Melhoria no mercado de trabalho não garantiu igualdade de condições às mulheres

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Transcrição:

A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE MARÇO 2013 Melhoria no mercado de trabalho não garantiu igualdade de condições às mulheres De maneira geral, as mulheres enfrentam grandes dificuldades no mercado de trabalho. A ausência de equidade entre os sexos na inserção ocupacional fica particularmente evidenciada, quando se observam a exposição ao desemprego, a qualidade das ocupações onde as mulheres estão inseridas e a remuneração auferida. Atualizar os indicadores sobre a inserção feminina no mercado de trabalho da, salientando as particularidades do engajamento das mulheres no mercado laboral regional constitui o principal objetivo desse Boletim Especial das Mulheres. Atenção particular será dedicada aos indicadores de rendimentos do trabalho entre os sexos que, para além de refletir com nitidez a discriminação das mulheres no mercado de trabalho, trazem importantes elementos para pensar políticas capazes de alterar essa condição da mulher na sociedade. A fonte de informações utilizada é a base de dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego da (PED-RMBH), no período 2011-2012.

Mulheres no mercado de trabalho: entre o desafio de conquistar uma oportunidade de inserção e de melhorá-la 2 1. De acordo com informações da PED-RMBH, sob a ótica ocupacional, o mercado de trabalho da região apresentou desempenho positivo em 2012, movimento que consolida uma tendência de melhoria. A expansão do nível ocupacional combinou-se com a estabilidade da População Economicamente Ativa (PEA) para determinar importante redução no número de desempregados (Tabela A). A taxa de desemprego total, em queda pelo terceiro ano consecutivo, atingiu o patamar mais baixo da série histórica da Pesquisa (5,1% da PEA). Por outro lado, o rendimento médio real dos ocupados apresentou retração de 2,5%, mantendo a trajetória de redução observada em 2011, ano em que se interrompe o processo de recuperação. Tabela A Estimativa da População Economicamente Ativa, da População Ocupada e Desempregada, segundo sexo. 2011-2012 (em mil pessoas) Condições de atividade 2011 2012 Variação Absoluta 2012-2011 Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres População Economicamente Ativa 2.368 1.276 1.092 2.368 1.276 1.092 0 0 0 Ocupados 2.202 1.207 995 2.247 1.218 1.029 45 11 34 Desempregados 166 71 95 121 57 64-45 -14-31 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego na (PED/RMBH). Convênio 2. O crescimento do nível ocupacional (2,0%) contribuiu favoravelmente para a redução do desemprego da força de trabalho masculina e, especialmente, da feminina. Tanto para homens quanto para mulheres o contingente de pessoas economicamente ativas permaneceu estável. Já o nível ocupacional apresentou variação positiva mais intensa entre as mulheres (3,4%), que entre os homens (0,9%). Assim o número de mulheres desempregadas diminuiu mais que o dos homens, arrefecendo, mas não eliminando, a desigualdade de acesso aos postos de trabalho segundo sexo: em 2012, as mulheres seguiram sendo minoria entre os ocupados (45,8%) e maioria entre os desempregados (53,3%).

% PEA/PIA 3. O aumento das oportunidades de trabalho, nos anos recentes, foi acompanhado pela redução na taxa de participação da força de trabalho para níveis nunca antes experimentados na região. No último ano, a incorporação feminina na População Economicamente Ativa regional apresentou retração; movimento que contrasta com a tendência registrada nas últimas décadas. A Taxa de Participação desse segmento populacional passou de 49,2% da População em Idade Ativa (PIA) feminina, observada em 2011, para 48,3% em 2012. Entre os homens, esse indicador permaneceu relativamente estável ao passar de 65,1% da PIA masculina em 2011 para 65,2% no ano em análise Gráfico A. 3 Gráfico A - Taxa de participação, segundo sexo 2011-2012 65,1 65,2 56,7 56,1 49,2 48,3 Total Homens Mulheres 2011 2012 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego na (PED/RMBH). Convênio 4. A retração da participação feminina, verificada no último ano, ocorreu, todavia, em um ambiente positivo criado pela expansão do nível ocupacional, que provocou a redução da taxa de desemprego. Para as mulheres, o incremento ocupacional registrado foi de 3,4%, entre os homens o nível ocupacional aumentou 0,9% no mesmo período. A taxa de desemprego das mulheres diminuiu mais que a dos homens, passando de 8,6% da PEA feminina para 5,9%, entre 2011 e 2012 Gráfico B. No período em questão, a taxa de desemprego masculina diminuiu de 5,5% da PEA masculina para 4,5%. Não obstante esse movimento favorável para a diminuição das diferenças entre os sexos em termos de inserção no mercado de trabalho, a taxa de desemprego feminina ainda é consideravelmente superior à masculina na região.

4 Gráfico B - Taxa de desemprego total, segundo sexo 2010-2011 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego na (PED/RMBH). Convênio 5. Para as mulheres, o incremento ocupacional foi observado especialmente na indústria de transformação (5,3%), e em menor medida nos serviços (3,4%). No setor de comércio e reparação de veículos e na construção o nível de ocupação feminina permaneceu estável. Em 2012, como resultado das movimentações setoriais segundo o sexo, a composição setorial do trabalho feminino configurou-se tal como apresentada no Gráfico C. Gráfico C - Distribuição setorial da ocupação feminina 2012 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego na (PED/RMBH). Convênio

6. Quanto às formas de inserção no mercado de trabalho, o aumento no nível ocupacional em 2012 entre as mulheres ocorreu, sobretudo, no assalariamento do setor privado com carteira assinada (7,4%), entre os homens o ritmo de crescimento dessa forma de inserção foi menos acelerado (3,5%). Destaca-se ainda que houve uma redução do nível ocupacional feminino entre aqueles que não possuem registro em carteira (3,4%). Dentre as demais modalidades de inserção ocupacional, destaca-se a redução de 1,5% no volume de mulheres autônomas, enquanto houve acréscimo de 6,9% entre os homens. Houve redução de 3,8% entre as mulheres empregadoras, inferior à redução de homens empregadores, que foi de 13,4%. Nos serviços domésticos, reduto feminino por excelência, houve estabilidade no nível ocupacional. 5

Frágil inserção feminina conduz a vulnerabilidade salarial e à desigualdade de rendimentos 6 7. Em 2012, o rendimento médio mensal real diminuiu 2,5%, ao passar de R$1.497, em 2011, para os atuais R$1.460. O valor auferido pelas mulheres passou de R$1.251, para R$1.209 (redução de 3,4%); enquanto o dos homens passou de R$1.710 para R$1.687 (redução de 1,3%) Tabela B. Logo, a desigualdade de rendimentos entre os sexos apresentou crescimento no último ano. Considerar as diferenças de jornadas entre homens e mulheres atenua a desigualdade nos rendimentos, mas não a elimina. Em 2011, o rendimento médio real por hora das mulheres correspondia a 80,9% do rendimento masculino. Já em 2012, essa proporção diminuiu para 79,2% (Gráfico D). Tabela B - Rendimento médio mensal real, jornada semanal média e rendimento médio por hora (1) dos ocupados (2) no trabalho principal segundo setor de atividade e sexo 2012 (em Reais de novembro de 2012) Rendimento médio por Rendimento médio real Jornada semanal média (3) Setor de Atividade hora trabalhada (3) Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total de Ocupados 1.460 1.687 1.209 40 42 38 8,53 9,38 7,43 Indústria de transformação 1.447 1.616 1.131 41 42 39 8,25 8,99 6,78 Construção 1.447 1.430 1.688 41 41 38 8,25 8,15 10,38 Comércio e reparação de veículos 1.277 1.448 1.052 43 44 42 6,94 7,69 5,85 Serviços 1.506 1.893 1.243 38 41 37 9,26 10,79 7,85 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego na (PED/RMBH). Convênio (1) Inflator utilizado: IPCA/BH/IPEAD. (2) Exclusive os assalariados e os empregados domésticos mensalistas que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração salarial e os empregados que receberam exclusivamente em espécie ou benefício. (3) Exclusive os ocupados que não trabalharam na semana.

% Rendimento masculino 7 Gráfico D - Proporção do rendimento médio real (1) por hora no trabalho principal das mulheres em relação ao dos homens (2) por setor de atividade 2010-2011 (em Reais de Novembro de 2011) 143,4 127,4 80,9 79,2 77,3 75,4 72,9 76,1 73,9 72,8 Total de Ocupados Indústria de transformação Construção Comércio e reparação de veículos Serviços 2011 2012 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego na (PED/RMBH). Convênio (1) Inflator utilizado: IPCA/BH/IPEAD. (2) Total de ocupados. Exclusive os assalariados e os empregados domésticos mensalistas que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração salarial e os empregados que receberam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que não trabalharam na semana. 8. Em termos setoriais, destaca-se que o rendimento médio mensal real das mulheres é o de menor valor dentre os setores de atividade, exceto na construção, onde as mulheres auferiram em 2012, em média 118,0% do valor do rendimento masculino. Setorialmente, a maior desigualdade de rendimentos é observada nos serviços, onde o rendimento médio real mensal das mulheres correspondia, em 2012, a 65,7% do rendimento dos homens. Por outro lado, no comércio e reparação de veículos observa-se a menor diferença na remuneração entre os sexos (72,7%), mas esse é o setor que apresenta a menor remuneração média. A jornada de trabalho das mulheres foi menor que a dos homens para todos os setores analisados, com destaque para a menor jornada feminina no setor Serviços. Considerando as distribuições de rendimento e jornada, a Construção Civil mantem seu padrão diferenciado e o setor de serviços apresenta o maior hiato no rendimento por hora trabalhada segundo sexo. O rendimento por hora trabalhada das mulheres neste setor correspondia a 72,8% do rendimento dos homens. 9. Outra forma de observar as desigualdades na distribuição de rendimentos segundo sexo é por meio da posição na ocupação. Em 2012, entre os assalariados, o rendimento médio real mensal das mulheres correspondeu a 80,1% do rendimento dos homens; entre autônomos, 61,7%; e entre os empregadores, 80,6% (Tabela C). A

desigualdade de rendimentos no setor assalariado privado foi maior entre os empregados com carteira assinada, comparativamente aos sem carteira. A jornada de trabalho foi menor para as mulheres em todas as posições de ocupação. Ao considerar as diferentes jornadas, a desigualdade de rendimentos entre os sexos, de modo geral, arrefeceu-se, mantendo as diferenças observadas no rendimento médio real mensal das distintas formas de inserção. A posição de empregados domésticos, tipicamente feminina, apresentou o menor valor de rendimento médio real dentre as formas de inserção no mercado de trabalho em 2012. Destaque para as diaristas, que auferiram apenas 44,8% do rendimento médio recebido pelo total de ocupados da RMBH. 8 Tabela C - Rendimento médio mensal real, jornada semanal média e rendimento médio por hora (1) dos ocupados (2) no trabalho principal segundo posição na ocupação e sexo 2012 (em Reais de Novembro de 2012) Posição na Ocupação Rendimento médio real Jornada semanal média (5) Rendimento médio por hora trabalhada (5) Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Rendimento /mês Proporção do Rendimento das Mulheres (6) Rendimento /hora Total de Ocupados 1.460 1.687 1.209 40 42 38 8,53 9,38 7,43 71,7 79,2 Assalariados Total (3) 1431 1574 1260 40 42 38 8,36 8,76 7,75 80,1 88,5 Assalariados do Setor Privado 1294 1446 1086 41 42 38 7,37 8,04 6,68 75,1 83,0 Com Carteira Assinada 1329 1485 1115 42 43 41 7,39 8,07 6,35 75,1 78,7 Sem Carteira Assinada 962 1073 816 37 39 35 6,07 6,43 5,45 76,0 84,7 Assalariados do Setor Público 2086 2461 1839 36 38 35 13,54 15,13 12,28 74,7 81,1 Autônomos 1428 1653 1020 41 44 36 8,14 8,78 6,62 61,7 75,4 Autônomos que Trabalham p/ Público 1363 1562 997 41 44 36 7,77 8,29 6,47 63,8 78,0 Autônomos que Trabalham p/ Empresa 1785 2178 1140 40 42 35 10,43 12,12 7,61 52,3 62,8 Empregadores 3457 3682 2969 47 48 45 17,19 17,92 15,42 80,6 86,0 Empregados Domésticos 765 (7) 749 38 (7) 37 4,70 (7) 4,73 - - Mensalistas 814 (7) 794 42 42,0 42 4,53 (7) 4,42 - - Diaristas 654 (7) 654 26 32,0 26 5,88 (7) 5,88 - - Demais (4) 3.350 (7) (7) (7) (7) (7) 20,60 (7) (7) - - Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego na (PED/RMBH). Convênio (1) Inflator utilizado: IPCA/BH/IPEAD. (2) Exclusive os assalariados e os empregados domésticos mensalistas que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração salarial e os empregados que receberam exclusivamente em espécie ou benefício. (3) Inclusive aqueles que não informaram o segmento em que trabalham. (4) Inclui profissionais universitários autônomos, donos de negócio familiar, etc. (5) Exclusive os ocupados que não trabalharam na semana. (6) Rendimento Médio Real dos Homens = 100 (7) A amostra não comporta desagregação para a categoria. Metodologia Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Seade Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos DIEESE Convênio Regional Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego SETE-MG Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão SEPLAG Fundação João Pinheiro FJP Apoio Ministério do Trabalho e Emprego - MTE/ Fundo do Amparo ao Trabalhador FAT