COMITÊ JUDAICO AMERICANO A BUSCA DE ISRAEL PELA PAZ



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Transcrição:

COMITÊ JUDAICO AMERICANO A BUSCA DE ISRAEL PELA PAZ

COMITÊ JUDAICO AMERICANO A BUSCA DE ISRAEL PELA PAZ

Súmario Introdução v Raízes históricas da Paz 1 Jerusalém: Cidade de Paz 2 Primeiras Tentativas do Movimento Sionista pela Paz 3 1937: A Comissão Peel 4 1947: O Plano de Partilha das Nações Unidas 5 1948: Os árabes rejeitam a paz 6 1967: A paz rejeitada 7 1979: Cedendo o Sinai pela paz 8 1993: Oslo: A esperança ilusória 9 1994: A paz com a Jordânia 10 2000: A retirada do Líbano 11 Copyright 2007 Comitê Judaico Americano All Rights Reserved January 2007 2000: Arafat rejeita a paz 12 2005: O Desengajamento na Faixa de Gaza 14 Hoje em dia: Israel procura parceiros para a paz 15 Agradecimentos 17 iii

Introdução Junto com a narrativa de violência geralmente associada ao conflito árabe-israelense, há uma narrativa de paz, muitas vezes desconsiderada. Esta narrativa está cheia de falhas e revezes, entretanto tem conseguido algum sucesso e oferece esperança para o futuro. Israel tem sempre demonstrado, tanto em palavras como em realizações, que está comprometido com a paz genuína com seus vizinhos árabes. Ocorre que anteriormente, o movimento sionista procurou parceiros árabes da mesma opinião. Mesmo sendo uma nação ferida desde seu estabelecimento em 1948, Israel tem estado ansioso para conseguir a paz e começar um novo capítulo promissor para toda a região. Obviamente a paz requer o compromisso tanto dos árabes quanto dos israelenses. Mas a história mostra que o processo de paz tem tido mais sucesso quando líderes árabes, como Anwar Sadat do Egito, e o Rei Hussein da Jordânia, deram um passo à frente e foram ao encontro do desejo de paz demonstrado por Israel. Em face de tanto sangue árabe e judeu derramado sem necessidade, é a coragem política de estadistas, mais do que qualquer outro fator, que pode por um fim ao conflito israelense-árabe. Esta publicação mostra a busca de Israel pela paz desde a ênfase da Israel bíblica pela paz, até a agenda de paz do Primeiro Ministro Ehud Olmert, em 2007. v

Raízes históricas da Paz A paz e a santidade da vida humana não são apenas valores centrais do Estado moderno de Israel; eles têm sido os valores centrais da tradição judaica por milênios. Quem é o homem ansioso pela vida, que deseja anos de boa sorte? Evite o mal e faça o bem, busque a paz e a persiga. (Salmos) Eles baterão com suas espadas em arados e suas lanças em podadeiras. Uma nação não levantará espada contra outra nação, e nem aprenderão mais sobre a guerra. (Isaías) O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitará com o cabrito. O bezerro, a besta de rapina e o animal cevado juntos, e uma criancinha os pastoreará. (Isaías) Tudo o que foi escrito na Torá, foi escrito por causa da paz. (Escrito rabínico) Quem destrói uma vida, é como se tivesse destruído o mundo inteiro, e quem preservar a vida, é como se tivesse preservado o mundo inteiro. (Talmude) 1

2 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 3 Jerusalém: Cidade de Paz No epicentro da ênfase judaica da paz está sua cidade mais sagrada, Jerusalém. Aquela que os hebreus chamam de Cidade de Deus é Jerusalém, literalmente Visão de Paz (Philo, Sonhos) Um derivativo do termo hebraico para a paz, shalom, está dentro da palavra Jerusalém. Os judeus têm ansiosamente desejado a paz em Jerusalém, em todas as épocas. Orai pela paz de Jerusalém! (Salmos 122:6) Neste espírito, sob o governo israelense, os crentes cristãos e muçulmanos têm tido acesso a seus lugares sagrados na cidade. Esta é uma despedida radical do período de quase 20 anos, entre 1948 e 1967, quando a Jordânia, que mantinha a Jerusalém Oriental, não apenas negou aos judeus qualquer acesso a seus lugares de adoração, como também desfigurou e destruiu esses mesmos lugares. Primeiras Tentativas do Movimento Sionista pela Paz Em novembro de 1917, a Grã-Bretanha, então o poder dominante no Oriente-Médio, endossou o conceito de um estado judaico na Declaração de Balfour. E em 1922, esta visão obteve ampla aprovação internacional, através da Liga das Nações. O Governo de Sua Majestade vê com favor o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu, e usará seus maiores esforços para facilitar a realização desse objetivo... Extraído da Declaração de Balfour, 02/11/1917 O Movimento Sionista (Movimento de libertação nacional do povo judeu) se propôs a trabalhar com o movimento nacional árabe (então encabeçado pela família Hashemita) e com a população local para desenvolver a terra. Havia algumas vozes promissoras, incluindo o Príncipe Faisal, da família Hashemita, que chegou a um acordo com Chaim Weizmann, um líder Sionista proeminente, como também líderes árabes moderados. Mas tragicamente, eles foram todos postos de lado por aqueles árabes que defendiam a violência e o terror. O Muro das Lamentações, sagrado para os judeus, e o Domo da Rocha, sagrado para os muçulmanos Chaim Weizman, em trajes árabes para mostrar solidariedade, com o Príncipe Faisal, em 1918 Em um dos muitos ataques, em agosto de 1929, saqueadores árabes, incitados pelo Mufá de Jerusalém, Haj Amin Al- Husseini, mataram mais de setenta homens, mulheres e crianças inocentes, na cidade de Hebron. Com a notável exceção de algumas famílias árabes que esconderam seus vizinhos judeus, árabes de Hebron e aldeias circunvizinhas, saquearam, violaram, castraram e assassinaram inocentes.

4 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 5 1937: A Comissão Peel Em 1937, a Comissão Britânica Peel pediu dois estados para a Palestina, um árabe e outro judaico. A liderança judaica aceitou o plano, apesar do fato de a Comissão ter alocado apenas 20% da terra para o estado judaico proposto. Nós estamos tendo a oportunidade que nunca poderíamos sonhar nem em nossos sonhos mais fantásticos. Isto é mais do que um estado, um governo, e soberania isto é a consolidação nacional em uma terra natal livre. David Ben Gurion, Chefe da Agência Judaica, posteriormente o primeiro Primeiro Ministro de Israel, 1937 Enquanto isso, os árabes radicais alguns aliados da Alemanha nazista e depois apoiando o Holocausto se recusaram a dividir a terra. Os moderados foram assassinados ou intimidados. Nós lutaremos. Nós lutaremos contra a divisão do país e contra a imigração judaica. Não há nenhuma concessão. Awni Abd al-hadi, Secretário Geral do Comitê Superior Árabe, o órgão oficial dos árabes palestinos 1947: O Plano de Partilha das Nações Unidas Em novembro de 1947, a Assembléia Geral das Nações Unidas, presidida pelo estadista brasileiro Osvaldo Aranha, votou um endosso de um plano de partilha que garantia aos Estados Judaico e Árabe partes aproximadamente iguais da Palestina. Enquanto os judeus aceitavam o plano, a delegação árabe retirou-se do saguão das Nações Unidas, declarando a resolução inválida. Na Palestina, um dia após a votação, uma onda de ataques árabes deixou sete judeus mortos e muitos outros feridos. Os Consulados da Polônia e da Suécia, cujos governos votaram a favor da divisão, também foram atacados. Bombas foram jogadas em bares, coquetéis molotov foram lançados contra lojas, e uma sinagoga foi incendiada. Houve uma escalada de violência gerada por disparos de tiros, apedrejamentos e tumultos, e no início de 1948, havia um estado de guerra em toda a Palestina, com muitas cidades e aldeias judaicas cercadas e atacadas. A divisão da Palestina proposta pela Comissão Peel, em 1937. O Estado Judaico aparece em azul, o Estado Árabe em verde A partilha da Palestina proposta pelas Nações Unidas. O Estado Judaico aparece em azul, o Estado Árabe em verde

6 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 7 1948: Os árabes rejeitam a paz Em maio de 1948, quando a Grã-Bretanha se retirou sem um acordo político no horizonte, a liderança israelense, encorajada pelo Plano de Partilha das Nações Unidas, anunciou o estabelecimento do Estado de Israel e deixou explicitamente claro que queria a paz. David Ben Gurion, o primeiro Primeiro Ministro de Israel anunciou o estabelecimento do Estado de Israel e pediu a paz entre judeus e árabes, maio de 1948 Nós fazemos um apelo em meio a ataques violentos perpetrados contra nós há meses aos habitantes árabes do Estado de Israel para manter a paz e participar da construção do Estado, na base da cidadania completa e igual e devida representação em todas as suas instituições provisórias e permanentes. Nós estendemos nossa mão a todos os estados vizinhos e seus povos, em uma oferta de paz e boa vizinhança, e apelamos a eles para estabelecer laços de cooperação e ajuda mútua com o soberano povo judeu estabelecido em sua própria terra. O Estado de Israel está preparado para fazer seu papel em um esforço comum para o avanço de todo o Oriente-Médio. Declaração de Independência de Israel, maio de 1948 No dia seguinte a Declaração cinco exércitos de países árabes invadiram o recém estabelecido Estado de Israel, prometendo sua destruição. 1967: A paz rejeitada Como resultado da Guerra dos Seis Dias, uma guerra de autodefesa pela sobrevivência de Israel, Israel ofereceu-se para trocar grandes partes de território que tinha conseguido na guerra por sua sobrevivência. Apesar das legítimas vantagens de segurança oferecidas pelos territórios obtidos, o Gabinete Israelense votou secretamente no dia 19 de junho de 1967, oferecer uma troca do Sinai e Golan por acordos de paz com o Egito e a Síria respectivamente. Estamos preparados para ser incrivelmente generosos na execução dos termos de paz. Ministro das Relações Exteriores Abba Eban, junho de 1967 Tudo é negociável. Abba Eban, junho de 1967 A resposta árabe para a oferta israelense veio de uma conferência em Kartum, em setembro de 1967, onde treze estados árabes emitiram os famosos três nãos : Não para a paz com Israel. Não para o reconhecimento de Israel. Não para qualquer acordo de negociação com Israel. Um mapa dos ganhos territoriais de Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967

8 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 9 1979: Cedendo o Sinai pela paz Quando o Egito decidiu em 1977 estender publicamente sua mão para a paz, Israel estava pronto, desejoso e apto. A paz foi alcançada e permanece desde então. Bastou uma proposta séria de paz do Presidente Egípcio Anwar Sadat para que, em menos de dois anos, Israel e o Egito terminassem uma luta de décadas. 1993: Oslo: A esperança ilusória Israel tinha esperança de que a paz entre os israelenses e palestinos acompanharia a assinatura do Acordo de Oslo em 1993. Mas as esperanças foram frustradas quando o terrorismo continuou persistentemente. O Acordo de Oslo foi um acordo interino que introduziu o auto-governo palestino em troca da renúncia à violência pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina), o representante oficial dos palestinos. Isto deveria ser outro gênesis. Temos que construir uma nova comunidade em nossa terra; um Oriente Médio do povo, e um Oriente Médio para as crianças. Pelo seu bem, temos que acabar com a corrida de armas, e investir nossos recursos em educação. Ministro das Relações Exteriores Shimon Peres, na assinatura do Acordo de Oslo, setembro de 1993 O Presidente Egípcio Anwar Sadat, o Presidente dos EUA Jimmy Carter, e o Primeiro Ministro de Israel Menachem Begin, se cumprimentam após a assinatura do tratado de paz entre Israel e o Egito, setembro de 1978 Israel concordou em desmontar suas bases aéreas grandes e sofisticadas no Sinai, abidicar dos direitos às reservas de petróleo descobertas na região, e abandonar a importância estratégica da região. O desejo de Israel pela paz prevaleceu sobre todas as outras considerações. Esse gesto israelense representou um momento raro na história, em que uma nação em guerra após sair vitoriosa, abandona suas realizações, duramente conquistadas, pelo interesse na paz duradoura. Primeiro Ministro israelense Yitzhak Rabin e o Presidente da OLP Yasser Arafat se cumprimentam no gramado da Casa Branca, após a assinatura do Acordo de Oslo, setembro de 1993 Yasser Arafat, Presidente do recém criado governo da Autoridade Palestina não concordou. Conhecemos apenas uma palavra Jihad! Jihad! JIhad! Jihad! Quem não gostar dessa palavra, poderá beber da água do Mar Morto ou do Mar de Gaza. Presidente da Autoridade Palestina Yasser Arafat, outubro de 1996

10 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 11 1994: A paz com a Jordânia Quando o Rei Hussein da Jordânia indicou um desejo de acordo, a paz foi obtida rapidamente com a assinatura desse acordo, em 1994. As questões principais não eram sobre uma troca de territórios, mas uma pequena disputa de fronteiras e direitos sobre a água. A paz que nasceu hoje dá a todos a esperança de que as crianças nascidas nesta data nunca verão uma guerra entre nós, e suas mães não conhecerão o sofrimento. Primeiro Ministro Israelense Yitzhak Rabin, na assinatura do Acordo de Paz entre Israel e Jordânia, outubro de 1994 2000: A retirada do Líbano Em 2000, Israel retirou-se de sua zona de segurança no sul do Líbano com a intenção de diminuir as tensões e avançar em direção aos prospectos de paz. Desde 1982, Israel mantinha uma área de segurança ao sul do Líbano, respondendo a repetidas agressões através da fronteira. O governo do Líbano considerava a presença de Israel como uma ocupação, apesar do fato do Líbano não estar disposto a estender sua soberania sobre todo o seu território ao sul e evitar ataques partindo dessa área, o que violava a Resolução No. 425 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (1978). Em maio de 2000, o Primeiro Ministro Ehud Barak autorizou a retirada unilateral das F.D.I. (Forças de Defesa de Israel) do sul do Líbano. Junto com o Presidente dos EUA Bill Clinton, o Primeiro Ministro Israelense Yitzhak Rabin e o Rei Hussein da Jordânia, se cumprimentam após a assinatura do tratado de paz entre seus dois países, outubro de 1994 Esta é uma paz com dignidade. É uma paz com comprometimento. Este é nosso presente para nossos povos e as gerações que virão. Rei Hussein da Jordânia, na assinatura do Tratado de Paz entre Israel e a Jordânia, outubro de 1994 Este (Acordo israelense-jordaniano) é a grande promessa para a paz. É a promessa de se ter a certeza de que todos aqueles que sacrificaram suas vidas, não morreram em vão; a promessa de uma tarde de Shabat não violada por disparos... Depois de todo o derramamento de sangue, e de todas as suas lágrimas, vocês estão bem mais próximos do dia em que não se ouvirão mais tiros, e todos os filhos de Abraão, filhos de Isaque, filhos de Israel viverão lado a lado em paz. Presidente Bill Clinton, dos EUA, discursando no Knesset, Parlamento Israelense, outubro de 1994 Mapa da zona de segurança ao sul do Líbano de onde Israel se retirou em maio de 2000 É o desejo de assegurar a paz e calma no Líbano e evitar a violência, que nos levou a cooperar com as Nações Unidas (retirando-nos para uma fronteira demarcada pelas Nações Unidas). Ministro das Relações Exteriores de Israel, David Levy, explicando a retirada de Israel do Líbano, maio de 2000 Estou feliz em dizer-lhes que as forças das Nações Unidas no Líbano hoje me reportaram que Israel se retirou do país, em total acordo com a Resolução No. 425 do Conselho de Segurança. Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, junho de 2000

12 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 13 2000: Arafat rejeita a paz Na reunião de cúpula de Camp David, em 2000, as esperanças israelenses foram golpeadas mais uma vez quando Yasser Arafat rejeitou uma proposta de longo alcance que teria estabelecido um estado palestino. Ehud Barak, um Primeiro Ministro Israelense esperançoso, o Presidente dos EUA, Bill Clinton, e o Presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, caminham juntos antes de Arafat rejeitar a paz Ocorreu uma grande quantidade de revisionismo pernicioso e com motivação política em relação aos eventos em Camp David. Mas é necessário apenas ouvir as palavras dos participantes dos EUA para compreender a profunda tentativa de Israel de se conseguir a paz. Eu não sou um grande homem. Eu sou um fracasso, e você me fez fracassar. Presidente Bill Clinton, quase ao término de seu mandato, conversando com o Presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, dezembro de 2000 Após Camp David, o Presidente Bill Clinton tentou uma última vez extrair com dificuldade um sim de Arafat, mas ele inclusive recusou uma proposta de dezembro que exigia uma retirada de 97% da Cisjordânia. Quantas vezes Arafat teve de nos dizer não, até que nós ouvimos não? Quantas vezes poderiam ser dadas desculpas por ele? Embaixador Dennis Ross, enviado dos EUA ao Oriente Médio, em seu livro: A paz que falta Ao invés disso, com o encorajamento de Arafat, uma onda de violência explodiu, causando a morte de milhares de pessoas. As políticas de Arafat e dos grupos terroristas foram projetadas para causar sofrimento a ambos os lados. A oferta sem precedentes do Primeiro Ministro Ehud Barak incluía o estabelecimento de um estado palestino viável em toda a Faixa de Gaza, e 91% da Cisjordânia, incluindo a soberania palestina sobre a Jerusalém árabe Oriental, e o Domo da Rocha, além de trocas territoriais adicionais. Arafat simplesmente recusou a proposta do Primeiro Ministro Barak. Além do mais, ele disse ao Presidente Clinton que os judeus não tinham nenhum vínculo com Jerusalém, nem com a terra, mas eram simplesmente ocupantes estrangeiros. O Templo de Salomão não era em Jerusalém e sim em Nablus. Presidente da Autoridade Palestina Yasser Arafat, em uma conversa privada com o Presidente Clinton, julho de 2000 Um membro da equipe de resgate israelense faz a limpeza após o ataque de um carro bomba palestino ter atingido um ônibus que passava pelo local, em Hadera, Israel, outubro de 2000

14 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 15 2005: O Desengajamento na Faixa de Gaza Sem ter um parceiro para a paz, em 2005, o Primeiro Ministro Ariel Sharon efetuou o desengajamento unilateral da Faixa de Gaza, na esperança desta ação ajudar a montar o cenário para uma futura autonomia palestina, e, mais uma vez, reduzir tensões. Uma mulher israelense segura sua filha ao sair de sua casa em um assentamento na Faixa de Gaza, agosto de 2005 Como todos os cidadãos israelenses, eu almejo a paz. Eu considero de suma importância tomar todos os passos, que permitirão o progresso em direção à resolução do conflito com os palestinos. Primeiro Ministro Ariel Sharon, descortinando o Plano de Desengajamento de Israel, dezembro de 2003 Apesar desse passo corajoso, tragicamente, nenhum movimento para avançar em direção a paz foi feito pelos palestinos nos últimos tempos. Ao contrário, Gaza se tornou um local altamente inflamável que freqüentemente explode em atos de guerra contra Israel, como também entre o Hamas e a Fatah, mortal para ambos. Hoje em dia: Israel procura parceiros para a paz Desde 1999, três Primeiros Ministros Israelenses sucessivamente expressaram seu apoio a favor de um estado palestino, e reconheceram os compromissos que a paz requer. Primeiro Ministro Ehud Barak: O Estado de Israel não deseja controlar vocês e seu futuro. Queremos boas relações de vizinhança com vocês baseados no respeito e liberdade, em ampla coordenação, em interesses compartilhados e em uma separação que permitirá a vocês e a nós mantermos identidades separadas, desenvolvimento e liberdade de escolha. Primeiro Ministro Ehud Barak, julho de 2000 A paz tem um preço alto e doloroso que temos que estar preparados para suportar. Barak, novembro de 2000 Primeiro Ministro Ariel Sharon: Gostaríamos que vocês governassem a si mesmos em seu próprio país um estado palestino democrático com coesão territorial na Judéia e Samaria e com viabilidade econômica, que conduziria às relações normais de tranqüilidade, segurança e paz com Israel. Primeiro Ministro Ariel Sharon, dezembro de 2003 Esta semana, o último soldado israelense deixou a Faixa de Gaza, e a lei militar nessa região terminou. O Estado de Israel provou que está preparado para fazer concessões dolorosas, a fim de resolver o conflito com os palestinos. Sharon, setembro de 2005 Primeiro Ministro Ehud Olmert: Na estrutura deste diálogo, e de acordo com o Mapa do Caminho, vocês poderão estabelecer um estado palestino independente e viável, com coesão territorial na Judéia e Samaria um estado com plena soberania e fronteiras definidas. Primeiro Ministro Ehud Olmert, novembro de 2006 Nossa aspiração foi, e sempre será viver em paz com nossos vizinhos, de perto e de longe. Nunca rejeitaremos uma mão estendida com toda a sinceridade, em direção à paz genuína oferecida por qualquer nação. Nós almejamos isso. Ehud Olmert, janeiro de 2007

16 A Busca de Israel pela Paz Comitê Judaico Americano 17 Ao Sr. Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestina: Nosso maior desejo foi, e é, obter a paz com vocês. Acredito que vocês também, e a maior parte de seu povo compartilha deste objetivo, e estão prontos para serem parceiros genuínos na obtenção deste objetivo. Juntos podemos transformar este pedaço de terra, tão precioso para nós e para vocês, de um foco de luta e divisão para um de paz e boa vizinhança, para as gerações futuras. Ehud Olmert, Cúpula de Sharm el-sheikh, junho de 2007 Quase sessenta anos do Estado. E meu coração está orgulhoso do que todos fizemos juntos. E do que nós unidos, estamos sonhando: viver com fé, buscar a paz, construir um mundo melhor. Presidente Shimon Peres em seu discurso de posse no Knesset, Parlamento Israelense 15 de julho de 2007 Agradecimentos Pesquisado e escrito por: Maxine Kaye Assistente sênior do Diretor Executivo Comitê Judaico Americano Ari Fridman Membro da Herança do Legado Comitê Judaico Americano Julia Levy Assistente de Pesquisa Tanner and Co. Idealizado e Supervisionado por: David A. Harris Diretor Executivo Comitê Judaico Americano Agradecimentos especiais: Roselyn Bell, Diretora de Publicações do Comitê Judaico Americano, Aaron Jacob, Diretor Associado de Assuntos Internacionais, e Eran Lerman, Diretor do Escritório de Israel do Comitê Judaico Americano Fotografias: Corbis Tradução para o português: Paul Robert Phillips Auxílio na Tradução: Heni Cukier

Outras publicações dessa série podem ser acessadas em Inglês no www.ajc.org ou contactando Dan Larson no (212) 891-1366.

American Jewish Committee The Jacob Blaustein Building 165 East 56 Street New York, NY 10022 The American Jewish Committee publishes in these areas: Hatred and Anti-Semitism Pluralism Israel American Jewish Life International Jewish Life Human Rights January 2007 www.ajc.org