VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DO EVI E DO FLUXO DE CALOR NO SOLO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO COM BASE EM IMAGENS DO MODIS/TERRA

Documentos relacionados
ESTIMATIVA DO ALBEDO E TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE UTILIZANDO IMAGENS ORBITAIS PARA O MUNICÍPIO DE BARRA BONITA SP

SENSORIAMENTO REMOTO NA ESTIMATIVA DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO BALANÇO DE ENERGIA E EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REGIÃO SEMIÁRIDA.

EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL DIÁRIA UTILIZANDO PRODUTOS DO SENSOR MODIS/TERRA NA BACIA DO RIO PARACATU

UTILIZAÇÃO DE ÍNDICE DE VEGETAÇÃO PARA ÁREAS PRÓXIMAS AO RESERVATÓRIO EPITÁCIO PESSOA DURANTE PERÍODO DE CRISE HÍDRICA ( )

ESTIMATIVA DO SALDO DE RADIAÇÃO UTILIZANDO IMAGEM DO SENSOR MODIS/TERRA EM SUB-BACIAS DO PARACATU

7 Agrometeorologia. Janice Freitas Leivas Antônio Heriberto de Castro Teixeira Ricardo Guimarães Andrade

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO ATRAVÉS DE IMAGENS METEOSAT-8

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS DE EVAPOTRANSPIRAÇAO DE REFERÊNCIA (ET0) PARA A REGIÃO AGRESTE DE ALAGOAS

VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DO FLUXO DE CALOR NO SOLO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PAJEÚ-PE COM BASE EM IMAGENS DO MODIS/TERRA

VARIABILIDADE DO NDVI NA BACIA DO RIO TRUSSU CEARÁ

AVALIAÇÃO DO ALBEDO EM ÁREAS AGRÍCOLAS IDENTIFICADAS A PARTIR DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO

DINÂMICA ESPAÇO-TEMPORAL DA VEGETAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO CEARENSE/BRAZIL

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM ÁREAS COM DIFERENTES CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE ANÁLISE ESPAÇO TEMPORAL DO NDVI UTILIZANDO O MODELO SEBAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Saldo de Radiação em Região Semiárida do Nordeste do Brasil

10º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 04 de agosto de 2016 Campinas, São Paulo ISBN

FLORESTA DE PRECISÃO: DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO REGIONAL EM PLANTIO DE EUCALIPTO UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL E O SENSOR ORBITAL TM-LANDSAT 5

PLUVIOSIDADE ACUMULADA E SUA RELAÇÃO COM O ÍNDICE DE VEGETAÇÃO ESPECTRAL DE PRODUTOS MOD13Q1 EM ÁREAS CAFEEIRAS DE TRÊS PONTAS, MG

USO DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO NA AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DE COBERTURA VEGETAL NA ÁREA RURAL DO MUNÍCIPIO DE MACEIÓ

Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006

PREDIÇÃO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL POR SENSORIAMENTO REMOTO ATRAVÉS DE ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO 1

EFEITOS DA FUMAÇA SOBRE A DETERMINAÇÃO DO NDVI MARCELO LIMA DE MOURA LÊNIO SOARES GALVÃO

DETECÇÃO DE MUDANÇAS DO SOLO E DA VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

Balanço Hídrico Seriado de Petrolina, Pernambuco

ESTUDO DA VARIABILIDADE ESPACIAL DO EVI E DAS PRECIPITAÇÕES NO RIO GRANDE DO NORTE

ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR NO SOLO UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL/METRIC E IMAGENS SATÉLITES NA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA

USO DE IMAGENS TM LANDSAT 5 PARA ANÁLISE DO ALBEDO E SALDO DE RADIAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CAMARAGIBE: DESTAQUE PARA SÃO LUIZ DO QUITUNDE-AL

2 Doutor Prof. Instituto de Ciências Atmosféricas, ICAT/UFAL,

POTENCIAL DO ÍNDICE NDVI PARA O MONITORAMENTO AGROMETEOROLÓGICO EM ÁREA CAFEEIRA DO CERRADO MINEIRO

DETERMINAÇÃO DAS COMPONENTES DO BALANÇO DE ENERGIA À SUPERFÍCIE COM TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA

MÉTODOS DE ESTIMATIVA DIÁRIA DO DÉFICIT DE PRESSÃO DE SATURAÇÃO DO AR NA REGIÃO SEMIÁRIDA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

BALANÇO DE RADIAÇÃO PELO EMPREGO DO ALGORITMO SEBAL E IMAGEM LANDSAT 8 NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO DO NORTE-CE

Bolsista: Graduanda em Biologia, UNICAMP, Campinas-SP, Colaboradora: Graduanda em Geografia, UNICAMP, Campinas-SP.

evapotranspiração no perímetro irrigado de JAÍBA utilizando imagens de satélite

ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICOS DA SUPERFÍCIE DO SOLO EM CAATINGA PERNAMBUCANA

Análise da Variabilidade Espaço-Temporal da Evapotranspiração na Parte Cearense da Chapada do Araripe

DETECÇÃO DE MUDANÇAS DO SOLO E DA VEGETAÇÃO NO BAIXO SÃO FRANCISCO

Revista Brasileira de Geografia Física

evapotranspiração e produção imagens landsat 8 no perímetro irrigado nilo coelho parte A: variações espaciais resumo

ANÁLISE DE PERFIS TEMPORAIS DE NDVI E EVI EM DIFERENTES USOS DO SOLO NO MUNICÍPIO DE GOIANA PE


ESTUDO DA DINÂMICA ESPECTRAL E ANGULAR DA SOJA ATRAVÉS DE SIMULAÇÕES (PROSAIL) E DADOS DOS SENSORES MODIS E HYPERION

ANÁLISE DA DINÂMICA DA COBERTURA VEGETAL ATRAVÉS DOS ÍNDICES DE VEGETAÇÃO NDVI E SAVI NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DAS ONÇAS-PB

ESPACIALIZAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL POR SENSORIAMENTO REMOTO EM REGIÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO 1

COMPARAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO NAS ÚLTIMAS QUATRO DÉCADAS PARA O MUNICÍPIO DE PICUÍ PB

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL NO BRASIL

Distribuição espacial e temporal de nuvens e sombras na Região Amazônica: Uma análise a partir dos metadados do produto MOD13A2

Celina Cândida Ferreira Rodrigues 1 ; Jéssica Gomes Fontes Nery 2 ; Thomás Rocha Ferreira 3 ; Bernardo Barbosa da Silva 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PROGRAMA DE DISCIPLINA

ANÁLISE DOS ÍNDICES NDVI E SAVI DA MICRORREGIÃO DE ITAPARICA LIMÍTROFE AO RIO SÃO FRANCISCO ESTIMADOS POR SENSORIAMENTO REMOTO

DIAGNÓSTICO DA VARIABILIDADE ESPACIAL DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE NUM MUNICÍPIO DO SEMI-ÁRIDO PERNAMBUCANO

6º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica - CIIC a 15 de agosto de 2012 Jaguariúna, SP

DINÂMICAS ESPECTRO-TEMPORAIS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AIUABA CE COM UTILIZAÇÃO DE IMAGENS SATÉLITE

Utilização do IVAS e da Temperatura da superfície para análise multitemporal das mudanças ambientais no Parque Natural da Serra da Estrela (Portugal)

Estimativa dos valores de saldo de radiação e fluxo de calor no solo em diferentes condições antrópicas na bacia do rio Ji-Paraná, Rondônia

Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Ministério da Ciência e Tecnologia

SENSORIAMENTO REMOTO INTRODUÇÃO E ÍNDICES DE VEGETAÇÃO

I Workshop Internacional Sobre Água no Semiárido Brasileiro Campina Grande - PB

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 41

Características do saldo de radiação na Amazônia Ocidental

Estimativa do balanço de radiação em áreas irrigadas utilizando imagem do Landsat 5 - TM

Saldo de radiação e Fluxo de calor no solo para a Micro Bacia Hidrográfica de Serra Branca PB Usando técnicas de Sensoriamento remoto

VALIDAÇÃO DO ALGORITMO SEBAL NO PERIMETRO IRRIGADO SENADOR NILO COELHO PETROLINA-PE RESUMO

INFLUÊNCIA DA VARIABILIDADE DA PRECIPITAÇÃO NA RESPOSTA DA VEGETAÇÃO EM SÃO JOÃO DEL-REI

REFLECTÂNCIA DA FOLHA

Roteiro Detecção de informações usando satélites Produtos oriundos de Imagens NOAA Índice de vegetação como indicador de respostas das plantas às cond

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 69

Estudo da evapotranspiração real diária utilizando imagem de satélite na bacia do rio Paracatu

TENDÊNCIAS CLIMÁTICAS NO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO PETROLINA-PE/JUAZEIRO-BA. ANTÔNIO H. de C. TEIXEIRA 1

ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DO CULTIVO DE MILHO EM SERGIPE, COM AUXÍLIO DE NDVI/EVI- SENSOR MODIS, NO PERÍODO DE

EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL PARA DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS NO NOROESTE PAULISTA EM PERÍODO SECO 1

10264 MODELAGEM ESPACIAL DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM AGROECOSSISTEMA DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU

Estimativa da Temperatura da TST

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 42

APLICAÇÃO DE MODELO AGROMETEOROLÓGICO ESPECTRAL NO PERÍMETRO IRRIGADO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO, UTILIZANDO IMAGENS RAPIDEYE

Application of the SEBAL model for determining the net radiation in the Cariri Cearense region

Mudanças Climáticas e Modelagem Ambiental

Revista Brasileira de Geografia Física

Estimativa dos valores de Saldo de Radiação e de Fluxo de Calor no Solo no município de São José do Sabugi PB (Brasil), utilizando o algoritmo SEBAL

DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL ENERGETICO FOTOVOLTAÍCO NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI POR IMAGEM DE SATÉLITE

Imagens orbitais e modelos agrometeorológicos como suporte a programas de previsão de safras em escala estadual

ESTIMATIVA DE PARÂMETROS BIOFÍSICOS E EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO UTILIZANDO SENSORIAMENTO REMOTO

BALANÇO HÍDRICO CLIMÁTICO DE JUAZEIRO - BA

Análise da dinâmica hídrica da Caatinga utilizando dados de sensoriamento remoto multispectral

ESTIMATIVA DO SALDO DE RADIAÇÃO NA CULTURA DA MANGUEIRA, EM PETROLINA-PE RESUMO

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA ATRAVÉS DOS MÉTODOS PENMAN-MONTHEITH E DE HARGREAVES-SAMANI NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DOS ÍNDICES DE VEGETAÇÃO EM ÁREA CONTENDO A BACIA DO RIO PRATAGY-AL

RESUMOS DE PESQUISA RESUMOS (Artigos Completos)... 72

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 46

Análise da Variação Temporal da Temperatura de Superfície em áreas irrigadas do Projeto Jaíba por Sensoriamento Remoto

Relação entre variáveis meteorológicas e o NDVI de produtos MOD13Q1 em áreas cafeeiras do município de Três Pontas, MG, anos 2008 e 2009

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO CEARÁ

VARIAÇÃO ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURA DO AR NO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO

Lucio Alberto Pereira 1 ; Roseli Freire de Melo 1 ; Luiza Teixeira de Lima Brito 1 ; Magna Soelma Beserra de Moura 1. Abstract

APLICAÇÃO DO MODELO THORNTHWAITE-CAMARGO PARA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL EM QUATRO CIDADES PARAIBANAS

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 44

Caracterização de anos secos e chuvosos no Alto do Bacia Ipanema utilizando o método dos quantis.

IX SIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTE INOVAÇÕES SUSTENTÁVEIS ANAIS DE RESUMOS EXPANDIDOS. Editor. Gumercindo Souza Lima ISSN

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NO MUNICÍPIO DE PÃO DE AÇÚCAR DURANTE 1977 A 2012

Estimativa de Evapotranspiração a partir da Radiação global estimada por Satélite no Nordeste do Brasil

Transcrição:

VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DO EVI E DO FLUXO DE CALOR NO SOLO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO COM BASE EM IMAGENS DO MODIS/TERRA EVERSON B. MARIANO 1, MADSON T. SILVA 2, VICENTE DE P. R. DA SILVA 3 & ENILSON P. CAVALCANTI 4 1 Meteorologista, Mestrando em Meteorologia, UFCG/CTRN/UACA; eversonmariano@yahoo.com.br. 2 Meteorologista, Doutorando em Meteorologia, UFCG/CTRN/UACA. 3 Meteorologista, Prof. Doutor, UFCG/CTRN/UACA. 4 Meteorologista, Prof. Doutor, UFCG/CTRN/UACA. Resumo: O objetivo deste estudo foi estimar o fluxo de calor no solo em função de uma equação empírica, como também a progressão sazonal de G e o comportamento da vegetação através do EVI para entender como a dinâmica da cobertura da superfície atua sobre o fluxo de calor no solo. O estudo foi realizado no município de Petrolina - PE. Os dados de EVI foram obtidos a partir do produto MOD13Q1 das imagens MODIS/TERRA disponibilizados pelo WIST-NASA, foi utilizado o produto de imagens de 16 dias para o período de agosto a dezembro de 2009. Os resultados demonstraram que o modelo estatístico baseado em dados de EVI são adequados para região. Observou-se os maiores valores de G para o período mais seco e em todo o período de estudo para regiões de solo exposto e próximo as margens do rio São Francisco. Palavras-chave: sensoriamento remoto, agrometeorologia, produto MOD13Q1, EVI. VARIABILITY OF SPACE TIME AND EVI HEAT FLOW IN SOIL IN PERNAMBUCO BASED IMAGE OF MODIS / TERRA Abstract: The aim of this study was to estimate the soil heat flux due to an empirical equation, as well as the seasonal progression of G and the behavior of vegetation by EVI to understand how the dynamics of surface coverage acts on the soil heat flux. The study was conducted in the city of Petrolina - PE. The EVI data were obtained from the product MOD13Q1 of MODIS / TERRA-WIST provided by NASA has used the product images of 16 days for the period August to December 2009. The results demonstrated that the statistical model based on data of EVI are suitable for the region. We observed the highest values of G for the driest period and

throughout the study period for areas of exposed soil and near the banks of the River. Keywords: remote sensing, agrometeorology, product MOD13Q1, EVI Introdução: Apesar de representar não mais de 5% do saldo de radiação (Sr), o fluxo de calor no solo (G) deve ser bem representado, pois varia mais do que Sr à superfície. Assim, para se obter uma boa representatividade da área analisada, na sua contabilização, faz-se necessária a instalação de vários fluxímetros para a medição do fluxo de calor no solo. A energia utilizada nos processos de aquecimento e resfriamento do ar e do solo, na transferência de vapor d água da superfície para a atmosfera, e no metabolismo das plantas e dos animais, e proveniente da radiação solar. Silva et al. (2005) relata que o saldo de radiação e uma informação de suma importância, visto que, e a variável básica na estimativa da evapotranspiração (ET) e no cálculo do balanço hídrico, que são essenciais para a utilização racional dos recursos hídricos. Geralmente, esses instrumentos são instalados em profundidades que variam de 2 a 10 cm, dependendo dos objetivos do estudo. A energia utilizada nos processos de aquecimento e resfriamento do ar e do solo, na transferência de vapor d água da superfície para a atmosfera, e no metabolismo das plantas e dos animais, e proveniente da radiação solar. Recentemente, as técnicas de sensoriamento remoto têm sido utilizadas no calculo dos fluxos de energia que ocorrem na interface solo-vegetação-atmosfera com a aplicação de algoritmos que possibilitam a obtenção de informações indispensáveis no manejo, gerenciamento e gestão dos recursos hídricos. Um desses algoritmos e o SEBAL (Surface Energy Balance Algorithm for Land) que foi formulado por Bastiaanssen et al. (1998), e que utiliza poucos dados de superfície. Deste modo, este trabalho objetivou determinar o saldo de radiação e o fluxo de calor no solo na região que abrange o município de Juiz de Fora, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, utilizando o algoritmo SEBAL e imagem do sensor TM (Mapeador Temático) do Landsat 5. O objetivo deste estudo foi estimar o fluxo de calor no solo em função de uma equação empírica, como também a progressão sazonal de G e o comportamento da vegetação através do EVI para entender como a dinâmica da cobertura da superfície atua sobre o fluxo de calor no solo na região semiárida do Estado de Pernambuco. Material e Métodos: A área do estudo esta inserida na região do Sub-médio do rio São Francisco, próximo a cidade de Petrolina PE (latitude: 9º 20 S, longitude: 40º 27 O, altitude: 375 m) Figura 1, segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, o clima nesta área apresenta-se como tropical semi-árido, tipo BshW, seco e quente na parte norte e semiárido quente estépico na parte sul, caracterizado pela escassez e irregularidade das precipitações com chuvas no verão e forte evaporação em consequência das altas temperaturas.

Figura 1. Localização da área de estudo Utilizou-se imagens do produto MODIS/TERRA MOD13Q1 com resolução espacial de 250 metros foram adquiridas no site Primary Data Search - WIST - NASA no endereço <https://wist.echo.nasa.gov/api> visando a observar a variação do índice de vegetação (EVI) para o período de agosto a dezembro de 2009. Este produto é gerado a partir de várias imagens adquiridas em um período de 16 dias. Este processo de composição seleciona o melhor pixel da imagem para compor o produto MOD13Q1, minimizando eventuais distorções espaciais e ruídos radiométricos (Van Leeuwen et al., 1999). Para a obtenção do EVI e a estimativa do fluxo de calor no solo (G) foi utilizado o software ERDAS 9.2, bem como na construção do banco de dados geográfico e na integração de todas as informações disponíveis da área de estudo. Para estimar o fluxo de calor no solo (G) foi utilizado o modelo proposto por Bastiaanssen et al. (1998), adaptado como uma função do EVI e dados de Rn da Estação Agrometeorológica de Bebedouro. O EVI foi formulado a partir de uma combinação de outros dois índices de vegetação: o SAVI (Soil-Adjusted Vegetation Index; Huete, 1988) e o ARVI (Atmosphere Resistant Vegetation Index; Kaufman & Tanré, 1992); tendo a finalidade de atenuar os efeitos do solo e da atmosfera sobre o monitoramento da vegetação, de acordo com a Equação (1): ( NIR Vermelho ) EVI G * ( L NIR C1* Vermelho C2 * Azul) (1) em que, NIR = reflectância no infravermelho próximo; Vermelho = reflectância no vermelho; Azul = reflectância no azul; C1 = coeficiente de correção dos efeitos atmosféricos para a banda do vermelho (6); C2 = coeficiente de correção dos efeitos atmosféricos para a banda do azul (7,5); L = fator de correção para a interferência do solo (1); G = fator de ganho (2,5). Os coeficientes C1 e C2 podem ser alterados de acordo com condições regionais. Bastiaanssen et al. (1998) para estimar a G através do modelo SEBAL, utilizaram a Equação 2: (2)

A Equação 2 implica que G pode ser tão pouco como 0,6% de Rn, quando o solo tem plena cobertura do dossel (NDVI~1) e até 30% de Rn para solos nus (NDVI~0). A Equação 3 foi utilizada para estimar a razão G/Rn, substituindo o NDVI por EVI, temos então: (3) Resultados e Discussão: A distribuição espacial do EVI (Figuras 2a a 2f) e do G (Figuras 3a a 3f) para o dia 13 de agosto a 03 de dezembro de 2009. Observa-se que os valores do EVI (Figura 2a e 2b) tendem a ser inferiores a 0.5, que pode ser explicado pela deficiência hídrica da região, ainda mais caracterizado no período seco. Nesse período as áreas irrigadas ganham destaque nas imagens, pois os valores de EVI são superiores a 0.5, todavia a dinâmica temporal do EVI observada nas Figuras (2c a 2f) refletem a sensibilidade da vegetação à oferta hídrica, tendo em vista o surgimento de áreas vegetadas a oeste das margens do rio São Francisco, com valores em torno de 0,5 a 0,7. Pode observar-se também que os valores em verde representam índices de vegetação com maior desenvolvimento, enquanto os níveis próximos ao vermelho representam baixos índices de vegetação com valores próximos a zero. Wm -2 Figura 2. Espacialização do EVI no dia 13/08 Figura 3. Espacialização do G no dia 13/08

(a), dia 30/09 (b) dia 16/10 (c), dia 01/11 (d), dia 17/11 (e) e dia 03/12 (f) para área de estudo (a), dia 30/09 (b) dia 16/10 (c), dia 01/11 (d), dia 17/11 (e) e dia 03/12 (f) para área de estudo Assim, percebesse que próximo as margens do rio São Francisco os valores do EVI tendem a ser maiores, quando comparados ao restante da região, em virtude da ocupação para atividade agrícola irrigada e presença de água. Entretanto nota-se que nas áreas referidas acima, o fluxo de calor no solo é muito menor quando comparada ao restante da área de estudo, onde predomina superfícies com solo exposto e vegetação rasteira ou arbustiva, os valores de G variam entre 52 a 60 Wm -2 para todo período (Figuras 3a a 3f), porém para as Figuras (3a a 3d) observa-se uma queda significativa no fluxo de calor no solo, visto que a vegetação começa a responder a chuvas que ocorrem nesse período. Contudo é importante ressaltar que no solo exposto o fluxo de calor no solo (G) é muito maior do que numa superfície coberta de vegetação, pois nessas áreas parte da energia proveniente do Sol, que incide na forma de radiação de onda curta, será utilizada para o aquecimento do ambiente e na evapotranspiração da planta. Conclusões: As variáveis utilizadas são de suma importância para um estudo preliminar da sensibilidade hídrica nesta região. Os resultados indicaram que os maiores valores do fluxo de calor no solo foram verificados a oeste das margens do Rio São Francisco contrastando com os menores valores do EVI. Verificou-se uma sensibilidade rápida do EVI em resposta a disponibilidade de água e vegetação no solo, num curto período de tempo. Referências Bibliográficas BASTIAANSSEN, W. G.M., M. MENENTI, R. A. FEDDES, AND A. A. M. HOLTSLAG. A remote sensing surface energy balance algorithm for land (SEBAL):1. Formulation. J. Hydrol. v.212-213, p.198-212, 1998. KAUFMAN, Y. J.; TANRE, D. Atmospheric resistant vegetation index (ARVI) for EOS- MODIS. IEEE. Transactions on Geoscience and Remote Sensing, v. 30, p. 261-270, 1992. SILVA, B. B. DA.; Lopes, G. M.; AZEVEDO, P. V. de. Balanço de radiação em áreas irrigadas utilizando imagens Landsat 5 TM. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 20, n. 2, p. 243-252, 2005. VAN LEEUWEN, W.J.D.; HUETE, A.R.; LAING, T.W. MODIS vegetation index compositing approach: A prototype with AVHRR data. Remote Sensing of Environment, v. 69, p.264-280, 1999.