FICHA TÉCNICA Título original: Chica Vampiro Max & Daisy: La Nostra Storia CHICA VAMPIRO 2016 series RCN Television, S.A. produzido por Televideo, Colômbia Todos os nomes comerciais e seus derivados, todas as personagens e seus nomes, logotipos, nomes de produtos, títulos e imagens da série de televisão e o guia de estilo visual são propriedade dos RCN Television S.A. Colômbia. Qualquer uso ou reprodução sem licença oficial é proibido por lei. Todos os direitos reservados. Licenciado por BRANDS & RIGHTS 360, Madrid, Espanha. baseado na série de tv criada por MARCELA CITTERIO Tradução Editorial Presença, Lisboa, 2017 Tradução: Filipe Guerra Revisão: Paulina Amaral/Editorial Presença Fotocomposição, impressão e acabamento: Multitipo Artes Gráficas, Lda. 1. a edição, Lisboa, fevereiro, 2017 Depósito legal n.º 420 128/17 Reservados todos os direitos para Portugal à EDITORIAL PRESENÇA Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo 2730-132 Barcarena info@presenca.pt www.presenca.pt
A nossa história
C hamo me Daisy O Brien, tenho dezasseis anos e sou uma miúda vampiro. Sei o que estão a pensar: «É fantástico, poder voar e transformar me em morcego! Poder estar acor dada toda a noite e dormir num caixão!» De certeza que a Lúcia, a minha melhor amiga, pensará assim. Mas eu passaria muito bem sem isso. Aliás, para dizer a verdade, é mesmo uma tragédia! Sim, porque, apesar de os vampiros já conviverem pa cificamente com os humanos, há algumas regras que não podem infringir, e uma delas é os vampiros e os huma nos não poderem namorar, o que para mim é um grande problema, visto que estou apaixonadíssima pelo Max, o rapaz dos meus sonhos e ele também me ama. Foram os meus pais, também vampiros, que me trans formaram: tive um acidente muito grave no dia do meu aniversário, e a alternativa seria deixarem me morrer. 4 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 4
Então, morderam me e começou uma vida nova para mim, dividida entre o mundo humano e o vampiro. Não posso censurá los: eu, no lugar deles, faria o mesmo. No entanto, a minha vida tornou se terrivelmente complicada desde aquele dia 5 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 5
Diário de Daisy F inalmente, o dia do meu aniversário! Fazer dezasseis anos é uma meta importante para uma rapariga. No meu caso, é ainda mais, porque tomei uma decisão importante. Disse o esta manhã aos meus pais, depois de eles me terem acordado, juntamente com o resto da família, levando me um bolo esplêndido. Decidi que não quero tornar me num vampiro. A minha mãe e o meu pai não gostaram muito, mas o que mais lhes importa é que eu seja feliz. É claro que, se fosse vampiro, teria muitas vantagens, mas também perderia muitas coisas e, sobretudo, perderia o Max. Tratei de explicar isto também à Lúcia, que veio visitar me esta manhã para me dar os parabéns, antes de ir para a escola: humanos e vampiros não podem namorar. E eu não posso ficar sem o Max. Então, ficarei humana. E foi precisamente quando a Lúcia estava aqui que o Max telefonou! Fingi que não me lembrava dele, para 6 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 6
me dar importância, mas a verdade é que estava mortinha por o ver. E, como se me lesse os pensamentos, convidou me para sair, hoje, depois dos ensaios para o espetáculo! Disse que tem de me falar de uma coisa importante. Será que decidiu finalmente declarar se? E se não for isso, se me estiver a iludir, porque gosto tanto dele? Oh, hoje vai ser um dia muito comprido! A Marilyn é uma autêntica bruxa! Não perde uma oportunidade para se fazer notar aos olhos do Max. Hoje, aproveitou se dos ensaios na escola. A minha audição correu bem: depois de ter cantado a minha canção, o diretor e a Pavlova, a professora de Representação, deram me os parabéns. Logo depois, subiu ao palco a Marilyn, para cantar em dueto com o Max, e foi horrível! Não, o Max não foi horrível, evidentemente. Foi fantástico. Mas a Marilyn, com a desculpa da coreografia, 7 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 7
não fazia outra coisa senão atirar se a ele. Eu já não suportava vê los juntos e fui me embora, com a Lúcia e o nosso amigo Benjamin. A Lúcia disse-me que eu fiz mal, porque no fim da canção, quando já estávamos a sair, virou se e viu o Max a procurar me com o olhar. Não sei se será verdade ou se terá dito isso só para me consolar, mas naquele momento, precisamente, o meu telemóvel tocou. Era o Max! Ligava me porque me tinha visto a sair e para me lembrar do nosso encontro perto da geladaria. Com a emoção, larguei de repente a bicicleta, que por pouco não caiu para cima dos pés da Lúcia. Oh, Max! Apaixonei me por ele no primeiro momento em que o vi, coberto de ketchup da cabeça aos pés. Sim: o nosso primeiro encontro foi antes um encontrão. Os tabuleiros da mesa da escola voaram pelos ares e caíram nos em cima da cabeça. Mas quando os nossos olhares se cruzaram, já não vimos mais ninguém a não ser nós. Foi amor à primeira vista, e ele pensa o mesmo de certeza, só que é muito tímido para o admitir. Ia a pensar nisto, enquanto pedalava a caminho da geladaria. Em poucos minutos, o céu tinha se coberto 8 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 8
de nuvens, rebentaram os primeiros trovões e começou a chover com muita força. Chovia a cântaros, mas eu sentia me tão leve, que nem me apercebia da água que me ensopava da cabeça aos pés. Cantava a canção do espetáculo e contava os segundos que me separavam do Max. Mal dobrei a esquina, lá estava ele! Dançava sob as bátegas, com o seu guarda chuva, no passeio, bonito e elegante, como um ator de outros tempos. Levantou a cabeça, sorriu me e depois foi a escuridão. A cordei várias horas depois, na cama do hospital. E já tudo tinha acontecido. Não percebi logo. A princípio, estava muito feliz por ter sobrevivido ao choque com o camião. O médico falava de «um milagre» e eu acreditei. Mas quando se foi embora, a mamã e o papá disseram me a verdade. O acidente pusera me às portas da morte e corria o risco de 9 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 9
morrer. Assim, fizeram a única coisa sensata que puderam: morderam me, e tornei me num vampiro. Depois de mo terem dito, afundei a cabeça na almofada e não disse nada. Sentia me despedaçada. Acontecera aquilo que mais temia, a coisa que menos desejava no mundo: tornara me num vampiro. Estava viva, é verdade, e praticamente indestrutível e eterna, mas teria feito, de uma vez para sempre, dezasseis anos. Ficaria uma adolescente para o resto da eternidade e para o resto da eternidade, teria de renunciar ao Max. Os vampiros não podem namorar os humanos, porque seriam constantemente tentados a mordê los. Os meus pais saíram e, pouco depois, chegou a Lúcia. Não ajudou nada a tranquilizar me: estava excitadíssima, como se lhe tivesse acontecido a ela (é a única que sabe o segredo da minha família, e é louca por vampiros), e não fazia outra coisa senão enumerar as coisas maravilhosas que eu poderia realizar dali em diante. Depois, irrompeu pelo quarto o meu irmão Vicente, que se declarou «indignado» porque era o único membro da família a manter se humano e sentia se discriminado. 10 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 10
Era inútil explicar lhe que eu não me tornara vampiro por vontade própria. O Max veio ver me no dia seguinte, estava eu a dormir. Quando me apercebi de que era ele, fingi que continuava a dormir, mas ele deu conta disso. Então, fingi que estava a acordar naquele momento. Tinha muito medo do que iria acontecer. Sabia o que ele me iria dizer e não queria que o dissesse, porque, infelizmente, só teria uma resposta a dar lhe. Tentou declarar se. Até ao dia anterior, era tudo o que eu queria ouvir. Mas já era demasiado tarde, e tive de lhe dizer que entre mim e ele não poderia haver nada, nem agora nem nunca. As minhas palavras deixaram no petrificado. Não me disse mais uma palavra, deu meia volta e saiu. Pela expressão do seu rosto, vi que lhe despedaçara o coração. Sentia me tão mal, que pensava em morrer. Ora, mas isso é que não posso, evidentemente, porque agora sou um vampiro. O Max não sabe, mas esta é a única maneira de ele se manter seguro. E se, para o proteger, tiver de o renunciar, fá lo ei. 11 Max&Daisy-ANossaHistoria-iMac4_PDF2.indd 11