Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em lavouras de Coffea arabica L. (Rubiaceae) no Sul de Minas Gerais

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Transcrição:

FREITAS, J. de L.; PIRES, E. P.; OLIVEIRA, T. T. C. de; SANTOS, N. L. dos; SOUZA, M. M. de. Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em lavouras de Coffea arabica L. (Rubiaceae) no Sul de Minas Gerais. Revista Agrogeoambiental, Pouso Alegre, v. 7, n. 3, p. 67-77, set. 2015. Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em lavouras de Coffea arabica L. (Rubiaceae) no Sul de Minas Gerais Janaina de Laira Freitas 1 Epifânio Porfiro Pires 2 Tamires Talamonte Camila de Oliveira 3 Naiany Lupinacci dos Santos 4 Marcos Magalhães de Souza 5 Resumo As vespas sociais desempenham importante função nas comunidades, seja nos ecossistemas naturais seja nos agrícolas, realizando a polinização e/ou predação de outros organismos, principalmente de lagartas, o que revela seu potencial para o controle biológico. Objetivou-se com este trabalho inventariar a fauna de vespas sociais existentes em áreas de cultivo de café nos municípios de Inconfidentes e Ouro Fino, sul de Minas Gerais; verificar a atratividade de quatro iscas, além de avaliar a Influência de um fragmento de mata nativa sobre a riqueza e abundância das espécies. Foram capturados 3.405 indivíduos de vespas sociais, distribuídas em oito gêneros e 19 espécies. O cafezal associado a fragmento florestal, no município de Inconfidentes, registrou maior riqueza específica (S=17), abundância (N=2.656) e dominância (D= 0, 4448). O gênero Polybia foi o mais representativo, com sete espécies (37%). Agelaia pallipes (51%) e Agelaia multipicta (15%) foram as espécies mais abundantes. O índice de similaridade entre as áreas foi de 65%, com 13 espécies comuns. As armadilhas atrativas são eficientes para a coleta das espécies vespas sociais; e a manutenção de áreas de vegetação natural próximas aos cultivos garante uma maior abundância de espécies. No entanto, parece não ficar clara a influência da área de mata sobre a riqueza, pelo fato de várias espécies de vespas sociais serem euriécias. Palavras-chave: Armadilhas atrativas. Cafezal. Polistinae. Introdução As vespas sociais da subfamília Polistinae (Hymenoptera: Vespidae) se caracterizam por ser um grupo diversificado, tanto pelo número de espécies (mais de 900 espécies descritas) quanto pela variedade morfológica e comportamental (CARPENTER; MARQUES, 2001; NOLL, 2013). Esses organismos desempenham importante função nas comunidades animal e vegetal, seja nos ecossistemas naturais seja nos agrícolas, realizando a polinização e/ou pela pressão de predação exercida nas 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas - IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes, Praça Tiradentes, 416 Centro - Inconfidentes, MG, CEP 37576-000, Brasil. Email: jlairafreitas@yahoo.com 2 Laboratório de Sistemática e Biologia de Hymenoptera. Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, Minas Gerais. Email: epifaniopires@yahoo.com.br 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas - IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes, Praça Tiradentes, 416 Centro - Inconfidentes, MG, CEP 37576-000, Brasil. Email: tamires_talamonte@hotmail.com 4 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas - IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes, Praça Tiradentes, 416 Centro - Inconfidentes, MG, CEP 37576-000, Brasil. Email: naiany_princess@rocketmail.com 5 Professor - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas - IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes, Praça Tiradentes, 416 Centro - Inconfidentes, MG, CEP 37576-000, Brasil. Email: marcoscajubi@gmail.com 69

Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em lavouras de Coffea arabica L. (Rubiaceae) no Sul de Minas Gerais populações de outros organismos, principalmente de lagartas, com potencial para o controle biológico (PREZOTO et al., 2006; PREZOTO et al., 2008; ELISEI et al., 2010; SOUZA; ZANUNCIO, 2012). Apesar da importância econômica e ecológica das vespas sociais, em Minas Gerais são poucas as áreas de vegetação nativa amostrada (SOUZA; ZANUNCIO, 2012); e, em áreas agrícolas, os estudos estão concentrados na região da Zona da Mata (RIBEIRO Jr, 2008; ELISEI et al., 2010; De SOUZA et al., 2011; De SOUZA et al., 2012; ELISEI et al., 2012; SILVA et al., 2013). Para a região do Sul do Estado, os estudos são escassos, com registro de três trabalhos, sendo dois no município de Lavras (SIMÕES et al., 2011, 2012) e um em São Gonçalo do Sapucaí, em fase de finalização (M. M. SOUZA, com. pessoal). A coleta e a identificação de vespas sociais de uma determinada região representam uma etapa importante na aquisição de conhecimentos, uma vez que fornecem informações para estudos mais amplos sobre as características ecológicas desses organismos e suas interações com o ambiente (SILVEIRA, 2002). As coletas podem ser realizadas tanto pelo método ativo como pelo passivo (SIL- VEIRA, 2002; SOUZA; PREZOTO, 2006). A coleta ativa consiste basicamente na utilização de redes entomológicas, capturando os indivíduos pousados sobre a vegetação, visitando flores ou em pleno voo (HERMES; KÖHLER, 2006). Já a coleta passiva é realizada com auxílio de armadilhas interceptadoras de voo ou atrativas (SILVA; SILVEIRA, 2009). No caso de armadilhas atrativas, as iscas utilizadas para coleta de vespas sociais podem ser de origem animal (MORETTI et al., 2011) ou vegetal, como líquido açucarado (ELPINO-CAMPOS et al., 2007; SIMÕES et al., 2012; SILVA et al., 2013). Com base no exposto, objetivou-se com este trabalho inventariar a fauna de vespas sociais existentes em áreas de cultivo de café nos municípios de Inconfidentes e Ouro Fino, sul de Minas Gerais; verificar a atratividade de quatro iscas, além de avaliar a Influência de um fragmento de mata nativa, sobre a riqueza e abundância das espécies. Material e métodos Áreas de estudo Os dados do presente estudo foram obtidos na região sul do estado de Minas Gerais, em áreas de cultivo de café (Coffea arabica L.), associado a um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana, no município de Inconfidentes (Figura 1 A); e no município de Ouro Fino, sem a presença de fragmento de mata (Figura 1 B). 70

Revista Agrogeoambiental - V. 7, N. 3, set. 2015 Figura 1: Localização das áreas de estudo nos municípios de Inconfidentes (A) e Ouro Fino (B), Minas Gerais, Brasil Fonte: Google Earth. O município de Inconfidentes está localizado a 22º 19 00 S e 46º 19 40 W, com altitude média de 869 m. A vegetação é do tipo Floresta Estacional Semidecidual Montana. O clima da região é tropical de altitude do tipo Cbw, segundo a classificação de Köppen. A precipitação média anual varia de 1.400m a 1.800m. O período seco tem duração de 2 a 3 meses e coincide com os meses mais frios, quando a temperatura é inferior a 18ºC. A amplitude térmica anual varia de 5ºC a 7 C. No inverno, registram-se temperaturas mínimas absolutas inferiores a 0ºC nas porções mais elevadas. O município de Ouro Fino está situado a 22 17 2 S; 46 22 2 W, altitude média entre 997 e 1.591 metros, e vegetação característica de Floresta Estacional Semidecidual Montana. O clima é tropical de altitude, de acordo com a classificação de Köppen, com verão chuvoso e ameno e período seco no inverno. A temperatura média anual é de 18 C, com máximas de 36 C no verão e 5 C no inverno. Metodologia As coletas das espécies de vespas sociais em ambas as áreas foram realizadas por meio da metodologia de armadilhas atrativas (SOUZA; PREZOTO, 2006), no período de dezembro de 2012 a março de 2013. As armadilhas atrativas para coleta de espécies foram confeccionadas com garrafas plásticas tipo pet translúcidas, de dois litros, com uma abertura lateral triangular (2 x 2 x 2 cm) (JACQUES et al., 2012). Como iscas foram usados abacaxi (Ananas comosus L. Merril; Bromeliaceae), maracujá (Passiflora edulis f. Flavicarpa Deg.; Passifloraceae), goiaba (Psidium guajava L.; Myrtaceae) e sardinha (Sardinella brasiliensis Steindachner 1789). Para a preparação das iscas, foram utilizados 1 kg de polpa de fruta, 200 gramas de açúcar cristal e dois litros de água de torneira. Para a sardinha, foram 71

Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em lavouras de Coffea arabica L. (Rubiaceae) no Sul de Minas Gerais utilizados 250 kg para cada dois litros de água de torneira. As sustâncias atrativas foram preparadas com auxílio de liquidificador, de modo a obter uma mistura homogênea. Foram instaladas 20 armadilhas de cada isca por área, de forma intercalada, distribuídas em quatro linhas, com espaçamento entre linhas de 20 metros, e 40 metros entre armadilhas dentro de cada linha, posicionadas a 1,5 m do solo e presas nos caules das plantas de café, totalizando 80 armadilhas por área. As coletas foram realizadas mensalmente em ambas as áreas. As armadilhas ficavam expostas no campo durante uma semana, sendo posteriormente recolhidas de modo a evitar a deterioração dos insetos. Os indivíduos coletados foram transportados para o Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Sul de Minas, Campus Inconfidentes, em Inconfidentes, Minas Gerais. As identificações foram feitas com auxílio de bibliografia especializada e por comparação com os exemplares da coleção de vespas sociais do professor Dr. Marcos Magalhães de Souza, e os da coleção do Museu Emílio Goeldi em Belém, Pará, pelo Professor Dr. Orlando Tobias da Silveira. A partir das espécies amostradas nas áreas estudadas em Inconfidentes e Ouro Fino, elaborou-se uma matriz de presença e ausência das espécies ocorrentes para classificação das áreas pela similaridade de Jaccard, com o intuito de indicar a semelhança entre duas comunidades, em termos de composição de espécies (SILVEIRA NETO et al., 1976). Para o cálculo de diversidade das áreas estudadas, foi utilizado o índice Shannon-Wiener (H ). Para melhor interpretação dos resultados do índice de diversidade, utilizou-se, também, o índice de equitabilidade Pielou (J ) e dominância (D) (MAGURRAN, 2004). Resultados e discussão Foram capturados 3.405 indivíduos de vespas sociais, distribuídas em oito gêneros e 19 espécies (Tabela 1). Tabela 1: Riqueza e abundância de vespas sociais (Vespidae: Polistinae) coletadas em áreas de cultivo de café Coffea arabica L. (Rubiaceae) nos municípios de Inconfidentes e Ouro Fino, Minas Gerais, Brasil. Abundância Espécies Caf. Inconfidentes Caf. Ouro Fino Total Agelaia multipicta Haliday, 1836 420 73 493 Agelaia pallipes (Olivier, 1791) 1710 23 1733 Agelaia vicina (de Saussure, 1854) 4 39 43 Apoica gelida Van der Vecth, 1972 21 8 29 Mischocyttarus drewseni de Saussure, 1954 16 2 18 Polistes cinerascens Saussure, 1857 1-1 Polistes lanio (Fabricius, 1775) 25 278 303 Polistes simillimus Zikán, 1951 17 37 54 Polistes versicolor (Olivier, 1791) 57 97 154 Polybia fastidiosuscula Saussure, 1854 122 55 177 Polybia ignobilis (Haliday, 1836) 56 27 83 Polybia jurinei de Saussure, 1854 25-25 Polybia minarum Ducke 1906 5 5 10 Polybia occidentalis (Olivier, 1791) - 8 8 72

Revista Agrogeoambiental - V. 7, N. 3, set. 2015 Abundância Espécies Caf. Inconfidentes Caf. Ouro Fino Total Polybia paulista (von Ihering, 1896) 22 41 63 Polybia sericea (Oliver, 1791) 103 55 158 Protonectarina sylveirae (de Saussure, 1854) 49-49 Protopolybia sedula (Saussure, 1854) - 1 1 Synoeca cyanea (Fabricius, 1775) 3-3 Número total de indivíduos 2656 749 3405 Riqueza de espécies (S ) 17 15 19 Índice de diversidade de Shannon-Wiener (H ) 1,341 2,086 1,768 Equitabilidade J (Pielou) 0,4734 0,7704 0,6005 Índice de Dominância de Berger-Parker (D pb) 0,4448 0,1855 0,2965 Fonte: Elaboração dos autores. No cafezal associado a fragmento florestal no município de Inconfidentes, foram capturados 3.405 indivíduos de vespas sociais, distribuídas em sete gêneros e 17 espécies. No cafezal sem a presença de fragmento no município de Ouro Fino, coletaram-se 749 indíviduos distribuídos em seis gêneros e 15 espécies (Tabela 1). A superioridade da abundância de vespas sociais na área de Inconfidentes, quando comparada à de Ouro Fino, pode estar relacionada à alta complexidade vegetacional desse ambiente. O fragmento de mata nativa próximo ao m-onocultivo de cáfe pode fornecer maior disponibilidade e diversidade de recursos alimentares e de substratos de nidificação com condições espécie-específicas para as espécies de vespas sociais (DEJEAN et al., 1998; SANTOS et al., 2007; SANTOS et al., 2009). Klein et al. (2004), em monocultivo de café na Indonésia, constataram que espécies de vespas predadoras Eumeninae (Vespidae) são mais abundantes nas áreas de monocultivos próximos às áreas de mata natural, as quais fornecem uma diversidade de locais adequados de nidificação e recursos alimentares adequados. Outro fato é o de que algumas espécies de vespas sociais, por serem capazes de voar certas distâncias (SANTOS et al., 1994; PREZOTO; GOBBI, 2005), podem construir seus ninhos em um ambiente e forragear em outros locais (DINIZ; KITAYAMA et al., 1998; SANTOS et al., 2009). Apesar de o cafezal em Inconfidentes apresentar maior riqueza de espécies (S = 17), sua diversidade foi menor que a do cafezal de Ouro Fino, que teve um menor número de espécies (S = 15). Esse dado pode estar relacionado ao fato de o cafezal em Ouro Fino possuir alta equitabilidade e baixa dominância, enquanto o cafezal em Inconfidentes possui alta dominância e baixa equitabilidade, em razão da grande abundância de indivíduos do gênero Agelaia. O índice de similaridade entre as áreas foi de 65%, com 13 espécies comuns a ambas. Polistes cinerascens Saussure, 1857, Polybia jurinei de Saussure, 1854, Protonectarina sylveirae (de Saussure, 1854) e Synoeca cyanea (Fabricius, 1775) foram coletadas apenas no cafezal em Inconfidentes, enquanto Polybia occidentalis (Olivier, 1791) e Protopolybia sp., apenas no cafezal em Ouro Fino (Tabela 1). Tal similaridade pode estar relacionada à proximidade das áreas (cerca de 8 km), o que mostra que áreas geograficamente próximas podem apresentar fauna similar (ELPINO-CAMPOS et al., 2007; SOUZA; ZANUNCIO, 2012). O gênero Polybia foi o mais representativo, com sete espécies (37%), seguido por Polistes, com quatro espécies (21%), Agelaia com três espécies (16%) e Synoeca, Protopolybia, Protonectarina, Mischocyttarus e Apoica, com uma espécie cada (5%), como mostra a Figura 2. 73

Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em lavouras de Coffea arabica L. (Rubiaceae) no Sul de Minas Gerais Figura 2: Número de espécies por gêneros de vespas sociais coletadas em áreas de cultivo de café Coffea arabica L. (Myrtaceae) nos municípios de Inconfidentes e Ouro Fino, Minas Gerais, Brasil. Fonte: Elaboração dos autores A maior riqueza de espécies registrada neste estudo para o gênero Polybia corrobora outros levantamentos realizados em outras regiões de Minas Gerais (SOUZA; ZANUNCIO, 2012). Esse fato pode estar relacionado ao número de espécies que compõem o grupo, abundância de indivíduos por colônias, e sua distribuição, sendo considerado o gênero mais frequente de vespas sociais na América do Sul (RICHARDS, 1978; CARPENTER; MARQUES, 2001). As espécies mais abundantes encontradas neste estudo foram Agelaia pallipes (OLIVIER, 1791) (51%) e Agelaia multipicta Haliday, 1836 (15%). As outras 17 espécies obtiveram abundância de 34%. A elevada abundância de indivíduos do gênero Agelaia corrobora com os resultados encontrados em outros trabalhos (SOUZA; PREZOTO, 2006; AUAD et al., 2010; SIMÕES et al., 2012; SILVA et al., 2013). Esse resultado pode estar relacionado ao fato de que essas espécies constroem ninhos maiores, constituindo colônias populosas, o que as torna frequentes nos ambientes onde os ninhos estão localizados (RICHARDS, 1978; ZUCCHI et al., 1995; HUNT et al., 2001). O resultado mostra também a eficiência das armadilhas atrativas para a coleta desse gênero (SOUZA; PREZOTO, 2006). A presença de Polybia occidentalis (Olivier, 1791), Protonectarina sylveirae (de Saussure, 1854), Protopolybia sp., Synoeca cyanea (Fabricius, 1775) e Polybia paulista (von Ihering, 1896) nas áreas estudadas é relevante, pois sabe-se que essas espécies constituem predadoras do bicho mineiro (PARRA et al., 1977; GRAVENA, 1983; PERIOTO et al., 2011), mas é possível que as demais espécies também exerçam esse papel no controle da praga (CARPENTER; MARQUES, 2001; SOUZA; ZANUNCIO, 2012). Quanto às armadilhas atrativas, no cafezal sem a presença de fragmento florestal, no município de Ouro Fino, a isca de abacaxi atraiu o maior número de indivíduos (45%), seguido pela armadilha de maracujá, com 26%, e goiaba e sardinhas, com 22% e 7%, respectivamente. No cafezal associado a fragmento florestal no município de Inconfidentes, a armadilha de goiaba foi a que atraiu maior número de individuos (36%), seguido pelo abacaxi, com 30%, maracujá e sardinhas, com 26% e 8%, respectivamente, conforme Figura 3. 74

Revista Agrogeoambiental - V. 7, N. 3, set. 2015 Figura 3: Eficiência de coleta de vespas sociais por armadilhas Atrativas (abacaxi, maracujá, goiaba e sardinha) em áreas de cultivo de café Coffea arabica L. (Myrtaceae) nos municípios de Ouro Fino (A) e Inconfidentes (B), Minas Gerais, Brasil. Fonte: Elaboração dos autores Com base nos trabalhos realizados em outras regiões do Brasil com a utilização de armadilhas atrativas, fatores como substâncias atrativas utilizadas, metodologia de amostragem (SOUZA; PRE- ZOTO, 2006; De SOUSA et al., 2011; JACQUES et al., 2012; SIMÕES et al., 2012) e período do ano em que a disponibilidade de recursos no campo são escassos (ELPINO-CAMPOS et al., 2007) podem influenciar na riqueza e abundância das espécies coletadas. Neste estudo, as armadilhas com abacaxi e goiaba foram mais atrativas para as especies de vespas sociais. No entanto, em outros estudos, a sardinha (SOUZA et al., 2012) e o maracujá (SOUZA; PREZOTO, 2006; ELPINO-CAMPOS et al., 2007; SILVA et al., 2013) foram as iscas mais atrativas para a coleta de vespas sociais. Para compreender melhor a função dos fragmentos florestais sobre a diversidade de vespas sociais em áreas de agrícolas, necessita-se de mais estudos complementares, mas fica evidente que a diversificação da paisagem do entorno dos monocultivos permite a sobrevivência de algumas espécies de vespas sociais (SANTOS et al., 2009; AUAD et al., 2010). Contudo, a presença de fragmentos maiores deve ser ainda mais relevante, mas é necessário que novos estudos sejam realizados com o objetivo de quantificar o número de colônias e de detectar quais espécies conseguem nidificar no cafezal com ou sem a presença de fragmentos de mata nativa, de modo a identificar aquelas espécies com potencial de utilização no controle biológico. Conclusões As armadilhas atrativas são eficientes para a coleta das espécies vespas sociais, e a manutenção de áreas de vegetação naturais próximas aos cultivos garante uma maior abundância de espécies. No entanto, parece não ficar clara a influência da área de mata, pelo fato de várias espécies de vespas sociais serem euriécias. 75

Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em lavouras de Coffea arabica L. (Rubiaceae) no Sul de Minas Gerais Agradecimentos A Orlando T. Silveira (Museu Paraense Emílio Goeldi) pelo auxílio na identificação das espécies de vespas sociais. Abstract Social wasps (Hymenoptera: Vespidae) in Coffea arabica L. (Rubiaceae) plantations in southern Minas Gerais state Social wasps play an important role within communities, in natural and agricultural ecosystems alike, by pollinating and/or preying on other organisms, especially caterpillars, revealing its potential for biological control. The objective of this paper is to inventory the existing fauna of social wasps in coffee-growing areas in Inconfidentes and Ouro Fino, southern Minas Gerais; verify the attractiveness of four baits in addition to assessing the influence of a native forest fragment on the richness and abundance of species. 3,405 specimens of social wasps were collected, representing 8 genders and 19 species. A coffee plantation associated with a forest fragment in Inconfidentes recorded the highest specific richness (S=17), abundance (N=2,656) and dominance (D= 0.4448). Genus Polybia was the most representative, with seven species (37%). Agelaia pallipes (51%) and Agelaia multipicta (15%) were the most abundant species. The rate of similarity between the areas was 65%, with 13 common species. Attractive traps are efficient to collect social wasp species, and the maintenance of areas of natural vegetation near the crops ensures greater abundance of species. However, there seems to be clear the influence of forest area on the richness, because several species of social wasps are euriécias. Keywords: Bait traps. Coffee plantation. Polistinae. Referências AUAD, A. M.; CARVALHO, C. A.; CLEMENTE, M. A.; PREZOTO, F. Diversity of social wasps (Hymenoptera) in a silvipastoral system. Sociobiology, v.55, p.627-636, 2010. CARPENTER, J. M.; MARQUES, O. M. Contribuição ao estudo dos vespídeos do Brasil (Insecta, Hymenoptera, Vespoidea, Vespidae). Cruz das Almas, Universidade Federal da Bahia - Publicações digitais, 2001. De SOUZA, A. R.; VENÂNCIO D. F. A.; ZANUNCIO, J. C.; PREZOTO, F. Sampling methods for assessing social wasps species diversity in a eucalyptus plantation. Journal of Economic Entomology, v.104, p.1120-1123, 2011. De SOUZA, A. R.; RIBEIRO, B.; JOSÉ, N.; PREZOTO, F.Paint marking social wasps: an evaluation of behavioral effects and toxicity. Entomologia Experimentalis et Applicata (Print), v.144, p.244-247, 2012. DEJEAN, A.; CORDOBA, B.; CARPENTER, J. M. Nesting site selection by wasp in the Guianese rain forest. Insectes Sociaux, v.45, p.33-41, 1998. DINIZ, I. R.; KITAYAMA, K. Seasonality of vespid species (Hymenoptera: Vespidae) in a central Brazilian cerrado. Revista de Biología Tropical, v.46, n.1, p.109-114, 1998. 76

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