TÍTULO: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E ACADÊMICO DE DISCENTES DE FISIOTERAPIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

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Transcrição:

16 TÍTULO: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E ACADÊMICO DE DISCENTES DE FISIOTERAPIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM AUTOR(ES): POLIANNA MARQUES ANJOULETTE, MONIKA SANTANA CARDERARI ORIENTADOR(ES): SILVIO FERNANDO GUIDETI MARQUES

RESUMO Observando as mudanças que vêm acontecendo no mercado de trabalho no contexto da Fisioterapia, torna-se importante identificar as expectativas dos estudantes quanto a sua formação e futura profissão. Assim, esta pesquisa teve por objetivos conhecer o perfil do estudante do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (Unisalesiano) de Lins/SP quanto aos aspectos sociodemográficos e suas perspectivas em relação à profissão. Trata-se de um estudo transversal de amostra aleatória simples com 119 alunos desta Instituição que, após assinatura do TCLE, responderam um questionário précodificado, individual e confidencial, com perguntas direcionadas para a caracterização sociodemográfica, características do curso escolhido e tendências para a pós-graduação. Predominou o gênero feminino (77%), com idade média de 20 anos, solteiros (85%), que não exerciam atividade remunerada (65%), moravam com os pais (80%) e 77% concluíram o Ensino Médio em escola pública. A maioria (86%) está satisfeita com as condições oferecidas pela faculdade, cuja justificativa se deu pelo fato da Instituição contar com uma equipe de professores qualificada. Acerca das disciplinas que achavam estar mais bem preparados pontuou-se Anatomia, Cinesiologia e Fisioterapia do Trabalho; já as disciplinas que sentiram mais estresse, destacaram-se Recursos Terapêuticos Manuais, Ortopedia e Anatomia. Cerca de 96% dos entrevistados pretendem fazer especialização, porém 24% ainda não decidiram qual área seguir, mas 23% desejam especializar-se em Osteopatia e 14% em Neurologia. Quanto ao mercado de trabalho, 25% desejam conseguir um emprego público e 29% trabalharem como autônomo, porém 26% têm interesse em ambas as condições. Os resultados encontrados permitiram identificar o perfil dos estudantes de Fisioterapia do Unisalesiano de Lins/SP e suas perspectivas em relação à profissão, contribuindo, assim, no processo ensinoaprendizagem nesta Instituição, no campo de estudo e na análise do crescimento da profissão. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, as transformações ocorridas nas políticas econômicas, tecnológicas e sociais têm influenciado alterações no campo da saúde e na

educação dos futuros profissionais que atuarão neste setor específico. Nesse sentido, a formação profissional do fisioterapeuta foi direcionada para uma educação mais crítica e generalista, a fim de adequar-se à realidade social e a nova organização do setor saúde. Destaca-se que essas mudanças têm proporcionado crescimento e valorização da profissão e, principalmente, reconhecimento dos usuários e gestores de serviços de saúde. Acredita-se que esse reconhecimento deve-se principalmente aos centros formadores de profissionais, que preparam os estudantes, para que, quando fisioterapeutas atendam as demandas exigidas pelo mercado de trabalho. Nesse contexto, encontra-se o Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (Unisalesiano) de Lins/SP, cujo Projeto Político Pedagógico visa uma formação contemporânea, contextualizada e dinâmica, pautada na indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão, que pretende formar o fisioterapeuta generalista, crítico, apto para atuar em todas as dimensões do cuidado e nos diversos cenários da saúde como promotor da saúde do cidadão, da família e da comunidade. O conhecimento das características sociodemográficas e acadêmicas dos alunos de Fisioterapia podem auxiliar a coordenação do curso e constituir-se em uma importante ferramenta para estruturação do processo ensino-aprendizagem, com a proposição de ações interventivas no Projeto Pedagógico do Curso. Entretanto, até então, não se têm nenhum estudo sobre o perfil do estudante de Fisioterapia desta Instituição, dados essenciais para o processo contínuo de avaliação e reestruturação curricular que podem contribuir para a elaboração de estratégias que contemplem as demandas dos estudantes. Assim, com vistas à contínua melhoria da formação profissional no Curso de Fisioterapia do Unisalesiano de Lins/SP, e por acreditar que este se torna mais adequado na medida em que o educador conhece e reconhece as características do educando, este estudo teve como objetivos identificar o perfil sociodemográfico e acadêmico de estudantes de graduação em Fisioterapia.

OBJETIVOS - identificar o perfil sociodemográfico e acadêmico de estudantes de graduação em Fisioterapia. - conhecer as expectativas dos discentes no decorrer da formação acadêmica; - contribuir efetivamente no processo ensino-aprendizagem, na Instituição, no campo de estudo e na análise do crescimento da profissão; - identificar os fatores motivacionais dos mesmos para a procura desta graduação, assim como, suas perspectivas presumidas para a inserção no mercado de trabalho. METODOLOGIA Estudo de natureza exploratório-descritiva, cujo propósito é o de observar, descrever e explorar aspectos de uma situação (POLIT; HUNGLER, 1995), com a utilização do método quantitativo para a análise dos dados. A população alvo foi composta pelos 224 acadêmicos matriculados no curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (Unisalesiano) de Lins/SP. Utilizou-se a seguinte fórmula no = 1/Eo 2 e n = N x no / N + no (SILVA; RODRIGUES, 2011), considerando um erro amostral de 5%, obtendo-se, assim, um valor mínimo da amostra de 114 estudantes, entretanto, serão acrescidos 10% para evitar variáveis de conflito e perdas dos dados. A realização da coleta dos dados se deu em salas de aula, em horário previamente agendado com os alunos e professores e com o consentimento da coordenação do curso. A coleta ocorreu entre os meses de outubro e dezembro de 2015 por meio de um formulário para caracterização sociodemográfica e acadêmica dos discentes. Foram incluídos alunos do 1 ao 10 semestre, regularmente matriculados no Curso de Graduação em Fisioterapia, com idade igual ou superior a 18 anos. Portanto, o critério de exclusão para o estudo foi idade inferior a 18 anos, tendo em vista a impossibilidade de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O instrumento de coleta de dados foi composto por questões objetivas e estruturais, contendo perguntas informativas e opinativas: idade, gênero, etnia,

procedência (cidade de origem), local de residência (família, sozinho, companheiro, amigos/colegas), se exerce atividade remunerada (renda mensal pessoal), renda mensal familiar, situação conjugal, número de filhos, práticas de esporte e atividade de lazer (individual ou grupos), leitura de jornais (se sim, qual o caderno), leitura de livros, domínio da língua inglesa, tempo levado entre a conclusão do ensino médio até o ingresso na universidade. Também foram abordados aspectos relacionados diretamente com o curso: conhecimento (propaganda, outdoor, internet, guia do estudante, palestras, parentes, amigos), aspectos de motivação para a escolha do curso (interesse/afinidade pela área da saúde, gostar de cuidar de pessoas, mercado de trabalho promissor, identificação com a profissão, maior chance de ingresso no curso superior, influência de parentes e amigos), expectativa em relação ao curso (realização profissional, realização pessoal, retorno financeiro, poder ajudar o próximo, aquisição de conhecimento teórico-prático, reconhecimento e valorização da Fisioterapia), possui outro curso superior, fez curso profissionalizante e em que área, satisfeito com o curso escolhido, já pensou em desistir, experiência profissional na área da saúde, número de disciplinas no semestre atual, carga horária semestral, horas diárias de estudo, participação em grupos de pesquisa/estudo, participação em congressos (apresentou trabalho), expectativas em relação ao mercado de trabalho, tempo gasto para chegar à universidade. Além disso, investigou-se a credulidade em liderança abordando os seguintes itens: acredita plenamente no caminho traçado por outros, acredita parcialmente no caminho traçado por outros, traça plenamente o seu próprio caminho e traça parcialmente o seu próprio caminho. As perguntas opinativas relacionaram os seguintes itens: satisfação com as condições oferecidas pela faculdade que cursa, problemas mais importantes que afetam a Fisioterapia no Brasil, o reconhecimento social do dentista na atualidade, autonomia profissional, legislação do exercício profissional. Em respeito às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Resolução CNS 196/96), disponibilizou-se aos participantes da pesquisa um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual foi assinado após exposição e esclarecimentos por parte dos pesquisadores acerca da natureza da pesquisa (BRASIL, 1996). O projeto foi submetido para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (Unisalesiano), tendo o seu início apenas

após a aprovação pelo mesmo. Não há riscos ou desconfortos previstos para os participantes da pesquisa, pois os mesmos responderam apenas um questionário, cujos dados serão mantidos em sigilo absoluto e utilizados apenas com fins científicos. Após a coleta dos dados, será construído um banco de dados em planilha do programa Excel 2007 e os mesmos serão analisados pelo programa Statistical Analisys System (SAS), versão 9.1, e estatística, versão 7.1. Para as variáveis contínuas, serão utilizadas medidas de tendência central (média e/ou mediana, máximo e mínimo) e de dispersão (desvio-padrão). As variáveis categóricas serão apresentadas em frequência relativa (%) e absoluta(n), as quais são exemplos de estatística descritiva, utilizadas para descrever, sintetizar e analisar os dados. DESENVOLVIMENTO A grandeza de um país e sua afirmação no cenário internacional vincula-se à educação de seu povo. Promover a cidadania, oferecendo os meios básicos para que as pessoas se agarrem à passagem do tempo sem perder o fio da história, deveria estar no bojo de qualquer realização governamental. O ensino superior é estratégico para um país que busca sua autonomia intelectual e tecnológica. Isto porque a missão da educação superior é criar e disseminar novos conhecimentos, exercendo papel vital no desenvolvimento dos países, afinal, permite o investimento em seu bem mais precioso: as pessoas (MORETTO, 2006). A educação universitária permite a transição da pessoa do ensino secundário para um ensino específico que visa à realidade do mercado de trabalho. Neste contexto, entendemos que a educação universitária promove a transformação da pessoa em profissional e esta transformação está envolta de significados culturais ligados à mobilidade social. Em outras palavras, pelo estudo superior, a pessoa transforma sua identidade, assumindo um nome e um posicionamento profissional (CODO; JACQUES, 2002): eu sou engenheiro, eu sou fisioterapeuta, eu sou advogado, entre outros. Nesse desejo de se posicionar no mundo, a cada semestre que passa, milhares de brasileiros prestam vestibular para ingressar num curso de graduação, seja no ensino público ou privado. De acordo com o Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Superior, em 1991, o número de ingressos nas faculdades era de 426.558 e, em 2005, esse número chegou a 1.394.066. Estes dados nos mostram que tal demanda vem aumentando sensivelmente, confirmando a importância atribuída a essa modalidade educacional, seja para garantir o ingresso no mercado de trabalho, seja para obter maiores rendimentos futuros (MORETTO, 2006). De acordo com os dados do Censo de Educação Superior do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (INEP), só em 2003 havia 88.508 acadêmicos de Fisioterapia matriculados em 375 cursos pelo país, sendo graduados 12.615 fisioterapeutas. Já na análise total de fisioterapeutas registrados pelo COFFITO, no ano de 1.995, existiam 16.068 fisioterapeutas, enquanto que no ano de 2005 havia 79.382 profissionais oficialmente registrados, representando um crescimento de 394% destes profissionais (PAULA et al., 2007). Devido à profissão ser relativamente recente e a presença de profissionais Fisioterapeutas jovens no mercado de trabalho, torna-se difícil o estabelecimento da profissão no que diz respeito ao seu reconhecimento pela população e pelos profissionais da área de saúde (SALMÓRIA; CAMARGO, 2008). Embora a profissão encontre inúmeras dificuldades para inserir o Fisioterapeuta no mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo, este profissional vem conquistando espaço nas diversas áreas da Fisioterapia como: ortopedia, neurologia, ginecologia, respiratório, pediatria entre outras (TRELHA, 2007). Mas, para que haja formação superior, há que se pensar na qualidade do ensino ofertado pela Instituição de Ensino Superior IES, haja vista que o processo de ensino e aprendizagem é complexo e envolve a instituição como um todo: docentes, discentes, a máquina administrativa e o Estado. Em levantamento bibliográfico realizado sobre o perfil sociodemográfico e acadêmico do discente de Fisioterapia, constata-se a escassez de estudos correlatos sobre o assunto. As produções científicas apontam a correlação entre a caracterização do perfil dos discentes de Fisioterapia e a adequação do processo educacional, cuja abordagem tem a dimensão de subsidiar na elaboração e aplicação de um projeto político pedagógico coerente com o sujeito desse processo, adequando-o à realidade das necessidades de saúde da população (PAULA et al., 2007).

Durante o curso, muitas dúvidas cercam os pensamentos dos discentes. Qual a função do fisioterapeuta, o que não compete a ele exercer em uma unidade hospitalar, qual o salário inicial, qual o salário máximo, no que se especializar, onde trabalhar, dentre outras dúvidas que ao longo do curso são, em sua maioria, esclarecidas (MORETTO, 2006). De forma geral, é de extrema importância saber e avaliar quem são esses futuros profissionais que a cada ano compõem a classe de fisioterapeutas no país e suas expectativas em relação ao futuro, uma vez que o número destes profissionais ainda está escasso. Nesse contexto, o presente estudo visa compreender o quê graduandos de Fisioterapia pensam em relação à formação acadêmica recebida ou a receber, os alunos de Fisioterapia também sonham com a independência financeira e um posicionamento no mercado de trabalho como fisioterapeutas. RESULTADOS Ao longo da pesquisa observou-se a predominância do sexo feminino (77%), demonstrando afastamento do sexo masculino da profissão (Quadro 1). Resultados semelhantes foram encontrados em outras pesquisas do gênero que apontaram um percentual de 70% a 80% de mulheres no exercício da profissão (TRELHA, 2007). Abordamos sobre as condições oferecidas pela universidade, 86% dos discentes consideram satisfeitos (Quadro 2), justificando o fato de a Instituição contar com uma equipe de professores qualificada. Na Tabela 1 observa-se que a média de idade dos participantes da pesquisa foi de 20 anos, sendo a maioria (85%) solteiros, residentes com os pais (80%) e que não exercem nenhum tipo de atividade remunerada (65%).

Em relação às disciplinas que estão mais preparadas, destacam-se Anatomia, Cinesiologia e Fisioterapia do Trabalho. Quanto às disciplinas que se sentiram mais estressados, pontuaram-se, Recursos Terapêuticos Manuais, Ortopedia e Anatomia (Tabela 2). Avaliando as expectativas profissionais, observou-se que 96% dos discentes pretendem dar continuidade à sua formação em cursos de pós-graduação (Quadro 3), mesmo 24% ainda não estarem totalmente decididos sobre qual área seguir (Quadro 4). Sobre o mercado de trabalho, predominou o desejo de trabalhar como autônomo (29%) e 25% desejam conseguir um emprego público, porem podemos observar um interesse em trabalhar em ambas as áreas tanto como Autônomo como em Emprego Público com 26% (Quadro 5). CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da pesquisa foi possível analisar uma população jovem entre os universitários matriculados na instituição, predominando o sexo feminino, solteiros, onde a maior parte mora com os pais e destes, uma grande porção não exerce atividade remunerada. Analisou-se também que a maioria é advinda de cidades vizinhas, onde uma grande parte concluiu o Ensino Médio em instituição pública. Notou-se também que mais da metade dos entrevistados tem o hábito de ler livros, predominando a leitura de livros focados em Fisioterapia e na área da saúde. Por contar com uma equipe de professores qualificada, a maior parte dos alunos referiram estar satisfeitos com as condições oferecidas pela universidade. Sendo assim, pontuaram estar mais preparados nas disciplinas de Anatomia, Cinesiologia e Fisioterapia do Trabalho. Entretanto relataram estresse diante das disciplinas de Recursos Terapêuticos Manuais, Ortopedia e Anatomia. Prevaleceu o desejo de dar continuidade à formação nos cursos de pósgraduação, onde os cursos de Osteopatia e Neurologia foram os mais citados. Quanto ao futuro profissional, a maior parte pretende conseguir um emprego público e outra parte seguir carreira autônoma. Sendo assim, não há dúvidas de que a Fisioterapia está cada vez mais presente em nosso cotidiano, isto porque a profissão vem crescendo a cada dia e conquistando a tão sonhada autonomia, tornando o fisioterapeuta parte essencial e indispensável na equipe multiprofissional. Por fim, o presente estudo permitiu conhecer os estudantes e suas expectativas, podendo subsidiar futuras discussões entre os docentes, os discentes e a Instituição visando à melhora da qualidade de ensino do curso, atraindo consequentemente, novos alunos. FONTES CONSULTADAS BADARÓ AFV, GUILHEM D. Perfil sociodemográfico e profissional de fisioterapeutas e origem das suas concepções sobre ética. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 3, p. 445-454, jul./set. 2011

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996: Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa em seres humanos. Brasília: Ministério da Saúde; 1996. CODO W, JACQUES MGC. Saúde mental e trabalho. Petrópolis:Vozes, 2002. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP. Cadastro das instituições de educação superior- 2007 [citado 4 dez 2007]. Disponível em: < http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 07/03/2015. MORETTO CF. Educação superior e atuação profissional: trabalho e emprego na percepção dos universitários gaúchos. Revista Análise, Porto Alegre, v. 17 (2), p. 243-257, 2006. PAULA AV, FORNAZARI LP, CARVALHO LAP, PEREIRA VCG, PEREIRA MCS, SEIBERT SN. A graduação em Fisioterapia na Universidade Estadual do Centro- Oeste. Revista Salus-Guarapuava-PR, v. 1 (2), p. 157-164, 2007. POLIT DF, HUNGLER BP. Delineamento de pesquisa. In: Polit DF, Hungler BP. Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem. Porto Alegre (MS): Artes Médicas; 1995. p. 108-40. SALMÓRIA JG, CAMARGO W.A. Uma Aproximação dos Signos - Fisioterapia e Saúde - aos Aspectos Humanos e Sociais. Revista Saúde e Sociedade, v.17 (1), 2008. SILVA LCF, RODRIGUES DMO. O perfil sócio-demográfico e a motivação dos acadêmicos de Naturologia aplicada da universidade do sul de Santa Catarina. Cad. Acad. (Tubarão), v. 3 (2), p. 90-104, 2011. TRELHA CS. O Fisioterapeuta no Programa de Saúde da Família. Revista Espaço para a Saúde - Londrina - PR, v. 8 (2), 2007.