UTILIZAÇÃO DE REGULADORES HORMONAIS NA GERMINAÇÃO E FORMAÇÃO DE PLÂNTULAS IN VITRO DE ORQUIDEAS

Documentos relacionados
GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL IN VITRO DE Encyclia flava (LINDL.) PORTO & BRADE (ORCHIDACEAE)

Ricardo Hideaki Assakawa 1 ; Stela Lopes de Faria 2, Patrícia da Costa Zonetti 3, Graciene de Souza Bido 3 1 INTRODUÇÃO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM

AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE Cattleya loddigesii Lindley SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁGUA SANITÁRIA COMERCIAL NA DESINFECÇÃO DE SEMENTES RESUMO

Micropropagação de Bletia catenulata Ruiz & Pav. (Orchidaceae) Juliana Mary Kluthcouski 1, Sérgio Tadeu Sibov 2

Micropropagação de Aechmea tocantina Baker (Bromeliaceae) Fernanda de Paula Ribeiro Fernandes 1, Sérgio Tadeu Sibov 2

GERMINAÇÃO ASSIMBIÓTICA E DESENVOLVIMENTO DE Dendrobium nobile Lindl. SOB EFEITO DE REGULADORES HORMONAIS E ÁGUA DE COCO

IV Seminário de Iniciação Científica

GERMINAÇÃO IN VITRO DE Coffea arabica e Coffea canephora

Caue de Abreu Alvarez (PIBIC/CNPq), Sandremir de Carvalho (Orientador),

GERMINAÇÃO ASSIMBIÓTICA DE Cyrtopodium saintlegerianum RCHB.F (ORCHIDACEAE: CYRTOPODIINAE)

Germinação assimbiótica e desenvolvimento de Dendrobium nobile Lindl. sob efeito de reguladores vegetais no tratamento pré-germinativo

EFEITO DA BENZILAMINOPURINA (BAP) NA MICROPROPAGAÇÃO DA VARIEDADE CURIMENZINHA (BGM 611) DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

GERMINAÇÃO in vitro DE Catasetum juruenense HOEHNE (ORCHIDACEAE) COM VARIAÇOES DE ph

Estabelecimento in vitro da pitanga vermelha (Eugenia uniflora L.)

EFEITOS DA GIBERELINA E DA SECAGEM NO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO SOBRE A VIABILIDADE E O VIGOR DE SEMENTES DE MAMÃO (Carica papaya L.

CULTIVO in vitro DE EMBRIÕES DE CAFEEIRO: concentrações de meio MS e polpa de banana RESUMO

Ácido Giberélico na Cultura de Embriões Zigóticos de Coqueiro-anãoverde

Estabelecimento de Protocolos para cultura in vitro de Novas Cultivares de Coqueiro

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES EXPLANTES E COMBINAÇÕES DE REGULADORES VEGETAIS (BAP E ANA) NO CULTIVO IN VITRO DE Physalis pubences L.

EFEITO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO NA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO IN VITRO DE Brassavola cebolleta Rchb.F. (ORCHIDACEAE)

Produção de Mudas de Abacaxizeiro Pérola Utilizando a Técnica do Estiolamento In Vitro

CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE ALGODOEIRO SOB EFEITO DE GA 3 (*)

Germinação in vitro de Sementes de Mandacaruzinho

Estiolamento e Regeneração in vitro de Abacaxizeiro Pérola

MICROPROPAGAÇÃO IN VITRO DA MAMONA UTILIZANDO A CITOCININA 6- BENCILAMINOPURINA*

INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE CULTURA NA TAXA DE MULTIPLICAÇÃO DE EXPLANTES DE Gypsophila cv. Golan

ESTABELECIMENTO IN VITRO

Indução e crescimento de calos em explantes foliares de hortelã-docampo

Desenvolvimento in vitro de Cattleya loddigesii Lindley (Orchidaceae) sob diferentes métodos de semeadura

Programa Analítico de Disciplina FIT483 Cultivo de Orquídeas

INFLUÊNCIA DOS ÁCIDOS NAFTALENO ACÉTICO E ÁCIDO INDOL BUTÍRICO (AUXINAS) NO DESENVOLVIMENTO

CRESCIMENTO in vitro DE PLÂNTULAS DE ORQUÍDEAS SUBMETIDAS A DIFERENTES PROFUNDIDADES DE INOCULAÇÃO E CONSISTÊNCIA DO MEIO DE CULTURA

INFLUÊNCIA DO MEIO DE CULTURA E DE UM FERTILIZANTE SOLÚVEL NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

MICROPROPAGAÇÃO E ACLIMATAÇÃO DE PLÂNTULAS DE MORANGUEIRO. Palavras chaves: Micropropagação. Isolamento de meristema. Explante. Mudas sadias.

GERMINAÇÃO in vitro DE Coffea canephora cv. Tropical EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA E AMBIENTES DE CULTIVO

GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE ARAÇÁ (Psidium guineense Swart)

BAP E AIB NO CULTIVO in vitro DE Epidendrum ibaguense KUNTH

Efeito do meio de cultura na germinação in vitro do jenipapeiro

MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE ARAÇÁ-VERMELHO (PSIDIUM CATTLEIANUM SABINE VAR. HUMILE) MYRTACEAE 1

Enraizamento in vitro de Aechmea setigera, bromélia endêmica da Amazônia, Acre, Brasil

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 211

CONCENTRAÇÕES DOS SAIS DO MEIO MS E EXTRATO DE CHIA NO CULTIVO DE EMBRIÕES DE CAFEEIRO in vitro RESUMO

REGULADORES DE CRESCIMENTO NA PRÉ-EMBEBIÇÃO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOB CONDIÇÃO SALINA (*)

MICROPROPAGAÇÃO DE Eugenia dysenterica DC (MYRTACEAE) Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas - PGMP

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

INDUÇÃO DE MÚLTIPLOS BROTOS DA CULTIVAR DE ALGODÃO BRS-VERDE. *

Germinação in vitro de gongora (Orchidaceae) em meios nutritivos simplificados

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL IN VITRO DE Cyrtopodium paludicolum (ORCHIDACEAE)

Efeito do BAP na Indução de Brotações Adventícias em Catingueira

ESTUDO DOS FRUTOS E SEMENTES DE MANGABA (HANCORNIA SPECIOSA) DO CERRADO

Efeito de Diferentes Concentrações de BAP e Zeatina na Multiplicação in vitro de Schinopsis brasiliensis Engl

GERMINAÇÃO IN VITRO E DESENVOLVIMENTO DE ESPÉCIES DE MELOCACTUS

REGENERAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DO BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA DE MAMONA

EFEITO DO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO (Gossypium hirsutum L. )

Efeito de Diferentes Concentrações de BAP e Tipos de Explantes na Indução de Calo em Nim Indiano.

Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 80

CRESCIMENTO DE ORQUÍDEAS EPÍFITAS IN VITRO: ADIÇÃO DE POLPA DE FRUTOS( 1 )

REGENERAÇÃO DE EMBRIÕES A PARTIR DE CALO EMBRIOGÊNICO FRIÁVEL DO TIPO HFSE DE DUAS ESPÉCIES DE CAFÉ (Coffea canephora, Coffea arabica)

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Micropropagação de framboeseira em diferentes concentrações de ferro - NOTA -

ESTABELECIMENTO in vitro DE ROSEIRA: EFEITO DO REGULADOR DE CRESCIMENTO BAP

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 289

TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE AROEIRA PIRIQUITA (Schinus molle L.) E AROEIRA BRANCA (Lithraea molleioides (Vell.

ARTIGO. Germinação de sementes e desenvolvimento in vitro de plântulas de Cattleya loddigesii Lindl. (Orchidaceae)

PROTOCOLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS IN VITRO DE Tabernaemontana catharinensis DC.

;Agutr) Energia e Sustentabilidade

IN VITRO GROWTH OF Cattleya loddigesii, (ORCHIDACEAE) ON POLYRETANE FOAM

GERMINAÇÃO IN VITRO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE COROA- DE-FRADE (Melocactus zehntneri)

GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE Dendrobium nobile Lindl. EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO

Concentrações de sais do meio Knudson C e de ácido giberélico no crescimento in vitro de plântulas de orquídea

ENRAIZAMENTO IN VITRO E ACLIMATIZAÇAO EM VERMICULITA DE PIMENTA- DO-REINO (Piper nigrum L.)

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MULTIPLICAÇÃO DE EXPLANTES NO CULTIVO IN VITRO DE

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA

GERMINAÇÃO ASSIMBIÓTICA E CRESCIMENTO INICIAL DE Cattleya nobilior RCHB.F (ORCHIDACEAE)

Micropropagação de Ananas bracteatus (Shultz) cv. striatus Hort.

Efeito da concentração de vitaminas e das fontes de carbono no superbrotamento da mamona utilizando o genótipo BRS Nordestina

ESTABELECIMENTO IN VITRO DE AROEIRA-VERMELHA EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE BENZILAMINOPURINA E ACIDO NAFTALENO ACÉTICO 1

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

USO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS NA ACLIMATIZAÇÃO DE PLÂNTULAS DE Laelia purpurata Lindl (Orchidaceae)

MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE Cattleya x mesquitae PELO MÉTODO DE ESTIOLAMENTO DE SEGMENTOS CAULINARES 1

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

CONVERSÃO IN VITRO DE RAÍZES E FOLHAS DE Miltonia flavescens Lindl. EM PROTOCORMOS E REGENERAÇÃO DE PLANTAS

Germinação in vitro de embriões zigóticos e aclimatação de plântulas de mangaba oriundas da cultura de embrião (Hancornia speciosa Gomes)

MÉTODOS DE ASSEPSIA E CONTROLE OXIDAÇÃO EM GEMAS APICAIS DE AZALEIA RESUMO

Pesquisa Agropecuária Tropical ISSN: Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos. Brasil

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Germinação e desenvolvimento in vitro de orquídea epífita do Cerrado (1)

Efeitos do ácido naftalenoacético e benzil-adenina no crescimento in vitro de Bifrenaria tyrianthina (Lodd.) Rchb.f.

ASSEPSIA DE PROPÁGULOS VEGETATIVOS DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA CULTIVO In vitro 1. INTRODUÇÃO

Fontes de nitrogênio, polpa de banana e ágar no desenvolvimento in vitro de plântulas de orquídea

Efeito do ph do meio de cultura na formação de calos de Dendróbio borboleta (semeio in vitro).

Introdução. Rogério Mamoru Suzuki 1,4, Vania Carolina Moreira 1, Myna Nakabashi 2 e Wagner de Melo Ferreira 3

ARTIGO. Germinação e crescimento inicial in vitro de Cattleya warneri T. Moore (Orchidaceae)

Eficiência comparativa na multiplicação in vitro da batata em sistema estacionário e sob agitação do meio líquido.

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO MEIO MS NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) Introdução

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 13

Transcrição:

Iniciação Científica CESUMAR Jan./Jun. 2007, v. 09, n.01, p. 07-12 UTILIZAÇÃO DE REGULADORES HORMONAIS NA GERMINAÇÃO E FORMAÇÃO DE PLÂNTULAS IN VITRO DE ORQUIDEAS Gessé Almeida Santos* Belisa Cristina Saito** Diógenes de Paiva Monteiro** Maria Auxiliadora Milaneze Gutierre*** Patricia da Costa Zonetti**** RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar a porcentagem de germinação e a formação de plântulas de Cattleya bicolor (Orchidaceae) utilizando-se dos reguladores ácido á-naftalenoacético e ácido giberélico em tratamento de pré-embebição das sementes. Foi utilizado meio Knudson para o inóculo. As sementes foram previamente tratadas com os reguladores nas concentrações 0,0; l,0; 2,0 e 5,0mg/L por 24 horas. O tratamento com ácido giberélico 1,0 mg/l mostrou-se mais expressivo quanto ao número de plântulas formadas. A porcentagem de protocormos com gema foi maior no tratamento com ácido giberélico nas concentrações 2,0 e 5,0mg/L. A auxina não se mostrou efetiva no tratamento de pré-embebição das sementes de Cattleya bicolor no desenvolvimento in vitro. PALAVRAS CHAVES: Catteya bicolor; reguladores hormonais; cultivo in vitro. USE OF HORMONAL REGULATORS IN THE GERMINATION AND DEVELOPMENT OF ORCHID SEEDLINGS IN VITRO ABSTRACT: This work had the objective to assess the germination rate and development of seedlings of Cattleya bicolor (Orchidacea) using the regulators á-naphthaleneacetic acid and gibeleric acid in the seeds pre-imbibition treatment. Knudson s medium was employed for the inoculum. The seeds were previously treated with the regulators in the concentrations of 0.0; 1.0; 2.0 and 5.0 mg/l for 24 hours. The treatment with giberelic acid was shown to be more effective in relation to the number of seedlings formed. The percentage of protocorms with buds was greater in the treatment with giberelic acid in the concentrations of 2.0 and 5.0 mg/l. The auxine was not shown to be effective in the seeds pre-imbibition treatment of Cattleya bicolor in its development in vitro. KEYWORDS: Cattleya bicolor; hormonal regulators; in vitro cultivation. * Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas do CESUMAR Centro Universitário de Maringá, Bolsista do Programa de Bolsas de Iniciação Científica do CESUMAR (PROBIC). E-mail: genespaiva@bol.com.br ** Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas do CESUMAR Centro Universitário de Maringá. E-mail: belisasaito@gmail.com *** Professora Doutora do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá, UEM. E-mail: milaneze@uem.br **** Professora Doutora do Curso de Ciências Biológicas do CESUMAR Centro Universitário de Maringá. E-mail: patriciazonetti@cesumar.br

8 Utilização de Reguladores Hormonais na Germinação e Formação... INTRODUÇÃO A família Orchidaceae originou-se na área fitogeográfica conhecida por Malásia, durante o período cretáceo, quando em sua maioria as famílias das angiospermas tornaram-se diferenciadas (GARAY, 1972). Tal família está mais bem representada nas regiões tropicais e subtropicais (STOUTAMIRE, 1964), podendo crescer como epífitas sobre árvores e arbustos ou ser rupículas. Poucas são terrestres, algumas habitando os brejos ou o subsolo (PABST; DUNGS, 1975). A estrutura e o tamanho das sementes das Orchidaceae estão entre as características mais peculiares da família (ARDITTI, 1967; DRESSLER, 1981). Para Stoutamire (1964), as sementes das orquídeas estão entre as de menor tamanho produzidas entre as fanerógamas e abrangem dimensões inferiores a 0,3mm, sendo raras aquelas com mais de 2 mm. Withner (1959) estimou que o número de sementes por cápsula nas orquídeas tropicais é de aproximadamente 3,7 milhões, mas não como regra geral, uma vez que em algumas espécies foram encontradas cápsulas com apenas 376 sementes. Ackerman (1983) argumentou que a capacidade de produzir numerosas e pequenas sementes pode ser uma resposta às diversas pressões seletivas, podendo ocorrer tanto em plantas terrestres quanto em epífitas. As sementes de orquídea diferenciam-se da maioria das outras espécies por não possuírem reservas nutritivas suficientes para promover a germinação (RAMOS, 1969). Segundo Singh (1988 apud FRAGUAS et al., 2003), a maior parte das orquídeas apresentam sementes sem endosperma funcional. Desta forma, as sementes na natureza são incapazes de germinar na ausência de fungos micorrízicos (ARDITTI, 1979). Esta simbiose mostra-se bastante delicada, podendo não acontecer com a aplicação de agrotóxicos ou em condições ambientais adversas. Com as descobertas do pesquisador norte-americano Lewis Knudson nas décadas de vinte a quarenta, tornou-se possível a germinação das sementes e o desenvolvimento de plântulas de orquídeas in vitro assimbioticamente (na ausência do fungo), na presença de sais minerais e carboidratos solúveis em meio de cultura geleificado com ágar (MILANEZE, 1997). A partir de então o comércio de plântulas de orquídeas produzidas em laboratório aumentou significativamente, contribuindo para aliviar as pressões sobre as espécies nativas. Os meios nutritivos utilizados no cultivo in vitro possuem a capacidade de dar suporte ao crescimento e desenvolvimento das plantas e são formados por sais inorgânicos, possuindo ainda sacarose como fonte de carboidrato, aminoácidos, vitaminas e proteínas específicas (BUTCHER; INGRAM, 1976; DIXON, 1985). Vários protocolos de meio de cultivo foram propostos para as orquídeas (VUNAJOVIC et al., 2000; MARTINI et al., 2001; ROY; BANERJEE, 2002; PARK et al., 2003);no entanto, mudanças no protocolo são necessárias para atender às necessidades específicas de cada material genético (CALDAS et al.,1999). As sementes para inóculo no sistema in vitro são coletadas do fruto (cápsula) em certo estágio de maturação. Tratando-se do gênero Cattleya, Campos (2000) afirma que a idade ideal da cápsula para a coleta de sementes é a de 180 dias, com variação de 150 a 210 dias. Segundo Suttleworth et al. (1994), o período ideal de coleta varia entre 300 e 360 dias; no entanto, sabe-se que este gênero possui muitas espécies com características próprias, o que faz supor que cada espécie se manifeste de maneira particular em relação à viabilidade das sementes. Em geral, nas culturas in vitro utilizam-se reguladores de crescimento vegetal com funções auxínicas, como verificado por Barroso et al. (1990) e Miyoshi e Mii (1995). Hadley e Harvais (1968) descreveram que combinações de quinetina (citocinina) e ácido indolacético (auxina) permitem um bom desenvolvimento de orquídeas e que fatores externos, como luz e temperatura, podem antecipar o estágio de desenvolvimento. O uso de reguladores químicos como tratamento prégerminativo pode auxiliar no processo de germinação e desenvolvimento de protocormos. Miyoshi e Mii (1995), encontraram que o ácido á-naftalenoacético (ANA), Ethephon e 6-benzilaminopurina (BAP) promovem aumento na pré-germinação e formação de protocormos de Calanthe discolor. As variações genéticas dentro da família Orchidaceae podem resultar em respostas diferentes quanto ao desenvolvimento com o uso de reguladores hormonais. Assim torna-se importante investigar os diferentes reguladores na espécie que se pretenda trabalhar, neste caso a espécie Cattleya bicolor. Este trabalho teve como objetivo avaliar a porcentagem de germinação, a formação de protocormos e de plântulas in vitro de Cattleya bicolor (Orchidaceae) com a utilização dos reguladores vegetais: ácido á-naftalenoacético (ANA) e ácido giberélico (GA 3 ) como tratamento pré-germinativo das sementes. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 MATERIAL BOTÂNICO E TRATAMENTOS Foram utilizadas sementes da espécie Cattleya bicolor, cedidas pelo Orquidário da Universidade Estadual de Maringá em maio de 2004. Os tratamentos consistiram de diferentes concentrações de ácido á-naftaleno acético (ANA) e ácido giberélico (GA 3 )

SANTOS, G. A. et al 9 (1,0 2,0 e 5,0 mg/l) e um grupo-controle, onde as sementes foram embebidas de água destilada. As sementes foram embebidas nas soluções dos respectivos tratamentos e armazenadas em frascos de 20mL, sem luminosidade por vinte e quatro horas. Após este período, estas foram inoculadas no meio de cultura C KNUDSON. 3 MEIO DE CULTURA E SEMEADURA IN VITRO O meio de cultura utilizado foi o meio de cultura básico C KNUDSON (MILANEZE, 1997), contendo nitrato de cálcio, fosfato de potássio, manganês, cálcio, ferro, sulfato de amônio, ágar e sacarose. O ph inicial do meio de cultura foi ajustado para 5,5. O meio de cultura foi esterilizado em autoclave vertical, Phoenix, modelo AV 75, por 15 minutos a 1 atm, posteriormente distribuído em frascos de 350 ml, em fluxo laminar, sendo que cada frasco recebeu 40 mlde meio de cultura. A inoculação das sementes foi realizada em câmara de fluxo laminar marca Quimis. Para o inóculo, as sementes foram lavadas por três ou mais vezes em água destilada. No processo de lavagem, as sementes foram acondicionadas em pequenos frascos com tampa de borracha e foi retirada ao máximo a água nele contida, ficando apenas as sementes no fundo. Após realizado o processo de lavagem das sementes, foi acrescentada nos frascos solução de hipoclorito de sódio comercial, Q boa, diluído a 13%. Com o auxílio de seringas, foi retirada a solução de hipoclorito e posteriormente as sementes foram lavadas por três vezes com água destilada autoclavada. Foram retiradas com o auxílio da seringa pequenas porções das sementes já desinfectadas e estas foram semeadas nos meios de cultura anteriormente preparados e esterilizados. Em seguida ao processo de inoculação, os frascos foram lacrados com plástico parafilm para prevenir contaminação. 4 AVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS A avaliação da germinação das sementes e do desenvolvimento inicial dos protocormos foi realizada após dois meses do inóculo das sementes no sistema in vitro. Para avaliar a porcentagem de germinação, parte das sementes foi submetida ao teste de tetrazólio 1%. Foram consideradas germinadas as sementes com embrião intumescido, isto é, em fase inicial de protocormo, corado (vivo) ou não (morto) pelo teste. Através dos dados obtidos foram determinadas as porcentagens de germinação das sementes com relação ao total de sementes contadas e a porcentagem de protocormos mortos. A porcentagem de protocormos vivos com gema foi contabilizada através do número de protocormos vivos com e sem gemas. Após quatro meses de cultivo foi realizada a avaliação de formação das plântulas. Para esta avaliação foram consideradas a presença de folhas e a existência de raiz. O ensaio foi delineado inteiramente ao acaso, cada tratamento foi repetido três vezes. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias entre tratamentos foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de significância. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO As sementes de Cattleya bicolor germinaram em aproximadamente 20 dias após inoculadas sobre qualquer um dos tratamentos. Neste período verificou-se aumento na estrutura geral dos embriões, passando para a fase de protocormo. Não houve diferença significativa para a porcentagem de germinação no grupo-controle e em todas as concentrações de ácido giberélico (GA 3 ), assim como na maior concentração de auxina (ácido á-naftalenoacético, ANA). Os tratamentos com menor concentração de ANA diferiram dos demais, apresentando efeito negativo no processo de germinação das sementes (Tabela 1). Vários são os trabalhos com reguladores vegetais no desenvolvimento de plântulas de orquídeas (PRAXEDES et al., 2000; ROY; BANERJEE, 2002; KRAPIEC et al., 2003). No entanto, trabalhos com tratamentos de pré-embebição das sementes são raros. De acordo com Melo et al. (1979), o tratamento de sementes de espécies arbóreas com ácido giberélico e citocininas promove aumento na taxa de germinação. Pinheiro et al. (2001) também observaram efeito positivo do ácido giberélico na germinação de mangabeira. Neste trabalho foi encontrado que os tratamentos com ácido giberélico no processo de germinação não diferiram do controle. Características avaliadas Tratamentos % de germinação % protocormos % de protocormos das sementes mortos com gema controle 51,95 a 3,55 a 39,37 b ANA 1 mg/l 31,28 b 3,99 a 24,28 c ANA 2 mg/l 17,63 b 4,73 a 19,60 c ANA 5 mg/l 49,06 a 3,50 a 37,72 b GA 1 mg/l 65,42 a 1,99 b 45,27 b GA 2 mg/l 45,01 a 0,62 b 72,22 a GA 5 mg/l 41,34 a 0,57 b 69,43 a Tabela 1. Características de germinação e formação de protocormos de sementes de Cattleya bicolor (Orchidaceae) pré-embebidas em solução com diferentes concentrações de auxina (ANA) e ácido giberélico (GA 3 ) Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem estatísticamente entre si (Tukey<5%)

10 Utilização de Reguladores Hormonais na Germinação e Formação... Quando a semente de orquídea germina in vitro ela produz uma massa de células indiferenciadas chamada de protocormo. Mantendo-se as condições normais, o protocormo continuará a crescer por algumas semanas até começar a produzir raízes e folhas (MCKENDRICK, 2000). Os protocormos de orquídeas epífitas, como é o caso da espécie em estudo Cattleya bicolor, são normalmente verdes, o que lhes permite produzir seu próprio alimento. Com relação à porcentagem de protocormos mortos, observase pela tabela 1 diferença estatística entre o grupo-controle e todas as concentrações de ácido giberélico (GA 3 ), tendo ocorrido a menor porcentagem de protocormos mortos quando as sementes foram embebidas com o regulador vegetal. Entre as concentrações de (GA 3 ) não houve diferença significativa. O tratamento com auxina (ANA) não foi efetivo, já que estatisticamente a porcentagem de protocormos mortos foi igual à do grupo-controle. Segundo Taiz e Zeiger (2004), os efeitos fisiológicos do ácido giberélico em sementes estão relacionados à ativação do crescimento vegetativo do embrião e também ao enfraquecimento da camada do endosperma que envolve o embrião e restringe seu crescimento. Os protocormos vivos se diferenciam, e ao passar do tempo do cultivo in vitro começam a formar gemas e posteriormente dão origem às plântulas. Os tratamentos com maior concentração de GA 3 (2 e 5 mg/l) proporcionaram maior formação de gemas em comparação com o controle e tratamento com a auxina, ácido á-naftalenoacético (ANA) (Tabela 1). A auxina é um regulador importante para o processo de morfogênese dos vegetais (TAIZ; ZEIGER, 2004), e tem sido descrita com efeito positivo em orquídeas na combinação com a citocinina no cultivo in vitro (MARTINI et al., 2001; KRAPIEC et al., 2003; PUCHOOA, 2004). Entretanto, nos protocolos de cultura de tecidos estes reguladores são adicionados ao meio de cultivo, e neste trabalho a proposta foi tratar as sementes antes do inóculo no sistema in vitro. De acordo com a tabela 1, a auxina não apresentou efeito favorável na formação de gemas, e na concentração mais baixa (1 mg/l) o número de protocormos com gemas estatisticamente apresentou-se igual ao do grupo-controle. Nas maiores concentrações de ANA (2 e 5 m/l) o número de protocormos com gemas foi diferente estatisticamente e inferior ao do controle. As sementes tratadas com ácido giberélico na concentração de 1 mg/l apresentaram um desenvolvimento mais acelerado do que as sementes do grupo-controle, apresentando, em média, 45 plântulas, contra 10 plântulas no controle, ao final de quatro meses de avaliação (Gráfico 1), diferença esta detectada estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de significância. Segundo Grattapaglia e Machado (1998) e Jesus et al. (2003), as giberelinas estimulam o Número de plântulas crescimento vegetal, agindo sobre o alongamento celular, sendo usadas freqüentemente no cultivo in vitro para o desenvolvimento inicial do embrião. O tratamento com auxina (ANA) não se mostrou efetivo, assim como as maiores concentrações de ácido giberélico (2 e 5 mg/l) (Gráfico 1). 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 b b c c controle ANA 1 mg/l ANA 2 mg/l ANA 5 mg/l GA 1 mg/l GA 2 mg/l 5 mg/l Tratamentos Gráfico 1. Número de plântulas obtidas de sementes de Cattleya bicolor embebidas em solução de reguladores vegetais após quatro meses de cultivo in vitro (ANA=ácido á-naftalenoacético; GA= ácido giberélico). Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente entre si (Tukey<5%) 6 CONCLUSÕES Pode-se concluir que: - a auxina (ácido á-naftalenoacético) não se mostrou efetiva no tratamento de pré-embebição das sementes de Cattleya bicolor no desenvolvimento in vitro ; - o pré-tratamento das sementes com ácido giberélico (GA 3 ) na concentração de 1 mg/l proporcionou maior número de plântulas formadas; - as sementes pré-tratadas com ácido giberélico (GA 3 ) apresentaram um desenvolvimento mais acelerado do que as sementes do controle, além de menor número de protocormos mortos. REFERÊNCIAS ACKERMAN, A. N. On the evidence for a primitivity epiphytic habit in orchid. Syst. Bot., v. 8, 1983, p. 474-477. ARDITTI, J. Aspects of the physiology of orchids. Adv. Bot. Res., v. 7, 1979, p. 421-655.. Factors affecting the germination of orchids seeds. Bot. Rev., v. 33, n. 1, 1967, p. 1-97. a b c

SANTOS, G. A. et al 11 BARROSO, J. et al. In vitro seed germination, differentiation and production of miniturbers from Ophrys lutea Ca., Ophrys fusca Link and Ophrys speculum Link. Scientia Horticulturae, v. 42, 1990, p. 329-37. BUTCHER, W. P.; INGRAN, D. S. Organs and embryos. In Plant Tissue Culture. [s. l.]: Edwad Publishing Limited, 1976. p. 3-15. CALDAS, L. S.; HARIDASAN, P.; FERREIRA, M. E. Meios nutritivos. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S.; BUSO, J. A. Cultivo de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: Embrapa SPI/Embrapa CNPH, 1999. CAMPOS, D. M. Orquídeas: manual prático de reprodução. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2000. 127 p. DIXON, R. A. Isolations an maintenance of callus and cell suspensions cultures. In: DIXON R. R. (ed). Plant Cell Culture: A Pratical Approach. Washington DC: IRL Press, 1985, p.1-20. DRESSLER, R. L. The orchids and classification. [s. l.]: Harvard University Press, 1981. 332 p. FRAGUAS, C. B. et al. Crescimento in vitro de plântulas de orquídeas oriundas da hibridação entre Cattleya labiata e Laelia itambana. Revista Ceres, v. 50, n. 292, 2003, p. 719-726. GARAY, L. A. On the origin of the Orchidaceae, II. J.Arnold Arbor. Harv. Univ., v. 53, 1972, p. 203-215. GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M. A. Micropropagação. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S; BUSO, J. A. Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: Embrapa-CNPH, 1998. p.183-260. HADLEY, G. HARVAIS, G. The effect of certam growth substances on asybiotic germination and development or Orchids pupurella. New Phyhol. v. 67, 1968, p. 44. JESUS, A. M. S. et. al. Cultivo in vitro de embriões zigoticos de Jatropha. Revista Ceres, v. 50, n. 288, 2003, p.183-189. KRAPIEC, P. V; MILANEZE, M. A.; MACHADO, M. F. P. S. Effects of different combinations of growth regulators for bud induction from seedlings of Cattleya walkeriana Gardner (Ochidaceae). Acta Scientiarium, v. 25, n. 1, 2003, p. 179-182. MARTINI, P. C. et al. Propagação de orquídea Gongora quinquenervis por semeadura in vitro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 36, n. 10, 2001, p. 1319-1324. MCKENDRICK, S. Manual para la germinacion in vitro de orquídeas. [s. l.]: Ceiba Foundation for Tropical Conservation, 2000. MELO, J. T.; RIBEIRO, J. F; LIMA, V. L. G. F. Germinação de sementes de algumas espécies arbóreas nativas do Cerrado. Revista Brasileira de Sementes, v. 1, 1979, p. 8-12. MILANEZE, M. A. Estudos em orquídeas nativas do Brasil: Morfologia de sementes e cultivo assimbiótico. Rio Claro, 234 p. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) Instituto de Biociência, Universidade Estadual Paulista. 1997. MIYOSHI, K., MII, M. Phytohormone pré- treatment for the enhancement of seed germination and protocorm formation by the terrestrial orchid, Calanthe discolor (Orchidaceae), in asymbiotic culture. Scientia Horticulturae, v. 63, n. 3-4, 1995, p. 263-267. PABST, G. F. J.; DUNGS, F. Orchidaceae brasiliensis. Hildeshein: Brucke-Verlag., 1975, v. 1. PARK, S. Y.; MURTHY, H. N.; PAEK, K. Y. Protocorm-like body induction and subsequent plant regeneration from root tip cultures of Doritaenopsis. Plant Science, v.164, 2003, p. 919-923. PINHEIRO, C. S. C. et al. Germinação in vitro de mangabeira (Hancornia speciosa gomez) em diferentes meios de cultura. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 23, n. 2, 2001, p. 413-416. PRAXEDES, S. C. et al. Efeitos do BAP e do carvão ativado no desenvolvimento in vitro de plântulas de orquídeas. Expressão, v. 31, n. 1, 2000, p. 75-80. PUCHOOA, D. Comparison of Different Culture Media for the In Vitro Culture of Dendrobium (Orchidaceae). International Journal of Agriculture & Biology. v. 6, n. 5, 2004, p. 884-888. RAMOS, M. S. S. A orquídea e sua reprodução pela semente. Campinas: Industria Gráfica Saraiva S.A., 1969. 103 p. ROY, J.; BANERJEE, N. Rhizome and shoot development during in vitro propagation of Geodorum densiflorum (Lam.) Schltr. Scientia Horticulturae, v. 94, 2002, p. 181-192.

12 Utilização de Reguladores Hormonais na Germinação e Formação... STOUTAMIRE, W. P. Seeds and seedling of native orchids. Mich. Bot., v. 3, n. 4, 1964, p. 104-19. SUTTLERWORTH, F. S.; ZIM, H. S.; DILLON, G. W. Orquídeas: guia dos orquidófilos. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1994. 158 p. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p. VUJANOVIC, V. et al. Viability testing of orchid seed and the promotion of colouration and germination. Annals of Botany, v. 86, 2000, p. 79-86. WITHNER, C. L. Orchid physiology. In: WITHNER, C. L. (ed.). The orchids: a scientific survey. New York: Ronald Press, 1959. p. 155-188.