PARECER ATUARIAL V.1- Custos para o exercício seguinte em relação ao anterior: 1) A aplicação da metodologia de cálculo atuarial estabelecida para o plano de benefícios da FUNCASAL, utilizando as hipóteses atuariais apresentadas nestas Demonstrações Atuariais (D.A.) e o cadastro de participantes fornecido pela FUNCASAL, resultou no custo total de 9,58% (incluído o custo administrativo), conforme abaixo descrito: CUSTO (%) TIPO DE BENEFÍCIO Ano Anterior Ano Atual APOSENTADORIAS 5,92% (*1) 6,14% (*1) INVALIDEZ 0,89% (*1) 0,57% (*1) PENSÃO POR MORTE 1,15% (*1) 1,03% (*1) AUXÍLIO-DOENÇA 0,40% 0,40% PECÚLIO POR MORTE - - RESGATES -% -% OUTROS BENEFÍCIOS -% -% SUB-TOTAL (1) 8,36% 8,14% SUPLEMENTAR - - CUSTO ADMINISTRATIVO 1,48% 1,44% SUB-TOTAL (2) 1,48% 1,44% TOTAL (1)+(2) 9,84% 9,58% *1 Custos compatíveis com o Plano de Custeio em vigor apresentado no numeral 3 do item V.3. desta D.A. (Demonstrações Atuariais). NOTA 1: Na avaliação Atuarial de 2015, a idade média dos participantes ativos é de 48 anos. 2) O Custo Carregado reavaliado de 9,58% da Folha de Salário de Participação dos Participantes Não Assistidos, será custeado, no exercício de 2016, pelas contribuições descritas a seguir, dentro dos parâmetros definidos no Regulamento do Plano de Benefício Definido da FUNCASAL, que mantém as alíquotas vigentes tanto para os participantes quanto para o Patrocinador, quais sejam: Contribuições Normais Em % Referência Ano Anterior Ano Atual Contribuição Normal Média dos Ativos (alíquotas variáveis) (*1) 4,92% 4,79% Contribuição Normal da Patrocinadora (*1) 4,92% 4,79% Sub-total 9,84% 9,58% Custo Suplementar - % - % Total Contribuições (Patrocinadoras + Partic. Ativos): 9,84% 9,58% Contribuições Normais dos Assistidos: Aposentados (*1) 2,74% 2,86% Pensionistas - % - % *1 Desses percentuais de Contribuição Normal tem-se que 15% se destinam ao custeio das despesas administrativas, conjuntamente com 0,5%/6% = 0,0833 ou 8,33% dos encargos incluídos nas respectivas prestações amortizantes dos débitos da Patrocinadora CASAL para com este Plano de Benefício Definido da FUNCASAL, observados os limites legais aplicáveis. (Ver FATO RELEVANTE destacado no numeral 4 do item V.3) 1
3) A Contribuição Normal Carregada Vigente (que inclui a sobrecarga administrativa), atuarialmente determinada, de 9,58% da Folha do Salário de Participação dos Participantes Não Assistidos corresponde exatamente ao Custo Normal Carregado (incluído da sobrecarga administrativa), atuarialmente verificado ao final de 2015, de 9,58% da referida Folha do Salário de Participação. Tal fato significa que a Contribuição Normal Carregada, que vem sendo praticada, guarda conformidade com o Custo Normal Carregado reavaliado no encerramento do exercício de 2015. V.2- Variação das Provisões Matemáticas no exercício encerrado em relação ao exercício anterior: A decomposição do Passivo Atuarial (Provisões Matemáticas) deste Plano do final do ano de 2014 para o final do ano 2015, considerando a evolução das suas principais grandezas, é a seguinte: Valores em R$ Referência 31/12/2014 31/12/2015 Variação Provisão de Benefícios Concedidos... 66.815.154,73 75.195.931,96 12,54% Provisão de Benefícios a Conceder... 81.144.087,36 99.734.469,46 22,91% Provisão Matemática a Constituir... - - % Provisões Matemáticas (Passivo Atuarial)... 147.959.242,09 174.930.401,42 18,23% V.3- Principais riscos atuariais e, se for o caso, medidas para sua mitigação: 1) Em relação à situação atuarial, em 31/12/2015, do Plano de Benefícios Definidos (BD) vigente na FUNCASAL, na qual já contemplou a atualização das hipóteses atuariais de Crescimento Real de Salário e de Composição Média da Família de Dependentes, apresentou um Equilíbrio Técnico (Superávit), registrado contabilmente, de R$ 1.175.388,53. 2) Na posição de encerramento do exercício de 2015, a atualização das hipóteses atuariais de Crescimento Real de Salário e de Composição Média da Família de Dependentes representaram uma aumento nas Provisões Matemáticas de R$ 4.072.592,78. 3) Deve-se registrar que o Crescimento Médio Real dos Salários ficou acima da projeção média de 3% ao ano da Patrocinadora, e representou um acréscimo de R$ 2.300.967,20 nas Provisões Matemáticas, sendo justificado pela própria Patrocinadora, através do e-mail enviado pela FUNCASAL no dia 24/02/2016 (10:12), conforme os seguintes razões enunciadas abaixo: a) Devido ao TAC assinado na PRT 19 Região, funcionários contratados anteriormente ao ano de 2010 tiveram o direito de optar pelo Plano de Cargos e Salários (PCS) outrora vigente (1991 ou 2002) ou continuar no PCS 2010; 2
b) Devido aos funcionários que tiveram direito as opções pelo PCS 1991 ou 2002, onde os salários base retroagiram sua evolução considerando a tabela salarial do respectivo plano devidamente atualizada, caracterizando uma implantação que não teve um índice de reajuste unificado; e c) Devido aos funcionários que tiveram o direito de implantar a gratificação de chefia, por exercer esta atividade por mais de 10 anos, e que continuaram exercendo a referida função gratificada, recebendo o devido valor correspondente de forma integral (100%). 4) Destacamos, como FATO RELEVANTE, a questão abordada sobre os Honorários Advocatícios, referentes ao acordo extrajudicial do contrato de dívida da Patrocinadora, pelo Relatório de Fiscalização nº 03/2015/ERPE/PREVIC, de 21/08/2015, onde em seu item 3.1.3.2 determina que o atuário do plano, em cumprimento do artigo 18 da lei complementar 109/2001, em sua avaliação atuarial para o exercício de 2015 leve em consideração todas as despesas existentes no plano, incluindo as despesas com os honorários advocatícios. Assim sendo, diante da referida determinação, nossa consultoria atuarial indicou para, quando da realização do Estudo de ALM pela Aditus, que a mesma considerasse como mais uma despesa do Plano os referidos honorários advocatícios, o que resultou no seu Relatório de Estudo de ALM, na data base de outubro de 2015, onde foi considerado a Taxa Interna de Retorno da Carteira, cujo o resultado foi de uma rentabilidade estimada de 5,69% a.a. pelo prazo da duração do passivo de 13,9 anos, estudo este que também subsidiou o Relatório de nossa Consultoria Atuarial referente ao Estudo de Adequação e Convergência da Taxa Real Anual de Juros, para a Avaliação Atuarial do ano de 2015, apresentado pelo JM/0096/2016. Portanto, considerando que o referido estudo de ALM, realizado pela Aditus, em outubro de 2015, indicou, mesmo incluído o pagamento dos honorários advocatícios relativo ao recebimento da dívida da Patrocinadora como despesas financeira, que é plenamente factível a obtenção da taxa real de retorno dos investimentos de 5,5% ao ano, o custeio dos referidos honorários advocatícios será custeado, no âmbito do Plano de Custeio, com recursos oriundos da rentabilidade que venha ser auferida pelo Plano. 5) Foram adotadas as seguintes hipóteses atuariais: i) Tábua de Mortalidade Geral: q x da AT-83 (masculina) ; ii) Tábua de Mortalidade de Inválidos: q = q da AT-49 (masculina) ; iii) Tábua de Entrada em Invalidez: i x da LIGHT (FORTE); iv) Taxa real de juros/desconto: 5,5% ao ano; i x v) Fator de determinação do valor real dos salários ao longo do tempo: Mantido em 2015 no mesmo nível de 100%, adotado em 2014, já que se está trabalhando com a média atualizada do Salário Real de Benefício (SRB) definido no Regulamento do Plano; x 3
vi) Fator de determinação do valor real dos benefícios da entidade ao longo do tempo: No mesmo nível adotado em 2014, ou seja, de 97,77%, por ser compatível com uma inflação média anual de aproximadamente 4% ao ano, ao longo dos anos futuros); vii) Em relação à composição familiar, passou-se a adotar, desde 2011, a Família Efetiva para os Assistidos e gozo de Benefício de Aposentadoria e de Pensão por Morte, sendo que para as Pensões por Morte a Conceder dos participantes não assistidos, foi utilizada a composição média de família observada em massa de participantes que incluem outros planos da mesma região demográfica, com as mesmas características (Experiência Regional), em função da composição média de dependentes por idade dos participantes assistidos e não assistidos do Plano BD da FUNCASAL, a qual foi revista em 2015 através do JM/2745/2015, de 14/12/2015.. viii) Rotatividade: Nula; e ix) Projeção de Crescimento Real de Salário: Atualizada a função logarítmica relativa a escala real de crescimento salarial, com base nos dados salariais de 31/12/2014. 6) As contribuições Normais Vigentes, já com o ajuste de 3,46% dados nos percentuais contributivos da Patrocinadora em julho de 2011, que integram o Plano de Custeio de 2016, estabelecido já considerando os reflexos ocorridos até 31/12/2012 decorrentes da elevação estabelecida pela Emenda Constitucional Nº 41/2003 (com efeito a partir de janeiro de 2004) do teto de contribuição à Previdência Social, bem como do Fator Previdenciário estabelecido pela Lei nº 9.876/99, são as seguintes: Contribuição Normal dos Participantes Não Assistidos e Assistidos (item 38 e subitens 38.01. e 38.02. do Regulamento do Plano): i. Não Assistido: a% = 2,86% da parcela do Salário Real de Contribuição não excedente à metade do Teto Máximo do Salário de Contribuição da Previdência Social; b% = 5,40% da parcela do Salário Real de Contribuição entre a metade do Teto Máximo e o próprio Teto Máximo do Salário de Contribuição da Previdência Social; e c% = 13,69% da parcela do Salário Real de Contribuição entre o Teto Máximo e 3 vezes o Teto Máximo do Salário de Contribuição da Previdência Social. ii. Assistido: a% = 2,86% da parcela do Salário Real de Contribuição não excedente à metade do Teto Máximo do Salário de Contribuição da Previdência Social; b% = 5,40% da parcela do Salário Real de Contribuição entre a metade do Teto Máximo e o próprio Teto Máximo do Salário de Contribuição da Previdência Social; e c% = 13,69% da parcela do Salário Real de Contribuição entre o Teto Máximo e 3 vezes o Teto Máximo do Salário de Contribuição da Previdência Social. OBS.: Além dessa contribuição normal, está estabelecida a cobrança de jóia (atuarial), para os que ingressam ou reingressam como participantes, bem como para os participantes assistidos que venham a incluir novas pessoas no rol de dependentesbeneficiários. 4
Contribuição Normal da Patrocinadora (item 39 e subitens 39.01. e 39.02. do Regulamento do Plano): De valor paritário com o valor da Contribuição Normal de cada um dos participantes, inclusive os Assistidos. NOTA: Do total da Contribuição Normal dos Participantes Não Assistidos e dos Assistidos (item 38 e subitens 38.01. e 38.02.) e do total da Contribuição Normal da Patrocinadora (item 39 e subitens 39.01. e 39.02.), tem-se que 15% serão destinados ao custeio administrativo do Plano, sendo que, também, para tal finalidade, será destinado 0,5% / 6% = 0,0833 ou 8,33% dos correspondentes encargos, incluídos nas respectivas prestações amortizantes dos débitos da Patrocinadora CASAL com este Plano de Benefícios Definidos da FUNCASAL. (Ver FATO RELEVANTE destacado no numeral 4 do item V.3) IMPORTANTE: De qualquer forma, os critérios e os limites para custeio das despesas administrativas pelas entidades fechadas de previdência complementar, estabelecidos na Resolução CGPC Nº 29 de 31/08/2009, tem de ser observados pela FUNCASAL. 7) Deve-se continuar atento ao fato de que, com base nas informações transmitidas pelo setor contábil da FUNCASAL, os débitos acumulados já devidamente contratados, em 31/12/2015, da Patrocinadora CASAL para com esse Plano, referentes a contribuições vencidas e não pagas, totalizavam R$ 133.917.836,85, o que é equivalente a 76,04% do Patrimônio de Cobertura do Plano, então existente, de R$ 176.105.789,95. É fundamental que a PREVIC acompanhe o fiel cumprimento de amortização desses débitos, evitando assim a ocorrência de falta de solvência/liquidez do Plano de Benefícios Definidos da FUNCASAL patrocinado pela CASAL. 8) A rentabilidade nominal líquida, obtida pela FUNCASAL na aplicação do Patrimônio de Cobertura deste Plano de Benefícios Definidos (BD), ao longo de 2015, foi de 17,35% contra uma expectativa atuarial de rentabilidade nominal líquida de 17,08% o que, em termos reais, representou obter mais 5,74%, alcançando assim a meta atuarial de rentabilidade real líquida de 5,5% ao ano, tomando como indexador base, com 1 (um) mês de defasagem na sua aplicação, o INPC do IBGE, e adotando o método da taxa interna de retorno (TIR), a partir dos fluxos mensais de receitas e despesas, na obtenção dos referidos percentuais de rentabilidade. 9) Os principais Riscos Atuariais do Plano em questão estão associados ao aumento de sobrevivência e à redução das taxas de retorno dos investimentos. Para mitigar esses riscos, no que se refere à sobrevivência, ano após ano, vem sendo feitos testes de aderência de tábuas de mortalidade/sobrevivência e implantados, sempre que necessários, os correspondentes ajustes na hipótese de sobrevivência adotada e, no que se refere à taxa de retorno dos investimentos, os consultores financeiros da FUNCASAL, levando em consideração os títulos existentes em carteira associados à cobertura dos benefícios previdenciários e às respectivas durações de seus pagamentos e as taxas de retornos esperadas para as novas aplicações e reaplicações a serem feitas nos anos futuros, tem de continuar na hipótese relativa ao retorno dos investimentos. 5
V.4.- Qualidade da Base Cadastral Utilizada: Com relação aos valores registrados como Provisões Matemáticas de Benefícios Concedidos e a Conceder, atestamos que os mesmos foram avaliados por esta Consultoria Atuarial Independente, adotando as hipóteses atuariais descritas no numeral 3 do item V.3. desta D.A. e os regimes atuariais de financiamento mencionados no item V.7. desta D.A., bem como utilizando os dados contábeis e cadastrais que nos foram enviados pela FUNCASAL, sendo que os dados cadastrais foram objeto de análise de consistência e de comparação com os dados cadastrais do exercício anterior, a qual submetemos à referida Entidade Fechada de Previdência Complementar para os ajustes necessários e posterior validação, tendo sido, tão somente após tal validação, utilizados na elaboração da avaliação atuarial do exercício de 2015, refletida nesta D.A.. V.5.- Variação do Resultado Superavitário no exercício encerrado, apontando as causas mais prováveis: Equilíbrio Técnico Ajustado em 31/12/2014 R$ 8.421.718,40 Diferença entre a Rentabilidade Obtida e a Meta de Rentabilidade Líquida do ano de 2015, que corresponde à diferença entre o valor do Patrimônio de Cobertura do Plano do ano de 2015 e o valor do Patrimônio de Cobertura do Plano, do ano de 2014, evoluído para o final de 2015 considerando a R$ 500.378,00 obtenção de rentabilidade líquida igual à meta atuarial de rentabilidade do ano de 2015 (*1) Impacto referente ao Crescimento Real de Salário ser acima dos 3,00% ao ano, previstos pela Patrocinadora para o ano de 2015 R$ (2.300.967,20) Impacto referente à atualização da composição média de pensionistas (H (12) x ) para os Benefícios a Conceder R$ (2.564.128,54) Impacto referente à atualização da Função de Crescimento Salarial R$ (1.508.464,24) Outros Resultados de Origens Diversas e Pulverizadas (*2) R$ (1.373.147,89) Equilíbrio Técnico registrado contabilmente em 31/12/2015. R$ 1.175.388,53 (*1) R$ 176.105.789,95 - R$ 175.605.411,95 = R$ 500.378,00 (*2) Equivalente a 0,78% do total das Provisões Matemáticas de R$ 174.930.401,42 (posição de 31/12/2015). (ver Nota) NOTA: Consiste nos desvios oriundos do cálculo das Provisões Matemáticas através da Avaliação Atuarial de um determinado mês, em relação às Provisões Matemáticas obtidas no mesmo mês, através de sua evolução pelo método da Recorrência, podendo resultar em um aumento ou redução das Provisões Matemáticas do Plano, em função da comparação com o comportamento previsto, no exercício, dos principais decrementos da massa (morte do ativo, morte do aposentado, entrada em invalidez, entrada em aposentadoria, rotatividade), com o que realmente ocorreu de decremento no mesmo exercício. V.6.- Natureza conjuntural ou estrutural do Resultado Acumulado: Considerando que o Equilíbrio Técnico (Superávit) registrado contabilmente de R$ 1.175.388,53, nos termos da legislação vigente, por estar abaixo dos 23,55% (= duração do passivo de 13,55 anos + 10%) do total das Provisões Matemáticas, encontra-se registrado como Reserva de Contingência, cujo objetivo é o de dar cobertura à contingência de vir a ocorrerem desvios desfavoráveis nas hipóteses atuariais ao longo dos anos futuros, à luz da legislação vigente, não existindo, ao final de 2015, qualquer parcela do referido Equilíbrio Técnico Contábil pendente de cobertura no Plano de Custeio vigente. 6
V.7.- Adequação dos métodos de financiamento aplicados no caso do regime financeiro de capitalização: Considerando tratar-se de um Plano de Benefício Definido aberto a novas adesões de participantes, o regime financeiro de capitalização adotado no financiamento dos Benefícios de Aposentadoria e de Pensão por Morte, que são os Benefícios de Grande Expressão, é o do Crédito Unitário Projetado, o qual mostra-se plenamente adequado a esses benefícios. Já para o Benefício de Auxílio Doença, por ser um Benefício de Pequena Expressão, é adotado o regime financeiro de Repartição, na versão simples, que tem se mostrado adequado face ao pequeno porte desse Benefício. Rio de Janeiro, 14 de março de 2016 José Roberto Montello Atuário MIBA 426 7