PROJETO DE RELATÓRIO

Documentos relacionados
PT Unida na diversidade PT A8-0234/6. Alteração. Bodil Valero em nome do Grupo Verts/ALE

11246/16 hs/mjb 1 DGC 1

PT Unida na diversidade PT A8-0234/17. Alteração

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0026/1. Alteração. Louis Aliot em nome do Grupo ENF

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

A8-0048/160. Sophie Montel, Jörg Meuthen, Mireille D Ornano, Florian Philippot em nome do Grupo EFDD

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

PT Unida na diversidade PT B8-0441/3. Alteração. Igor Šoltes em nome do Grupo Verts/ALE

PARLAMENTO EUROPEU TEXTOS APROVADOS

Orientação sexual e identidade de género no Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas

B8-0434/2017 } B8-0435/2017 } B8-0450/2017 } RC1/Am. 70

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Proposta conjunta de DECISÃO DO CONSELHO

PT Unida na diversidade PT A8-0328/1. Alteração. Eleonora Evi, Laura Agea, Rosa D Amato em nome do Grupo EFDD

6058/16 ll/jc 1 DG C 1

PT Unida na diversidade PT A8-0023/1. Alteração. Igor Šoltes em nome do Grupo Verts/ALE

6767/17 cfs/jv 1 DGC 2A

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões da Presidência do Conselho Europeu Extraordinário de Bruxelas (1 de Setembro de 2008).

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0328/6. Alteração. Igor Šoltes em nome do Grupo Verts/ALE

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

TEXTOS APROVADOS. Situação no Egito, em particular o caso de Giulio Regeni

11245/16 jnt/jc 1 DGC 1

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

14098/15 arg/mjb 1 DG C 1

PT Unida na diversidade PT B8-0455/31. Alteração

PT Unida na diversidade PT A8-0058/1. Alteração. Sabine Lösing, Tania González Peñas em nome do Grupo GUE/NGL

PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0135/46. Alteração. Inés Ayala Sender, Bogusław Liberadzki em nome do Grupo S&D

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE SEGUNDO RELATÓRIO

Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões adotadas pelo Conselho Europeu na reunião em epígrafe.

PT Unida na diversidade PT B8-0442/19. Alteração

15587/17 fmm/mjb 1 PT

PROJETO DE RELATÓRIO

Declaração dos membros do Conselho Europeu, reunidos em Malta, sobre os aspetos externos da migração: a questão da rota do Mediterrâneo Central

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

Medidas da UE e dos Estados-Membros para fazer face ao fluxo de refugiados em consequência do conflito na Síria

P7_TA(2011)0155 Utilização da violência sexual em conflitos no Norte de África e no Médio Oriente

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0062/17. Alteração

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0247/6. Alteração. Marco Zanni, André Elissen, Stanisław Żółtek em nome do Grupo ENF

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Resolução do Parlamento Europeu sobre a preparação do Conselho Europeu de 10 e 11 de Dezembro de 1999, em Helsínquia

União Europeia Bruxelas, 9 de dezembro de 2016 (OR. en)

PT Unida na diversidade PT A8-0224/11. Alteração. Ernest Maragall em nome do Grupo Verts/ALE

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE RELATÓRIO

PT Unida na diversidade PT B8-0455/12. Alteração

PT Unida na diversidade PT B8-0440/2. Alteração. Tamás Meszerics em nome do Grupo Verts/ALE

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento JOIN(2016) 26 final.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

7048/17 fmm/jv 1 DGC 2A

B8-0832/2015 } B8-0834/2015 } B8-0837/2015 } B8-0842/2015 } RC1/Alt. 4/rev.

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

B8-0434/2017 } B8-0435/2017 } B8-0450/2017 } RC1/Am. 50

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, as conclusões do Conselho sobre o Irão adotadas pelo Conselho em 4 de fevereiro de 2019.

PT Unida na diversidade PT A8-0392/11. Alteração. Harald Vilimsky, Mario Borghezio em nome do Grupo ENF

14894/16 jp/jm/jc 1 DGD 1C

PT Unida na diversidade PT A8-0172/8. Alteração. Marco Zanni, André Elissen em nome do Grupo ENF

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

TEXTOS APROVADOS. Quitação 2014: Empresa Comum Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores 2 (IMI)

B8-0434/2017 } B8-0435/2017 } B8-0450/2017 } RC1/Am. 31

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

6815/16 ll/ip 1 DG C 1

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

15633/17 mpm/jc 1 DG C 1

15615/17 arg/ml 1 DGD 1C

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0317/1. Alteração. Ioan Mircea Paşcu em nome do Grupo S&D

PT Unida na diversidade PT A8-0023/8. Alteração

Proposta conjunta de DECISÃO DO CONSELHO

A8-0299/59

Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões adotadas pelo Conselho Europeu na reunião em epígrafe.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

sobre o papel do Ministério Público fora do sistema de justiça penal

PT Unida na diversidade PT A8-0123/3. Alteração

PT Unida na diversidade PT A8-0369/21. Alteração

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão dos Assuntos Externos 2016/2308(INI) 18.4.2017 PROJETO DE RELATÓRIO sobre o relatório de 2016 da Comissão relativo à Turquia (2016/2308(INI)) Comissão dos Assuntos Externos Relatora: Kati Piri PR\1120483.docx PE601.216v01-00 Unida na diversidade

PR_INI ÍNDICE Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU...3 PE601.216v01-00 2/9 PR\1120483.docx

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre o relatório de 2016 da Comissão relativo à Turquia (2016/2308(INI)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta as suas anteriores resoluções, em particular a de 24 de novembro de 2016 sobre as relações UE-Turquia 1 e a de 27 de outubro de 2016 sobre a situação dos jornalistas na Turquia 2, Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 9 de novembro de 2016, ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões sobre a política de alargamento da UE (COM(2016)0715) e o Relatório de 2016 relativo à Turquia (SWD(2016)0366), Tendo em conta as conclusões da Presidência de 13 de dezembro de 2016, bem como as anteriores conclusões do Conselho e do Conselho Europeu pertinentes na matéria; Tendo em conta o Quadro de Negociações com a Turquia, adotado em 3 de outubro de 2005, Tendo em conta a Decisão 2008/157/CE do Conselho, de 18 de fevereiro de 2008, relativa aos princípios, prioridades e condições previstos na Parceria de Adesão com a República da Turquia (a «Parceria de Adesão») 3, bem como as anteriores decisões do Conselho, de 2001, 2003 e 2006, sobre a Parceria de Adesão, Tendo em conta a declaração conjunta emitida no seguimento da Cimeira UE-Turquia de 29 de novembro de 2015, e o Plano de Ação UE-Turquia, Tendo em conta a Conferência com a Turquia de 30 de junho de 2016, durante a qual foi aberto oficialmente o capítulo 33 relativo às disposições financeiras e orçamentais, Tendo em conta a declaração emitida pela Comunidade Europeia e pelos seus Estados- Membros, em 21 de setembro de 2005, nomeadamente a disposição segundo a qual o reconhecimento de todos os Estados-Membros é uma componente necessária do processo de negociações, e a necessidade de a Turquia aplicar plenamente o Protocolo Adicional do Acordo de Ancara, eliminando todos os obstáculos à livre circulação de mercadorias sem preconceitos nem discriminação; Tendo em conta a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, Tendo em conta o artigo 46.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH), que estabelece que as partes contratantes se obrigam a respeitar as sentenças definitivas do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) nos litígios em que forem partes, Tendo em conta os pareceres da Comissão de Veneza do Conselho da Europa, em 1 Textos aprovados, P8_TA(2016)0450. 2 Textos aprovados, P8_TA(2016)0423. 3 JO L 51 de 26.2.2008, p. 4. PR\1120483.docx 3/9 PE601.216v01-00

particular os de 10 e 11 de março de 2017 sobre as alterações à Constituição que serão submetidas a referendo nacional, sobre as medidas previstas nos decretos-lei recentemente promulgados no quadro do estado de emergência relativamente à liberdade dos meios de comunicação social, bem como aos direitos e obrigações, às competências e ao modo de funcionamento dos julgados de paz em matéria de direito penal, os de 9 e 10 de dezembro de 2016, sobre os decretos-lei de emergência n. os 667-676, adotados na sequência da tentativa fracassada de golpe de Estado, levada a cabo a 15 de julho de 2016, e os de 14 e 15 de outubro de 2016, sobre a suspensão do segundo parágrafo do artigo 83.º da Constituição (inviolabilidade parlamentar), Tendo em conta a declaração do Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, de 26 de julho de 2016, sobre as medidas tomadas ao abrigo do estado de emergência na Turquia, Tendo em conta a Declaração UE-Turquia, de 18 de março de 2016, Tendo em conta a Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho, de 2 de março de 2017, relativa ao Primeiro Relatório Anual sobre o Mecanismo em favor dos Refugiados na Turquia (COM(2017)0130) e o Quinto relatório da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho Europeu e ao Conselho, de 2 de março de 2017, sobre os progressos realizados na execução da Declaração UE-Turquia (COM(2017)0204); Tendo em conta a recomendação da Comissão, de 21 de dezembro de 2016, com vista a uma decisão do Conselho que autorize a abertura de negociações com a Turquia relativamente a um acordo sobre o alargamento do âmbito de aplicação do acordo bilateral de relações comerciais preferenciais e sobre a modernização da União Aduaneira, Tendo em conta que o respeito do Estado de Direito, designadamente a separação de poderes, a democracia, a liberdade de expressão, os direitos humanos, os direitos das minorias e a liberdade de religião, a liberdade de associação e o direito de manifestação pacífica estão no cerne do processo de negociação, Tendo em conta o facto de, em novembro de 2016, o Parlamento ter solicitado à Comissão e aos Estados-Membros que dessem início a uma suspensão temporária das negociações de adesão com a Turquia atualmente em curso e de se ter comprometido a rever a sua posição logo que tenham sido levantadas as medidas desproporcionadas tomadas ao abrigo do estado de emergência na Turquia, baseando esta revisão no restabelecimento ou não do princípio do Estado de direito e dos direitos humanos em todo o país, Tendo em conta a crise na Síria, os esforços envidados com vista a um cessar-fogo e a uma solução pacífica, bem como as obrigações da Turquia no sentido de reforçar a estabilidade e promover relações de boa vizinhança mediante esforços intensos para resolver as questões bilaterais, os litígios e os conflitos pendentes com os países vizinhos em matéria de fronteiras terrestres, marítimas e de espaço aéreo, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, Tendo em conta a situação de segurança da Turquia, que se deteriorou, tanto a nível PE601.216v01-00 4/9 PR\1120483.docx

interno como externo, bem como os ataques terroristas perpetrados no país, Tendo em conta que, segundo o Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Turquia acolhe a maior população de refugiados a nível mundial, com cerca de 3 milhões de refugiados registados, provenientes da Síria, do Iraque e do Afeganistão, Tendo em conta a «declaração relativa aos resultados e conclusões preliminares» da Missão Internacional de Observação do Referendo, de 17 de abril de 2017, Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Externos (A8-0000/2017), Introdução 1. Salienta que 2016 foi um ano difícil para a população da Turquia, em resultado da guerra persistente na Síria, do elevado número de refugiados, de uma série de ataques terroristas hediondos e de uma violenta tentativa de golpe de Estado que resultou na morte de 248 pessoas; reitera a sua firme condenação da tentativa de golpe de Estado, de 15 de julho, e manifesta a sua solidariedade para com o povo da Turquia; reconhece o direito e a responsabilidade do Governo turco de agir no sentido de levar os autores deste ato a julgamento; 2. Realça, contudo, que as medidas tomadas ao abrigo do estado de emergência tiveram repercussões negativas desproporcionadas, duradouras e em grande escala sobre a proteção das liberdades fundamentais no país; condena os despedimentos coletivos de funcionários públicos, a liquidação maciça de meios de comunicação social, as detenções de jornalistas, académicos, juízes, defensores dos direitos humanos, representantes eleitos e cidadãos comuns, bem como o confisco de bens e passaportes com base nos decretos-lei relativos ao estado de emergência, sem decisões individuais nem possibilidade de recurso judicial célere; 3. Sublinha a importância estratégica da existência de boas relações entre a UE e a Turquia para ambas as partes; reconhece que tanto a Turquia como a UE passaram pelos seus próprios processos de transformação interna desde a abertura das negociações de adesão, em 2004; lamenta que, ao longo dos anos, os instrumentos de adesão não tenham sido utilizados em toda a sua extensão e que a plena integração da Turquia na UE tenha perdido apoio público em ambos os lados; continua empenhado em colaborar e manter um diálogo aberto com o Governo turco, a fim de dar resposta aos desafios comuns; recomenda ao Conselho que convide com urgência o Governo turco a participar numa cimeira para debater a crise evidente nas relações UE-Turquia com que nos deparamos; 4. Toma nota do resultado do referendo, que teve lugar em 16 de abril de 2017, realizado no quadro do estado de emergência e em circunstâncias que obstaram a uma campanha justa; apoia a realização de uma verificação independente de todas as alegações relativas a irregularidades; regista as observações da Comissão de Veneza sobre a reforma constitucional e salienta que a proposta de alterações constitucionais não respeita os princípios fundamentais da separação de poderes e de um equilíbrio de poderes PR\1120483.docx 5/9 PE601.216v01-00

adequado, nem está em conformidade com os critérios de Copenhaga; 5. Insta a Comissão e os Estados-Membros a suspenderem as negociações de adesão com a Turquia, caso o pacote constitucional seja aplicado sem alterações; Direitos humanos e liberdades fundamentais 6. Observa que as medidas tomadas na sequência da declaração de estado de emergência visaram alegados militantes ou apoiantes do movimento Gülen, dissidentes, em geral, e partidos políticos da oposição, em particular; condena com veemência a detenção de 13 deputados pertencentes ao Partido Democrático Popular (HDP), nomeadamente os seus copresidentes, bem como 90 presidentes de câmaras municipais curdos; exorta o Governo turco a levantar de imediato o estado de emergência; sublinha que a reintrodução da pena de morte violaria os compromissos internacionais assumidos pela Turquia e conduziria à suspensão imediata das negociações de adesão à UE; 7. Insta o Governo turco a oferecer a todas as pessoas que estejam sujeitas a medidas restritivas vias de recurso e fiscalização jurisdicional adequadas e eficazes, em conformidade com o Estado de direito; exorta a Turquia a rever o papel da «Comissão de Inquérito para práticas em situações de Estado de Emergência», de tal modo que se torne uma comissão sólida, independente e plenamente mandatada, capaz de dar seguimento de forma individual a todos os casos, de tratar de forma eficaz o enorme número de pedidos que receberá e de assegurar que a fiscalização jurisdicional não sofra atrasos indevidos; 8. Condena com veemência as violações da liberdade de expressão e as infrações graves à liberdade dos meios de comunicação social, nomeadamente as proibições desproporcionadas de sítios de média e de redes sociais; regista com preocupação o encerramento de cerca de 170 meios de comunicação social, incluindo a quase totalidade dos meios de comunicação social em língua curda, bem como a detenção de mais de 150 jornalistas; recorda que uma imprensa livre e pluralista é um elemento essencial de qualquer democracia e insta o Governo turco a libertar de imediato todos os jornalistas; 9. Manifesta a sua profunda preocupação com a constante deterioração da situação no Sudeste da Turquia, em especial nas zonas em que foi decretado o recolher obrigatório, onde alegadamente cerca de 2 000 pessoas foram mortas no quadro de operações de segurança e onde, de acordo com estimativas, cerca de meio milhão de pessoas terão sido deslocadas no período compreendido entre julho de 2015 e dezembro de 2016; observa que os gabinetes locais do Ministério Público têm persistentemente recusado abrir inquéritos para investigar as alegadas execuções; manifesta a convicção de que só uma solução política equitativa da questão curda pode trazer uma estabilidade sustentável e prosperidade, tanto à zona em questão como a toda a Turquia; observa que uma série de leis criaram um clima de «impunidade sistemática» relativamente às forças de segurança; lamenta a decisão do Parlamento de levantar de forma inconstitucional a imunidade a um grande número de deputados, facto que abriu caminho à detenção de políticos da oposição; 10. Manifesta a sua preocupação pelo facto de os juízes e procuradores continuarem a estar sob uma forte pressão política e de muitos terem sido despedidos ou detidos; solicita à PE601.216v01-00 6/9 PR\1120483.docx

Turquia que restabeleça e aplique todas as garantias jurídicas que visam salvaguardar o pleno respeito da independência do sistema judicial, nomeadamente através da alteração da lei relativa ao Conselho Superior da Magistratura e do Ministério Público (HSYK), a fim de reduzir a influência do executivo no Conselho; está particularmente preocupado com o facto de «o julgado de paz em matéria do direito penal» parecer ter sido transformado num instrumento de assédio, a fim de reprimir a oposição, para além de controlar as informações disponibilizadas ao grande público; 11. Insta a Turquia a proteger os direitos dos grupos mais vulneráveis e das pessoas pertencentes a minorias; lamenta que, pelo segundo ano consecutivo, as marchas da comunidade LGBTI em Ancara e Istambul tenham sido proibidas; está seriamente preocupado com a violência baseada no género, a discriminação, os discursos de ódio, os crimes de ódio contra as minorias e as violações dos direitos humanos das pessoas LGBTI; insta a Turquia a harmonizar a sua legislação nacional com a Convenção de Istambul do Conselho da Europa, que ratificou em 2014; congratula-se com a estratégia nacional e o plano de ação para a população cigana, apresentados pelo Governo, e incentiva as autoridades a abordarem os principais obstáculos à inclusão social da população de etnia cigana; Relações UE-Turquia 12. Congratula-se com o aprofundamento das relações entre a UE e a Turquia em domínios fundamentais de interesse comum, tais como o combate ao terrorismo, a migração, a energia, a economia e o comércio; considera que a cooperação entre a UE e a Turquia nestes domínios representa um investimento tanto na estabilidade como na prosperidade da Turquia e da UE; 13. Considera que o reforço das relações comerciais poderia trazer benefícios concretos para os cidadãos da Turquia e da UE, pelo que apoia a proposta da Comissão no sentido de encetar negociações sobre o aperfeiçoamento da União Aduaneira; reitera que a UE é o maior parceiro comercial da Turquia e que dois terços do investimento direto estrangeiro (IDE) na Turquia provêm dos Estados-Membros da UE; considera crucial a participação dos parceiros sociais nas negociações; insta a Comissão a incluir na União Aduaneira modernizada padrões de referência políticos no domínio dos direitos humanos e das liberdades fundamentais; 14. Salienta que a liberalização dos vistos é importante para a população turca e irá reforçar os contactos entre as pessoas; encoraja o Governo turco a cumprir os últimos critérios pendentes, nomeadamente a revisão da sua legislação relativa ao combate do terrorismo; 15. Insta a Comissão a ter em conta os mais recentes desenvolvimentos na Turquia quando proceder à revisão intercalar do Instrumento de Assistência de Pré-Adesão (IPA), em 2017, e a suspender todos os fundos de pré-adesão se a Turquia deixar de cumprir de forma satisfatória os critérios estabelecidos pela UE em Copenhaga; insta a Comissão a utilizar estes fundos para apoiar a sociedade civil turca e a investir mais em programas de intercâmbio entre as pessoas, como o Erasmus + para os estudantes; 16. Condena veementemente todos os ataques terroristas levados a cabo na Turquia, e apoia firmemente a população da Turquia na luta que travamos em conjunto contra o PR\1120483.docx 7/9 PE601.216v01-00

terrorismo; congratula-se com as estreitas relações bilaterais entre os Estados-Membros da UE e a Turquia em matéria de luta contra o terrorismo, incluindo a cooperação relativa aos «combatentes estrangeiros»; reitera a sua condenação do ressurgimento da violência por parte do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que consta da lista de organizações terroristas da UE desde 2002; convida os Estados Membros a aplicarem as leis que proíbem a utilização de sinais e símbolos das organizações constantes da referida lista; 17. Louva o empenho do Governo turco e a hospitalidade demonstrada pela população ao acolher cerca de 3 milhão de refugiados; toma nota da Declaração UE-Turquia sobre a migração, e exorta os Estados-Membros a darem início ao programa de reinstalação voluntária para os refugiados mais vulneráveis na Turquia; solicita à Comissão que assegure o investimento a longo prazo, tanto nos refugiados como nas comunidades de acolhimento na Turquia; encoraja o Governo turco a emitir autorizações de trabalho para os refugiados sírios; insta Ancara a prosseguir os seus esforços de patrulhamento no mar Egeu e a proceder à aplicação cabal dos acordos de readmissão bilaterais com a Bulgária e a Grécia; 18. Condena firmemente as recentes declarações proferidas pelo Presidente, Recep Tayyip Erdoğan, que acusou alguns dirigentes da UE de «práticas nazi» e adverte para o facto de, se continuarem a ser proferidas, este tipo de declarações injustificadas irão comprometer a credibilidade da Turquia enquanto parceiro político; regista com preocupação os relatos de alegada pressão sobre os membros da diáspora turca que vivem nos Estados-Membros, e condena a vigilância de que são alvo por parte das autoridades turcas os cidadãos com dupla nacionalidade que vivem no estrangeiro; manifesta a sua preocupação com a revogação de um grande número de passaportes, o que deixa as pessoas apátridas; 19. Sublinha que a resolução do problema de Chipre teria um efeito positivo em toda a região, embora venha, acima de tudo, beneficiar tanto os cipriotas gregos como os cipriotas turcos; felicita os dirigentes das comunidades grega e turca em Chipre pelos importantes progressos realizados nas conversações com vista a resolver esta questão; congratula-se com a troca, sem precedentes, dos mapas preferidos e com a primeira conferência internacional realizada juntamente com as potências garantes; apoia a solução baseada numa federação bizonal e bicomunitária com igualdade política, uma personalidade jurídica internacional única, uma soberania única, uma cidadania única e duas comunidades idênticas a nível político, em consonância com as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e com base no respeito dos princípios em que se funda a União; saúda a intensificação do empenho das partes na resolução do problema de Chipre; espera que a Turquia dê provas de apoiar ativamente as negociações e reitera que o empenho e contributo da Turquia para um acordo global continuam a ser fundamentais; aplaude o importante trabalho realizado pela Comissão para as Pessoas Desaparecidas (CMP) e solicita à Turquia que permita o acesso a todos os locais pertinentes e apoie o CMP, fornecendo informações provenientes dos seus arquivos militares; PE601.216v01-00 8/9 PR\1120483.docx

20. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, à Vice-Presidente da Comissão/Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e ao SEAE. PR\1120483.docx 9/9 PE601.216v01-00