Ana Letícia Pires Leal Câmara PARA LYGIA BOJUNGA, a mulher que mora nos livros Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Letras da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Letras. Orientador: Prof. Renato Cordeiro Gomes Rio de Janeiro Março de 2010
Ana Letícia Pires Leal Câmara PARA LYGIA BOJUNGA, a mulher que mora nos livros Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Letras do Departamento de Letras do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Prof. Renato Cordeiro Gomes Orientador Departamento de Letras PUC-Rio Profa. Marília Rothier Cardoso Departamento de Letras PUC-Rio Profa. Vera Lucia Follain de Figueiredo Departamento de Letras PUC-Rio Profa. Rosa Maria de Carvalho Gens UFRJ Profa. Analice de Oliveira Martins UENF Prof. Paulo Fernando Carneiro de Andrade Coordenador Setorial do Centro de Teologia e Ciências Humanas PUC-Rio Rio de Janeiro, 25 de março de 2010.
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, da autora e do orientador. Ana Letícia Pires Leal Câmara Graduou-se em Comunicação Social - Jornalismo pela UFRJ, em 1996. Em 2005, defendeu sua dissertação de mestrado em Comunicação Social, na Puc-Rio Bala perdida, falas perdidas: o discurso do jornalismo impresso sobre a morte de Gabriela Prado. Publicou dois livros juvenis: Para crescer (Escrita Fina, 2010) e Meninas inventadas (Bom Texto Editora, 2006), finalista do Prêmio Jabuti 2007. Seu conto Sem minha filha foi também finalista do concurso Contos do Rio, promovido pelo jornal O Globo em 2003. Ficha Catalográfica Ana Letícia Pires Leal Câmara Para Lygia Bojunga, a mulher que mora nos livros / Ana Letícia Pires Leal Câmara ; orientador: Renato Cordeiro Gomes. 2010. 254 f. ; 30 cm Tese (Doutorado) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Letras, 2010. Inclui bibliografia CDD: 800
Para Lygia Bojunga Nunes, é claro, e para Vera Besouchet Pinheiro, para sempre.
Agradecimentos A meus pais, Sônia e Letício Câmara, in memoriam. A Cleide Wanderley, minha tia e fada madrinha. A meus tios Yone e Edgar Sperb, porto-seguro. Ao orientador Renato Cordeiro Gomes, amigo. À orientadora no exterior Maria Fernanda de Abreu, querida. Às professoras Marília Rothier Cardoso e Vera Follain de Figueiredo, que me permitiram. Aos professores Eliana Yunes e José Carlos Rodrigues, pelas aulas. À Francisca Ferreira, a afetuosa secretária do Departamento de Letras da PUC-Rio. À Universidade Nova de Lisboa, pela orientação da professora Maria Fernanda de Abreu. À Capes, pela Bolsa-Sanduíche que me proporcionou seis meses de estágio em Lisboa. À Fundação Biblioteca Nacional, pela bolsa de pesquisa concedida por seis meses. À Vice-Reitoria Acadêmica / Coordenação Central de Pós-Graduação da PUC-Rio, pela bolsa de isenção de mensalidades, durante os quatro anos do curso de doutorado.
Resumo Câmara, Ana Letícia Pires Leal; Gomes, Renato Cordeiro. Para Lygia Bojunga, a mulher que mora nos livros. Rio de Janeiro, 2010. 254p. Tese de doutorado Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Para Lygia Bojunga, a mulher que mora nos livros é um romance em forma de carta dirigida à Lygia Bojunga. A cada um de seus livros corresponde um capítulo em que se discute a construção da personagem da autora ao longo da obra. O motivo principal do trabalho é a aparente fé de Lygia no abrigo do livro, uma ficção provavelmente transmitida por Monteiro Lobato de quem foi leitora desde os sete anos de idade. É originalmente do criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo o desejo de fazer casas de livros: Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar, escreveu Lobato ao amigo Godofredo Rangel. Em Lygia Bojunga, observa-se, o desejo se intensifica até a dimensão de um delírio quixotesco: a personagem da autora se constrói como alguém que mora de fato nos livros que escreve. O conjunto dos capítulos narram, ainda, a história da escritura do presente romance. Palavras-chave Lygia Bojunga; autoficção; metanarrativa; literatura infanto-juvenil; leitura; escritura.
Abstract Câmara, Ana Letícia Pires Leal; Gomes, Renato Cordeiro (Advisor). Para Lygia Bojunga: A mulher que mora nos livros. Rio de Janeiro, 2010. 254p. Thesis Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. To Lygia Bojunga, a woman who lives in the books, is a novel in the form of a letter addressed to Lygia Bojunga. Each one of her books represents a chapter in which the construction of the author s character is discussed throughout her work. The main reason of this work is Lygia s apparent faith in the shelter of the book, a fiction probably transmitted by Monteiro Lobato. Lygia was Lobato s reader since the age of seven. It is originally from the creator of Sítio do Pica-Pau Amarelo the desire to make book houses: "I will end up making books where our children can live," wrote Lobato to his friend Godofredo Rangel. In Lygia Bojunga, this desire intensifies to the extent of a quixotic delusion: the author s character is built as someone who actually lives in the books she writes. Moreover, all the chapters tell the story of the writing of this novel. Keywords Lygia Bojunga; autofiction; metanarrative, children's literature, reading, writing.
Sumário 1 Introdução 10 2 - Os colegas 17 3 - Angélica 27 4 - A bolsa amarela 38 5 - A casa da madrinha 52 6 - Corda bamba 64 7 - O sofá estampado 75 8 Tchau 81 9 - O meu amigo pintor 96 10 - Nós três 106 11 - Livro, um encontro 114 12 - Fazendo Ana Paz 122 13 Paisagem 131 14 - Seis vezes Lucas 141 15 - O abraço 148 16 - Feito à mão 155 17 - A cama 173 18 - O Rio e eu 182 19 - Retratos de Carolina 194 20 - Aula de inglês 206 21 - Sapato de salto 211 22 - Dos vinte 1 223 23 Conclusão: Querida 238 24 - Referências bibliográficas 243
E brincar de minha casa tomou conta de mim. Lygia Bojunga, Feito à mão.