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A ALEGRIA DA PROVISÃO [ ESTUDO 14 FILIPENSES 4.14-23 ] A carta aos Filipenses é a história de uma igreja que se importava. Quando Paulo visitou Filipos pela primeira vez (dez anos antes), havia plantado uma igreja ali em meio a uma enorme oposição espiritual. Ele e Silas foram espancados, presos, lançados na prisão, colocados em correntes, e depois foram milagrosamente libertados por um terremoto por volta da meia-noite. No dia seguinte, foram levados para fora da cidade pelas autoridades para evitar mais perturbações (At 16.11-40). Como resultado, esses novos cristãos nunca esqueceram o que custou a Paulo e Silas levar o evangelho à sua cidade. Quando Paulo viajou para Tessalônica e mais tarde para Bereia, Atenas e Corinto, a igreja de Filipos tornou-se uma parceira da obra missionária. Assim, o propósito de Paulo ao escrever esta carta era expressar sua gratidão pela oferta generosa enviada pelos Filipenses. Embora estivesse contente, apesar das circunstâncias, Paulo não poderia deixar de agradecer a ajuda que os Filipenses enviaram através de Epafrodito. Em Filipenses 4.14-23, a alegria de Paulo transborda de quatro maneiras: Paulo se alegrou com as ofertas recebidas, com sua recompensa futura, com a suficiência de Deus e se alegrou com todos os santos. I. Paulo se alegrou com as ofertas recebidas Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação. E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros (Fp 4.14 15). Duas vezes em sua carta, Paulo expressou sua gratidão pela oferta que os Filipenses haviam enviado por meio de Epafrodito (Fp 2.25; 4.18). Porém, depois de ficar algum tempo em Roma e de servir ao apóstolo, Epafrodito voltou para Filipos, levando a carta de Paulo. Nesta carta, como vimos no estudo anterior, estava escrito: Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4.11 13). Certamente, se a carta tivesse terminado nesse ponto, os Filipenses teriam concluído que Paulo não precisava nem apreciou a oferta enviada. 399 Assim, para ter certeza de que os Filipenses não entendessem mal, Paulo apressou-se a tranquilizá-los e elogiá-los de que fizeram muito bem. O advérbio 399 MacArthur, J. F., Jr. (2001). Philippians (p. 306). Chicago: Moody Press. 149

bem (kalos, em grego) salienta o que é bom e belo, uma aparência atraente. 400 Mas Paulo precisava explicar como sua oferta tornou-se algo nobre. A explicação dessa atitude bela é explicada na próxima frase:... associando-vos na minha tribulação (Fp 4.14). Em Roma, as pressões surgiram de todas as direções: as autoridades romanas, os judaizantes, os pregadores mal motivados e as necessidades das igrejas das quais estivera ausente por quase cinco anos. O verbo associar (sugkoinōnēsantes, em grego) significa tornar-se coparticipante ou ter participação em alguma coisa. 401 Significa uma profunda parceria de duas pessoas indo na mesma direção. É à base do conceito popular de comunhão. 402 No início da epístola, Paulo agradeceu à igreja por sua cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora (Fp 1.5). Isto é, a igreja deu riquezas materiais a Paulo e recebeu riquezas espirituais do Senhor. Tenho que concordar com Warren Wiersbe: A igreja que não compartilha com outros suas riquezas materiais é uma igreja pobre. 403 E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros (Fp 4.15). A igreja de Filipos era uma igreja fiel concernente à obra missionária. Paulo fez questão de mencionar e agradecer duas coisas que os Filipenses fizeram por ele durante sua segunda viagem missionária. Isso ocorreu cerca de dez anos antes. Paulo lembrou o que eles fizeram pouco depois de serem salvos ( no começo do evangelho ). O apóstolo havia proclamado ativamente o evangelho por vários anos antes de chegar a Filipos, mas sua cidade se tornou o fundamento para um evangelismo na Europa, ou seja, nas províncias da Macedônia e Acaia. O início refere-se, portanto, à sua participação ativa no seu ministério depois de terem respondido com fé. Quando ele partiu da Macedônia, ele entrou na Acaia para as cidades de Atenas e Corinto (At 17.14-15). Aos Coríntios, Paulo reconheceu o apoio financeiro dos Filipenses: Despojei outras igrejas, recebendo salário, para vos poder servir, e, estando entre vós, ao passar privações, não me fiz pesado a ninguém; pois os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram o que me faltava; e, em tudo, me guardei e me guardarei de vos ser pesado (2Co 11.8 9). Sabemos que Paulo guardava bons registros das ofertas recebidas porque utiliza uma terminologia contábil quando menciona a questão de dar e receber. Na mente de Paulo, o ministério cristão era uma via de mão dupla. Ele pregou o 400 Gromacki, R. (2002). Stand United in Joy: An Exposition of Philippians (p. 188). The Woodlands, TX: Kress Christian Publications. 401 Vine, W. E., Unger, M. F., & White, W., Jr. (1996). Vine s Complete Expository Dictionary of Old and New Testament Words (Vol. 2, p. 114). Nashville, TN: T. Nelson. 402 Melick, R. R. (1991). Philippians, Colossians, Philemon (Vol. 32, p. 155). Nashville: Broadman & Holman Publishers. 403 Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (Vol. 2, p. 98 99). Wheaton, IL: Victor Books. 150

evangelho - o que beneficiou aqueles que ouviram a mensagem. Em seguida, os ouvintes o apoiaram financeiramente. Ela dava e recebia. Ela investia bens financeiros e recebia benefícios espirituais (1Co 9.11; Rm 15.27). porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades (Fp 4.16). Paulo também os elogiou porque seu apoio foi imediato e consistente. 404 Os Filipenses enviaram ofertas em duas ocasiões diferentes. A igreja de Filipos deu suporte financeiro a Paulo, mesmo quando estava ainda na região da Macedônia, no início do processo de evangelização da Europa. É triste, mas, os Filipenses foram a única igreja que tomaram a iniciativa de enviar apoio a Paulo. Aparentemente, essas ofertas não foram suficientes para fornecer apoio total, porque Paulo lembra aos Tessalonicenses como trabalhou para suprir suas necessidades quando estava com eles (2Ts 3.7-9). Mas, desde o início de sua experiência cristã, os Filipenses haviam contribuído com a obra missionária. Hoje, lamentavelmente, muitas igrejas têm oportunidade para cooperar com a obra de Deus, mas negligenciam tão sublime privilégio. O que você tem feito com relação a isso? II. Paulo se alegrou com sua recompensa futura Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito (Fp 4.17). Paulo aqui revela a grandeza de seu coração. Paulo estava feliz pelo apoio dos Filipenses. Paulo sabia que cada oferta era um investimento em sua conta bancária celestial. Os termos donativo e crédito são palavras contábeis comuns. Paulo está dizendo que quando você investe na obra do Senhor, você está colocando dinheiro em sua conta no banco do celestial, com dividendos eternos. Se você tem algum dinheiro investido em ações, você percebe que quanto mais arriscado o investimento, maior a chance de retornos elevados, mas também maior a chance de perder muito. E, mesmo os investimentos seguros não têm garantias. Mas quando você investe na obra de Deus, não há risco e você obtém o maior retorno possível do seu investimento, garantido pela própria Palavra de Deus! Duas vezes no texto grego, Paulo diz: Eu procuro (epizeteo, em grego). Este é um termo muito forte que significa estar seriamente interessado ou ter um forte desejo. 405 Paulo quer que os Filipenses saibam mais uma vez que ele não está 404 Melick, R. R. (1991). Philippians, Colossians, Philemon (Vol. 32, p. 156). Nashville: Broadman & Holman Publishers. 405 Vine, W. E., Unger, M. F., & White, W., Jr. (1996). Vine s Complete Expository Dictionary of Old and New Testament Words (Vol. 2, p. 558). Nashville, TN: T. Nelson. 151

atrás de dinheiro. Em vez disso, ele busca ativamente e intencionalmente o seu bem eterno. Na parábola do semeador, o Senhor Jesus explicou o resultado da semente que caiu em boa terra: Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um (Mt 13.23). Ou seja, assim como Cristo veio para buscar e salvar os perdidos, um crente frutífero buscará a salvação dos outros. Esta metáfora mercantil mostra que os Filipenses estavam acumulando um tesouro no céu. Paulo sabia que eles seriam recompensados no tribunal de Cristo por seu apoio financeiro. Os convertidos de Paulo eram, na verdade, seus convertidos. 406 Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus (Fp 4.18). Além disso, Paulo declarou que a oferta enviada era, na verdade, um ato de adoração a Deus. Paulo descreveu a oferta enviada pelos Filipenses de três maneiras:... como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus (Fp 4.18). Estes termos foram retirados do Antigo Testamento onde descrevem os sacrifícios que os adoradores ofereciam a Deus (Gn 8.21; Êx 29.18, 25, 41; Lv 1.9, 13, Ez 20.41). Este mesmo tipo de metáfora é usado por Paulo (2Co 2.15 e Ef 5.2). 407 Paulo usa um belo quadro para explicar como Deus vê nossa contribuição na obra missionária. É como uma oferta perfumada, um aroma suave que chega até o céu, um sacrifício que agrada ao Senhor. Quando investimos na obra de Deus, Ele mantém um registro - e credita em nossa conta. Ele não apenas acompanha o que doamos, mas o que é feito com o nosso dinheiro e as vidas que são tocadas através de nossas ofertas. Você tem investido na obra do Senhor? III. Paulo se alegrou com a suficiência de Deus E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém! (Fp 4.19 20). Agora chegamos a um dos versículos mais incompreendidos da Bíblia: E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades (Fp 4.19). Note que esta não é uma promessa incondicional, mas, uma promessa condicional. A promessa está inserida no contexto de uma 406 Gromacki, R. (2002). Stand United in Joy: An Exposition of Philippians (p. 190 191). The Woodlands, TX: Kress Christian Publications. 407 Utley, R. J. (1997). Paul Bound, the Gospel Unbound: Letters from Prison (Colossians, Ephesians and Philemon, then later, Philippians) (Vol. Volume 8, p. 205). Marshall, TX: Bible Lessons International. 152

dádiva fiel, generosa e sacrificial. Deus atende às nossas necessidades para expressar Sua aprovação por nossas dádivas. Deus não promete cuidar das necessidades dos crentes que são mesquinhos, preguiçosos ou irresponsáveis. Por outro lado, se você está contribuindo com a obra do Senhor, Ele atenderá às suas necessidades. Que promessa magnífica! Esta promessa se divide em três partes. Vejamos: Em primeiro lugar, a fonte da promessa é Deus E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória (Fp 4.19). Aqui está o relacionamento íntimo e pessoal de Paulo com seu Salvador. Cooperar com a obra do Senhor não é para quem não O conhece através da cruz. Se você O conhece como meu Deus, então o privilégio de ofertar e a promessa da fidelidade de Deus se aplicam a você. Em suma, quando Paulo diz meu Deus, ele quer que lembremos que o mesmo Deus que operou todos os poderosos milagres na Bíblia é o mesmo Deus que faz esta promessa extraordinária. Em segundo lugar, a suficiência da promessa:... há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades (Fp 4.19). Deus promete suprir todas as nossas necessidades de acordo com suas riquezas em glória em Cristo Jesus. Que promessa extraordinária! O Deus que possui toda a terra diz que satisfará nossas necessidades se formos fiéis. Em terceiro lugar, a certeza da promessa:... Meu Deus... (Fp 4.19). Cheques em branco não são bons se a pessoa que os assina é um trapaceiro. Mas se o cheque foi assinado por meu Deus, o Deus que eu conheço pessoalmente, o Deus que também é nosso Pai (Fp 4.20), o Deus que nunca na história humana falhou com Seus filhos, o Deus que demonstrou Seu grande amor ao enviar o Seu único Filho na cruz, então o cheque é bom! Se cooperarmos fielmente com a obra do Senhor, a promessa é certa - nosso Deus e Pai atenderá cada uma de nossas necessidades. Você pode contar com isso! Mas isso não significa que nossas orações sempre serão respondidas da maneira que gostaríamos. Filipenses 4.19 não é um cheque em branco que garante um caminho fácil ou uma resposta a todas as nossas orações. Mas garante que o nosso Deus fornecerá tudo o que precisamos e quando precisamos. 153

IV. Paulo se alegrou com todos os santos Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus. Os irmãos que se acham comigo vos saúdam. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito (Fp 4.21 23). Paulo termina a carta com uma doxologia a Deus, o Pai. Ele encerra com várias saudações e uma bênção. A. A saudação Em primeiro lugar, Paulo saudou cada um dos santos em Filipos: Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus (Fp 4.21). Ele falou a toda a igreja como um todo, mas agora ele se lembra de cada crente individualmente. O termo santo (hagios, em grego) refere-se a alguém que foi separado do pecado para Deus. 408 Cada cristão posicionalmente é um santo, separado do mundo para Deus pela santificação inicial do Espírito Santo. Paulo começou a epístola com saudações aos santos (plural), e agora termina com saudações a cada santo (singular). Os santos são aqueles que estão em Jesus Cristo. Através de Sua morte sacrificial na cruz, Jesus Cristo separou os crentes para Deus e os tornou santos. O escritor de Hebreus observa: Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas (Hb 10.10). Aos coríntios, Paulo escreveu: E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2Co 5.17 e 21). O sacramento do batismo retrata a união do crente com Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-4). Assim, cada crente é um santo, porque todo crente é separado do pecado para Deus através da fé em Jesus Cristo. 409 Ao chamar os santos Filipenses, Paulo lembrou-lhes que deviam viver como aqueles separados do pecado para a justiça. Em segundo lugar, Paulo saudou os irmãos:... Os irmãos que se acham comigo vos saúdam (Fp 4.21). Seus companheiros ( Os irmãos que se acham comigo ) também queriam cumprimentar os Filipenses. Este grupo provavelmente incluía Timóteo, Epafras, Marcos, Aristarco, Demas, Lucas (Fm 23-24). Em terceiro lugar, Paulo saudou os santos na casa de César.... especialmente os da casa de César (Fp 4.21). Os santos em Roma incluem a composição da igreja naquela cidade (Rm 16.1-15). A saudação foi de santos para santos. Ambos os grupos estivessem em Cristo. Através da prisão de Paulo, alguns servos, soldados e talvez parentes da casa do imperador foram salvos. É por isso 408 Kittel, G., Friedrich, G., & Bromiley, G. W. (1985). Theological Dictionary of the New Testament (p. 17). Grand Rapids, MI: W.B. Eerdmans. 409 MacArthur, J. F., Jr. (2001). Philippians (p. 316). Chicago: Moody Press. 154

que Paulo poderia afirmar com segurança que... as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho (Fp 1.12). Originalmente, a igreja ficou triste com a notícia de sua prisão. Agora, Paulo queria que eles se regozijassem pelo que Deus havia realizado na vida de seus captores. Olhando por toda a cena, é espantoso ver como Deus supriu as necessidades de Seu apóstolo através de um sistema de apoio em Filipos e um sistema de apoio em Roma. 410 A serenidade de Paulo era resultado desse apoio do povo de Deus. B. A bênção A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito (Fp 4.23). Como sua prática habitual, Paulo deu grande destaque à graça maravilhosa de Cristo ao concluir sua carta. 411 Ele terminou como começou - com uma oração pela graça. Paulo queria que a igreja experimentasse a graça sustentadora diária que todos os homens precisam (Jo 1.16). É interessante que o apóstolo Paulo terminou todas as suas cartas desejando a graça de Deus aos seus destinatários (Rm 16.24; 1Co 16.23; 2Co 13.14; Gl 6.18 e Ef 6.24; 4.18; 1Ts 5.28; 2Ts 3.18; 1Tm 6.21; 2Tm 4.22; Tt 3.15; Fm 25). Os crentes não são apenas salvos pela graça, mas também sustentados pela graça. São governados pela graça, guiados pela graça, mantidos pela graça, fortalecidos pela graça, santificados pela graça e habilitados pela graça. 412 A obra de graça de Deus na vida dos crentes continuará até sua glorificação. É recurso que os crentes mais necessitam. A graça sustentadora de Deus vem aos crentes por meio do Senhor Jesus Cristo. Graça significa o favor imerecido de Deus demonstrado a nós que merecíamos o Seu julgamento. Sem a graça de Deus, não poderíamos receber o evangelho, porque nenhum de nós jamais ganharia ou mereceria. Sem a graça de Deus, seríamos rapidamente consumidos. A graça do Senhor Jesus Cristo... (Fp 4.23). Note que a carta começa e termina com o nome de Jesus. Paulo mencionou o nome de Jesus quarenta vezes em Filipenses, dezoito vezes só no capítulo 1, ou seja, uma citação a cada dois ou três versículos. Paulo se viu como um escravo de Cristo. Ele se referiu aos Filipenses como santos em Cristo. Ele descreveu sua prisão como cadeias em Cristo; E mesmo sabendo que alguns estavam se aproveitando de sua prisão, ele se alegrou de que Cristo estava sendo pregado. Ele havia abandonado todas as coisas pela excelência do conhecimento de Jesus Cristo, e falou de sua vida como viver é Cristo. Para o apóstolo, até a morte foi definida 410 Jeremiah, D. (2016). Count it all joy: discover a happiness that circumstances cannot change. Colorado Springs, CO: David C Cook. 411 Gromacki, R. (2002). Stand United in Joy: An Exposition of Philippians (p. 194). The Woodlands, TX: Kress Christian Publications. 412 MacArthur, J. F., Jr. (2001). Philippians (p. 318). Chicago: Moody Press. 155

como estar com Cristo. De fato, a razão para a alegria de Paulo era sua relação com Cristo! Paulo resumiu maravilhosamente bem a vida cristã quando escreveu: Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro (Fp 1.21). CONCLUSÃO: O contentamento pode ser experimentado nos lugares mais difíceis da vida. O apóstolo Paulo transformou a sua prisão em um campo missionário, e o resultado apareceu mesmo entre algemas. O contentamento é sempre o resultado do poder de Deus que nos fortalece. Geralmente é reforçado através do apoio do povo de Deus, e é garantido pela promessa de Deus que nos sustenta (Fp 4.19). Um bispo da igreja primitiva, que foi um exemplo notável da virtude do contentamento, foi questionado sobre o seu segredo. O venerável idoso respondeu: Consiste em nada mais do que fazer um uso correto dos meus olhos. Em qualquer estado que eu esteja, primeiro olho para o céu e lembro que o meu principal negócio aqui é chegar lá. Então eu olho para a terra e me lembro de quão pequeno é o lugar que ocuparei quando morrer e for sepultado. Então eu olho ao redor do mundo, e observo que existem multidões que em muitos aspectos são mais infelizes do que eu. Assim, eu aprendo onde a verdadeira felicidade está, onde toda ansiedade deve terminar, e que pouca razão eu tenho para reclamar. 413 Questões para discussão 1. Qual o nome do servo da igreja de Filipos que levou uma oferta para o apóstolo Paulo em Roma? 2. Na sua opinião, porque apenas algumas igrejas se envolvem com a obra missionária? 3. Como você interpreta Fp 4.17: Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito? 4. Filipenses 4.19 é uma promessa incondicional ou condicional? Explique. 5. Em sua opinião, qual a lição mais importante da carta aos Filipenses? 413 Quoted in Paul Lee Tan, ed., Encyclopedia of 7,700 Illustrations: Signs of the Times (Rockville, MD: Assurance Publishers, 1979), 273. 156