Pernambuco de volta a falar para o mundo A evolução tecnológica da Rádio Jornal do Commercio 1

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Transcrição:

Pernambuco de volta a falar para o mundo A evolução tecnológica da Rádio Jornal do Commercio 1 Erick FRANÇA 2 Marcos ARAÚJO 3 Faculdades Integradas Barros Melo (FIBAM), Olinda, PE RESUMO Este trabalho visa refletir sobre a mudança tecnológica que a Rádio Jornal do Commercio do Recife sofreu nos últimos anos. Em uma reportagem especial radiofônica vamos apresentar, de uma forma objetiva, a história desse desenvolvimento tecnológico do rádio a partir do caso Rádio Jornal. Principalmente com a chegada da internet, os veículos de comunicação tiveram que se adequar as novidades que essa nova ferramenta de comunicação estava trazendo ao mundo. O tradicional veículo rádio, também sofreu modificações e se transformou em um veículo que junta som, vídeo, texto e foto. Esta reportagem é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Jornalismo do autor. Ela foi desenvolvida e produzida na disciplina TCC I, ministrada no segundo semestre de 2012. PALAVRAS-CHAVE: Comunicação; Jornalismo; Multimidialidade; Rádio; Tecnologia 1. INTRODUÇÃO Marcada pelo pioneirismo e por ser de vanguarda, a Rádio Jornal do Commercio do Recife foi fundada em julho de 1948, pelo então dono do Jornal do Commercio, Francisco Pessoa de Queiroz. A emissora foi idealizada para ser a mais potente e completa rádio da América Latina. A Rádio Jornal do Commercio foi ao ar com o prefixo PRL 6 nas ondas médias e ZYK 2 e ZYK 3 nas ondas curtas. O prestígio da Rádio Jornal do Commercio era tão grande que em sua inauguração estiveram presentes o então Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, artistas nacionais e internacionais, políticos, autoridades, além de ter uma ampla cobertura da imprensa nacional. Sua estrutura era tão grande que na época contava com uma equipe técnica de aproximadamente quarenta pessoas, além de ter departamentos específicos como: o Musical, que era composto por Orquestras Sinfônicas; o Artístico, que era composto por atores, cantores, locutores, apresentadores e músicos; o 1 Trabalho submetido ao XX Prêmio Expocom 2013, na Categoria Jornalismo, modalidade Reportagem em Radiojornalismo. 2 Aluno líder e estudante do 7º. Semestre do Curso Jornalismo da FIBAM, email: erick.pinto@yahoo.com.br. 3 Orientador do trabalho. Professor do Curso Jornalismo da FIBAM, email: marcosjaraujo@uol.com.br. 1

Radioteatro; o Comercial; e o Técnico, que contava com apoio de engenheiros vindos de Londres. A Rádio Jornal do Commercio pegou da programação da Rádio Clube de Pernambuco, sua concorrente local, o Repórter Esso. A transferência ocorreu por conta da audiência e qualidade técnica da Jornal, requisitos que eram exigidos pela direção da Esso no Brasil. A família pernambucana escutava o Repórter Esso em quatro horários no decorrer do dia. O noticiário dominava a audiência e fazia com que todos ouvissem atentamente as notícias. Ainda na década de 1940, quando a Jornal começou a emitir sinal com transmissores potentes em ondas curtas e médias, e alcançou o mundo, surgiu o famoso slogan em inglês Pernambuco speaking to the world, que quer dizer Pernambuco falando para o Mundo. O proprietário da Rádio, Pessoa de Queiroz, não se cansou de expandir o alcance de sua emissora e na década de 1950 instalou radiodifusoras no interior do estado, criando a primeira rede de rádios AM de Pernambuco. Com a chegada da Televisão, no início da década de 1960, a rádio teve que se adaptar a nova concorrente que estava surgindo. Todo investimento que era feito na emissora passou para a TV, como também a maioria dos radioatores e locutores. A partir desse momento a Rádio Jornal passou a focar mais em notícias, prestação de serviços e na transmissão de partidas de futebol. Até hoje a emissora é reconhecida nacionalmente pela presença em Copas do Mundo e suas tradicionais transmissões de jogos. Pode-se considerar que a Rádio Jornal passou por três grandes mudanças na parte técnica. A primeira mudança diz respeito à troca de transmissores valvulados por transmissores em estado sólido. Isso acarretou na economia considerável tanto da energia elétrica quanto da troca das válvulas, que eram frequentes. A segunda mudança diz respeito à digitalização da emissora, quando foram adquiridos computadores, softwares, dentre outros equipamentos digitais que levaram a rádio para a era digital. A terceira mudança foi a digitalização do som, quando já na Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coreia do Sul, a Rádio Jornal conseguiu transmitir do oriente um som com qualidade de estúdio. Essa tecnologia que a emissora adquiriu é capaz de transmitir um som digital de qualquer lugar do mundo, antes as transmissões fora de Pernambuco eram semelhantes a ligações de telefone celular. A Rádio Jornal também foi pioneira na América Latina ao veicular sua programação pela Internet, em 1996. Segundo Velho (2009), o rádio ganha, na web, uma nova perspectiva de aproveitamento, por meio da ampliação da linguagem para além de signos 2

sonoros, para signos de outras naturezas, como os signos visuais. É a partir disso que o veículo ganha outra nomenclatura, rádio multimídia, já que passa a apresentar como uma nova forma de organização de textos, imagens e uma nova linguagem. Na Rádio Jornal, a internet entrou de vez a partir da Copa do Mundo de Futebol da Alemanha, em 2006, quando foi criado um blog para mostrar os bastidores da cobertura do evento esportivo, o site chamava-se Blog dos Bastidores. O blog que seria apenas para os bastidores se tornou o primeiro meio multimidiático da emissora, pois a partir dele os repórteres começaram a tirar fotos de algumas reportagens, que tinham maior relevância, e postavam no ambiente virtual. Como o site oficial da Rádio estava fora do ar havia algum tempo, o blog ficou sendo o portal oficial da emissora na internet. Com o advento das novas tecnologias, o tradicional veículo monomídia se transforma num veículo multimídia. Segundo Cattani e Carlesso, através da narrativa multimídia os meios de comunicação têm a opção, embora nem todos tenham se adaptado, de se tornarem multiplataforma, ou seja, ter uma informação só e várias formas de exploração. (CATTANI e CARLESSO. 2011, p.10). Quando as emissoras de rádio, no Brasil, começaram a utilizar a internet, mais precisamente, quando criaram sites, elas só colocavam a grade de programação e algumas outras informações sobre a emissora, como o perfil dos comunicadores, endereço, entre outros. Nos anos 1990, quando aconteceu a grande procura do público pela internet, o rádio não ficou para trás e também se incorporou à rede mundial de computadores com conteúdo editorial exclusivo para web. Toda essa mudança ocorreu, pois, com a internet, houve uma mudança no perfil do ouvinte, e para não perder o fiel público, as emissoras tiveram que se adaptar. Em 2011, novamente a emissora mostrou seu pioneirismo ao implantar o novo perfil de radiojornalismo em Pernambuco, o multimídia. Através do site da emissora, os ouvintes podem observar as outras linguagens, tais como imagem e vídeo, desenvolvidas pelos repórteres da Rádio Jornal. O rádio expandiu as fronteiras de sua frequência com a internet, pois a emissora pode ser acessada, com uma boa qualidade de som, em qualquer lugar do mundo. Atualmente a Rádio Jornal dispõe de aplicativos para aparelhos telefônicos móveis que em qualquer local é possível ouvir a programação da Rádio. O próximo desafio tecnológico da emissora é em relação à transmissão do sinal digital. Com o rádio digital não haverá mais diferença de qualidade de som entre as rádios AM e 3

FM. Além disso, irá existir uma nova transformação no modo de fazer rádio, já que letreiros digitais vão estar no aparelho de recepção de sinais dos ouvintes com informações diversas, inclusive notícias e imagens. As emissoras de rádio do país estão aguardando a definição do governo federal sobre qual sistema de rádio digital o Brasil irá adotar. 2. OBJETIVO Esta reportagem é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Jornalismo do autor. Ela foi desenvolvida e produzida na disciplina TCC I, ministrada no segundo semestre de 2012. Na reportagem foi possível vivenciar todas as etapas de desenvolvimento de uma radioreportagem como a produção, reportagem, edição de texto e edição técnica. O trabalho tem o intuito de resgatar a história da Rádio Jornal do Commercio, e do veículo rádio de uma forma em geral, através de sua evolução tecnológica. Esta apresentação traz as inovações da emissora, desde a sua inauguração até os dias atuais com a multimidialidade do veículo. Além disso, a reportagem tem o objetivo específico de avaliar a mudança na forma de fazer rádio, no que diz respeito à empresa, profissionais e ouvintes. Assim, este trabalho deseja a contribuição acadêmica e cultural para a comunicação pernambucana. Do ponto de vista acadêmico, o trabalho faz um estudo sobre a evolução tecnológica da principal emissora de rádio de Pernambuco atualmente, principalmente pela falta de material para a pesquisa acadêmica e também a falta de arquivos da própria emissora. Por conta disso, ele se torna mais uma contribuição para a memória do rádio em Pernambuco, o veículo que encantou e encanta muitas pessoas. Em termos culturais, a reportagem contribui para um resgate histórico da emissora. O tema foi escolhido primeiramente pela notória evolução tecnológica que a emissora enfrentou nos últimos anos, ficando no páreo com as grandes redes de rádio do país, e também pelo interesse em falar sobre a história da Rádio Jornal, que faz parte da cultura pernambucana. 3. JUSTIFICATIVA O rádio sempre encantou e cativou seu público. Desde os primórdios do veículo, onde não se tinha muita tecnologia, ele se mostrava a frente de sua época e sempre inovava no âmbito da Comunicação. O veículo teve o seu tempo áureo, antes da chegada da 4

Televisão, e brilhou nos lares de milhares de pessoas. Mesmo depois da chegada da TV, o rádio manteve seu brilho, mas com algumas adaptações. Pode-se observar na história da Rádio Jornal essas características descritas. Durante os quase 65 anos de existência, a emissora pernambucana modificou diversas vezes a tecnologia utilizada tanto para a transmissão da programação quanto para a produção de conteúdo. Atualmente, na era da internet, o veículo se mantém conectado com a novidade e ganhou qualidade no som. Uma das principais características do veículo é ir onde outras mídias não alcançam, e com a web essa vantagem do rádio se ampliou. Se antes havia o limite da frequência das ondas, agora em qualquer lugar do mundo é possível ouvir a programação da rádio, se a emissora estiver na web. O presente trabalho também é um complemento da pesquisa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), das Faculdades Integradas Barros Melo, onde o autor e o orientador pesquisaram sobre o rádio multimídia, tomando como estudo de caso a Rádio Jornal do Commercio. Foi escolhido o formato reportagem por causa do intuito de aprofundamento do tema, já que para isso é exigido uma maior produção e riqueza de detalhes. Pode-se considerar que o trabalho trata de uma grande reportagem radiofônica. 4. MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS O desenvolvimento deste trabalho, concretizado através de uma reportagem para veículo radiofônico, se deu inicialmente a partir de pesquisa bibliográfica e documental sobre o tema e da entrevista face-a-face e por telefone com personagens que fizeram ou fazem parte da história do rádio pernambucano e que são estudiosos da Comunicação. Além disso, a experiência do autor de ter estagiado na Rádio Jornal e ainda ter vivenciado um pouco da mudança de tecnologia que a rádio enfrentou nos últimos anos, fez com que o tema tivesse uma maior familiaridade. Sem contar com a vasta experiência no veículo rádio do orientador do trabalho. A temática da reportagem radiofônica vai desde a fundação da Rádio Jornal a seu estado atual. Então foi pensado quais fontes relevantes poderiam ser consultadas e utilizadas nas matérias. Logo, surgiram radialistas que presenciaram a chegada da Rádio Jornal no Estado, comunicadores que fizeram história no mercado local, pesquisadores da Comunicação, além de representantes da emissora. 5

Após a coleta de dados, o material recolhido foi tratado. As entrevistas foram selecionadas e, em seguida, editados os trechos mais importantes. Ainda foram utilizados recursos como gravações e vinhetas antigas, disponibilizadas pela emissora, e a dramatização da mensagem de boas vindas feita na primeira transmissão da empresa. Esse recurso foi utilizado por que a Jornal não possui mais essa gravação. Com isso, pensou-se na possibilidade do ouvinte recriar, em sua imaginação, os principais momentos históricos que a emissora viveu. Foi utilizada uma linguagem simples e objetiva para que os ouvintes, de todas as classes sociais e faixas etárias, pudessem acompanhar e entender o que está sendo veiculado. O próprio veículo pede isso, pois o rádio é escutado por diversas pessoas, com diversas idades e diversos níveis de instrução. Também é imprescindível uma boa locução, já que os ouvintes precisam entender bem o que está falando. Jung (2004) relata que a fala ainda é o principal instrumento para a comunicação no rádio e pelo próprio perfil do veículo, ela não deve deixar de ser. 5. DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO A reportagem, de 30 minutos e 35 segundos, é um trabalho que foi realizado na disciplina TCC I, ministrada pelo professor Marcos Araújo. A produção e a gravação do trabalho foram desenvolvidas ao longo de todo o segundo semestre de 2012. O trabalho consiste numa reportagem especial radiofônica sobre a evolução tecnológica da Rádio Jornal do Commercio. Para Jung (2004), na reportagem o jornalista se diferencia, ele levanta a notícia, investiga fatos, encontra novidades, gera polêmica e esclarece ao ouvinte. No começo do rádio, o veículo apenas lia o que saia no jornal impresso, com o passar do tempo o rádio foi tomando o seu lugar e então foram surgindo as primeiras matérias jornalísticas feitas especificamente para esse meio de comunicação. Não se pode esquecer da introdução das sonoras nas reportagens de rádio, o que enriqueceu o conteúdo dos radiojornalistas. O repórter deve prestar atenção em como narra uma notícia, quem utilizar como fonte, e até mesmo qual trilha sonora utilizar. O conjunto, juntamente com a pesquisa ou apuração, torna-se uma reportagem radiofônica, que é do que trata este trabalho. A reportagem é dividida em duas partes, a primeira apresenta o tema para o ouvinte e contextualiza a história da emissora com a evolução tecnológica que ela passou. E a 6

segunda parte fala sobre as recentes mudanças técnicas da emissora, além de citar sua entrada na internet e discutir os seguintes temas: multimidialidade no veículo e o rádio digital. 6. CONSIDERAÇÕES A reportagem radiofônica Pernambuco de volta a falar para o mundo A evolução tecnológica da Rádio Jornal do Commercio traz a história da Rádio Jornal através de sua evolução tecnológica. Mesmo antes de a internet surgir, a Rádio Jornal levava a voz de Pernambuco para o mundo. Com equipamentos de ponta e grandes profissionais, a emissora desbancou rádios do eixo Rio-São Paulo. É natural que as mudanças tecnológicas sofridas com o tempo atingissem os ouvintes e os profissionais da rádio, eles tiveram que se adaptar ao que estava surgindo de novo. Desde os rádios de pilha aos aplicativos de celulares, o rádio se mantém vivo por ser um veículo de comunicação que se adéqua facilmente as novas linguagens. Na era da internet, o espírito vanguardista da Rádio Jornal continuou trazendo grandes frutos. A emissora foi a primeira na América Latina a incluir a sua programação na internet e a primeira emissora de rádio no estado a ser multimídia. Mesmo em AM, a rádio não deixou de investir em tecnologia e com o passar do tempo trocou os transmissores e digitalizou o som. Mas toda essa mudança não irá tirar o brilho do rádio de ser o veículo que tem a maior proximidade com o público, o veículo que encanta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AROSO, Inês Mendes Moreira. A Internet e o novo papel do jornalista, 2003. Disponivel em:<http://www.bocc.ubi.pt/pag/bianco-nelia-internet-mudanca-jornalismo.pdf > Acesso em: 04 jun 2012. ABREU, Alzira Alves de. A modernização da imprensa (1970 2000). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002. BAUMWORCEL, Ana. Radiojornalismo e sentido no novo milênio. In: MOREIRA, Sônia Virgínia e DEL BIANCO, Nélia (Org.). Desafios do Rádio no Século XXI. São Paulo: INTERCOM, Rio de Janeiro: UERJ, 2001. 7

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