo ensaiado. Para a medição dos níveis de dureza, as amostras tiveram os planos necessários retificados com profundidades entre 0,5 e 0,9 mm. A dureza foi medida no Laboratório de Ensaios Destrutivos da Faculdade de Engenharia de Materiais com um durômetro de bancada da marca Pantec, utilizando ponta de diamante resultando em dureza na escala Rockwell C. A Fig. 02 exibe um esquema das posições das medições de dureza. Após feitas as medições de dureza, foram coletados os resultados e levantada a curva de temperabilidade do aço estudado. Figura 02 Corpo de prova retificado e posição de medição ao longo do seu comprimento a partir da extremidade temperada. Dimensões em mm (8). 5458

Além do ensaio de temperabilidade Jominy, os corpos de prova foram seccionados e caracterizados a fim de visualizar suas microestruturas antes e depois da têmpera. Foram realizados o polimento e o ataque químico na peça utilizando o reagente Nital 2% no Laboratório de Preparação de Amostras. A análise microscópica foi realizada no Laboratório de Microscopia Ótica da Faculdade de Engenharia de Materiais utilizando Microscópio Óptico de Reflexão Olympus BX51. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os dados médios de dureza para cada ponto dos três corpos de prova ensaiados estão apresentados na Tab. 02. Tabela 02 - Média das durezas obtidas em cada ponto. Distância (mm) Dureza (HRC) 1,5 52,9 3 45,1 5 33,7 7 28,4 9 26,5 11 25,6 13 25,5 15 24,6 20 22,7 25 20,6 30 19,7 35 18,5 40 18,2 45 16,8 50 15,6 Antes do tratamento, a média de dureza do aço apresentada na sua seção transversal foi de 8,8 HRC. Com o material temperado sua dureza alcançou o valor médio de 26,3 HRC. Os dados adquiridos dos pontos de dureza dos três corpos de prova, tornaram possível o levantamento da curva de temperabilidade do aço SAE-1140-D, visualizada na Fig. 03. 5459

Figura 03 - Curva de temperabilidade do aço SAE-1140-D. A partir desta curva foi visto que o aço estudado apresenta uma boa temperabilidade, pois apresentou um aumento significativo na sua dureza. Em relação à análise da micrografia da amostra antes da têmpera, pode-se afirmar que há a presença de cementita (Fe 3 C) em uma matriz ferrítica e a adição de inclusões não-metálicas de sulfureto de manganês, visualizado na Fig. 04. Estas inclusões favorecem a usinabilidade, pois formam um cavaco quebradiço. Figura 04 - Micrografia do aço SAE-1140-D antes da têmpera. Aumento a) 150x; b) 300x; c) 750x; d) 1500x. 5460

A diferença na microestrutura é notada quando o aço passa pelo tratamento de têmpera. A martensita é a fase metaestável responsável pelo aumento da dureza do aço e se apresenta na forma de agulhas, como visto na Fig. 05. Figura 05 Micrografia do aço SAE-1140-D após a têmpera. Aumento a) 300x; b)750x; c) 1500x CONCLUSÕES A partir dos dados e da curva de temperabilidade apresentados, foi constatada uma boa capacidade de têmpera do aço SAE-1140-D. A dureza foi elevada significativamente, se encontrando na faixa ideal para aços com o determinado teor de carbono. Como não se possui tal curva disponível na literatura, a comparação com resultados publicados fica impossibilitada, contudo foi visto que o ensaio Jominy foi realizado com sucesso e ocorreu a geração de martensita. Sugere-se um tratamento pré-têmpera, como a normalização do aço, a fim de obter diferentes resultados na microestrutura e em seus pontos de dureza. 5461

AGRADECIMENTOS À SINOBRAS pelo apoio e fornecimento do aço para estudo. Ao Lucas Marins, Antônio Barbosa, Carolina Santana e Danilo Santos pelo auxílio na caracterização metalográfica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. INSTITUTO AÇO BRASIL. O Aço História. Instituto Aço Brasil, 2009. Disponível em: <http://www.acobrasil.org.br/site/portugues/aco/introducao.asp>. Acesso em: 06 set. 2014. 2. CALLISTER, W. D., Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 7. ed. São Paulo: LTC, 2008. 3. SHACKELFORD, J. F. Introdução à ciência dos materiais para engenheiros. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 4. AMERICAN SOCIETY FOR METALS. ASM Handbook: Properties and Selection: Irons, Steels, and High-Performance Alloys. 10. ed. v. 1. Ohio: ASM International, 1993. 5. SILVA, A. L. C; MEI, P. Aços e ligas especiais. 2. ed. Sumaré: Eletrometal S.A. Metais Especiais, 1988. 6. CHIAVERINI, V. Tecnologia mecânica. 2. ed. v. 3. São Paulo: McGraw-Hill, 1986. 7. CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos. 7. ed. São Paulo: ABM, 2012. 8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6339: aço determinação da temperabilidade (Jominy). Rio de Janeiro, 1989. 5462

SURVEY OF CURVE OF HARDERNABILITY AND METALLOGRAPHIC CHARACTERIZATION OF SAE-1140-D STEEL ABSTRACT Quenching is one of the most important heat treatments of steels, which cause intense structural changes, increasing the hardness thereof. In this work, it was built the hardenability curve of SAE-1140-D steel, still lacking in the literature, being used the Jominy test following the ABNT NBR 6339/89, and the characterization of steel by optical microscopy, enabling the visualization the modified microstructure responsible for the significant increase in hardness resulting in the tested material. A significant increase in hardness of the tested metal was reached, being this hardness in track of steels with the given carbon content presented. Keywords: steel, hardenability, Jominy, martensite, 1140. 5463