COMPREENDER NOSSA FÉ
O que é Tempo Comum O que é Advento e Natal O que é Páscoa
PE. JOSÉ BORTOLINI O Que É Semana Santa
Direção editorial: Pe. Fábio Evaristo Resende Silva, C.Ss.R. Conselho editorial: Avelino Grassi Ferdinando Mancilio Marlos Aurélio Mauro Vilela Victor Hugo Lapenta Coordenação editorial: Ana Lúcia de Castro Leite Revisão: Luana Galvão Diagramação e Capa: Junior dos Santos Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bortolini, José O que é Semana Santa / José Bortolini. Aparecida: Editora Santuário, 2017. ISBN 978-85-369-0475-7 1. Jesus Cristo Paixão 2. Liturgia 3. Páscoa Meditações 4. Semana Santa 5. Semana Santa Meditações I. Título. 16-00003 CDD 263.92 Índices para catálogo sistemático: 1. Semana Santa: Cristianismo 263.92 1ª impressão Todos os direitos reservados à EDITORA SANTUÁRIO 2017 Rua Padre Claro Monteiro, 342 12570-000 Aparecida-SP Tel: 12 3104-2000 Televendas: 0800 16 00 04 www.editorasantuario.com.br vendas@editorasantuario.com.br
Sumário Introdução...9 I. Perguntas mais comuns...13 II. As leituras da Semana Santa e seus temas importantes...43 1. Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor...43 1.1. Na bênção dos ramos...43 1.2. Na missa...46 2. Segunda-feira da Semana Santa...50 3. Terça-feira da Semana Santa...51 4. Quarta-feira da Semana Santa...53 5. Quinta-feira da Semana Santa...54 6. Sexta-feira da Semana Santa...58 7. Vigília Pascal...61
8. Domingo da Páscoa e Ressurreição do Senhor...62 III. Pistas para a espiritualidade da Semana Santa...65 1. Jesus dá a vida livremente...66 2. Espiritualidade do dia que não termina...74 Primeira semana...75 Segunda semana...79 O dia que não termina...80 3. Espiritualidade do homem novo...84 IV. Personagens e seus objetivos na história da Paixão segundo João...89 Pilatos...89 Herodes Antipas...92 Sinédrio...93 Anás...94 Caifás...94 Chefes dos sacerdotes...95 Coorte...95 Judas Iscariotes...96 Simão Pedro...96 Malco, a porteira, o guarda da bofetada, os guardas...97
Os judeus...99 Barrabás...99 Os dois crucificados com Jesus...100 As três mulheres junto à cruz e o Discípulo Amado...100 O soldado que traspassa o lado de Jesus...101 José de Arimateia e Nicodemos...102
Introdução Já vai longe a época em que a Semana Santa era tempo de silêncio, participação intensa nas longas cerimônias da Igreja, moderação nos alimentos consumidos... enfim, um período no qual predominava o espírito religioso, marcado pela oração e penitência. Hoje, Semana Santa tornou-se sinônimo de feriadão, as rodovias ficam abarrotadas de carros fugindo das grandes cidades. Semana Santa passou a ser ocasião de lazer para o corpo. Acessando à internet, deparamos com inúmeras ofertas de viagens, hotéis, pousadas, tudo para o descanso. Indo ao supermercado, o que encontramos? Ovos de Páscoa de todos os tamanhos e preços, colombas pascais e outras criatividades do comércio que não deixa passar em branco uma das mais rentáveis oportunidades de lucro, às vezes a qualquer preço, mesmo que depois seja necessário desovar o estoque a preços bem mais convenientes... 9
Nas paróquias, uma minoria de esforçados voluntários, quase sempre envolvidos num estressante trabalho de preparação das celebrações, procissões etc. Na televisão, velhos filmes de cunho religioso e notícias de eventos religiosos e tradições que se aproximam mais do folclórico que do religioso. Nas famílias, várias expectativas: feriado na escola e no trabalho, viagens para os que podem viajar, estresse nas estradas, muitos acidentes, brinquedos e doces para as crianças... Papa Francisco nos pede uma Igreja em saída. O que se percebe em geral é evasão de fiéis. O desafio é a Igreja estar presente onde se refugiaram os que abandonaram a Igreja ou fizeram outras opções em vez de participar de suas celebrações. Mas não adianta ir onde o povo se refugia, camuflando coisas velhas com roupagem atraente. É preciso que o conteúdo seja novo e inovador, e não velho e maquiado de novo. E quem arrisca inovar arrisca também incomodar os que estão posicionados nas coisas antigas e aparentemente irremovíveis. Vou dar um exemplo, para que nos entendamos melhor. Na paróquia em que exerço meu ministério, moram cerca de 35 mil pessoas. Perto da Semana Santa, promovemos a celebração penitencial, à noite. Consta de preparação prévia, confissão individual que recomendamos: seja rápida com absolvição particular. Normal- 10
mente somos 5 padres que, em três longas e cansativas horas, conseguimos atender menos de uma centena de fiéis. E os outros? Por que não se apresentaram? E se fossem duzentos, trezentos ou mais, quem resistiria ao cansaço? Quem teria paciência e tempo para aguentar tanta espera? Outro exemplo: a maioria dos frequentadores das celebrações dessa semana são pessoas idosas e quase sempre de baixa resistência física. E nossas celebrações nesses dias são longas e cansativas. Nós, padres, na maioria das vezes fazemos homilias extremamente longas, pretendendo explicar tudo... Alguns ritos por exemplo a bênção do fogo novo na Vigília Pascal perderam muito do seu significado... Os desafios são muitos e grandes. Não é intenção minha apresentar soluções. Simplesmente pretendo despertar para a realidade em que vivemos. Oxalá juntos encontraremos uma solução para essas questões. Fazer pensar já é um bom começo. Este livro tem pretensões simples. Em primeiro lugar, tenta-se tirar as dúvidas e esclarecer questões, respondendo às perguntas mais comuns acerca desse tema. A seguir, percorremos as leituras da liturgia da Semana Santa, com breve comentário. Em terceiro lugar, são oferecidas pistas para a espiritualidade desses dias. Com isso, pensamos 11
ajudar aqueles que fazem retiros espirituais durante essa semana ou mesmo na Quaresma. Finalmente, tomando a narrativa da Paixão segundo João, lida na celebração da Sexta-feira Santa, analisamos rapidamente os principais personagens aí envolvidos e seus interesses ou objetivos. A morte de Jesus pode ser vista como um feixe de interesses dos personagens apresentados. No Evangelho de João, Jesus é apresentado como aquele que conhece as pessoas por dentro. Mais modestamente, este pequeno livro ajuda a desenraizar as motivações das pessoas envolvidas. 12
I Perguntas mais comuns 1. O que é a Semana Santa? É a semana mais importante para nós cristãos. Sem ela, não poderíamos chamar-nos cristãos. 2. Por que é chamada santa? Nós a chamamos Santa pelo respeito que merece, pois nela celebramos os últimos dias da vida de Jesus nesta terra, antes de sua morte. Ela se inicia no Domingo de Ramos e termina no Sábado Santo. Mas de nada adiantaria celebrá-la se não houvesse o Domingo da Ressurreição. Com esse domingo, ela forma o centro do Ano Litúrgico e da vida da Igreja. Nós, cristãos, ao longo do ano, celebramos muitas coisas. A mais importante delas é o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de nosso 13