JOSEVAL MARTINS VIANA FORENSE P R Á T I C A em PROCESSO TEORIA E PRÁTICA CIVIL Procuração ad judicia Substabelecimento Exceções de impedimento e suspeição do juiz Intervenção de terceiros Petição inicial com pedido de tutela de urgência Contestação, contestação com preliminar e reconvenção Ação rescisória Apelação Agravo de Instrumento Agravo Interno Embargos de Declaração Recurso Ordinário Recurso Especial Recurso Extraordinário Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário Embargos de Divergência em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário 2017
I PROCURAÇÃO AD JUDICIA 1. CONCEITO Autor e réu devem ser representados em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Quando os litigantes contratam um advogado, assinam um documento chamado de procuração ad judicia. É o instrumento do mandato judicial, utilizado por ele (outorgado) para representar seu cliente (outorgante) nas ações judiciais. A procuração ad judicia é o instrumento de mandato. Pode ser conferida por instrumento público ou por instrumento particular assinado pela parte. A procuração ad judicia por instrumento público é elaborada pelo tabelião. A procuração ad judicia por instrumento particular é aquela produzida pelo próprio advogado. É licito à parte que for advogado postular em causa própria. A ação pode ser de qualquer natureza. Não se
PRÁTICA FORENSE EM PROCESSO CIVIL Joseval Martins Viana esqueça de que, nesse caso, o advogado não assina procuração ad judicia, porque não se outorga procuração para si mesmo. Deverá, na qualificação, informar ao juiz de direito que é advogado e está atuando em causa própria. Terá ainda de declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações. Precisa também informar o juízo sobre qualquer mudança de endereço. Se o advogado não registrar essas informações, o juiz de direito mandará que supra essas omissões, no prazo de 05 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição inicial. Por fim, se o advogado não informar ao juiz sobre qualquer mudança de endereço, e as intimações dos termos e atos processuais forem enviadas ao endereço antigo, serão consideradas válidas. O advogado não poderá postular em juízo sem procuração, exceto para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente; no entanto, deverá exibir a procuração ad judicia no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. É importante salientar que o advogado deve protocolar a procuração para ratificar os atos processuais praticados sem a procuração. Se não o fizer, os atos serão ineficazes e o advogado responderá pelas despesas, perdas e danos. 20
Capítulo I PROCURAÇÃO AD JUDICIA 2. EXTENSÃO DOS PODERES CONFERIDOS PELO OUTORGANTE AO ADVOGADO De acordo com o tipo de procuração ad judicia, ela pode ser geral ou com poderes especiais. A procuração ad judicia com poder geral abrange todos os negócios do mandante. Nesse caso, segundo o art. 105 do CPC, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo. Por exemplo: distribuir a petição inicial, apresentar contestação, interpor agravo de instrumento etc. A procuração ad judicia com poderes especiais confere ao advogado a receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. Quando o advogado requerer justiça gratuita a favor de seu cliente, deverá incluir na procuração ad judicia cláusula específica para assinar declaração de hipossuficiência a favor de seu cliente. Se o cliente não for efetivamente hipossuficiente, o advogado responderá civil, criminal e administrativamente, uma vez que tem o dever de atuar com idoneidade e ética durante o andamento processual. No dia a dia forense, o advogado não precisa firmar declaração de hipossuficiência, podendo requerer a gratuidade da justiça na petição inicial, na contestação, na petição para o ingresso de terceiro no processo ou em recurso, de acordo com o art. 99 do CPC. 21
PRÁTICA FORENSE EM PROCESSO CIVIL Joseval Martins Viana A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. Deverá conter ainda o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. Convém acrescentar ainda o número do RG e do CPF/MF. Se o advogado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome da sociedade, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. Dispõe o art. 107 do CPC que o advogado tem direito a: I examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; II requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 05 (cinco) dias; III retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio. Se o prazo for comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. 22
Capítulo I PROCURAÇÃO AD JUDICIA É lícito ao advogado, quando o prazo for comum, retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) horas a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. O procurador perderá no mesmo processo o direito a fazer carga dos autos do processo se não devolvê-los tempestivamente, exceto se o prazo for prorrogado pelo juiz. Não é necessário reconhecer firma da procuração ad judicia. No entanto, se a procuração for ad judicia et extra, deverá ter firma reconhecida. Isso porque essa procuração pode ser utilizada tanto nos autos do processo como fora dele, com todos os poderes que foram conferidos ao procurador. Se a procuração ad judicia et extra for utilizada apenas nos autos do processo, então não há necessidade do reconhecimento de firma. 23
PRÁTICA FORENSE EM PROCESSO CIVIL Joseval Martins Viana 3. MODELO DA PROCURAÇÃO AD JUDICIA COM PODERES PARA O FORO EM GERAL PROCURAÇÃO AD JUDICIA - - - - 24
Capítulo I PROCURAÇÃO AD JUDICIA 4. MODELO DA PROCURAÇÃO AD JUDICIA COM PODERES PARA O FORO EM GERAL E PODERES ESPECIAIS PROCURAÇÃO AD JUDICIA - ad judicia - - - 25
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Capítulo I PROCURAÇÃO AD JUDICIA 5. MODELO DA PROCURAÇÃO AD JUDICIA ET EXTRA PROCURAÇÃO AD JUDICIA - ad judicia et extra - - 27
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