8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1311

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Transcrição:

Página 1311 BRS 335 CULTIVAR DE ALGODÃO DE CICLO E PORTE MÉDIOS PARA CULTIVO NO ESTADO DA BAHIA. 1 Murilo Barros Pedrosa 1 ; Camilo de Lelis Morello 2 ; Luis Gonzaga Chitarr 2 ; Nelson Dias Suassuna 2 ; João Luis da Silva Filho 2 ; Eleusio Curvelo Freire 3 ; Flávio Rodrigo Gandolfi Benites 4 ; Francisco José Correia Farias 2 ; Fernando Mendes Lamas 5 ; Francisco Pereira de Andrade 2 ; Paulo Augusto Vianna Barroso 2 ; José Lopes Ribeiro 6 ; Vicente de Paula Godinho 7. 1 Fundação Bahia algodao@fundacaoba.com.br ; 2 Embrapa Algodão; 3 Cotton Consultoria; 4 Embrapa Milho e Sorgo; 5 Embrapa Agropecuária Oeste; 6 Embrapa Meio Norte; 7 Embrapa... RESUMO O oeste baiano tem aumentado gradativamente a área plantada com algodão, na safra 2010/11 a região apresentou área plantada de 363 mil hectares isso mostra que cultura de algodoeiro herbáceo apresenta adaptação as condições edafoclimáticas ao cerrado da Bahia. O desenvolvimento de novas cultivares com características modernas e adaptadas a regiões de cultivo constitui-se o objetivo de programas de melhoramento para desenvolvimento de cultivares. A cultivar BRS 335 desenvolvida no cerrado do Estado Bahia apresenta-se como nova opção de plantio para os produtores que buscam alta produtividade e características de fibra compatíveis com a indústria têxtil. Palavras-chave: algodão, cultivar,cerrado Bahia, fibra média. INTRODUÇÃO A parceria técnica estabelecida entra a Embrapa Algodão, a Fundação Bahia e a EBDA tem gerado e atualizado tecnologias no concernente a cotonicultura no Estado da Bahia, sobretudo na região de cerrados que vem apresentado aumento de área plantada, elevadas produtividade e, consequentemente, importância econômica para o país. Várias têm sido as áreas de estudo, dentre elas destaca-se o desenvolvimento de um programa de melhoramento genético com a cultura do algodoeiro, onde já foram desenvolvidas cultivares como a BRS 286 lançada recentemente (PEDROSA et al., 2009). Novas cultivares adaptadas as condições edafoclimáticas dos cerrados da Bahia estão sendo desenvolvidas. Carvalho (2008) descreveu que, em programa de melhoramento genético, a cada ano são selecionadas ou descartadas linhagens e aquelas que permanecem tem propiciado avanços genéticos 1 Trabalho desenvolvido pela Fundação Bahia, Embrapa Algodão, EBDA com financiamento do FUNDEAGRO.

Página 1312 nas características principais. Assim anualmente são avaliadas e selecionadas varias linhagens nos ensaios repetidos em diversas localidades na região. O presente trabalho objetiva apresentar uma nova cultivar de algodão desenvolvida é indicada para o cerrado da Bahia. METODOLOGIA A cultivar BRS 335 (figura 1) foi originada a partir de cruzamento triparental entre as cultivares DP 4049, CNPA ITA 96 e Delta Opal, ocorridos nos anos 2000 e 2001. A partir da população segregante, empregando-se o método de seleção genealógica, em São Desidério, BA, na safra 2002/2003, obteve-se a progênie CNPA BA 2003-1987. Na safra 2004/2005, foi realizada seleção individual nestaprogênie obtendo a progênie CNPA BA 2005 3008. Nas safras 2005/2006 e 2006/2007, a mesma foi avaliada como progênie e linhagem preliminar, respectivamente, em São Desidério, BA. Na safra 2007/2008 a linhagem CNPA BA 2005 3008 foi avaliada como linhagem avançada em dois locais do Estado da Bahia, e nas safras 2008/2009 e 2009/2010, foi avaliada como linhagem final em quinze localidades no cerrado, abrangendo os estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Piauí e Rondônia. RESULTADOS E DISCUSSÃO As plantas da cultivar BRS 335 possuem pilosidade nos ramos e folhas, folhas de tamanho médio com três lobos, brácteas com sete a doze dentes, caule de coloração verde, ramos com distribuição oblíqua, maçã com formato ovalado, predominando quatro lojas por maçã, capulhos com retenção mediana de pluma na cápsula, línter e fibra de coloração branca. As plantas possuem porte médio, atingindo entre 1,1 a 1,2 m de altura, necessitando da aplicação de 50 a 75 g/ha de regulador de crescimento (cloreto de mepiquat ou cloreto de clormequat). Em altitude próxima a 700 m, o surgimento da primeira flor ocorre entre 50 a 55 dias após a emergência de plântulas (DAE) e a abertura da primeira maçã entre 105 a 115 DAE. Nessas condições e com o uso de desfolhante e maturador, a maturação de colheita é prevista entre 150 a 170 DAE. A BRS 335 foi avaliada quanto à resistência às principais doenças em ensaios de campo e em condições controladas nas safras 2007/2008, 200802009 e 2009/2010. As avaliações em condições de campo foram realizadas nos municípios de São Desidério (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA), Barreiras (BA), Correntina (BA) e Santa Helena de Goiás (GO). Nessas avaliações a cultivar foi caracterizada quanto à resistência à mancha angular (Xanthomonasaxonopodispv. malvacearum), doença azul (Cottonleafrolldwarf vírus - CLRDV), mancha de ramulária (Ramulariaareola), ramulose

Página 1313 (Colletotrichumgossypiivar.cephalosporioides), murcha de fusário (Fusariumoxysporum f. sp. vasinfectum) e nematóide das galhas (Meloidogyneincognita). A cultivar é resistente à mancha angular, medianamente susceptível ao nematóide das galhas, a murcha de fusário, doença azul e manchade ramulária e susceptível a ramulose (Tabela 1). Em decorrência da susceptibilidade da BRS 335 a ramulose, a mesma é indicada para cultivo em áreas sem histórico de ocorrência dessa doença, tal como o cerrado do Estado da Bahia. As características das fibras da BRS 335 estão de acordo com as exigências do mercado consumidor interno e externo, relativo a fibras de comprimento médio na espécie Gossypiumhirsutum, podendo ser verificadas na Tabela 2. CONCLUSÃO 335: Após avaliações e seleções foram realizadas indicações técnicas para manejo da cultivar BRS -Época de plantio: entre 1 a 30 de dezembro. -Espaçamento e densidade: 0,76 m entre fileiras e 7 a 8 plantas/metro. -Regulador de crescimento: Iniciar aplicação com altura de planta em 0,35 m.devem-se utilizar doses crescentes do regulador de crescimento, necessitando-se entre 50 a 75 g.i.a de regulador de crescimento (total) para que as plantas tenham entre 1,10 a 1,20 m por ocasião da colheita. -Controle de pragas: Empregar MIP (manejo integrado de pragas), considerando-se a necessidade de controle de pulgões e mosca branca em níveis entre 20 a 30 % de plantas com colônias. -Controle de doenças: Efetuar o controle da ramulariose quando ocorrerem os primeiros sintomas da doença, mantendo a proteção da planta até a fase C1.

Página 1314 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO. L. P. de. Contribuição do melhoramento ao cultivo do algodão. In: BELTRÃO, N. E. de M. e AZEVEDO, D. M. P. de (Org.). O Agronegócio do algodão no Brasil. 2. ed. Brasília, D.F.: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. p. 271-297. PEDROSA, M. B.; SILVA FILHO, J, L. da; MORELLO, C, de L.; FREIRE, E. C.; ALENCAR, A. R. de; ANDRADE, F. P. de; CHITARRA, L. G.; FARIAS, F. J. C.; VIDAL NETO, F. das C. BRS 286: Cultivar de algodão com alta produtividade de pluma e de porte baixo, para cultivo no estado da Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODAO, 3., 2001, Campo Grande. Produzir sempre, o grande desafio: anais. Campina Grande: Embrapa Algodão; Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2001. Figura 1 BRS 335

Página 1315 Tabela 1. Reação da cultivar BRS 335 e das cultivares testemunhas às doenças. Doenças BRS 335 Delta Opal IAC-25 Doença azul* 1,2 0 - Mancha de ramulária** 3,5 4,0 - Mancha angular** 1,13 1,0 - Ramulose*** 86,3-33,5 Nematóide da galhas**** 2,1-1,3 * Incidência média de CLRDV (típica). ** Severidade da doença (Nota 1-5, sendo 1 sem sintomas e 5 muito suscetível). *** Índice de doença calculado segundo Amaral (1969), PAB, v.4, p. 1 2. **** Índice de galhas segundo Zhang et al., (2006), Crop Science, v. 26, p. 1581-1586 Tabela 2. Análise comparativa da cultivar BRS 335 e a cultivar testemunha. Característica BRS 335 Delta Opal Produtividade de algodão em caroço (kg/ha)* 4779 4418 Produtividade de pluma (kg/ha)* 2067 1884 Rendimento médio de fibra (%)* 40,0 42,0 39,5-41,5 Porte Médio Médio Aparecimento da 1ª. flor (D.A.E) 50-55 55-60 Aparecimento do 1º. capulho (D.A.E) 105-115 110-120 Peso médio do capulho (g)* 6,0 6,4 Comprimento de fibra S. L. 2,5% HVI (mm)* 29,0-31,0 27,8-31,8 Uniformidade HVI (%)* 82,0-85,6 82,3-86,6 Resistência HVI (gf/tex)* 27,2-33,1 28,9-34,1 Índice micronaire* 3,9-4,3 3,8-4,7 Elongação (%)* 6,5-8,6 5,9-8,1 Reflectância Rd (%)* 73,5-80,9 70,4-82,2 Grau de amarelecimento (+ b)* 5,6-8,4 6,2-8,7 Índice de fiabilidade (SCI)* 139,0-152,0 144,0-154,0 Índice de fibras curtas SFI (%)* 5,7-9,5 5,2-10,0 * Valores médios correspondentes a dezoito avaliações, em condições experimentais, em ambiente de cerrado, nos Estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí e Rondônia;