Ccent.27/2008 SYNBRA / PLASTIMAR. Decisão de Não Oposição. da Autoridade da Concorrência

Documentos relacionados
AC I Ccent. 40/2008 IBERHOLDING/VITACRESS. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 48/2010 EUREST HOLDING/REILIMPA. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 17/2011 BHAP/Inalfa. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 58/2010 SÜD-CHEMIE / EXALOID. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 26/2009 SOLZAIMA / NEWCO. Decisão de Inaplicabilidade da Autoridade da Concorrência

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

CCENT. N.º 52/2008 OPWAY/RECIGROUP. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 06/2009 CLECE/SOPELME. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

AC I Ccent. 60/2008 Auto Industrial/Braz Heleno. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 29/2011 FMC / RPC. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 36/2010 Bausch & Lomb/Negócio de Mióticos Injectáveis da Novartis. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 47/2010 Grupo Soares da Costa/Energia Própria. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Sonae Investimentos / Mundo VIP

Ccent. 14/2012 CAMARGO CORRÊA / CIMPOR. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Versão Pública. Ccent n. º 45/2008 CETELEM/COFINOGA. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 16/2010 L OREAL / ESSIE COSMETICS. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Versão Pública. AC I Ccent. 34/2008 Grupo LeYa/Oficina do Livro. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent n.º 29/ RE Coatings (Riverside) / Kaul * Capol. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Versão Pública. AC I Ccent. 4/2009 CERUTIL / VISTA ALEGRE ATLANTIS. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 10/2010 Fundo Explorer II / Transportes Gonçalo. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 13/2010 ATLANSIDER/ECOMETAIS. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Decisão de Inaplicabilidade da Autoridade da Concorrência

Ccent. 57/2012 Metalsa / ISE. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 39/2015 Devro/PVI. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Nota: indicam-se entre parêntesis rectos as informações cujo conteúdo exacto haja sido considerado como confidencial.

VERSÃO PÚBLICA. DECISÃO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Processo AC I Ccent. 63/2006 SEGULAH / ISABERG I INTRODUÇÃO

Ccent. 4/2016 Cachide & Roldão / JSP. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 25/2016 VALLIS / CASTELBEL. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

VERSÃO PÚBLICA. AC I Ccent. 64/2007 Auto Partner III/A.A. Clemente da Costa e José Mário Clemente da Costa

Versão Pública DECISÃO DE NÃO OPOSIÇÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA. AC I Ccent. 56/2006 GCT / QUALIFRUTAS I INTRODUÇÃO

Versão Pública. AC I Ccent. 70/2007 RAR/COLEPCCL. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Versão Pública DECISÃO DE NÃO OPOSIÇÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA CCENT. 26/2007: VISTA / INDAS I INTRODUÇÃO

VERSÃO PÚBLICA. DECISÃO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Processo AC I 34/2007 CDC CI / Genoyer I INTRODUÇÃO

VERSÃO PÚBLICA. AC I Ccent. 65/2007 Auto Partner III/AutoGarme. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 30/2012 JFL-DMH/Chemring Marine. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Versão Pública. AC I Ccent. 3/2008 GEOTUR*PURAVIDA. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent 28/2009 Salvador Caetano Auto/Auto Partner*Auto Partner III

Ccent. 34/2013 Explorer III/Grupo Endutex. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Versão Pública. AC I Ccent.37/2008 LS CABLE / SUPERIOR ESSEX. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 34/2009 BOEHRINGER/VACINAS DE GADO BOVINO. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 6/2013 Jinsheng/Ativos OC Oerlikon. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Versão não Confidencial. Ccent.12/2008 Inter-Risco / FRISSUL

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Decisão do Conselho da Autoridade da Concorrência. PROCESSO AC-I-Ccent/41/2003-SAINT GOBAIN/GABELEX

AC I Ccent.36/2008 ZODIAC / DRIESSEN. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 66/2007. Soares da Costa / C.P.E. Decisão de Não Oposição. Da Autoridade da Concorrência

DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Ccent. 22/2004 Previdente (Socitrel) / Galycas / Emesa.

Ccent. 5/2009 REFECON ÁGUAS / ÁGUAS DE GOUVEIA. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Versão Pública DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA CCENT. 03/2007: OPCA / ALELUIA I INTRODUÇÃO

Ccent. 48/2017 Ocidental / 3Shoppings*GuimarãeShopping*MaiaShopping. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 7/2016 ICG*Acionistas Históricos / Grupo Garnica Plywood. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA CCENT. 10/2007 HUSQVARNA/GARDENA I INTRODUÇÃO

Versão Pública. DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Ccent. 43/2005 BLITZ GmbH/ DYWIDAG SYSTEMS INTERNATIONAL GmbH I INTRODUÇÃO

Versão Pública. Ccent. 39/2008 SUMA/TRIU. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 5/2010 Charon / Activos STAR. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 39/2011 TYCO/LPG. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência. [alínea b) do n.º 1 do artigo 35.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho]

Ccent. 15/2012 JOSÉ MELLO*ARCUS / BRISA. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Processo AC I CCENT. 43/2004 GRULA/COOPERTORRES/TORRENTAL I. INTRODUÇÃO

DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA. Ccent nº 20/2005- SERCOS*DESCO

Ccent. 60/2010 Verifone /Hypercom. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

DECISÃO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Ccent 10/ Nortesaga / Motortejo, Autovip, M.Tejo e Promotejo

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 32/2009 NESTLÉ WATERS DIRECT/COOL POINT. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 52/2010 IMPULSIONATIS*PAC*SILBEST/HOLQUADROS. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 43/2017 Oxycapital Mezzanine / Lingote. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 17/2017 Smartbox / Odisseias. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

AC I Ccent. 01/2009 I M / PIRITES ALENTEJANAS. Decisão de Inaplicabilidade Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 61/2010 ORICA /SEC. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 31/2017 Lone Star / Pigments. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 23/2009 Explorer II / Grupo Valor. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 51/2016 Salvador Caetano / Finlog*Ibericar. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 33/2009 AUTO-SUECO/ARRÁBIDAPEÇAS. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 8/2012 BARRAQUEIRO / MARQUES. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 57/2007 CAPIO / UNILABS. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. n.º 63/2008 Mitsubishi Rayon/Lucite. Decisão de Não Oposição Da Autoridade da Concorrência

Ccent. 14/2016 MCH*Metalcon / Brasmar. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Versão Pública. DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Ccent. 2/2006 AXA LBO III FCPR/AIXAM MEGA I INTRODUÇÃO

Versão Pública DECISÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA CCENT. 62/2006 LONZA / CAMBREX I INTRODUÇÃO

Ccent. 20/2017 OSI Systems / Negócio de deteção de explosivos da Morpho Detection. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 3/2019 Samarinda / Ensilis. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Decisão de Inaplicabilidade da Autoridade da Concorrência

Ccent. 32/2017 MEIF 5 Arena / Empark. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 26/2011 TOP ATLÂNTICO / ACTIVOS DA INTERVISA. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Ccent. 41/2017 Benefits and Increases / Groupama Seguros de Vida. Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência

Transcrição:

Ccent.27/2008 SYNBRA / PLASTIMAR Decisão de Não Oposição da Autoridade da Concorrência (alínea b) do n.º 1 do artigo 35.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho) 05/06/2008

DECISÃO DE NÃO OPOSIÇÃO DO CONSELHO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Ccent.27/2008 SYNBRA / PLASTIMAR I. INTRODUÇÃO 1. Em 16 de Abril de 2008, foi notificada à Autoridade da Concorrência (doravante AdC ), nos termos dos artigos 9.º e 31.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho (doravante Lei da Concorrência ), uma operação de concentração, que consiste na aquisição, pela empresa Synbra International, BV através de uma subsidiária portuguesa criada para o efeito, a Synbra Portugal Indústria de Matérias Plásticas, Unipessoal, Lda. (doravante Grupo Synbra ), do controlo exclusivo sobre as seguintes empresas: Plaspen Estudos e Comércio de Plástico, S.A.; Plastimar Indústria de Plástico Penichense, Lda.; Internorplaste Isolamentos e Embalagens Tecno Industriais, Lda.; Mitromar Indústria de Matérias Plásticas, Lda.; Transplas Transportes, Lda.; Siprome Sociedade Industrial de Produção Mecânica, Lda.; Plasverde Valorização de Resíduos, Lda e Plasexpandido, S.L (doravante conjuntamente Grupo Plastimar ), mediante a compra da totalidade do seu capital social. 2. A operação notificada configura uma concentração de empresas, na acepção da alínea b), do n.º 1 do artigo 8.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho, encontrando se sujeita à obrigatoriedade de notificação por estar preenchida a condição prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 9.º do mesmo diploma. II. AS PARTES 2.1 A Adquirente 3. A Synbra International, BV é uma sub holding do grupo Synbra, com sede na Holanda, que se dedica ao fabrico de Poliestireno Expansível (matéria prima), à produção e venda de produtos em Poliestireno Expansível (EPS), bem como à produção e venda de produtos em Polipropileno Expandido (EPP). 4. O Grupo Synbra encontra se activo em vários países do Norte da Europa, possuindo unidades de produção na Holanda (5), na Alemanha (3), na Dinamarca (3), em França (10) e no Reino Unido (9). 1

5. Em Portugal, a presença do Grupo Synbra [CONFIDENCIAL] tendo constituído recentemente a sociedade Synbra Portugal Indústria de Matérias Plásticas, Unipessoal, Lda.. 6. Nos termos do artigo 10º da Lei nº 18/2003, de 11 de Junho, os volumes de negócios da Notificante, nos últimos 3 anos, foram os seguintes: Quadro 1: Volume de negócios, do Grupo Synbra, em milhões de euros 2005 2006 2007 Portugal [<150] [<150] [<150] EEE [>150] [>150] [>150] Mundial [>150] [>150] [>150] Fonte: Notificante. 2.2 As Adquiridas 7. O Grupo Plastimar é um grupo empresarial com sede em Portugal, sendo constituído por 7 empresas, identificadas supra, e que se dedica ao fabrico de produtos em Poliestireno Expandido e em Polipropileno Expandido, bem como à respectiva comercialização. 8. O Grupo Plastimar possui 3 unidades de produção localizadas em Peniche, Santo Tirso e Palmela, e uma empresa, a Plasexpandido, S.L., sedeada em Espanha, cuja actividade consiste na comercialização dos produtos naquele país. 9. Nos termos do artigo 10º da Lei nº 18/2003, de 11 de Junho, os volumes de negócios das Adquiridas, nos últimos 3 anos, foram os seguintes: Quadro 2: Volume de negócios, do Grupo Plastimar, em milhões de euros 2005 2006 2007 Portugal [>2] [>2] [>2] EEE [>2] [>2] [>2] Mundial [>2] [>2] [>2] Fonte: Notificante. 2

III. NATUREZA DA OPERAÇÃO 10. Nos termos do Contrato Promessa de Compra e Venda celebrado, em 7 de Abril de 2008, o Grupo Synbra obriga se a adquirir as participações sociais representativas da totalidade do capital social das sociedades que constituem o Grupo Plastimar identificadas no ponto 1. 11. Conclui se, assim, que a operação notificada configura uma concentração, na acepção da alínea b) do n.º 1 e n.º 2 do artigo 8.º da Lei da Concorrência. 12. A operação de concentração é de tipo horizontal, atendendo a que, tanto a Notificante bem como as empresas a adquirir se encontram presentes no fabrico e venda de produtos em Poliestireno Expandido (EPS) e em Polipropileno Expandido (EPP). No entanto, não se verifica qualquer sobreposição a nível do território nacional. IV. DEFINIÇÃO DO MERCADO 4.1 Mercado do produto relevante 4.1.1 Posição da Notificante 13. A Adquirida Grupo Plastimar, como referido, desenvolve sua actividade na produção e venda de produtos em Polipropileno Expandido (EPP), bem como na produção e venda de produtos em Poliestireno Expansível (EPS). 14. A notificante segmenta os produtos EPS da seguinte forma: (i) em blocos e blocos cortados EPS para a construção civil e em (ii) produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, entendendo que, apenas estes últimos, constituem o mercado do produto relevante. 15. Com efeito, refere a notificante que os produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas têm diversas aplicações industriais e de mercado, como sejam: embalagens standard para a indústria alimentar e farmacêutica, embalagens industriais para electrodomésticos e cerâmica, bem como outros produtos para fins industriais (v.g. (v.g. enchimento para capacetes e outras peças técnicas para serem incorporadas noutros produtos) o que poderia justificar, numa perspectiva estrita da procura, uma segmentação por tipo de aplicação ou utilização. 3

16. Contudo, complementando a delimitação do mercado com a perspectiva da oferta, aqueles produtos caracterizam se por um processo tecnológico e produtivo homogéneo, sustentado em equipamento e know how similares, variando apenas os diversos moldes aplicados em função do produto pretendido, sendo que os moldes são frequentemente fornecidos pelo próprio cliente. 17. Assim, conforme aduzido pela notificante, qualquer unidade fabril, com os mesmos equipamentos e o mesmo operador, está apta a produzir qualquer produto (seja um tabuleiro para transporte e embalamento de qualquer produto alimentar, a embalagem para um frigorífico ou o enchimento de qualquer peça) com custos similares de produção. 18. Neste sentido, considera a notificante que o mercado do produto relevante é o mercado constituído pelo conjunto de produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas não se justificando uma maior segmentação, em função das diversas aplicações industriais e respectivas utilizações. 4.1.2 Posição da AdC 19. A AdC, contrariamente à notificante, entende que o mercado dos produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas não é o único mercado de produto relevante em causa na presente operação de concentração, atento o facto da adquirida também estar activa na produção e venda de blocos e blocos cortados EPS, bem como na produção e venda de produtos em Polipropileno Expandido (EPP). 20. Salienta se que, de acordo com a informação fornecida pela notificante, a produção e venda de blocos e blocos cortados EPS constitui em mercado de produto autónomo em relação aos restantes produtos EPS, na medida em que, por um lado, apresenta uma procura específica destinando se, exclusivamente, à construção civil e, por outro, do ponto de vista da oferta requerem, equipamentos específicos e distintos dos utilizados na produção dos restantes produtos EPS. 21. Por sua vez, os produtos EPP, tanto pelas suas características próprias, pelo preço, como pelo facto de se destinarem maioritariamente à indústria automóvel (onde concorrem com outros produtos) são também susceptíveis de constituir um mercado relevante autónomo. 4

22. No que diz respeito ao mercado relevante considerado pela notificante (ponto 14) e, tendo em conta as razões aduzidas, a AdC aceita a delimitação proposta considerando que não se tornam necessárias segmentações adicionais, tanto mais que a conclusão da análise jus concorrencial não seria distinta, na medida em que a Adquirente não efectua vendas destes produtos, no território nacional. 23. Em conclusão, para efeitos da presente operação de concentração, os mercados do produto relevantes a considerar são os mercados dos: (i) produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas; (ii) blocos e blocos cortados EPS; e (iii) produtos EPP. 24. No entanto, para efeitos da análise jus concorrencial referente à presente operação de concentração, esta centrar se á apenas na análise do mercado do produto relevante dos produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, dado ser o único mercado em que, segundo as estimativas de quotas apresentadas pela notificante, a mesma apresenta valores superiores a 30% 1, razão, aliás, da obrigatoriedade de notificação da presente operação de concentração, por preenchimento da condição prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei da Concorrência. 4.2. Mercado geográfico relevante 25. No que concerne a delimitação geográfica do mercado da produção e venda de produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, a notificante entende que o âmbito do mesmo corresponde à Península Ibérica, uma vez que considera existirem condições homogéneas da oferta e da procura, registando se fluxos comerciais significativos entre os dois países. 26. Segundo a notificante, o custo de transporte pode atingir [CONFIDENCIAL valor de percentagem] do valor da encomenda, o que poderá de certo modo determinar uma delimitação de áreas geográficas inferiores àquele território correspondendo a um raio de aproximadamente [<500] Km a partir das unidades produtivas. 27. Salienta se que, de acordo com a informação fornecida, os fluxos comerciais apresentados não são tão significativos, pois apenas cerca de [10 20]% das vendas, em território nacional, tiveram origem em importações, enquanto cerca de [10 20]% da produção nacional se destinou à exportação. 1 Neste sentido, apresentam se as estimativas de quotas de mercado, a nível nacional, e para o ano de 2007, apresentadas pela notificante, no que concerne aos mercados: (i) blocos e blocos cortados EPS, cerca de [10 20]% e o (ii) produtos EPP, cerca de [20 30]%. 5

28. Neste contexto, e para efeitos da presente operação de concentração, a AdC considera não se tornar necessário delimitar com precisão a dimensão geográfica do mercado, na medida em que as conclusões não seriam diversas se se adoptasse uma ou outra delimitação. Sem prejuízo, e em cumprimento do disposto na Lei da Concorrência, a análise jusconcorrencial da presente operação deverá incidir sobre os efeitos dela resultante no território nacional. 4.3. Conclusão 29. Do exposto resulta que a análise da presente operação, irá incidir sobre o mercado relevante dos produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, no território nacional. V. ESTRUTURA DO MERCADO E AVALIAÇÃO JUS CONCORRENCIAL 30. De acordo com a Notificante, o mercado da produção e venda de produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, terá correspondido, em 2007, a nível nacional, a um volume de negócios da ordem dos [CONFIDENCIAL] milhões de euros. 31. O quadro seguinte ilustra a estrutura da oferta do mercado, em Portugal, no ano de 2007: Quadro 3: Estrutura do mercado dos produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, em 2007, no território nacional Empresa Quota Grupo PLASTIMAR [50 60]% Grupo SYNBRA [0 10]% Total Ccent [50 60]% PETIBOL [20 30]% POLISUR [0 10]% TOMÉ & VAZ PINHEIRO [0 10]% ISOCOLD [0 10]% UTILBOX [0 10]% Outros [0 10]% Total 100% Fonte: Notificante 6

32. Resulta dos dados expostos que o Grupo Plastimar é, de longe, o líder de mercado sendo os seus principais concorrentes as empresas nacionais Petibol Embalagens de Plásticos S.A. e Tomé &Vaz Pinheiro Isolamentos Térmicos e Embalagens, Ldª e as empresas espanholas Polisur 2000, S.A. e Isocold, S.A.. 33. Apesar de se tratar de um mercado com um grau de concentração elevado, a estrutura do mesmo não sofrerá qualquer alteração, uma vez que a empresa adquirente nele não se encontra presente, não existindo qualquer sobreposição no mercado relevante, a nível nacional. 34. Por outro lado, não existem barreiras significativas à entrada, regulamentares, económicas ou outras. 35. Com efeito, a tecnologia apresenta se consolidada e de fácil acesso e existe um elevado número de fabricantes de matéria prima, que torna o seu abastecimento também acessível a qualquer novo entrante. 36. Acresce que, da presença da Adquirente na produção de matérias primas (Poliestireno Expansível) não é susceptível de resultarem quaisquer efeitos verticais negativos, na medida em que as suas vendas no território nacional são meramente residuais. 37. Para além disso, a comercialização dos produtos não exige circuitos comerciais e de distribuição, antes se verifica uma relação directa com os clientes, em que muitas das vezes são estes que determinam as especificidades dos produtos que adquirem. 38. Decorre, de todo o exposto, que a presente operação de concentração não é susceptível de criar ou reforçar uma posição dominante, da qual possam resultar entraves significativos à concorrência efectiva no mercado dos produtos EPS moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, no território nacional. VI. CLÁUSULA RESTRITIVA ACESSÓRIA 39. O Contrato Promessa de Compra e Venda [CONFIDENCIAL] prevê na sua Cláusula [CONFIDENCIAL natureza, objecto e âmbito da cláusula restritiva acessória]. 7

40. O conteúdo desta cláusula [CONFIDENCIAL] é por sua vez completado [CONFIDENCIAL] 2 em que [CONFIDENCIAL] : (i) [CONFIDENCIAL] 3. (ii) [CONFIDENCIAL]. 41. Nos termos do n.º 5 do artigo 12.º da Lei da Concorrência, a decisão que autoriza uma operação de concentração abrange igualmente as restrições directamente relacionadas com a realização da mesma e a ela necessárias, pelo que a referida cláusulas [CONFIDENCIAL] deverá ser apreciada à luz daquela disposição 4. 42. De acordo com a notificante, aquela cláusula deverá ser qualificada como acessória à presente operação de concentração e a ela necessária, uma vez que [CONFIDENCIAL]. 43. Face à justificação apresentada, a AdC considera que, no que concerne ao seu âmbito material, a cláusula [CONFIDENCIAL] em apreciação está directamente relacionada com a operação, sendo necessária e proporcional ao objectivo de preservação do valor do negócio a transferir. 44. Relativamente ao âmbito geográfico [CONFIDENCIAL] a nível nacional e internacional a referida cláusula só se revelará acessória à concretização da presente operação no território nacional. 45. Já no que se refere ao seu âmbito temporal, a prática decisória da Comissão Europeia 5 bem como a prática decisória nacional 6, tem sido, regra geral, no sentido de considerar 3 anos, como um período suficiente para manter o valor do negócio. 2 [CONFIDENCIAL]. 3 [CONFIDENCIAL]. 4 Coadjuvada com a Comunicação da Comissão sobre as restrições directamente relacionadas e necessárias às operações de concentração (2005/C 56/03), J.O. C 56/24, de 5.03.2005. 5 Cfr. entre outras, Decisões da Comissão relativas aos processos: COMP/M.1980 VOLVO/RENAULT, 01.09.2000; IV/M.1127 NESTLÉ/DALGETY, 2.04.1998; COMP/M.2077 CLAYTONDUBILIER &RICE/ITALTEL, 01.09.2000; COMP/M.2305 VODAFONE/EIRCELL, 2.03.2001; IV/M.448 GKN / BRAMBLES / LETO RECYCLING, de 7.6.1994. 6 Cfr. entre outras, Decisão da Autoridade da Concorrência relativa aos processos n.º 28/ 2004 CAIXA SEGUROS /NHC (BCP SEGUROS), de 30.12.2004, Ccent. 55/2006 AUTO SUECO/STAND BARATA, de 14.12.2006 e outros e Ccent 21/2006 GRUPO PESTANA /INTERVISA, de 19.06.06. 8

46. No presente caso e tendo em conta que a notificante não forneceu justificação suficiente para um período tão alargado, entende se como excessivo o âmbito temporal da cláusula) [CONFIDENCIAL duração da cláusula]. 47. Nesta medida, as cláusulas [CONFIDENCIAL] em causa constituem restrições acessórias abrangidas pela presente decisão, nos termos do n.º 5 do artigo 12.º da Lei da Concorrência, limitadas a um período temporal de 3 anos [CONFIDENCIAL]. VII. AUDIÊNCIA DE INTERESSADOS 48. Nos termos do n.º 2 do artigo 38.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho, foi dispensada a audição prévia dos autores da notificação, em sede de Audiência de Interessados, dada a ausência de terceiros contra interessados e da presente decisão ser de não oposição. VIII. CONCLUSÃO 49. Face ao exposto, o Conselho da Autoridade da Concorrência, no uso da competência que lhe é conferida pela alínea b) do n.º 1, do artigo 17.º dos Estatutos, aprovados pelo Decreto Lei n.º 10/2003, de 18 de Janeiro, decide, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 35.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho, não se opor à presente operação de concentração, uma vez que a mesma não é susceptível de criar ou reforçar uma posição dominante da qual possam resultar entraves significativos à concorrência efectiva no mercado dos produtos de Poliestireno Expandido (EPS) moldados e cortados para embalagens e peças técnicas, no território nacional. Lisboa, 5 de Junho de 2008 O Conselho da Autoridade da Concorrência, 9

Manuel Sebastião (Presidente) Jaime Andrez (Vogal) João Noronha (Vogal) 10