Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna 1

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Transcrição:

O Evangelho de João foi escrito em Éfeso, entre os anos 85 e 95 d. C., pelo apóstolo João, com o objetivo de levar os leitores a crer e outros, que já haviam crido, a firmarem sua fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus enviado ao mundo para ser o Salvador. O próprio autor deixou isso claro ao afirmar: Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em se nome (Jo 20.30,31). O Evangelho de João é diferente dos outros três Evangelhos: não se refere ao nascimento de Jesus, nem às circunstâncias em que ele aconteceu, mas inicia já apresentando Jesus como o Filho de Deus e narrando o primeiro milagre, com o qual iniciou seu ministério; não inclui as parábolas, e em vez de curtas referências a alguns ensinos de Jesus, registra sermões inteiros. O quarto evangelho deixa a impressão de que João conhecia os três evangelhos que o antecederam: Mateus, Marcos e Lucas, e escreveu de modo a evitar repetições e a complementar a narrativa naquilo em que estes outros silenciaram. Desta forma, por inspiração do Espírito Santo, enriqueceu a narrativa sobre Jesus e sua obra salvadora. Existência eterna e divindade de Jesus João 1.1,2 A expressão verbo é tradução da palavra grega logos, que significa palavra, verbo, razão. No pensamento grego havia a ideia de Logos, que era entendido como uma força criadora e sustentadora do universo. João, inspirado pelo Espírito Santo, usou a ideia conhecida pelos gregos e mostrou que o Logos, o Verbo, é Jesus. João afirma a respeito do Verbo: 1) Ele já existia no início da criação. O Verbo não é um ser criado, ele estava presente com Deus antes Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna 1

da criação. Dessa forma, João está afirmando a preexistência de Jesus. O próprio Senhor Jesus ensinou a sua preexistência ao afirmar: antes que Abraão existisse, eu sou (Jo 8.58); e ao dizer: Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo exis- Jesus, o Verbo, é perfeitamente Deus em caráter, perfeição e qualidades. tisse (Jo 17.5). 2) Ele estava com Deus. Com esta afirmação, João ensina que o Verbo é uma Pessoa eterna que estava em comunhão plena com Deus. 3) Ele era Deus. Jesus, o Verbo, é perfeitamente Deus em caráter, perfeição e qualidades. Por isso Jesus afirmou: Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). Em Jesus vemos perfeitamente como Deus é. Tanto é assim que Jesus afirmou: Quem me vê a mim, vê o Pai (Jo 14.9). A ação criadora e reveladora do Verbo João 1.3-11 Depois de afirmar a preexistência e divindade de Jesus, o Verbo, João o relacionou com a existência do universo. O Verbo é aquele por meio de quem Deus criou o mundo e o sustenta (Jo 1.3). Todas as coisas, sem qualquer exceção, foram criadas pelo Verbo. Sendo assim, qualquer ideia de evolução é contrária às verdades reveladas por Deus na Bíblia. No Verbo, que é Jesus, estava a vida (Jo 1.4), por isso Jesus afirmou: Eu sou [...] a vida (Jo 14.6). A vida pertence a Jesus e ele é o seu doador. A vida manifestada no Verbo é a luz do mundo. Essa vida é o perfeito conhecimento de Deus e de Jesus. Esse conhecimento vem do próprio Jesus. Ele mesmo afirmou: E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo 17.3). Toda revelação de Deus sempre foi mediada pelo Verbo, que é vida e luz. O Verbo é o único pelo qual os homens podem conhecer a Deus, por isso ele é a luz do mundo (Jo 8.12). A luz, que é o Verbo, resplandece nas trevas que é a humanidade envolta na escuridão do pecado, rebelada contra Deus. Depois do pecado, o homem não ficou abandonado para procurar por si a verdade. O Verbo Eterno, que é a luz desde o princípio, veio ao mundo iluminar o homem por Ele criado, mas foi rejeitado. Essa re- 2 Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna

jeição começou pelo próprio povo de Jesus, o judeu, que não entendeu que ele era o Messias de Deus. A tragédia da humanidade consiste em o ser humano não reconhecer a Luz (Jo 1.9,10), e preferir seguir seus próprios caminhos, e afastar-se de Deus, afastar-se de Jesus. Jesus é a verdadeira luz. É preciso lembrar que no mundo existem luzes falsas, luzes fantasiosas, indicando caminhos falsos que nunca conduzem a Deus. As ideias dos homens parecem luminosas, cheias de sabedoria e beleza, mas sem Jesus nada são. Cada um de nós precisa ter a certeza de que está sendo iluminado pela luz verdadeira que é Jesus. Não podemos nos deixar levar pela ideia de que todas as religiões são corretas, de que todas conduzem a Deus. O mundo não conheceu a luz verdadeira, que é Jesus. Sendo assim, as religiões criadas pelo homem são trevas embora queiram parecer luz, uma vez que a única luz é Jesus, o Verbo de Deus. A natureza do Verbo encarnado João 1.12-14 João afirma que o Verbo se fez carne (1.14). Ele se tornou homem, como nós. Ele adquiriu a natureza humana, mas sem pecado. Ele era homem real, de carne e osso. A encarnação deu origem ao Ser único na história da humanidade, que era verdadeiro Deus e também verdadeiro homem. Sua natureza, entretanto, era uma só: divina e humana. Vivia e agia como homem, mas realizava obras que somente Deus podia realizar. Jesus, o Verbo, foi o homem perfeito, idealizado por Deus na criação. Jesus Cristo, embora sendo homem, viveu de modo que sua O Verbo se tornou homem, como nós. Ele adquiriu a natureza humana, mas sem pecado. glória pôde ser testemunhada pelos que conviveram com ele. Essa glória não era apenas a manifestação de majestade e poder, mas também de graça e verdade, que o identificaram como sendo realmente, o Unigênito do Pai. Jesus é o único que participa, desde a eternidade, da natureza divina. Encarnado, passou a participar também da natureza humana. Jesus era, portanto, Deus habitando com os homens. Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna 3

A missão do Verbo no mundo João 1.14-18 A missão do Verbo encarnado foi revelar aos homens a vida (1.4), a luz (1.4), a graça (1.14), a verdade (1.14) e o próprio Deus: Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer (Jo 1.18). Ao revelar o Pai, Jesus transforma aqueles que o recebem, dando-lhes a capacidade de entrarem num novo relacionamento com Deus: o de serem filhos de Deus. O Pai nos oferece essa possibilidade, mas ela só se torna realidade para aqueles que creem no nome de Jesus (Jo 1.12). Isso significa crer na pessoa de Jesus, no que ele disse que é e no que disse que faz. Aquele que crê dessa maneira em Jesus, se torna filho de Deus e isso acontece exclusivamente pela vontade de Deus (Jo 1.13). Para aplicar à vida 1. Nós, crentes em Jesus Cristo, estamos seguros nas mãos dele. Jesus é o centro de nossa fé. Por isto é muito importante que conheçamos sua verdadeira natureza e missão. Em meio a tantos conceitos sobre Jesus, firmemo-nos no testemunho dos apóstolos que conviveram com ele, e escreveram baseados naquilo que eles próprios viram e ouviram e tocaram da palavra da verdade (1João 1.1-4). 2. Existem grupos religiosos que se dizem cristãos, como Testemunhas de Jeová e Mórmons, mas que não aceitam a divindade de Jesus. Seus argumentos são envolventes, mas eles torcem a verdade bíblica. Precisamos manter a nossa fé firmada no ensino da Bíblia: Jesus, o Verbo, é Deus. Pa r a Me d i t a r Eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus (1João 1.3,4). Jesus manifestou seu poder divino sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a natureza e sobre a morte. Todas as maravilhas que ele fez foram presenciadas por testemunhas idôneas. Além dessas maravilhas, essas testemunhas presenciaram também a ressurreição e ascensão de Jesus. João foi uma dessas testemunhas, e escreveu sobre o que presenciou. Nossa fé se baseia em fatos testemunhados, e isto nos garante que estamos no caminho certo. 4 Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna

Do prólogo de seu livro, em que apresenta Jesus como o Verbo de Deus, João passou imediatamente para o início do ministério de Jesus, referindo-se a quatro acontecimentos que marcam esse começo: 1) o testemunho de João Batista sobre Jesus como o Filho de Deus; 2) a conversão dos primeiros discípulos; 3) o primeiro milagre e a 4) a purificação do templo. Plenitude e graça João 1.15-18 O autor do Evangelho volta a falar sobre a primazia de Jesus e afirma que recebemos em Jesus toda a plenitude (Jo 1.16). Com isso o escritor está dizendo que em Jesus habitava a totalidade de Deus com todos os seus atributos (Cl 1.19; 2.9). Em Jesus recebemos graça sobre graça, isto é, uma porção sem medida da misericórdia de Deus. A lei dada por Moisés teve como finalidade mostrar aos homens a santidade de Deus e que, por isso, o seu povo também precisava ser santo (Lv 11.44). À lei faltava o poder de produzir essa santidade, embora ela a demonstrasse claramente. A lei, como diz Em Jesus, nos é dado gratuitamente, a vida eterna, o conhecimento de Deus, o ser filho de Deus. o apóstolo Paulo, serviu de pedagogo para conduzir até Jesus (Gl 3.24), que pelo Espírito Santo, produz no homem arrependimento e nova vida. Em Jesus, nos são dados gratuitamente, a vida eterna, e o conhecimento de Deus, e o poder de nos tornarmos filho de Deus (Jo 1.12). Jesus é a verdade de Deus (Jo 1.17), ele é a verdade encarnada, por isso afirmou: eu sou a verdade (Jo 14.6). Ele é o único que pode nos Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna 5

fazer conhecer o Pai (Jo 1.18). Só Jesus pode nos dar o conhecimento da natureza e da vontade de Deus, pois ele é Deus. O testemunho de João Batista Ele estava avisando: o Messias está a caminho; preparem-se. Jesus, o Verbo de Deus, é o Messias. João 1.19-28 Uma comissão formada por sacerdotes e levitas foram de Jerusalém a Betânia, do outro lado do rio Jordão, onde João batizava (1.28) para saber com que autoridade ele estava batizando. Era natural que os sacerdotes e levitas quisessem se informar sobre o que João Batista fazia porque ele era filho de um sacerdote (Lc 1.5,8,13) e consequentemente devia ser sacerdote também. No entanto, se comportava e pregava completamente diferente do padrão. Eles queriam investigar por que João pregava e atraia multidões. Muitas pessoas pensavam que João Batista fosse o Messias (Cristo) e outras pensavam que ele era Elias ressuscitado que, criam eles, viria antes do Messias ou um dos profetas (Jo 1.20, 21). João Batista, ao ser indagado sobre quem ele era, declarou não ser nenhum destes. Então, que direito tinha ele de batizar? O batismo, entre os judeus, era apenas para os não judeus que aceitavam a sua religião e se tornavam prosélitos. Em sua resposta, João Batista se identificou com a profecia de Isaías, que anunciou a vinda do precursor do Messias como a voz que clama no deserto (Is 40.3). Ele estava avisando: o Messias está a caminho; preparem-se. Jesus, o Verbo de Deus, é o Messias. Início da formação do grupo de discípulos João 1.29-51 No dia seguinte a esse encontro de João Batista com os sacerdotes e levitas, Jesus voltava do deserto, após ter derrotado Satanás na tentação. Quando se aproximou do lugar onde João Batista estava batizando, este o apontou como sendo o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Jesus, o Verbo, era aquele que faria expiação pelo pecado do mundo. Dois dos discípulos de João Batista, tendo ouvido esta declaração, seguiram Jesus e quiseram saber onde ele morava. Fizeram isto demonstrando interesse de ouvir seus ensinos. Note-se que o chama- 6 Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna

ram de rabi, um título de reverência e respeito, que os judeus davam a seus mestres. Jesus os chamou para irem com ele. Foram e ficaram com Jesus até às 16h (hora décima). Passaram a tarde ouvindo Jesus e creram nele como o Messias, o Filho de Deus. O resultado de crerem foi que André quis compartilhar isso e foi procurar seu irmão Simão, e o levou a Jesus (Jo 1.40-42). No dia seguinte, Jesus se dirigiu para a Galileia e no caminho encontrou Filipe, que também creu nele. Não podendo guardar apenas para si a verdade de que havia encontrado o Messias, Filipe encontrou Natanael e o levou até Jesus. Estava iniciado o grupo de discípulos. O primeiro milagre de Jesus João 2.1-11 Desse evento destacamos três aspectos: 1) A intervenção de Maria e a reação de Jesus Maria foi avisar a Jesus que o vinho acabara. Ela sabia que seu filho era o Messias, mas até então ele não havia manifestado publicamente quem era. Maria achou que aquele era o momento para que Jesus mostrasse sua verdadeira identidade. A reação de Jesus deixou claro que ele não aceitaria a interferência de sua mãe no cumprimento da sua missão redentora. Jesus não foi desrespeitoso com sua mãe, pois chamá-la de mulher era o mesmo que dizer senhora. 2) A afirmação de tratar-se do primeiro milagre realizado por Jesus Esta afirmação destrói por completo as lendas criadas a respeito de Jesus, que dizem ter ele realizado milagres ainda na infância. 3) Diante do milagre, os discípulos creram em Jesus Eles já haviam crido pelo testemunho de João Batista, e pelo que ouviram do próprio Jesus. Mas, agora, tendo presenciado a água ser transformada em vinho, reafirmaram e aprofundaram a sua fé. Creram pela informação e reforçaram a crença pela experiência. A purificação do templo João 2.12-25 De Caná Jesus seguiu para Cafarnaum com sua mãe, irmãos e discípulos, e depois de alguns dias, o grupo partiu para Jerusalém para participarem da festa da Páscoa. Então, entrando no templo, Jesus viu como o haviam transformado. O templo de Deus que devia ser a casa de oração se tornara uma casa de negócios, cheia de cambistas que trocavam moedas estrangeiras por moedas judaicas e de comerciantes que vendiam animais para sacrifícios. Indignado e cheio Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna 7

de autoridade, Jesus expulsou os animais, derrubou as mesas e o dinheiro, e expulsou os cambistas e os outros negociantes. Os judeus reagiram, indagando a Jesus com que autoridade ele tinha feito aquilo. Jesus lhes respondeu enigmaticamente, referindo-se ao seu corpo como templo e desafiou os judeus a que derrubassem aquele templo (o seu corpo) e ele o reergueria em três dias. Os judeus, entendendo que ele falasse a respeito do templo que levara mais de quarenta anos para ser construído, perguntaram como ele poderia reedificar o gigantesco templo em três dias?! Os discípulos só entenderam o que Jesus disse quando ele ressuscitou no terceiro dia. Jesus estava avisando que sua ressurreição seria o grande e inconfundível marco que o identificaria para sempre como o Verbo de Deus encarnado, o Messias, Filho de Deus e o Salvador. Para aplicar à vida 1. O cristianismo sempre cresceu por meio do testemunho pessoal. Cada um que tem a experiência de crer em Jesus, o Filho de Deus, conta a outro como chegou à fé. Assim outros também creem e são salvos. O crente tem a responsabilidade de dizer a outro: Eu sei quem é o Salvador. E contar o que sabe de Jesus. 2. O poder de Jesus de transformar a água em vinho é o mesmo que transforma o coração e a vida de quem crê nele, tornando-o filho de Deus. 3. O milagre feito por Jesus de transformar a água em vinho não pode ser usado como desculpa para justificar o uso de bebida alcoólica.o crente deve ter autocontrole e não ingerir nada que lhe tire o domínio de seus atos. Pa r a Me d i t a r Jesus principiou assim, os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele (João 2.11). Manifestar a glória de Jesus é torná-lo visível como Salvador e Senhor aos olhos das pessoas, em todo o seu esplendor de Filho de Deus. Para que essa glória continue a se manifestar, precisamos nos consagrar inteiramente a testemunhar de Jesus, para que outros também creiam nele. 8 Fidelidade - João: O Evangelho da Vida Eterna