Pergaminho dos Sonhos Michel R.S.
Era uma vez um poeta... Um jovem poeta que aprendera a amar e deixar de amar. E de uma forma tão simples, assim como o bem e o mal, O amor tornou-se o objetivo de suas torturas pessoais, Conversas onde falava consigo mesmo, E tristezas que, talvez, jamais teriam outra morada, Senão seu próprio coração. E a confusão já se inicia confusa... Porém simples, quando os pensamentos mortos de um poeta começam a renascer.
Pergaminho dos Sonhos Talvez eu esteja mergulhando novamente neste imenso mar de duvidas e surpresas, onde a realidade e a minha fantasia se confundem, me tornando o mais triste dos filósofos, que pensa, incessantemente, em algo que possa soar de uma maneira sana aos ouvidos daqueles que ainda vêem o mundo todo lindo e colorido. Minhas palavras amargas e pesadas já foram muito solitárias, mas vejo hoje uma luz, que ainda brilha opaca, mas que não deixa de ser uma luz. Minhas insanidades já não parecem tão insanas, e muitas das coisas que nem eu entendia, começam a fazer sentido, não pela lógica, nem pela fantasia, mas sim pelo presente momento. Eis que vejo a garota que chora sobre o pergaminho dos sonhos, expressando em cada lágrima um sentimento, que a reprime e sufoca a cada dia. Sua face não liga para seus sentimentos. Esquece as tristezas, e mostra apenas a beleza externa de seu ser. Suas palavras declaram sua tristeza somente para si mesma, mas ainda assim seu coração grita pela esperança. Palavras que amo ouvir é as que saem de sua boca, e que invadem meus ouvidos arrasando o coração. Não sei como, mas suas palavras me alegram. Não por ver sua tristeza, mas somente por saber que existe mais alguém, que assim como eu, enxerga beleza e esperança, mesmo nos piores momentos da vida. Porém entender não significa amar...
Talvez eu seja a porta Meu universo se expande, e dessa vez, é você o centro dele. Meu interminável inverno se torna suportável com a tua presença. O imenso e negro céu que eu via quando olhava pra cima, tornou-se mais belo tendo você como lua. E minha mente confusa finalmente quase se enche, tendo você como foco de pensamento. E já não conto as horas enquanto a noite passa. Permito-me dormir para te ver em meus sonhos. E o sentimento que antes era tão confuso, torna-se agora mais confuso ainda. Um amor com cara de amizade ou uma amizade com cara de amor? Talvez um pouco dos dois, ou nenhum dos dois. É... Talvez eu seja a porta, a saída de emergência para fugir desse seu mundo que pra mim é tão estranho, e que a ti parece fazer tão mal. E se a luz tiver de se misturar com trevas para que haja felicidade, que assim seja. Este sentimento estranho que temos, já machuca por acreditar que não podemos tê-lo. Mas é a impossibilidade que torna nosso sentimento tão especial. É o elo que existe entre o meu mundo e o teu. É o nosso mundo que criamos juntos, onde nada nem ninguém nos condenam pelo que sentimos. Seriamos a prova viva de que o amor rompe qualquer barreira de preconceito e pensamento, buscando apenas a plena e pura felicidade. E que eu possa olhar em seus olhos e dizer o quanto a amo. E que eu possa segurar tua mão e dizer-te o quanto estou feliz por estar junto a ti. E que eu possa deitar-me em teu colo e perceber de uma vez por todas que o mundo inteiro é nosso, e que finalmente somos um para com o outro. E que nosso amor seja verdadeiramente eterno, mostrando a tudo e a todos o quão complicado podemos ser, sendo eu o universo e você o meu centro. Todavia, tudo o que nos causa duvidas, também causa medos...
Como é que se diz eu te amo Não é adoração pela tristeza. É simplesmente medo de ser feliz. Não é fissuração pela singularidade, Mas ficar sozinho me dá tempo pra pensar. E nesse imenso mundo de faladores, Sou aquele que pensa, Solitário numa linha de pensamento único, Incompreendido, contestável e, Aos olhos de muitos, Medíocre idiota. E a forma como eu digo te amo soa triste, Pois essa droga de amor me dá medo. E se não posso te dizer o que sinto como homem, Digo-te como amigo, Pois ao menos sua companhia me fará sorrir. Então esqueça o que eu disse E durma em paz. Saiba somente que tudo o que digo e faço hoje, É focando o pensamento em ti. E se minhas palavras não fazem efeito, Eu desisto, Pois tocar-te ainda é um crime.
Foi este então, o reinicio das dores de um pobre poeta que atendia pelo nome de Edward Wayne. E este, pela milésima vez estava a se apaixonar. Seria então ele um amante da dor de amar? Ou quem sabe, apenas mais uma criança afim de um pouco de carinho? De qualquer forma, sua origem e personalidade não importavam muito. Edward só buscava a felicidade. Mas esse medo de, mais uma vez, se decepcionar o impedia de ser claro com todos, assim como consigo mesmo em determinados momentos de suas reflexões. Então, amar e sofrer sozinho pareciam os caminhos mais fáceis, já que o que lhe faltava não era o amor, mas sim a coragem...
Coragem Olhar em seus olhos Tem sido uma tarefa a cada dia mais difícil, Pois cada vez que vejo sua alma, Desejo teu corpo E cada vez que sinto seu corpo, Tenho o desejo de possuí-lo. E te escondo segredos que todos já sabem, Talvez pelo medo de interferir num futuro Quem eu nem mesmo sei se existe. Ou talvez medo de sentir algo que não seja recíproco, Ou até mesmo de ser correspondido E acabar solitário por não confiar na felicidade. Mas em você vejo algo a mais. Sinto afeição ao olhar nos seus olhos, Mesmo que isso me desperte varias sensações. Dentre o medo e a alegria, Prefiro correr o risco de ser feliz. Mas ainda sou um grande covarde diante de ti, Pois se eu digo que te amo, É por que não tenho a coragem pra olhar em seus olhos E dizer-te que, na verdade, Sou apaixonado por ti. E a paixão então vira amor...