Caracterização de Juntas Espessas do Aço Inoxidável Lean Duplex UNS S32304 Soldadas pelos Processos SMAW, GMAW e FCAW



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Transcrição:

Caracterização de Juntas Espessas do Aço Inoxidável Lean Duplex UNS S0 Soldadas pelos Processos SMAW, GMAW e FCAW Joint characterization of thick lean duplex stainless steel UNS S0 welded by SMAW, GMAW and FCAW Ronaldo Cardoso Junior 1, Alexandre Queiroz Bracarense, Frederico Rodrigues Campos 1 ESAB Indústria e Comércio LTDA, Centro de Processos, Contagem, Minas Gerais, Brasil, ronaldo.junior@esab.com.br Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Engenharia Mecânica / Laboratório de Simulação e Soldagem, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil Resumo Os aços inoxidáveis duplex (AID) vêm se apresentando como uma excelente alternativa para aplicações em que alta resistência à corrosão e alta resistência mecânica são requeridas. Contudo, os AID, incluindo os aços inoxidáveis lean duplex, apresentam soldabilidade inferior em relação aos aços inoxidáveis austeníticos. Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo a avaliação da soldagem multipasse de chapas mm de espessura da liga inoxidável lean duplex UNS S0, utilizando-se os processo SMAW, GMAW e FCAW e consumíveis com dois tipos de composição química, %Cr9%Ni%Mo e %Cr7%Ni, totalizando seis experimentos. Foram empregados chanfros em V com 60 e suporte cerâmico para soldagem do passe de raiz, sendo que o aporte térmico foi mantido praticamente constante em 1,6 kj.mm -1. Determinou-se os tempos de soldagem e a seqüência de passes, objetivando uma análise de produtividade, em seguida as juntas soldadas foram submetidas à END por raios-x. Foram extraídos corpos de prova para ensaios de tração, dobramento, Charpy a - 0 C, microdureza e microscopia ótica. A produtividade dos processos semi-automáticos se mostrou pelo menos 6% maior que a do processo SMAW, enquanto o processo FCAW se mostrou de 6 a 18% mais rápido que o GMAW. Foram encontradas descontinuidades consideradas aceitáveis segundo ASME B1. em alguns dos experimentos, que não influenciaram negativamente os resultados mecânicos, os quais se apresentaram acima do requerido para o metal de base e do especificado por normas de fabricação. A microestrutura da zona fundida de todos os experimentos mostrou proporção balanceada de austenita e ferrita. Palavras-chave: Duplex, Lean Duplex, Soldabilidade, Soldagem Multipasse, Propriedades Mecânicas, Microestrutura. Abstract: The duplex stainless steels (DSS s) have been placed as an excellent alternative for applications where high corrosion resistance and high mechanical strength are required. However, DSS s, including the lean duplex, present lower weldability than the austenitic stainless steels. Thus, this study aims to evaluate the multipass welding of mm plates of lean duplex stainless steel alloy UNS S0, using the process SMAW, GMAW and FCAW with consumables with two types of chemical composition, %Cr9%Ni%Mo and %Cr7%Ni. V-grooves with 60 and ceramic backing for welding the root pass were used and the heat input was maintained constant at 1.6 kj.mm -1. It was determined the time and sequence of welding passes, aiming an analysis of productivity. The welded joints were subjected to x-ray END and specimens for tensile, bending, Charpy at - 0 C and microhardness were extracted. The productivity of the semi-automatic processes proved to be at least 6% greater than the SMAW process while the process FCAW showed 6-18% faster than the GMAW. It was found discontinuities acceptable according to ASME B1. in some experiments that did not affect negatively the mechanical results, which stayed above the parent material requirement and meet fabrication standards. The weld metal microstructure has presented balanced rate of austenite and ferrite for all tests. Key-words: Duplex, Lean Duplex, Weldability, Multipass welding, Mechanical Properties, Microstructure.

1. Introdução Os aços inoxidáveis duplex (AID) podem ser definidos como aqueles que apresentam uma microestrutura mista de ferrita e austenita, na proporção de aproximadamente 50% para ambas as fases [1]. Esses materiais foram desenvolvidos há mais de 70 anos [] e tem seu uso comercial iniciado de forma extensiva na década de 70 []. Os principais elementos de liga utilizados nessa classe de materiais são cromo e níquel, porém freqüentemente são adicionados em menores proporções elementos como molibdênio, nitrogênio, cobre, silício e tungstênio []. Desta maneira, as principais vantagens desses aços em relação aos que apresentam microestrutura completamente austenítica são os maiores limites de resistência ao escoamento e à tração, bem como melhor resistência à corrosão sob tensão (SSC stress corrosion crack) [5]. Ressalta-se ainda, a boa tenacidade devido à porção de austenita presente. Entretanto, por apresentar uma solidificação iniciada como ferrita e grande tendência à formação de precipitados intermetálicos, a soldabilidade desses aços é pior que a dos austeníticos, sendo necessário um controle rígido da composição química e do ciclo térmico de soldagem. Os aços inoxidáveis lean duplex (AILD) são considerados como um tipo de AID, nos quais o níquel é parcialmente substituído por elementos formadores de austenita, como o manganês e nitrogênio, e o teor de molibdênio é reduzido. Eles apresentam como composição química típica 0- % de cromo, 1-5 % de níquel, 0,1-0, % de molibdênio e 0,10-0, % de nitrogênio [6]. O lean duplex mais comum é a liga UNS S0 que apresenta composição nominal % de cromo, % de níquel, adições de molibdênio de até 0,6 %, nitrogênio e manganês. Ele foi desenvolvido para competir com a liga austenítica AISI 16L, porém com o dobro do limite de escoamento e melhor resistência à corrosão sob tensão (SSC) [6], devido à maior proporção de ferrita. O AILD UNS S0 apresenta PRE N entre e 5, podendo, portanto, ser usado para substituir tanto o AISI 0L quanto o 16L. Dessa maneira, esse material vem sendo utilizado em tanques de estocagem na indústria de papel e celulose, pontes, estações de tratamento de água, mineração e na indústria offshore [6]. Sua soldabilidade geralmente é boa quando consumíveis com maiores teores de níquel ( over-alloyed ) são utilizados [7], entretanto para uma dada composição química do metal de base a microestrutura da zona termicamente afetada (ZTA) continua dependendo exclusivamente do ciclo térmico. Os consumíveis adequados para soldagem desse material são o EN ISO 07 N L, usualmente conhecido como 07, e o EN ISO 09 N L, cuja norma AWS o classifica como 09. Todos os processos de soldagem por fusão convencional podem ser utilizados para união desses materiais, desde que procedimentos de soldagem adequados sejam seguidos. As propriedades do metal depositado, como resistência, tenacidade e resistência à corrosão podem ser prejudicadas por um excessivo desvio no balanço de fases com relação ao metal de base [8,9]. O objetivo desse trabalho é avaliar a soldabilidade da liga de aço inoxidável lean duplex UNS S0 buscando o processo de soldagem, consumível e procedimento mais eficaz do ponto de vista de produtividade, metalúrgico e mecânico. Levando-se em consideração os aspectos práticos, chapas espessas de mm foram empregadas e unidas através de soldagem multipasse utilizando-se três processos de soldagem distintos (SMAW, GMAW e FCAW) e consumíveis de composição química do tipo %Cr9%Ni%Mo e %Cr7%Ni (sem adição de molibdênio).. Materiais e Métodos Foram soldados seis corpos de prova com 50 x 180 x mm, utilizando-se três processos de soldagem distintos (SMAW, GMAW e FCAW) e consumíveis com dois tipos de composição química, %Cr7%Ni (sem molibdênio) e %Cr9%Ni%Mo (com molibdênio), conforme Tabela 1.

Tabela 1: Processos, consumíveis e gases de proteção testados. Dados dos Consumíveis de Soldagem Diâmetro Teste Processo Tipo Especificação EM (mm) Gás de Proteção SMAW07 SMAW %Cr 7%Ni E Z 7 N L R,5 N.A. SMAW09 SMAW %Cr 9%Ni%Mo E 9 N L R,00 N.A. GMAW07 GMAW %Cr 7%Ni G 7 NL 1,00 Star Gold TM SS GMAW09 GMAW %Cr 9%Ni%Mo G 9 NL 1,00 Star Gold TM SS FCAW07 FCAW %Cr 7%Ni T 7 N L P 1,0 75%Ar + 5%CO FCAW09 FCAW %Cr 9%Ni%Mo T 9 N L P 1,0 75%Ar + 5%CO Nota: N.A.: Não se aplica; Star Gold SS: Mistura ternária 95%Ar+%CO +%N fornecida pela Praxair. O metal de base utilizado foi o UNS S0 fornecido pela Aperam South America cuja composição química e propriedades mecânicas são apresentadas na Tabela. A Tabela apresenta a composição química e propriedades mecânicas dos consumíveis de soldagem, sendo que as mesmas foram realizadas através de enchimentos, seguindo a norma ASME II Part C [10]. Todos os consumíveis foram fornecidos pela ESAB Indústria e Comércio LTDA. Tabela : Composição química, em %, e propriedades mecânicas do metal de base utilizado. C Mn Si P S Cr Ni Mo Cu N O L.R.(MPa) L.E.(MPa) A(%) 0,019 1,5 0,9 0,08 0,000,5,6 0, 0,5 0,118 0,00 670 50 8 Nota: L.R.=Limite de resistência; L.E.=Limite de escoamento; A=Alongamento. Tabela : Composição química, em %, e propriedades mecânicas dos metais de solda. Consumível C Mn Si P S Cr Ni Mo Cu N L.R.(MPa) L.E.(MPa) A(%) SMAW07 0,08 0,78 0,96 0,017 0,01,60 7,6 0,6 0,6 0,1 75 609 6 SMAW09 0,07 0,79 0,99 0,019 0,01 1,9 9,1,15 0,06 0,1 857 691 5 GMAW07 0,0 0,88 0,86 0,017 0,01,8 8,9 0,1 0,095 0,1 70 560 GMAW09 0,09 1,7 0,57 0,0 0,009 1,9 9,0,1 0,1 0,1 765 600 8 FCAW07 0,0 0,9 0,96 0,018 0,011,7 8,9 0, 0,095 0,1 77 66 FCAW09 0,0 1,06 0,91 0,0 0,01 1,66 9,,9 0,18 0,15 88 67 6 Nota: Para GMAW e FCAW foram usados os gases da Tabela 1. Enchimentos realizados segundo ASME II Part C. L.R.=Limite de resistência; L.E.=Limite de escoamento; A=Alongamento. As juntas foram preparadas com chanfro em V com ângulo 60, nariz de 1 mm e abertura de mm. Realizou-se soldagem unilateral, sendo que para todos os ensaios foram empregados suportes cerâmicos de perfil retangular com 1 mm de abertura e 1, mm de profundidade, os quais dispõem de uma fita metálica auto-adesiva de alumínio para fixação. Dessa maneira, em todos os seis ensaios realizados foram produzidas três regiões distintas na zona fundida: a raiz, o enchimento e o acabamento. Na primeira, ao contrário do procedimento normalmente utilizado para soldagem dos AID, não se utilizou gás de purga, pois se lançou mão do suporte cerâmico e soldagem manual. Entretanto, para os demais passes empregou-se o trator de soldagem ESAB Railtrac FW1000, de forma a garantir maior homogeneidade dos parâmetros, exceto para o processo SMAW em que toda a soldagem foi manual. A energia líquida de soldagem (H L ) de 1, kj.mm -1 foi escolhida com base em testes prévios, em que a zona termicamente afetada (ZTA) foi simulada através da soldagem autógena pelo processo GTAW e, em seguida, foi determinada a proporção austenita/ferrita,. Os testes prévios para determinação do aporte térmico ideal para soldagem do AILD UNS S0 não serão detalhados nesse artigo. Admitindo-se o rendimento térmico (η) dos processos SMAW, GMAW e FCAW igual a 0,8, determinou-se a energia de soldagem (H) de 1,6 kj.mm -1, a qual buscou-se seguir em todos os testes, entretanto devido a questões operacionais houveram oscilações em torno desse valor. Para os passes de raiz, ocorreram maiores discrepâncias, de forma que o soldador se limitou apenas às questões operacionais, buscando a obtenção de um perfil de cordão adequado (acabamento e penetração). Apesar disso, todos os procedimentos e passes se mantiveram dentro das

recomendações dos fabricantes dos AID, os quais indicam a energia entre 0,5 e,5 kj.mm -1 [11,1]. A Tabela apresenta os parâmetros reais e médios, dos passes de raiz e demais, respectivamente. Tabela : Parâmetros de soldagem reais para os passes de raiz e médios para os demais passes. Ensaio Passes Corrente Tensão Velocidade H Interpasse (A) (V) (cm/min) (kj/mm) ( C) SMAW07 Raiz 85 5,0 11, 1,1 N.A. Demais 15 1,1 1,8 1,70 100-150 SMAW09 Raiz 10 9,0 1,1,01 N.A. Demais 160 8,7 15,9 1,7 100-150 GMAW07 Raiz 10 9,0 1,6,69 N.A. Demais 1 9,0,1 1,60 100-150 GMAW09 Raiz 195 9,0 15,,1 N.A. Demais 1 9,0, 1,58 100-150 FCAW07 Raiz 08 9,0, 1,56 N.A. Demais 10 9,0, 1,58 100-150 FCAW09 Raiz 10 9,0, 1,57 N.A. Demais 10 9,0,9 1,59 100-150 N.A. : Não se aplica. Não foi realizado pré-aquecimento em nenhumas das situações. Durante a soldagem, a seqüência de passes e todos os tempos de arco aberto foram registrados de forma a se determinar a produtividade e compará-la em função do processo de soldagem. Após isso, todas as juntas soldadas foram submetidas ao ensaio não destrutivo de radiografia. Em seqüência, os corpos de provas para ensaios mecânicos foram retirados através de corte a frio com serra de fita. As trações retangulares e os dobramentos laterais foram extraídos transversalmente aos cordões de soldagem, com dimensões seguindo o código ASME IX [1]. Para o ensaio Charpy foram utilizados corpos de prova de 10 x 10 x 55 mm e entalhe conforme ASTM A70 [1], retirados a mm da superfície e da raiz, no centro de solda e na ZTA. A temperatura de ensaio foi de - 0 C. Para ensaio de microdureza foram utilizados corpos de provas extraídos transversalmente a junta com 10 x x 100 mm, os quais foram posteriormente lixados e polidos até a pasta de diamante de 9 μm. Foi usado o microdurometro Shimadzu com carga de kg, que representa 19,61 N, e as impressões foram realizadas ao longo da junta soldada a 1,5 mm da superfície e da raiz. Vale ressaltar que foi utilizada a norma SBM SPF90A1 [1] como critério de avaliação, sendo que a mesma tem como limite máximo 50 HV. Corpos de prova foram retirados para análise por microscopia ótica (MO), através da qual foi analisada a zona fundida. Para distinção das fases ferrita e austenita, foi empregado o ataque químico Behara II, sendo possível, portanto, através da binarização da imagem pelo programa Image J, determinar a proporção de austenita e ferrita.. Resultados e Discussão Através da Tabela 5 é possível notar que ambos os CP s soldados com eletrodos revestidos apresentaram mesmo número de passes e produtividades muito próximas, sendo que o teste SMAW09 mostrou-se cerca de 7 % mais produtivo que o SMAW07. Isso se deve a maior corrente média empregada, a qual foi possível devido ao maior diâmetro de eletrodo. Já para soldagem semi-automática, que engloba os demais processos, a produtividade se mostrou pelo menos 6 % maior que para soldagem SMAW. Quando se compara os testes GMAW07, GMAW09, FCAW07 e FCAW09 é possível observar que o aumento de produtividade foi cerca de 6 a 18 %, dependendo do arame.

Tabela 5: Dados referentes à produtividade dos testes realizados. Tempo Teste Número de Camadas Número de Passes Total de aa (min) Produtividade (m/haa) SMAW07 9 16 9,1 0,5 SMAW09 9 16 6, 0,59 GMAW07 6 1,8 0,9 GMAW09 6 1, 0,96 FCAW07 7 1 1,5 0,99 FCAW09 5 1 18,7 1,1 Nota: aa arco aberto A Figura 1 apresenta as macrografias das juntas soldadas, sendo que através da análise visual é possível observar uma solda livre de defeitos, como falta de fusão, porosidade e/ou inclusão. No caso do teste FCAW09, observou-se uma pequena descontinuidade próxima à linha de fusão (a direita da figura), porém a mesma é considerada aceitável pelo seu pequeno tamanho. Para os testes GMAW07 e GMAW09, observou-se excesso de reforço na raiz, o qual poderia ser reduzido pela utilização de um suporte cerâmico com chanfro côncavo e menor abertura (por exemplo 9 mm). Para os experimentos FCAW07 e FCAW09, foi constatado uma raiz retangular, enquanto se esperava uma raiz côncava. Isso mostra uma diferença entre a soldagem FCAW com suporte cerâmico de aços baixo carbono e AID. Os resultados dos ensaios radiográficos mostraram que as soldas apresentaram-se livres de defeitos, porém, em alguns casos, com descontinuidades, as quais foram consideradas aceitáveis segundo ASME B1. [15]. SMAW07 GMAW07 FCAW07 SMAW09 GMAW09 FCAW09 Figura 1: Macrografias das secções transversais dos testes realizados. Ataque: Behara II. A Tabela 6 apresenta os resultados de tração para cada um dos testes. De acordo com a norma ASTM A790 e EN-1016-6, o limite de resistência mínimo do AILD UNS S0 e EN16 (equivalente ao UNS S0) é de 600 MPa, enquanto o limite de escoamento mínimo é de 00 MPa. Dessa maneira, observa-se que para todas as juntas soldadas a ruptura ocorreu bem acima do limite mínimo do metal de base, mostrando que a solda não comprometeu a resistência à tração da junta, além disso, todas as rupturas ocorreram no metal de base. Isso já era esperado, visto que o metal depositado por todos os consumíveis de soldagem apresentam limites de resistência superiores ao metal de base, assim como descrito na Tabela 6.

Tabela 6: Resultados dos ensaios de resistência à tração das juntas soldadas. Limite de Teste Resistência (MPa) Local de Ruptura SMAW07 718 Metal de base SMAW09 7 Metal de base GMAW07 706 Metal de base GMAW09 77 Metal de base FCAW07 7 Metal de base FCAW09 711 Metal de base Os ensaios de dobramentos laterais apresentaram-se satisfatórios, pois não houve descontinuidades superiores a, mm, valor que representa o critério máximo de aceitação segundo ASME IX [1]. Na verdade, apenas uma das amostras do FCAW07 apresentou uma pequena indicação, como pode ser visto na Figura, que foi considerada aceitável segundo o código ASME IX [1], pois tem um tamanho não superior a 1,0 mm. SMAW07 GMAW07 FCAW07 SMAW09 GMAW09 FCAW09 Figura : Corpos de prova de dobramento após ensaio. Pequena descontinuidade indicada pela seta vermelha. Todos os resultados dos ensaios de impacto Charpy apresentaram valores de energia absorvida superiores a 7 J, valor tipicamente especificado pelos códigos ASME s, incluindo o ASME II Part C [10], mostrando que uma junta de UNS S0 soldada pelos processos SMAW, GMAW e FCAW com dois tipos de consumíveis apresentam boa tenacidade a - 0 C, tanto na zona fundida quanto na ZTA, conforme apresentado na Tabela 7. Tabela 7: Valores médios de energia absorvida, em J, no ensaio de impacto Charpy a - 0 C. Localização Teste Superfície Superfície Raiz Raiz CS ZTA CS ZTA SMAW07 5 ± 59 ± 9 6 ± 1 51 ± 5 SMAW09 1 ± 0 9 ± 1 9 ± 5 ± 6 GMAW07 1 ± 1 55 ± 7 9 ± 66 ± 9 GMAW09 86 ± 5 88 ± 0 9 ± 1 59 ± 1 FCAW07 5 ± 5 8 ± 15 6 ± 1 60 ± 5 FCAW09 56 ± 1 69 ± 9 ± 57 ± 7 Através da Tabela 7 é possível observar que o processo de soldagem por eletrodos revestidos apresentou os menores resultados, enquanto a soldagem GMAW mostrou maior tenacidade, sendo isso, devido ao maior nível de inclusões não metálicas dos processos SMAW e FCAW e menor nível do processo GMAW[16]. Em geral a ZTA apresentou maiores valores dos ensaios de impacto Charpy que a zona fundida, porém menor resultado que o aço, mostrando certa degradação da tenacidade, o que pode ser explicado pela parcial ferritização dessa região. Entretanto, tal fato pode ser mascarado devido ao entalhe abranger parte da zona fundida o que é decorrente do tipo de chanfro escolhido. A configuração ideal do chanfro seria em K ou meio V, o que geraria uma ZTA retilínea, permitindo o

Dureza (Hv) entalhe somente na zona termicamente afetada, contudo essas configurações não foram usadas nesse trabalho, pois o foco não é a avaliação da tenacidade e sim do aspecto de aplicação prática do material, em que o chanfro em V se enquadra melhor que os outros. No ensaio de microdureza não foi priorizada nenhuma fase presente, ferrita ou austenita. Ressalta-se que devido a grande massa de resultados (8 pontos por amostra, totalizando 168 pontos), os resultados individuais não foram apresentados, entretanto as médias são descritas na Figura. Todos os valores individuais encontram-se dentro do requerimento da SBM SPF90A1 [1], ou seja, são menores que 50 HV, sendo que o maior valor obtido foi de HV, o qual estava situado na ZTA da superfície da amostra GMAW07. Apesar disso, na média os valores foram inferiores a 80 HV, assim como representado na Figura. A zona fundida a mm da superfície (Superfície ZF) foi a região que apresentou maior dureza em todos os testes, exceto para o FCAW07, isso se deve ao fato da maior quantidade de elementos de liga no metal de solda, principalmente carbono, nitrogênio e cromo (conforme Tabela e Tabela ), quando comparado com o metal de base. Adicionalmente, essa região não sofreu nenhum tipo de reaquecimento, levando a crer que a maior dureza pode também ser proveniente da ausência de revenido de fases duras, bem como menor proporção de austenita. Já o metal de base próximo à raiz apresentou menor dureza, possivelmente devido ao reaquecimento provocado pelos passes subseqüentes. 00 80 60 0 0 00 180 160 10 10 100 1 5 6 1 5 6 1 5 1 6 SMAW07 SMAW09 GMAW07 GMAW09 FCAW07 FCAW09 5 6 1 5 6 1 5 6 Superfície - MB (1) Superfície - ZTA () Superfície - ZF () Raiz - MB() Raiz - ZTA (5) Raiz - ZF (6) Figura : Resultados médios de microdureza (carga de kg), por teste e por região. Através da Figura 5 é possível observar, para todos os experimentos, microestruturas mistas com proporções aproximadamente iguais das fases ferrita e austenita, sendo que não foi possível verificar diferenças significativas dessa proporção entre os experimentos (considerando-se o desvio padrão), conforme ilustrado na Figura. Entretanto, quando se analisa apenas as médias, para cada teste, observa-se maior fração de austenita para o processo GMAW, possivelmente devido ao emprego de um gás de proteção com adição de N. SMAW07 GMAW07 FCAW07 SMAW09 GMAW09 FCAW09 Figura : Micrografias da ZF dos testes realizados.

Proporção de austenita (%) Média da % Austenita na ZF 80 70 60 50 0 0 0 10 0 SMAW07 SMAW09 GMAW07 GMAW09 FCAW07 FCAW09 Média da % Austenita na ZF Figura 5: Proporção de γ em função do experimento. Valor médio da análise individual na raiz da junta, centro de espessura e superfície.. Conclusões Através desse trabalho foi possível concluir que a produtividade dos processos de soldagem, em m.h -1, em ordem crescente foi SMAW < GMAW < FCAW. O processo FCAW foi o mais produtivo entre todos os métodos de soldagem avaliados, com produtividade até 111,11% superior ao SMAW e até 18,75% maior que o GMAW. Através dos ensaios de tração, foi possível verificar que todas as rupturas ocorreram no metal de base com limite de resistência superior ao mesmo. Já nos ensaios de dobramento não foi constatado defeitos e através do ensaio de impacto Charpy obteve-se energias absorvidas sempre superiores a 7J a -0 C. Nesse caso, foi observado que o processo GMAW apresentou maiores energias que o FCAW e SMAW. Sendo assim, é possível afirmar que as juntas soldadas com os consumíveis e procedimentos descritos nesse trabalho apresentaram excelente comportamento mecânico. Através da análise microestrutural, foi possível observar que a microestrutura da ZF apresentou teores de austenita de cerca 50% e não foi possível constatar discrepâncias entre os experimentos na ZF, levando a afirmar que, em termos microestruturais, todos os consumíveis testados podem ser considerados adequados para soldagem do aço UNS S0. 5. Agradecimentos A Aperam South América pelo fornecimento do aço e suporte, a ESAB Industria e Comércio LTDA pelo fornecimento dos consumíveis e ao LRSS-UFMG pelo fornecimento da infra-estrutura para execução da soldagem e análises. 6. Referências Bibliográficas [1] ALVAREZ-ARMAS I.. Duplex Stainless Steels: Brief History and Some Recent Alloys. Recent Patents on Mechanical Engineering 008, 1, 51-57, 008. [] OLSSON J, LILJAS M. 60 years of DSS applications. In: NACE Corrosion 9 Conf, paper No. 95, Baltimore, MD, 199. [] POHL M. The Ferrite/Austenite Ratio of Duplex Stainless Steels. Zeitschrift Metallkunde. () 86, pp. 97-10. 1995. [] REBELLO J. M. A., MATTOS O. R., NUNES F. C., MATOS T. F., SALUSTIANO A. Z., SANTOS N. B., MOTA R. O. COOPETEC Fundação. Aços Duplex e Superduplex, Estado da Arte. 006. [5] ASM, American Society for Metals (1990) Metals Handbook Volume 1 Proprieties and selection: Irons, Steels and High performance alloys, ASM International, US. [6] WESTIN, E. M.. Microstruture and properties of welds in the lean duplex stainless steel LDX 101. Doctoral Thesis in Material Science. Stockholm, Sweden, 010.

[7] OLSSON C. A. The influence of nitrogen and molybdenum on passive films formed on the austenoferritic stainless steel 05 studied by AES and XPS. Corrosion Science, vol. 7, p. 67-79, 1995. [8] LILJAS, M.; QVARFORT, R. Influence of nitrogen on weldments in UNS S180. In: Duplex, stainless steels 86. Proceedings. The Hague, 1986, p. -56. [9] KUDO T., TSUGE H., MOROISHI T.. Stress Corrosion Cracking Resistance of %Cr Duplex Stainless Steel in Simulated Sour Environments. Corrosion, vol. 5. 81-88. 1989. [10] ASME II Part C. Specifications for Welding Rods Electrodes and Filler Metals. ASME, 010. [11] Pratical guideline for the fabrication of duplex stainless steels. IMOA, London, ed, 009. [1] ASME IX 010. ASME Boiler and Pressure Vessel Code, Section IX: Welding and Brazing Qualifications. American Society of Mechanical Engineering, 010. [1] ASTM A70-11a Standard Test Methods and Definitions for Mechanical Testing of Steel Products. American Society of Testing and Materials, 011. [1] SBM SPF90A1. FPSO Fabrication, Welding and Erection Specification. Switzerland, 011. [15] ASME B1.. Process Piping. ASME, American Society of Mechanical Engineering, 00. [16] JUNIOR, R. C. Avaliação da Soldagem Multipasse de Chapas Espessas do Aço Inoxidável Lean Duplex UNS S0 Soldadas Pelos Processos SMAW, GMAW e FCAW. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, 01.