BRASIL REPÚBLICA NOVA: ERA VARGAS E POPULISMO LATINO-AMERICANO

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Transcrição:

BRASIL REPÚBLICA NOVA: ERA VARGAS E POPULISMO LATINO-AMERICANO CONTEÚDOS Governo Provisório Presidência Constitucional Estado Novo Populismo na América Latina AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS No final da República Velha, para tentar equilibrar as contas públicas e reorganizar a economia do país, o presidente Washington Luis estabeleceu o fim do Convênio de Taubaté, desagradando as elites cafeeiras que anteriormente o apoiavam. Além disso, ele contrariou a tradição da República do Café com Leite, quando indicou como seu sucessor o paulista Júlio Prestes, o que desagradou mais ainda as elites de Minas Gerais. Desse modo, as elites de Minas Gerais, se associaram as elites que não se beneficiavam das políticas cafeeiras (como era o caso do Rio Grande do Sul e da Paraíba) e passam a fazer oposição ao monopólio político de São Paulo. Esse novo grupo se associou aos líderes do movimento Tenentista para lançar a candidatura de Getúlio Vargas. As eleições ocorreram como de costume, o voto de cabresto, as fraudes e a máquina do governo, agiram de forma a garantir a vitória de Júlio Prestes. Porém, antes mesmo dele assumir, Getúlio Vargas e seus apoiadores dão um golpe político, sem a participação popular (denominado de Revolução de 1930), que derruba o presidente Washington Luís em 1930, e estipula o Governo Provisório da República Nova. Figura 1 Getúlio Vargas na Revolução de 1930 Fonte: Wikimedia commons

Governo Provisório Ao assumir o comando do Brasil, Getúlio Vargas estabeleceu um Governo Provisório de quatro anos (1930-1934) para organizar uma nova estrutura republicana, ou seja, sua proposta era que esse governo rompesse com os processos viciados da Política do Café com Leite. Figura 2 Presidente Getúlio Vargas Fonte: Wikimedia commons A acentuada queda dos preços e a diminuição das exportações do café, provocada pela Crise de 1929 que abalou a economia das grandes potências capitalistas, fortaleceram a ideia de que o governo brasileiro deveria diversificar a sua produção e fortalecer outros setores da economia. Nesse mesmo período, Vargas decide comprar e queimar todo o café que não foi exportado, desde que as elites cafeeiras não plantassem novos pés desse cultivo. Desse modo, proibidos de plantar café, esses latifundiários ficavam com o lucro obtido pela venda do produto disponível para investir na indústria, por exemplo. A falência de diversas empresas dos Estados Unidos, também favoreceu essa emergente indústria brasileira que foi fortemente incentivada pelo governo de Vargas. Para obter o apoio das massas, Vargas utilizou-se de medidas populistas que favoreciam alguns dos grupos historicamente excluídos, sem desamparar as elites. Por exemplo, ele atendeu a reivindicação dos tenentes ao criar o voto secreto, conquistou o apoio das mulheres ao estabelecer o voto feminino e a licença maternidade, amparou os trabalhadores urbanos na medida que regulamentou o salário mínimo, criou a carteira de trabalho (onde se registrava o emprego formal) e algumas leis trabalhistas (como a jornada diária de oito horas de trabalho, o direito às férias e o descanso semanal remunerado) e estreitou a sua aliança com as forças armadas, na medida que nomeou militares como governadores dos estados, diminuindo a força política dos antigos coronéis (elite agrária).

Saiba mais: Populismo foi o nome dado a uma prática política onde o governante consegue o apoio popular, por meio de medidas assistencialistas e leis que favorecem a vida das classes mais baixas, porém sem prejudicar diretamente os interesses das elites. Desse modo, esse líder passa a exercer o controle sobre as massas que o apoiam, aumentando a sua autoridade política, e em alguns casos extrapolando os limites dos princípios democráticos. A propaganda sobre seus atos é bastante intensa de modo a construir uma imagem de herói paternalista. Em geral, todo governo populista exalta o nacionalismo e é representado por um líder carismático, apresentado como o protetor dos interesses da pátria e da população menos favorecida. Porém, passados dois anos de governo, Vargas ainda não havia apresentado uma nova constituição para o Brasil, ou seja, ele governava o país com base em decretos. Esse fato, fez com que as antigas elites de São Paulo, que comandavam a política do país antes de Vargas, se articulassem para derrubá-lo e retomar o poder. Logo, nasceu a proposta de organizar uma revolução que reivindicasse uma constituição para o Brasil. Para conseguir atingir o seu objetivo, as elites cafeeiras passaram a insuflar estudantes e trabalhadores da classe média a lutarem na Revolução Constitucionalista de 1932. A repressão dos rebeldes, concentrou-se em São Paulo e não foi longa ou intensa, uma vez que o movimento se esvaziou, na medida em que Getúlio convoca eleições para formar uma assembleia constituinte e se compromete a aprovar uma nova constituição antes do término do Governo Provisório. Figura 3 - Cartaz da Revolução Constitucionalista de 1932 Fonte: Wikimedia Commons

A Constituição de 1934, quando aprovada, criou instituições políticas e adotou medidas democráticas, como eleições regulares a cada quatro anos, mas, por outro lado, aumentou o poder e a força política do Presidente (poder executivo). Além disso, ela incorporou no seu texto a obrigatoriedade do ensino primário (Ensino Fundamental I), as primeiras leis trabalhistas e as leis que determinavam o voto secreto e o voto feminino, que haviam sido criadas durante o início do seu governo. Vargas também conseguiu estabelecer nessa constituição, que o primeiro presidente a assumir a presidência após o Governo Provisório seria eleito pelo parlamento. Desse modo, com o apoio da maioria do congresso, ele foi nomeado para cumprir mais um mandato de quatro anos, mas agora como um presidente constitucional do Brasil. Presidência Constitucional Nomeado para governar o Brasil de 1934 até 1938 (sendo que em 1937 esse governo foi interrompido), Vargas busca manter os princípios democráticos da Constituição de 1934, a sua política populista e os incentivos governamentais para o desenvolvimento industrial brasileiro, como por exemplo, a criação da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil. No contexto de maior liberdade política, duas vertentes começaram a ganhar visibilidade e influenciar parte da sociedade brasileira. Nesse contexto, os grupos da extrema direita decidem fundar a Ação Integralista Brasileira (AIB). Liderados por Plínio Salgado, os integralistas defendiam um Estado corporativista, inspirado nas ideias do fascismo. Já os grupos de esquerda buscaram se organizar por meio do Partido Comunista do Brasil (PCB) e da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Os aliancistas eram liderados por Luis Carlos Prestes e buscavam a sua inspiração política nas ideias do socialismo soviético. Figura 4 - Plinio Salgado Fonte: UOL Educação biografias Figura 5 - Luis Carlos Prestes Fonte: Wikimedia Commons

Saiba Mais: Os integralistas, ao mesmo tempo que buscavam copiar as roupas e gestuais dos grupos nazifascistas, também exaltavam alguns aspectos do nacionalismo brasileiro. Por exemplo, a denominação do baço armado do fascismo era os camisas negras, do nazismo os camisas pardas e do integralismo os camisas verdes. Além disso, todos eles se saudavam com o braço estendido a frente, assim como faziam os romanos na antiguidade, com a particularidade de que os integralistas ainda bradavam anauê que era uma palavra de boas-vindas na língua tupi-guarani. Além disso, os integralistas adotaram como símbolo do seu movimento a letra grega Ʃ (Sigma) e fundaram uma associação chamada de Grupo Anta (a escolha desse animal foi feita devido esse bicho só existir na América do Sul). Figura 6 - Congresso da Ação Integralista Brasileira Fonte: Wikimedia Commons Alinhando-se com o discurso internacional dos governos totalitários (nazifascistas) de combate ao comunismo, em 1935, Vargas decreta o fim da Aliança Nacional Libertadora (que passou a agir na clandestinidade), cria a Lei de Segurança Nacional, que visava combater os opositores do seu governo e lança um programa oficial de rádio, com notícias do governo chamado Hora do Brasil.

Figura 7 - Aparelho de rádio antigo Fonte: gallofoto/shutterstock Mesmo na ilegalidade, a Aliança Nacional Libertadora buscou realizar uma rebelião de oposição ao governo de Vargas, chamado de Intentona Comunista. A pouca articulação dos revoltos e a baixa adesão nacional fez com que esse movimento se tornasse pequeno e frágil, sendo facilmente contido pelo governo. Apesar disso, Vargas buscou veicular que esse evento representou uma ameaçava a segurança do Brasil, e que era necessário um governo forte e autoritário para defender o país desse mal. Assim, ele passou a investir em uma grande propaganda contra o perigo vermelho representado pelo socialismo, como um meio de justificar o seu autoritarismo. Nesse contexto, em 1937, o serviço de inteligência secreta de Vargas, alega ter descoberto o Plano Cohen, que era uma estratégia de tomada do poder pelos socialistas. Esse plano, apesar de ser falso, acabou amedrontando a população, e serviu para mais tarde justificar um golpe político que criou uma ditadura sob o pretexto de proteger o Brasil do comunismo. Curiosidade: O nome escolhido para o Plano Cohen fazia referência a um líder comunista de origem judia, chamado Bela Cohen. Ele governou a Hungria por um curto espaço de tempo entre março e julho de 1919. Existem várias versões e dúvidas sobre a origem do Plano Cohen. Uma das versões diz que o documento foi escrito pelo integralista Capitão Olimpo Mourão Filho, a fim de favorecer a criação de um estado ditatorial. Em outra versão, diz que o plano foi editado pelo general Góis Monteiro, que era um aliado de Vargas e queria favorecer a sua tomada de poder. Mesmo assim, a fraude do documento foi oficialmente reconhecida em 1945, quando ficou comprovado que o documento foi falsificado com a intenção de justificar a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937.

Estado Novo O golpe político que instaurou a ditadura civil do Estado Novo (1937-1945) foi justificada por Vargas como uma necessidade de se manter a ordem e a segurança do país frente a um cenário de ameaça comunista. Assim, a Constituição de 1934 foi suspensa e no lugar dela foi imposta a Constituição de 1937, que também ficou conhecida como a Constituição Polaca, que concentrava muitos poderes nas mãos do presidente, legitimando o autoritarismo da ditadura. Figura 8 - Cartaz de propaganda política do Estado Novo Fonte: Wikimedia Commons No Estado Novo, muitas pessoas foram presas e torturadas pelo governo brasileiro. Nesse contexto, foram criados o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) e o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), para garantir a repressão e a censura durante esse governo. Jornais, revistas e programas de rádio sofriam com a severa vigilância do governo, de modo que só fossem publicadas notícias de apoio ao governo, ou seja, era proibido criticar a ditadura. Em alguns casos, os opositores de Vargas, que eram dissidentes políticos, líderes de movimentos sociais, jornalistas, intelectuais e artistas, foram exilados do Brasil ou acabaram mortos nas prisões desse governo. De modo geral, a ditadura imposta por Vargas começou a se tornar muito parecida com os governos nazifascistas da Europa e passou a preocupar os Estados Unidos, sobretudo quando Vargas começou a deportar alguns judeus que viviam no Brasil e que foram considerados comunistas para os campos de concentração alemães.

Assim, no campo político os norte-americanos passaram a temer uma possível aliança entre o Brasil e o Eixo e como eles não queriam que os conflitos da Segunda Guerra Mundial chegassem a América, decidiram investir em uma política de aproximação diplomática que ficou conhecida como "Política da Boa Vizinhança". Nesse contexto, no momento que os Estados Unidos decidiu entrar na Segunda Guerra Mundial, houve uma certa pressão para que Vargas se posicionasse a favor dos aliados, colocando o Brasil nesse conflito. Figura 9 - O Brasil na Segunda Guerra Mundial Fonte: Wikimedia Commons Já no campo econômico, esse governo utilizou-se do contexto internacional da Segunda Guerra, para tomar medidas nacionalistas e criar meios para dinamizar e proteger a indústria nacional. Dentre essas medidas protecionistas podemos destacar a criação de indústrias de bens de capital (fábricas, máquinas, ferramentas, equipamentos) e uma considerável redução nos impostos sobre os equipamentos industriais. Em 1938, Vargas manda perfurar o primeiro poço de petróleo do Brasil no bairro de Lobato em Salvador. Já em 1941, foi descoberto o primeiro poço de petróleo com capacidade de exploração comercial em Candeias, no Recôncavo Baiano. Além disso, ele também investiu em infraestrutura, incentivando a indústria de base (petroquímica, siderurgia, metalurgia e indústria de cimento) e promoveu a criação, em série, de empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941, a Companhia Vale do Rio Doce, em 1942 e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) em 1945.

Figura 10 - Atual logo da primeira siderúrgica estatal do Brasil Fonte: Wikimedia Commons Nesse período, para fazer a manutenção da sua política populista, Vargas instituiu novas leis para regulamentar o mercado de trabalho, o que culminou na criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. De modo geral, esse documento garantiu uma série de direitos aos trabalhadores, seja reafirmando as leis trabalhistas já conquistadas durante o Governo provisório ou criando leis novas como foi o caso do fundo de garantia do trabalhador e as regras previdenciárias. Por outro lado, Vargas passou a exercer uma forte política de controle sobre os sindicatos, restringindo a sua atuação junto aos trabalhadores. Figura 11 - Carteira Profissional de Getúlio Vargas Fonte: FGV In: Arquivo Histórico Museu da República Os anos de repressão e censura da ditadura do Estado Novo geraram muito descontentamento entre a população, principalmente entre as famílias que sofreram com as perseguições e prisões arbitrárias. A ausência de eleições presidenciais que manteve Getúlio Vargas por 15 anos seguidos no poder, também geraram o desgaste desse governo e uma crescente oposição as suas práticas.

No campo externo, os países do bloco aliado, comemoravam o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota dos regimes totalitários. Desse modo, o discurso dos Estados Unidos passou exaltar que os países defensores da liberdade haviam vencido esse conflito. Porém, entre os aliados dos norte-americanos estava o Brasil, vivendo sob uma severa ditadura. Nesse contexto, Vargas passou a sofrer uma forte pressão externa para finalizar nesse governo autoritário e reestabelecer a democracia no Brasil. Percebendo que o fim do seu governo tornou-se inevitável, Vargas decide convocar novas eleições, determinar o fim da ditadura do Estado Novo e renunciar ao poder. Desse modo, ele evitou ser tirado do poder por um golpe ou uma revolta popular e ainda conseguiu fazer uma propaganda positiva na medida que anunciou a sua saída voluntariamente, alegando que o Brasil finalmente conseguiu afastar o perigo vermelho. Vale lembrar que mesmo com as novas eleições e a declaração de renúncia, as forças políticas do Brasil decidiram afastar Vargas do poder alguns meses antes da posse do próximo presidente. Apesar do desgaste político, a imagem populista de Getúlio Vargas ainda era tão forte que ele conseguiu com o seu apoio influenciar a vitória nas urnas de Eurico Dutra. Curiosidade: Carmem Miranda, apesar de ser portuguesa, tornou-se um ícone e símbolo internacional do Brasil. Durante a sua carreira ela trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão, ficando muito famosa tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. No filme musical Banana da Terra, lançado em 1939, Carmen Miranda apareceu pela primeira vez caracterizada de baiana, essa personagem que ganhou o adereço de frutas tropicais na sua cabeça, a lançou internacionalmente. A partir desse momento, ela transformou-se em um dos símbolos da "Política da Boa Vizinhança", que visava ampliar os laços entre os Estados Unidos e o restante da América Latina.

Figura 12 - Carmem Miranda em uma cena do filme Uma noite no Rio Fonte: Wikimedia Commons Carmen Miranda foi a primeira artista latino-americana a ser convidada a imprimir suas mãos e pés no pátio do Grauman's Chinese Theatre, em 1941. Ela também se tornou a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama nos Estados Unidos. Populismo na América Latina Na América Latina, existiram outros exemplos de governos populistas além de Getúlio Vargas. Apesar de, em cada país esse fenômeno ter tido características bem particulares, pode-se dizer que essa política não se restringiu apenas ao Brasil.

Figura 13 - Lázaro Cárdenas Fonte: Wikimedia Commons O populismo mexicano foi representado pelo presidente Lázaro Cárdenas que governou o país entre 1934 e 1940. Durante o seu mandato, ele buscou estimular a modernização da sociedade mexicana e de atender algumas das reivindicações que estavam na pauta da Revolução Mexicana (1910-1920) liderada por Emiliano Zapata e Pancho Villa. Para atingir esses objetivos e conquistar o apoio das massas, Cárdenas: Realizou uma ampla reforma agrária que distribuiu terras aos camponeses mexicanos. Criou os Ejidos (terras públicas distribuídas para algumas comunidades que a utilizavam de forma coletiva). Deu liberdade para que os trabalhadores urbanos pudessem organizar greves e criar seus sindicatos. Aprovou uma série de leis que garantiam os direitos trabalhistas e outros direitos sociais aos trabalhadores. Incentivou a educação da população trabalhadora e camponesa do México, por meio de um ensino laico que buscava diminuir a influência católica no processo educacional. No campo econômico, Cárdenas buscou incentivar e desenvolver a indústria nacional mexicana e nacionalizar as riquezas naturais do seu país que estavam entregues a empresas multinacionais. Assim, ele estatizou o controle e a exploração do petróleo mexicano que passou a ser monopólio da empresa estatal PEMEX.

Figura 14 - Juan Domingos Perón Fonte: Wikimedia Commons A Argentina vivenciou no início do século 20, um período de desenvolvimento econômico ampliando a urbanização e aumentando o número de trabalhadores operários nesses centros urbanos. A organização e mobilização dessas massas acabou estremecendo o controle político que as oligarquias exerceram por anos nesse país. Desse modo, em 1946, Juan Domingos Perón vence as eleições usando a popularidade de sua esposa Eva Perón (uma cantora famosa em todo o país) e um discurso de forte apelo popular, dirigido as massas como o defensor dos descamisados da nação argentina. Seu governo que foi marcado pelo populismo e pelas medidas centralizadoras do poder, estendeu-se até 1955, quando foi derrubado por um golpe militar. Durante o seu governo, Perón buscou atuar diretamente na economia, monopolizando o comércio exterior e nacionalizando outros vários setores como a exploração de recursos minerais e o transporte ferroviário. Essas medidas, associadas a elementos paternalistas, resultaram inicialmente em uma baixa nos preços das mercadorias e um crescimento na média dos salários, gerando uma propaganda positiva para esse governo. Porém, esse forte aspecto intervencionista do Estado acabou mais tarde, gerando uma enorme dívida pública e uma elevada inflação, o que dificultava o desenvolvimento dos projetos do governo ligados a construção de indústria pesada e de bens não-duráveis.

Figura 15 - Eva Perón, popularmente conhecida pelo diminutivo Evita Fonte: Wikimedia Commons Nos momentos finais do governo de Perón, os argentinos vão se abalar com a morte de Eva Perón, que era considerada a verdadeira defensora dos pobres e dos trabalhadores. Esse fato trágico, que gerou grande uma comoção nacional, que se aliou ao descontentamento popular com o governo Perón que decidiu romper relações com a Igreja Católica, congelar o salário dos trabalhadores para tentar estabilizar a economia e ainda se viu envolvido em denúncias de corrupção contra o seu governo. ATIVIDADES 1. Explique por que a Revolução Constitucionalista de 1932, pode ser vista como uma tentativa de retomada do poder pela elite cafeeira. 2. (ENEM-2010) De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas mais de 150 leis novas de proteção social e de regulamentação do trabalho em todos os seus setores. Todas elas têm sido simplesmente uma dádiva do governo. Desde aí, o trabalhador brasileiro encontra nos quadros gerais do regime o seu verdadeiro lugar. DANTAS, M. A força nacionalizadora do Estado Novo. Rio de Janeiro: DIP, 1942. S. R. Nos Tempos de Getúlio: da revolução de 30 ao fim do Estado Novo. São Paulo: Atual, 1990.

A adoção de novas políticas públicas e as mudanças jurídico-institucionais ocorridas no Brasil, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, evidenciam o papel histórico de certas lideranças e a importância das lutas sociais na conquista da cidadania. Desse processo resultou a a) criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que garantiu ao operariado autonomia para o exercício de atividades sindicais. b) legislação previdenciária, que proibiu migrantes de ocuparem cargos de direção nos sindicatos. c) criação da Justiça do Trabalho, para coibir ideologias consideradas perturbadoras da "harmonia social". d) legislação trabalhista que atendeu reivindicações dos operários, garantindo-lhes vários direitos e formas de proteção. e) decretação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que impediu o controle estatal sobre as atividades políticas da classe operária. 3. (ENEM-2009) A partir de 1942 e estendendo-se até o final do Estado Novo, o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio de Getúlio Vargas falou aos ouvintes da Rádio Nacional semanalmente, por dez minutos, no programa Hora do Brasil. O objetivo declarado do governo era esclarecer os trabalhadores acerca das inovações na legislação de proteção ao trabalho. GOMES, A. C. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: IUPERJ / Vértice. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1988 (adaptado). Os programas Hora do Brasil contribuíram para a) conscientizar os trabalhadores de que os direitos sociais foram conquistados por seu esforço, após anos de lutas sindicais. b) promover a autonomia dos grupos sociais, por meio de uma linguagem simples e de fácil entendimento. c) estimular os movimentos grevistas, que reivindicavam um aprofundamento dos direitos trabalhistas. d) aumentar os grupos de discussão política dos trabalhadores, estimulados pelas palavras do ministro. e) consolidar a imagem de Vargas como um governante protetor das massas.

4. Sobre o processo de repressão e censura que ocorreu durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), o órgão que mais contribuía para eliminar os opositores de Getúlio Vargas era a) a CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. b) o DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda. c) a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho. d) o DOPS - Departamento de Ordem Política e Social. e) a FEB - Força Expedicionária Brasileira. LEITURA COMPLEMENTAR Brasil na Segunda Guerra Mundial Durante o Estado Novo (1937 1945), o governo brasileiro viveu a instalação de um regime ditatorial comandado por Getúlio Vargas. Nesse mesmo período, as grandes potências mundiais entraram em confronto na Segunda Guerra, onde observamos a cisão entre os países totalitários (Alemanha, Japão e Itália) e as nações democráticas (Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao longo do conflito, cada um desses grupos em confronto buscou apoio político-militar de outras nações aliadas. Com relação à Segunda Guerra Mundial, a situação do Brasil se mostrava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía empréstimos com os Estados Unidos, comandava um governo próximo aos ditames experimentados pelo totalitarismo nazifascista (Vargas chegou a deportar para Alemanha alguns judeus que estavam vivendo no Brasil). Dessa maneira, as autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos que poderiam, por exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano. A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Getúlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. No ano seguinte, os Estados Unidos entraram nos campos de batalha da Segunda Guerra e, com isso, pressionou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado. Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por submarinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas.

Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e alemães em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB). A principal ação militar brasileira aconteceu principalmente na organização da campanha da Itália, onde os brasileiros foram para o combate ao lado das forças estadunidenses. Nesse breve período de tempo, mais de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens. SOUSA, Rainer Gonçalves. Brasil na Segunda Guerra Mundial. Brasil Escola. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-segunda-guerra.htm>. Acesso em: 16 set. 2016. 16h30min. REFERÊNCIAS BASTOS, Pedro Paulo Zahluth. A Era Vargas: Desenvolvimentismo, Economia e Sociedade. São Paulo: Unesp, 2012. CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O antissemitíssimo na Era Vargas. São Paulo: Brasiliense, 1988. CARONE, Edgard. A república nova (1930 1937). Coleção: Corpo e alma do Brasil São Paulo: Difel, 1976. FARIA, Antonio A. da Costa. Getúlio Vargas e sua Época. Coleção - História Popular, São Paulo: Global, 2001. FAUSTO, Boris. Getúlio Vargas: O Poder e o Sorriso. Coleção - Perfis Brasileiros. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

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3. Alternativa E. Comentário: Getúlio Vargas utilizou dos meios de comunicação para fazer propaganda de seu governo e se vender como o protetor dos mais necessitados, dentro de um contexto de uma forte política populista. O meio de comunicação em massa mais utilizado por ele, devido a sua popularização foi o rádio, o que explica sua preocupação de criar um programa estatal denominado de a hora do Brasil, para difundir os seus discursos que eram baseados na valorização do trabalho e dos símbolos nacionais. 4. Alternativa D. Comentário: No Estado Novo, o órgão responsável por vigiar e punir os opositores de Getúlio Vargas era o DOPS. Desse modo, pode-se afirmar que pela sua atuação muitas pessoas foram presas e torturadas de forma bastante arbitrária durante essa ditadura. Em alguns casos, esses opositores (que eram dissidentes políticos, líderes de movimentos sociais, jornalistas, intelectuais e artistas), foram exilados do Brasil ou acabaram mortos nas prisões do DOPS.