Anita Schwartz Galeria de Arte / SP-Arte 2017 Na SP-Arte 2017, a galeria carioca Anita Schwartz expõe 47 trabalhos, distribuídos em 96 m 2 de seu espaço, no segundo andar do Pavilhão da Bienal. Entre o elenco apresentado, estão nomes consagrados como Abraham Palatnik, Waltercio Caldas, Carlos Zilio, Nuno Ramos, Angelo Venosa e Wanda Pimentel, junto a jovens artistas que têm tido destaque no País e na cena internacional, caso de Otavio Schipper (RJ), Maria Lynch (RJ), Bruno Vilela (Recife), Luiza Baldan (RJ), Jesper Dyrehauge (Dinamarca) e Thomas Florschuetz (Berlim). W-900, Abraham Palatnik, 2016, acrílica sobre madeira, 110 X 165 cm Anita Schwartz apresenta algumas obras inéditas, como o quadro W-900, acrílica sobre madeira de Abraham Palatnik, duas pinturas de Nuno Ramos da nova série A Rocha de Gritos, uma escultura de Angelo Venosa, o díptico Universo Paralelo, de Daisy Xavier, com delicadas tramas em metal sobre tela. A Rocha de Gritos 14, Nuno Ramos, 2017, técnica mista, 150 x 190 cm Desequilíbrio 4, Maria Lynch, 2017, acrílica sobre tela, 150 x 150 cm
Da fotógrafa Luiza Baldan, Anita Schwartz exibe trabalhos da série Estofo, que está em cartaz na galeria até 28 de abril. Durante nove meses, a artista navegou na Baía de Guanabara a bordo de barcos de pesca e de embarcações que monitoram o lixo. Acessou assim, áreas que raramente são navegadas e produziu uma série de 22 fotogravuras em preto e branco, em parceria com o Estúdio Baren. O processo artesanal gerou um resultado surpreendente pela combinação entre elementos como a luz, textura do papel e a delicadeza da gravura. Direto de Arco Madrid 2017, uma das mais tradicionais feiras de arte da Europa, chegaram obras de Otavio Schipper que estão sendo exibidas pela primeira vez para o público brasileiro. Na série Império Postal, o artista avança em sua pesquisa sobre tempo, memória e vestígios. Uma série de fotografias em grande formato, criadas a partir da reprodução de selos antigos, revelam detalhes como os grafismos da pós-marca, a textura do papel, entre outros elementos gráficos. De fato, Schipper mostra um conjunto de personalidades bestiais, entre ditadores, generais e políticos responsáveis por atos bárbaros que deixaram manchas escuras na História, mas que em algum momento foram ovacionados, sendo até mesmo reproduzidos em selos e moedas. Além desta série de fotografias, há a escultura A General, produzida também para Arco Madrid. A General, Otavio Schipper, 2016, escultura em bronze e mineral (calcita mel), 150 x 70 x 20 cm Sem Título - Série Estofo, Luiza Baldan, 2017, fotogravura, 35 x 50 cm Bruno Vilela, jovem artista de Recife, que também atua na literatura e no cinema, está no espaço de Anita Schwartz com uma de suas últimas obras disponíveis da série O Livro de São Sebastião. Exibida na galeria entre dezembro de 2016 e março de 2017, a exposição foi sucesso de crítica e vendas. Bruno faz um passeio pelos tempos mais remotos da Humanidade, através de uma narrativa contada em suas pinturas e desenhos em carvão. Tudo tem início no divã de Freud, passa pelo Monte Sinai, atravessa Adão e Eva com influências do cosmólogo Carl Sagan, até chegar no Dilúvio inspirado na canção Purple Rain, de Prince. O Anjo, desenho em carvão exposto na SP-Arte, trata da abstração da consciência humana por meio da abdução em um disco voador. O artista é um dos indicados ao Prêmio Marcantonio Vilaça 2017. Uma fotografia de grandes dimensões, impressa em tela, da série Contabilidade, de Rochelle Costi, representa na SP-Arte a última exposição de 2016 na galeria Anita Schwartz. A artista viajou para a Guatemala, para residência a convite da 20ª Bienal de Arte Paiz e estudou a gentrificação da cultura popular em um tradicional mercado de artesanato e comidas típicas. Nos trabalhos de Rochelle podemos perceber um interesse recorrente sobre a diversidade das formas de mostrar da cultura popular. Bernardo Mosqueira, curador da exposição Contabilidade, destaca que muitas vezes, suas obras são a transposição para o contexto
institucional da arte contemporânea das soluções expositivas do repertório popular. No caso de Contabilidade, não apenas a diversidade dos objetos da cultura tradicional local pode estar fadada ao fim ou à adequação ao gosto dos turistas consumidores diante da globalização, mas também a forma singular de expor os objetos pode ser transfigurada. Mais uma vez, está presente a pesquisa da artista sobre a relação entre a representação e a ação do tempo sobre as identidades, mas essa série de fotos nos faz lembrar, também, que o trabalho de Costi é muito ligado ao interesse na experimentação das formas de expor e de ocupar o espaço, reflete Mosqueira. A artista é indicada ao Prêmio Marcantonio Vilaça 2017. O Anjo, Bruno Vilela, 2016, carvão sobre papel, 92 x 114 cm Mais informações sobre os artistas: LUIZA BALDAN Nascida no Rio de Janeiro, em 1980, Luiza Baldan se graduou em belas artes, com foco em fotografia e time-based media, e história da arte pela Florida International University, Miami, em 2003. Foi aluna e atualmente é professora na EAV Parque Lage. Em 2010 concluiu seu mestrado e hoje é doutoranda em belas artes (linguagens visuais), na EBA/UFRJ. Dentre as exposições individuais recentes, destacam-se Perabé (Centro Cultural São Paulo), em 2015; Build Up (MdM Gallery, Paris), em 2014; Corta Luz (Pivô, São Paulo) e Índice (MAM Rio), em 2013; São Casas (CCD/Studio-X, Rio), em 2012; Algumas séries (MAC Niterói), em 2011; e Sobre umbrais e afins (Plataforma Revólver, Lisboa), e Luiza Baldan (Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo), em 2010. As mostras coletivas recentes destacadas são Finalistas PIPA (MAM Rio), em 2016; Fotografia Contemporânea Brasileira: Novos Talentos (Caixa Cultural Rio e Brasília), em 2015; "Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil", The Wexner Center for the Arts (Columbus, EUA) em, 2014; "Lugar Nenhum" (Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro), "Travessias 2: Arte
Contemporânea na Maré" (Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro); Rumos Artes Visuais 2012-2013 (Itaú Cultural, São Paulo, MAMAM, Recife, e Paço Imperial, Rio), em 2013; Collecting Collections and Concepts (Fábrica ASA, Guimarães, Portugal), em 2012; Mapas Invisíveis (Caixa Cultural Rio), 2010; O Lugar da Linha (Paço das Artes, São Paulo, MAC, Niterói), em 2010; 37º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, Nova Arte Nova (CCBB Rio de Janeiro e São Paulo), em 2009.Luiza Baldan ganhou diversos prêmios e bolsas de residência artística, está presente em várias publicações, e seu trabalho integra prestigiosas coleções públicas como as do MAM Rio, MAM SP, IPHAN, e as prefeituras de São Paulo e de Santo André. BRUNO VILELA Bruno Vilela nasceu em Recife, 1977, onde vive e trabalha. O artista participa de mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior deste 2001. Seu trabalho integra coleções como a do Centro Cultural São Paulo, Banco Mundial, em Washington, Centro Dragão do Mar, e Centro Cultural do Banco do Nordeste, em Fortaleza, Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães (MAMAM), Fundação Joaquim Nabuco e Museu do Estado de Pernambuco, em Recife. Das exposições individuais realizadas, destacam-se A Sala Verde, Palácio Pombal, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa/Portugal, ELA, Dragão do Mar, Fortaleza, em 2015; Dia de festa é véspera de dia de luto, Paço das Artes, São Paulo, em 2013; O Céu do Céu, Museu do Estado de Pernambuco, Recife, em 2009; Bibbdi Bobbdi Boo, Galeria Massangana, FUNDAJ, Recife, em 2008; Réquiem sobre papel, Museu Murilo La Greca, Recife, em 2006. Dentre as coletivas selecionadas, estão Orixás Casa França Brasil, Rio de Janeiro, 2016; Art from Pernambuco, Embaixada do Brasil, Londres, 2015; New Brasil Bolivia Now, Memorial da América Latina, São Paulo, 2013; Metrô de superfície, Paço das artes, São Paulo, 2012; World Bank Art Program, Washington, e Jogos de guerra, Caixa Cultural Rio de Janeiro, 2011; Investigações Pictóricas, MAC Niterói, 2009, 58º Salão de Arte Contemporânea do Paraná, MAC, Curitiba, e Prêmio Internacional de Pintura de Macau, IMM, Macau, China, 2001. OTAVIO SCHIPPER Otavio Schipper (Brasil, 1979) é formado em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e recebeu a Bolsa de Estudos de 2015 da Akademie der Künste Berlin. O artista apresentou a instalação Smoking Mirror no Kunstmuseum Thun (Suíça) em 2017 e no Schering Stiftung Project Space em Berlim (Alemanha) em 2015. Demo: Polis na Akademie der Künste Berlin (Alemanha) em 2016 e na exposição Dessiner l'invisible, organizado pela Fondation Mindscape, em Paris (França) em 2015. Em 2014, Schipper apresentou as instalações Mechanical Unconscious na MOT International em Londres (Reino Unido), Pocket Landscape na Galeria Millan em São Paulo (Brasil) e Elevator Music no Project Space die Raum em Berlim (Alemanha). ROCHELLE COSTI Uma das mais respeitadas do cenário contemporâneo, Rochelle Costi tem forte presença em mostras no Brasil e no exterior, sendo bastante atuante no circuito internacional da arte. Alguns destaques dessas mostras são a individual Reprodutor, realizada este ano
paralelamente à exposição Double Take: Drawing and Photography, na The Photographers' Gallery, em Londres, e sua participação em várias edições de Bienais: 20ª Bienal de Arte Paiz, Ciudad de Guatemala (2016); 29a Bienal Internacional de São Paulo (2010); X Bienal de Cuenca, Equador (2009); I Bienal del Fin del Mundo, Ushuaia, Argentina (2007); Rede de Tensão: Bienal 50 Anos. Fundação Bienal de São Paulo (2001); VII Bienal de La Habana; XXVI Bienal de Pontevedra, Espanha; Mostra do Redescobrimento: Brasil 500 anos. Fundação Bienal de São Paulo; Bienal Internacional de Fotografia da Cidade de Curitiba (2000); II Bienal do Mercosul, Porto Alegre (1999); XXIV Bienal Internacional de São Paulo; II Tokyo Photography Biennale, Metropolitan Museum of Photography, Tóquio e VI Bienal de La Habana, Havana (1998), dentre muitas outras importantes exposições. Em 2010 foi premiada com uma residência artística na WBK Vrije Academie, em Gemak, Holanda, e seu trabalho integra importantes coleções, como Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Centro Gallego de Arte Contemporáneo, Santiago de Compostela, Espanha; Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, EUA; Coleção Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brumadinho, Minas; Coleção Itaú, São Paulo; Fonds National d Art Contemporain, Marselha, França; Fundación Arco, Madri; Museum Moderner Kunst Stiftung Ludwig, Viena; Museum of Latin American Art, Long Beach, EUA; San Diego Museum of Contemporary Art, La Jolla, EUA; Pinacoteca do Estado, São Paulo; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand; Museu de Arte Moderna de São Paulo; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Série Contabilidade 931, Rochelle Costi, 2016, jato de tinta sobre canvas, 140 x 210 cm