QUALIDADE DA ÁGUA DO AÇUDE PACOTI, HORIZONTE, CEARÁ, PARA FINS DE IRRIGAÇÃO

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Transcrição:

QUALIDADE DA ÁGUA DO AÇUDE PACOTI, HORIZONTE, CEARÁ, PARA FINS DE IRRIGAÇÃO C. A. Lima 1 ; H. A. Q. Palácio 2 ; E. M. Andrade 3 ; C. A. Lima 4 ; J. C. N. Santos 5 RESUMO: O presente estudo objetivou avaliar a qualidade da água do açude Pacoti, Horizonte CE, para fins de irrigação. As coletas de água foram realizadas mensalmente no período de fevereiro 2005 a dezembro de 2006, perfazendo um total de 20 amostras. Os parâmetros considerados foram condutividade elétrica (CE), relação de adsorção de sódio (RAS), e os íons cálcio, magnésio, sódio, cloreto e bicarbonato. Os resultados obtidos permitiram concluir que no geral, os parâmetros estudados não apresentaram limitações de uso para irrigação, embora, os níveis elevados das concentrações dos íons cloreto, sódio e bicarbonato, requerem atenção mostrando a necessidade de um manejo adequado de irrigação, com vistas a mitigar problemas de toxidade para as culturas. PALAVRAS-CHAVE: águas superficiais, salinidade, parâmetros físico-químicos WATER QUALITY OF THE PACOTI DAM, HORIZONTE, CEARÁ STATE, FOR IRRIGATION PURPOSE ABSTRACT: This study aimed to evaluate the water quality of Pacoti Dam, Horizonte Ceará, for irrigation purposes. The water sampling was carried out monthly from February 2005 to December 2006, a total of 20 samples. The parameters considered were electrical conductivity (EC), sodium adsorption ratio (SAR), and calcium, magnesium, sodium, chloride and bicarbonate. The results showed that overall, the parameters studied showed no usage limitations for irrigation, although the high concentrations of chloride ions, sodium and bicarbonate, require attention by showing the need for proper management of irrigation, with a view to reduce problems of toxicity to crops. KEYWORDS: surface water, salinity, physico-chemical parameters 1 Mestranda em Engenharia Agrícola, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900 fone fax (81) 3320-6279, E-mail: cleene2@hotmail.com 2 Licenciada em Ciências Agrárias, Professora do (IFCE), Campus Iguatu. E-mail: helbaraujo23@yahoo.com.br. 3 Eng. Agrônomo, Ph.D., Professora Adjunta do Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Ceará. E-mail: eandrade@ufc.br 4 Graduanda em Tecnologia em Irrigação e Drenagem, bolsista do IFCE, campus Iguatu, E- mail:cleisceagostinho@yahoo.com.br 5 Mestre em Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Ceará. E-mail: juliocesarnds@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO No Nordeste do Brasil, assim como nas demais regiões semiáridas do globo, o regime pluviométrico se caracteriza por alta variabilidade espacial e temporal, com verões longos e secos, alternados por estações úmidas de curta duração com chuvas de alta intensidade (Palácio et al. 2004). Diante desta problemática a única forma de garantir a produção agrícola é a utilização da irrigação (Arraes et al. 2007). Nos últimos anos a agricultura irrigada vem se consolidando como uma importante estratégia para otimização da produção agrícola, principalmente nas regiões semiáridas, demonstrando junto com a tecnologia um encontro de condições idéias para a sua aplicabilidade, dependendo tanto da quantidade como da qualidade de água (Leal et. al. 2009). A qualidade da água é um fator que deve ser avaliado no planejamento da irrigação, visto que, as características físico-químicas não adequadas podem ocasionar processos de salinização e sodificação do solo, pois, os sais solúveis do solo e da água reduzem a disponibilidade de água para as plantas (Ayers & Westcot, 1999). Neste contexto o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da água do açude Pacoti, Horizonte CE, para fins de irrigação. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido no açude Pacoti, localizado na bacia Metropolitana, mais precisamente no município de Horizonte, Estado do Ceará. O reservatório possui uma bacia hidráulica de 33.700,000 ha e uma capacidade máxima de 380.000.000 m³, tendo como finalidade o armazenamento de água para a região, além de abastecer a região Metropolitana de Fortaleza. A região apresenta um clima, segundo a classificação de Köppen, chuvoso de monção (Amw), sendo o período seco atenuado e o chuvoso abrangendo o verão e outono. A precipitação para os anos de 2005 e 2006 foram de 556 e 930 mm, respectivamente. O solo predominante é Podzolico vermelho amarelo (EMBRAPA, 2006). As coletas de água no reservatório Pacoti foram realizadas mensalmente no período de fevereiro 2005 a dezembro de 2006, totalizando 20 amostras de água, conforme os procedimentos da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) do Estado do Ceará. Os parâmetros analisados foram condutividade elétrica (CE), relação de adsorção de sódio (RAS) e os íons Na +, Cl -, Ca +2, Mg +2 e HCO 3 -, seguindo a metodologia apresentada por APHA (1998). A RAS foi calculada a partir das concentrações de Na +, Ca +2, Mg +2 utilizando a equação 1. (eq.1) Os resultados foram avaliados tendo como base os limites das classes de restrição, estabelecidos para irrigação, segundo AyerS & Wetscot (1999) e apresentados nas Tabelas 1 e 2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Observa-se na Figura 1A que a CE apresentou valores menores que 0,7 ds m -1, para o período de estudo. De acordo com Ayers & Westcot (1999), a água pode ser classificada como sem nenhuma restrição para irrigação, com exceção do mês de dezembro de 2006, que apresentou uma CE de 0,94 ds m -1, fato que pode ser explicado pela concentração dos sais devido a baixa precipitação neste período. Resultados semelhantes foram obtidos por outros pesquisadores (Arraes et al. 2007; Silva, et al. 2006; Lima et al. 2010). O mesmo se aplica para as concentrações dos cátions cálcio e magnésio (Figura 1E). Segundo Ayers & Westcot (1999), a água que apresenta salinidade baixa, pode ser utilizada normalmente em projetos de irrigação e, no manejo de cultura sensíveis aos sais como as hortaliças: repolho, tomate, abobrinha, pimentão etc, além das frutas, como laranja, banana, videira etc, sem que sejam necessárias técnicas essenciais de controle da salinidade. Os valores da RAS devem ser analisados considerando a condutividade elétrica (Figura 1B). De acordo com os resultados, no geral as amostras são classificadas como sem risco de sodificação (nenhuma restrição de uso para irrigação), tendo em vista que boa parte dos valores da RAS estão abaixo de 3,0 (mmol c L -1 ) 0,5 e os de CE abaixo de 0,7 ds m -1. Com exceção dos meses de abril e agosto de 2005 e setembro e dezembro de 2006, a qual a RAS encontrava-se acima de 3,0 (mmol c L -1 ) 0,5 classificando a água como com moderada restrição para o uso na irrigação, devido à menor capacidade de infiltração de água segundo (Ayers & Westcot,1999). Foi evidenciado maior concentração do ânion Cloreto, acima dos limites aceitáveis para fins de irrigação por superfície e aspersão, estabelecidos por Ayers e Westcot (1999) para a agricultura, praticamente, todo o período estudado, com exceção período chuvoso 2005 (fevereiro a junho) (Figura 1C). O alto teor deste ânion pode ser decorrente da emissão das águas residuárias para o reservatório ou das atividades muitas vezes realizada diretamente nas águas do açude pelos moradores das proximidades. Pesquisadores estudando a qualidade da água em regiões semiáridas, para fins de irrigação, também observaram moderada restrição da concentração do íon cloreto (Palácio et al. 2004; Leal et al. 2009). Níveis elevados de Sódio (> 3,00 mmol c.l -1 ) foram encontrados na metade das amostras coletadas durante o período estudado (Figura 1D). Segundo Ayers e Westcot (1999), a água encontra-se fora do limite ideal para uso em irrigação, se enquadrando na classe moderada. Esse fato se dá pela maior concentração em decorrência das interferências antrópicas ao longo do seu percurso. Resultado semelhante foi encontrado por Santos et al. (2009) na bacia do Acaraú, Ceará, onde encontraram valores de sódio para alguns pontos acima do limite ideal para irrigação. De acordo com Ayers & Westcot (1999), elevados teores de Cl - e Na + podem ser tóxicos para diversas culturas, podendo a irrigação por aspersão ocasionar problemas de queimaduras das folhas e consequentes perdas na produtividade. A presença abundante do íon Na + poderá acarretar, além dos citados problemas de toxicidade, a redução na permeabilidade do solo devido ao efeito dispersante deste elemento quando se encontra em maiores proporções em relação aos níveis de Ca +2 e Mg +2. Observando-se os limites do bicarbonato para irrigação nos dois anos de estudos, observa-se que ocorreu uma leve tendência de aumento da concentração deste elemento, excedendo o valor

de 1,5 mmolc L -1, nos meses de abril e outubro de 2005 e fevereiro e dezembro de 2006 (Figura 1F). Neste período as águas foram classificadas como moderadamente restrita para o uso na irrigação. Esta observação infere que a utilização da água deve ser feita observando-se técnicas especiais e monitoramento da porcentagem de sódio trocável nos solos para evitar processos de sodificação, em virtude, do bicarbonato, proporcionar precipitação do cálcio e alterar a relação de sódio trocável (Silva et al. 2006; Leal et al. 2009). CONCLUSÃO No geral, as águas do açude Pacoti apresentaram qualidade adequada para a agricultura irrigada ao longo do período de estudo, requerendo atenção quanto aos níveis elevados das concentrações dos íons cloreto, sódio e bicarbonato, o que mostra a necessidade de um manejo adequado da irrigação, com vistas a mitigar problemas de toxidade para as culturas nessas áreas. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq pelo apoio financeiro e a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) pela concessão dos dados para realização do presente trabalho. REFERÊNCIAS ARRAES, F. D. D.; ANDRADE, E. M.; PALÁCIO, H. A. Q.;SOUSA, C. H. C.; SILVA, J. A.; FROTA JÚNIOR. J. I. Dinâmica da classificação das águas da bacia do Curu. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 17., 2007, São Paulo. Anais... Porto Alegre: ABRH. (CD-ROM). AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W. A qualidade da água na agricultura. Estudos FAO. Irrigação e Drenagem 29 (Revisado). Campina Grande PB UFPB. trad: Gheyi, H. R.; Medeiros, J. F.; Damasceno, F. A. V. 1999, 218 p. EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2.ed. Embrapa Solos, 2006. 306p. LEAL, C. M.; ANDRADE JÚNIOR, A. S.; SOUSA, V. F.; SILVA, Ê. F.F; BASTOS, E. A. Qualidade da água subterrânea para fins de irrigação na microrregião de Teresina, Piauí. Irriga, Botucatu, v. 14, n. 3, p. 276-288, 2009. LIMA, C. A.; MEIRELES, A.C.M.; ANDRADE, E. M.; LOBATO, F.A.O.; BARROS, J. R. Avaliação da qualidade da água do açude Orós no semiárido cearense para irrigação. In: III WORKSHOP INTRNACIONAL DE INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA IRRIGAÇÃO 8 a 11 de junho Fortaleza- CE. Anais... WINOTEC, 2010. (CD-ROM) PALÁCIO, H. A. Q.; ANDRADE, E. M.; CARNEIRO NETO, J. A.; CRISÓSTOMO, L. A.; OLIVEIRA, N. L. Avaliação da qualidade das águas do vale perenizado do rio Trussu, para fins de irrigação. In: VII SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE, 7, São Luís. Anais..., ABRH, 2004. (CD-ROM). PALÁCIO, H. A. Q.; CARNEIRO NETO, J. A.; TEIXEIRA, A. S.; ANDRADE, E.M. Caracterização da potencialidade de uso das águas subterrâneas no vale do Trussu CE. Revista Ciência Agronômica, v. 35, n. 02, p. 326-334, jul./dez. 2004. SANTOS, J. C. N.; MEIRELES A. C. M.; ANDRADE, E. M.; ARAÚJO NETO, J. R. Avaliação da concentração do íon sódio nas águas de irrigação da bacia do Acaraú-CE. In: CONGRESSO

fev-05 mar-05 abr-05 mai-05 jun-05 ago-05 set-05 out-05 nov-05 dez-05 fev-06 mar-06 abr-06 mai-06 jun-06 ago-06 set-06 out-06 nov-06 dez-06 Cl- (mmolc L-1) C. A. Lima et al. BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA 2 a 6 de agosto Juazeiro-BA /Petrolina-PE. Anais... SBEA, 2009. (CD-ROM) SILVA, Ê.F.F.; ANDRADE JÚNIOR A. S.; LEAL, C. M.; BASTOS, E. A.; SOUSA, V. F. Avaliação da qualidade da água superficial da bacia hidrográfica do rio Gurguéia. In CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA 31 de julho a 4 de agosto João Pessoa. Anais... PB: SBEA, 2006. (CD-ROM). Tabela 1 Classes de restrição de uso da água para irrigação de acordo com a qualidade, segundo Ayers & Westcot (1999) Classes de restrição de uso para irrigação Variáveis Nenhuma Moderada Severa CE (ds m -1 ) <0,7 0,7 3,0 >3,0 Cl (mmol c L -1 ) <4,0 4,0 10 >10 Cl (mmol c L -1 ) <3,0 >3,0 Na (mmol c L -1 ) <3,0 >3,0 Ca+Mg (mmol c L -1 ) < 5,0 5,0 15 >15 HCO 3 (mmol c L -1 ) <1,5 1,5 8,5 >8,5 (1A ) (1B ) (1C) (1D ) 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0 Cl L. irrigação por superfície L.irrigação por aspersão (1E ) (1F ) Figura 1 Valores mensais da CE (A), RAS (B), Cl- (C), Na+ (D), relação Ca+2/Mg+2 (E) e HCO3- (F), referentes ao período de estudo, para o açude Pacoti, em Horizonte, CE

Tabela 2 Classes de restrição de uso da água para irrigação de acordo com a relação de adsorção de sódio, segundo Ayers & Westcot (1999) RAS Classes de restrição de uso para irrigação Nenhuma Moderada Severa Condutividade elétrica (ds m -1 ) 0 a 3 >0,7 0,7 a 2,0 < 2,0 3 a 6 >1,2 1,2 a 0,3 < 0,3 6 a 12 >1,9 1,9 a 0,5 < 0,5 12 a 20 >2,9 2,9 a 1,3 < 1,3 20 a 40 >5,0 5,0 a 2,9 < 2,9