LIÇÃO 1 PROFETA : VOZ OU VONTADE DE DEUS? Texto Bíblico: Amós 1:3; 3:7; 6:3; 7:11/Oséias 3:3-4; 13:10-11/Miqueias 1:10-16; 3:5. Objetivos para a lição: Compreender a função do profeta e sua ação ao longo da história do povo de Deus. Diferenciar voz de Deus e vontade humana. Reconhecer as peculiaridades da voz de Deus e as formas como ele se comunicava com o profeta. Recursos Materiais: Bíblica Revista Multimídia Quadro e piloto Apresentação Inicial: Recepcionar os alunos, dando-lhes as boas-vindas e preparando-os para o estudo do trimestre. Apresentar um panorama dos profetas a serem estudados ao longo do trimestre e a relevância do tema para os dias de hoje. Oração Desenvolvimento da Lição: 1 - Ler o texto Bíblico a ser estudado hoje. 2 Propor a turma um estudo de caso (fictício) em pequenos grupos. Dar a cada grupo o seguinte caso: Pastor, dizendo ser um profeta de Deus, recebe diretamente Dele a ordem para que os fiéis da igreja nos meses impares entreguem 90 % do seu sustento (salário) mensal e ficar apenas com 10% (o que costumeiramente entregam como dizimo). Segundo o profeta, aqueles que forem obedientes à ordem de Deus receberão em dobro tudo o que entregarem. Fazer o questionamento a seguir aos grupos. Pensemos na pergunta feita pelo autor da lição de hoje: PROFETA: VOZ DE DEUS OU VONTADE HUMANA? Parte introdutória da lição:
3 - A partir da introdução da lição apresentar o conceito de profeta e sua função ao longo da história do povo de Deus. (Fazer a apresentação no quadro branco) PROFETA Vem do grego prophetés, aquele que fala na frente do outro da parte de um terceiro, no caso, da divindade. 1ª Menção do termo na Bíblia: Genesis 20:7 (Referencia a Abraao) Os profetas nos dão o conhecimento da situação cultural do povo. 3 palavras são usadas para definir profeta: - VIDENTE - HOMEM DE DEUS - PROFETA 4- Apresentar os 3 elementos que faziam parte do contexto do profeta: - A VOCAÇAO DO PROFETA - A MENSAGEM - O CUMPRIMENTO DA PROFECIA * Faça faixas com folha de cartolina com os 3 elementos a serem destacados na exposição do conteúdo. A voz de Deus é o que dá o chamamento 5 Apresentar, através de slaides, textos bíblicos que exemplifiquem que a voz de Deus e sua vontade, era ouvida através dos seus profetas. 6 Mostrar algumas verdades em relação a voz de Deus e o seu chamado. - Afirmar que Deus chama; - A voz de Deus traz convicção ao coração daquele que a recebe; - Há uma diferença entre intuição e convicção. A voz de Deus difere de adivinhação 7 - Ler com a classe do trecho em que o autor diz: Numa sociedade mística em que as superstições evangélicas estão cada dia mais presentes e subsistindo por causa da fragmentação da fé, o que mais surge são pessoas, algumas até com
desequilíbrio mental, que em nome de um jargão (Deus me disse) realiza uma obra de infantilidade espiritual a serviço muito mais da descrença do que da fé Fazer os seguintes questionamentos: Que tipo de superstições evangélicas temos assistido em nossos templos evangélicos? De onde vêm essas práticas? Poderíamos dizer que houve essa deturpação do que verdadeiramente a voz de Deus queira dizer ao seu povo nesses dias? Como a igreja pode se prevenir de tais superstições? A voz de Deus e o ato cúltico 8 Faça uma análise com a classe do trecho abaixo: Porém, a mensagem profética vai além da atitude do povo em deixar os outros deuses. Só isso não era suficiente. Não bastava. Deixar de destinar o culto aos deuses não era suficiente para o relacionamento com Javé. A questão continuava: como estão adorando a Deus? A exigência não era a unicidade do culto, mas a sua sinceridade, coerência e veracidade. A raiz do culto a Javé estava viciada. Não era mais a busca para agradar a Deus e, sim, para comprá-lo Autor da lição A voz de Deus e os falsos profetas 9 Pensar junto com a classe sobre características dos falsos profetas nos tempos bíblicos e que semelhanças e/ou diferenças existem entre eles e os que se dizem profetas em nosso tempo. Para encerrar a aula: 10 Fazer um questionamento à turma para que, em duplas, pensem e respondam: Deus ainda chama profetas nos dias de hoje? Deixar que as duplas utilizem os últimos minutos da aula para discutirem sobre tal pergunta. Para ajuda-lo neste momento, utilize fragmentos do texto do Pr Isaltino que se encontra na parte dos textos complementares. Por Patrícia C. Grion Soares Educadora Cristã da PIB Venda das Pedras/ Itaboraí Psicopedagoga Clínica e Institucional patriciacgrion@gmail.com
TEXTOS COMPLEMENTARES E NÓS, COMO FICAMOS? Pr Isaltino Gomes Coelho Filho Se almejamos ser profetas, temos que compreender bem o que é um profeta. Não é um megalomaníaco, exaltando suas virtudes ou criando um fã-clube que o aplaude. Aliás, muitos dos profetas e profetisas contemporâneos não têm rebanho, mas fã-clube. É chocante e deprimente o culto à personalidade no cenário evangélico contemporâneo. Sou obrigado a concordar, in totum, com as palavras de Wiersbe: O evangelho tornou-se um alto negócio, e toda a sorte de estranhos pássaros estão empoleirados nos seus ramos. O culto da personalidade tornou-se um círculo vicioso, e estamos agora promovendo ministérios e mercadorias do mesmo que o mundo promove pasta de dentes e carros usados. O profeta não monta uma máquina publicitária para catapultar seu nome. Não trabalha com seu nome em gás néon. É um homem de Deus, a serviço de Deus, não a serviço de suas próprias idéias e sentimentos. Jeremias chorou a mensagem que pregou. Jesus chorou por Jerusalém. O profeta é escravo da Palavra e da mensagem. Subordina-se a elas. Ela o invade e domina. Segundo, precisamos de integridade pessoal. Ser voz discordante, não ser cooptado pelo sistema e ser uma voz denunciadora exigem um caráter sério. Não encontramos os profetas vivendo de maneira leviana. Nem buscando vantagens ou riquezas pessoais. É oportuno retornamos ao Didaquê, agora no capítulo 11, versículo 10: Todo profeta que ensina a verdade, se não pratica o que ensina, é falso profeta. Profetas autênticos são homens sérios, íntegros, possuídos por convicções divinas, e de vida limpa. Não têm, como se diz popularmente, rabo preso com ninguém. Não são cooptados pelo sistema nem se subordinaram ao poder público. Terceiro, precisamos entender o nosso tempo. Não se confunda profetismo com possessão espírita. O profeta é um homem em posse de suas faculdades intelectivas, consciente de si. Não é alguém possuído por uma entidade que o deixa fora de si, como se fosse um médium espírita. Ser tomado pelo Espírito de Deus não invalida a pessoalidade. Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas (1Co 14.32). Ser profeta não invalida estudar, refletir, amadurecer, crescer espiritual e teologicamente. O profeta mantém-se como pessoa e deve se esmerar para desenvolver-se como pessoa. Alguns profetas contemporâneos deixaram de ser gente. São criaturas humanas horrorosas.
Outro problema em nosso cenário, além do culto à personalidade, é o narcisismo, com uma incrível exibição de arrogância espiritual. O que há de santo homem de Deus, canal especial de Deus, homem de palavra poderosa trombeteado em programas evangélicos de rádio e televisão e revistas evangélicas é constrangedor e vergonhoso. Isto encobre as deficiências de profetas que mal conseguem articular uma sentença gramatical correta, que emitem conceitos desconexos, mas que se colocam acima do bem e do mal, imunes às críticas. Afinal, têm linha vermelha com Deus e não precisam de mais nada. São os especiais de Deus. Como gritam bem, providos que são de voz forte, diz-se deles que têm poder espiritual, que os demais, carnais, não possuem. Além de tudo, dispõem de uma máquina de comunicação, logo seu ponto de vista pessoal é o que prevalece. Quarto, precisamos ser apaixonados pelo nosso ofício. Ser profeta é uma atividade que só pode ser desempenhada de forma passional, feita com paixão, com fogo interno. O entranhas minhas, entranhas minhas de Jeremias 4.19 nos mostra um homem angustiado com o que tem que pregar, mas que prega, assim mesmo. É sua paixão. O ai de mim, se não pregar o evangelho de Paulo (1Co 9.16) deve ser também o clamor de cada um de nós, que almejamos ser profetas. Acima dos amores humanos, deve permanecer a lealdade para com a Palavra que nos vem da parte de Deus. Acima de tudo, o profeta que queira ser autenticamente bíblico, deve compreender que sua vida é para glória de Deus e não para sua glória pessoal. Se quisermos ser profetas, nossa vida deve ser vivida assim: para a glória de Deus. Fonte: http://www.isaltino.com.br/estudo/o%20profetismo%20em %20ISRAEL.pdf