EVAPORAÇÃO MENSAL E ANUAL PELO MÉTODO DE THORNTHWAITE PARA MATINHAS - PARAÍBA, BRASIL

Documentos relacionados
APLICAÇÃO DO MODELO THORNTHWAITE-CAMARGO PARA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL EM QUATRO CIDADES PARAIBANAS

FLUTUAÇÃO DA TEMPERATURA MÁXIMA, MÍNIMA E MÉDIA DO AR NO MUNICÍPIO DE MATINHAS PARAIBA, BRASIL

FLUTUAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO EM ALAGOA NOVA, PARAÍBA, EM ANOS DE EL NIÑO

FLUTUAÇÃO DA EVAPORAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUÇUÍ PRETO-PI, BRASIL

CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DO MUNICÍPIO DE OLIVEDOS - PB, BRASIL

VARIABILIDADE DO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO COM CAPACIDADE DE CAMPO DIFERENCIADA PARA O ESTADO DA PARAÍBA

CÁLCULO DO BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DO ESTADO DA PARAÍBA PARA O PLANEJAMENTO AGRÍCOLA

A PREVISIBILIDADE DAS CHUVAS PARA O MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS DE EVAPOTRANSPIRAÇAO PARA QUATRO CIDADES PARAIBANAS

ANÁLISE DOS BALANÇOS HÍDRICOS DAS CIDADES DE SERRA TALHADA E TRIUNFO-PE

COMPARAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO NAS ÚLTIMAS QUATRO DÉCADAS PARA O MUNICÍPIO DE PICUÍ PB

EFEITOS DO AUMENTO DA TEMPERATURA NO BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE RIBEIRA DO POMBAL-BA

INFLUÊNCIA DE ANO DE LA NINÃ (1996), EL NINÕ (1997) EM COMPARAÇÃO COM A PRECIPITAÇÃO NA MUDANÇA DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA NO MUNICIPIO DE TERESINA PIAUÍ

A INFLUÊNCIA DE ANOS DE EL NIÑO NA ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR NO MUNICÍPIO DE TERESINA- PIAUÍ, BRASIL

BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO COMO PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO PARA O MUNICÍPIO DE PAULISTANA, PI. Grande-PB,

ANÁLISE COMPARATIVA DECADAL DO BALANÇO HÍDRICO PARA O MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI

Balanço Hídrico Climatológico e Classificação Climática da Região de Sinop, Mato Grosso

INFLUÊNCIA DA DEFICIÊNCIA HÍDRICA ANUAL NO ZONEAMENTO CLIMÁTICO DE QUATRO CULTURAS NA BACIA DO RIO ITAPEMIRIM, ES. RESUMO

Balanço Hídrico Seriado de Petrolina, Pernambuco

BALANÇO HÍDRICO COMO PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO PARA CIDADE DE POMBAL PB, BRASIL


Evapotr. Protocolo /11/ Aprovado em 13/4/2005

CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM REGIÕES DE GRANDE VARIABILIDADE INTERANUAL E INTERDECADAL DE PRECIPITAÇÃO

RESUMO. Análise e mapeamento da evaporação para o estado da Paraíba

BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO APLICADA A CULTURA DO MILHO PARA O MUNICIPIO DE BARBALHA CE

PLUVIOSIDADE HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE-PB PARA PLANEJAMENTO AGRÍCOLA E CAPTAÇÃO DE ÁGUA

ISSN Julho, Boletim Agrometeorológico 2013: Estação Agroclimatológica da Embrapa Amazônia Ocidental, no Km 29 da Rodovia AM-010

ESTUDO DA PRECIPITAÇÃO EM CATOLÉ DO ROCHA-PB UTILIZANDO A TEORIA DA ENTROPIA

ESTUDO DA DIREÇÃO PREDOMINANTE DO VENTO EM TERESINA - PIAUÍ

OSCILAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS DO MUNICÍPIO DE EXU, PE- BRASIL

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO CEARÁ

Lucio Alberto Pereira 1 ; Roseli Freire de Melo 1 ; Luiza Teixeira de Lima Brito 1 ; Magna Soelma Beserra de Moura 1. Abstract

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS DE EVAPOTRANSPIRAÇAO DE REFERÊNCIA (ET0) PARA A REGIÃO AGRESTE DE ALAGOAS

ESTUDO DA TENDÊNCIA TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO EM PRESIDENTE PRUDENTE - SP. Vagner Camarini ALVES 1 RESUMO

Balanço hídrico climatológico com simulações de cenários climáticos e classificação climática de Thornthwaite para o Município de Iguatú, CE, Brasil

ANÁLISE DOS INDICES PLUVIÓMETRICOS NO RESERVATÓRIO HIDRICO NO SEMIÁRIDO

VARIABILIDADE DA PRECIPITAÇÃO EM AREIA - PARAIBA, BRASIL, ENTRE

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO E DO NÚMERO DE DIAS DE CHUVA NO MUNICÍPIO DE PETROLINA - PE

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 69

BALANÇO HÍDRICO E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA SEGUNDO O MÉTODO DE THORNTHWAITE & MATHER PARA SOUSA-PB

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 46

CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE ARIDEZ DO CARIRI OCIDENTAL-PB

MÉTODO DE HARGREAVES- SAMANI A PARTIR DA ESTIMATIVA DA TEMPERATURA DO AR E A PARTIR DE NORMAIS CLIMATOLÓGICAS

Documentos. ISSN O X Dezembro Boletim Agrometeorológico de 2015 para o Município de Parnaíba, Piauí

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA PLUVIOMETRIA EM ÁREAS HOMOGÊNEAS DO ESTADO DA PARAÍBA

ESTIMATIVA DA PRECIPITAÇÃO EFETIVA PARA A REGIÃO DO MUNICÍPIO DE IBOTIRAMA, BA Apresentação: Pôster

ESTIMATIVA DA EROSIVIDADE DA CHUVA NO PERÍODO DE NO MUNICÍPIO DE BANANEIRAS-PB COMO CONTRIBUIÇÃO A AGROPECUÁRIA

O USO DAS IMAGENS DO SATÉLITE ASTER GDEM PARA ESTIMATIVA DA TEMPERATURA DO AR EM SUPERFÍCIE

INTRODUÇÃO. 1 Pesquisador, Embrapa Semi-Árido, CP 23, CEP , Petrolina-PE,

CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA E EXTRATO DO BALANÇO HÍDRICO PARA O DISTRITO DE SÃO JOÃO DE PETRÓPOLIS, SANTA TERESA ES

ESTUDO DE CASO DA VARIAÇÃO HORÁRIA DA UMIDADE RELATIVA DO AR EM TERESINA PI NO ANO DE Raimundo Mainar de Medeiros (UFCG)

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA MENSAL E ANUAL PELO MÉTODO DE THORNTHWAITE PARA O ESTADO DA PARAÍBA

MODIFICAÇÕES NO CLIMA DA PARAIBA E RIO GRANDE DO NORTE

ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO SOB CENÁRIOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA PARAÍBA E RIO GRANDE DO NORTE

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 44

Desempenho da estimativa da evapotranspiração de referência utilizando diferentes métodos no cálculo da temperatura média diária do ar, Tauá-CE

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 42

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O MUNICIPIO DE APODI-RN

4. BALANÇO HÍDRICO DA REGIÃO DE MANAUS - AM.

Boletim agrometeorológico de 2017 para o município de Teresina, PI

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DO MUNICÍPIO DE JATAÍ-GO: Subsídios às atividades agrícolas

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 41

Armazenamento de água no solo sob cenários de mudanças climáticas na Paraíba e Rio Grande do Norte

CONDIÇÕES HÍDRICAS DO ESTADO DA PARAÍBA SOB DIFERENTES CENÁRIOS DO TEMPO.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Meio-Norte. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

CLIMATOLOGIA PLUVIOMÉTRICA PARA O MUNICÍPIO DE POMBAL-PB

Thornthwaite e Mather (1955). Esse método utiliza dados de temperatura média do

Documentos. ISSN Agosto, Boletim Agrometeorológico 2013

ESTUDO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS DO PIAUÍ

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL NO BRASIL

ANÁLISE TEMPORAL DE PRECIPITAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SERRA GRANDE-PB

COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ETc PARA O FEIJÃO- COMUM EM UNAÍ - MG

Análise do clima de Goiás para os anos de 2012 a 2014 baseados na classificação climática de Thornthwaite.

ESTIMATIVA DO ALBEDO E TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE UTILIZANDO IMAGENS ORBITAIS PARA O MUNICÍPIO DE BARRA BONITA SP

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR EM AREIA - PB, EM ANOS DE OCORRÊNCIA DE EL NIÑO

BALANÇO HÍDRICO USANDO ESTIMATIVAS MÉDIAS MENSAIS DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO REGIONAL OBTIDAS ATRAVÉS DE UM MODELO OPERACIONAL. PARTE I.

DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NO MUNICIPIO DE SÃO MATEUS/ES

BOLETIM AGROMETEOROLÓGICO 1996

INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO MEDIDA RESUMO

BALANÇO HÍDRICO E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA PARA O MUNICÍPIO DE ITUPORANGA SC

Analise da variabilidade espaço-temporal da evapotranspiração na bacia hidrográfica de São João do Rio do Peixe, Estado da Paraíba

ESTUDO DE VARIABILIDADE DAS PRECIPITAÇÕES EM RELAÇÃO COM O EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL (ENOS) EM ERECHIM/RS, BRASIL.

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 39

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE VISUALIZAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DO BRASIL: VisBHClima

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Meio-Norte. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

2. ALTERAÇÕES NAS PRECIPITAÇÕES OBSERVADAS NA REGIÃO DE MANAUS - AM. MOTA, M. R.; FREITAS, C. E. C. & BARBOSA, R. P.

INFLUÊNCIA DO RIO SÃO FRANCISCO NO MICROCLIMA DE SUAS MARGENS. Antônio Heriberto de Castro TEIXEIRA. 1, Bernardo Barbosa da SILVA 3 RESUMO

Boletim agrometeorológico de 2017 para o município de Parnaíba, PI

Carlos Márcio de Aquino Eloi 1

A PROBLEMÁTICA DA SEMIARIDEZ NO SERTÃO PARAIBANO

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA ATRAVÉS DOS MÉTODOS PENMAN-MONTHEITH E DE HARGREAVES-SAMANI NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

VARIABILIDADE TEMPORAL DE PRECIPITAÇÕES EM CARUARU PE, BRASIL

DETERMINAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO EM DUAS DECADAS DISTINTAS ( ) E ( ) PARA SOBRAL NO CEARÁ

Clima de Passo Fundo

Documentos. ISSN Agosto, Boletim Agrometeorológico 2014

BALANÇO HÍDRICO COMO PLANEJAMENTO HORTIFRUTIGRANJEIRO PARA O MUNICIPIO DE LAGOA SECA, VISANDO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Documentos 228

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PROGRAMA DE DISCIPLINA

Variabilidade interanual das áreas com potencial de risco de desertificação da Bahia

DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DO ÍNDICE DE EROSIVIDADE DA CHUVA PARA AS MICROREGIÕES DO ESTADO DO TOCANTINS RESUMO

Transcrição:

EVAPORAÇÃO MENSAL E ANUAL PELO MÉTODO DE THORNTHWAITE PARA MATINHAS - PARAÍBA, BRASIL Milla Nóbrega de Menezes Costa 1 ; Raimundo Mainar de Medeiros 1 ; Francisco de Assis Salviano de Sousa 2 ; Manoel Francisco Gomes Filho 2 (1)Doutorandos em Meteorologia/PPGM, Universidade Federal de Campina Grande -UFCG, Campina Grande - PB, millanmcosta@gmail; mainarmedeiros@gmail.com. (2) Professores da Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, Campina Grande - PB; fassis@dca.ufcg.edu.br; mano@dca.ufcg.edu.br. RESUMO: O objetivo deste trabalho foi estimar e avaliar a variação da evaporação mensal- anual para o município de Matinhas. Com base nas equações de estimativa da temperatura média do ar, estimou-se a EVR pelo método empírico de Thornthwaite. Os elementos meteorológicos como a radiação solar, temperatura do ar, velocidade do vento e pressão de saturação do vapor durante o período de setembro a março fazem com que os índices evaporativos atinjam valores extremos diários. Destacam-se os meses de setembro, outubro e janeiros como os de maiores poderes evaporativos. A EVR anual é de 1292,4 mm. Esta tendência é um reflexo da variação espacial da temperatura média do ar mensal. PALAVRA-CHAVES: Planejamento agrícola, demanda hídrica, evapotranspiração. INTRODUÇÃO A agricultura é uma atividade econômica sujeita à variabilidade do clima, do mercado e da política agrária, por isso é uma atividade instável e de alto risco que deve ser bem planejada para garantir o seu sucesso. Entre todas as atividades econômicas, é a que mais depende das condições climáticas, sendo esta responsável por 60 a 70% da variabilidade final da produção de conformidade com Ortolani e Camargo (1987). O termo variação da evaporação ou comumente conhecido como evapotranspiração (EVR) foi definido por Thornthwaite (1948) como a perda de água de uma extensa superfície vegetada, de porte rasteiro, em fase de desenvolvimento ativo e sem limitação hídrica. Conforme Pereira et al., (1997), a evapotranspiração é controlada pela disponibilidade de energia, pela demanda atmosférica e pelo suprimento de água do solo às plantas. A disponibilidade de energia depende do local e da época do ano. De acordo com Medeiros (2013). Como em todo o Nordeste brasileiro, no território paraibano, as variações de temperatura do ar dependem mais de condições topográficas locais que

daquelas decorrentes de variações latitudinais (SALES & RAMOS, 2000). O objetivo deste trabalho é calcular a evaporação média para o município de Matinhas, gerando pelo modelo das equações de estimativa da temperatura do ar, propostas por Cavalcanti et al. (1994; 2006) e resultando nas variabilidades das mudanças nos regimes evaporativos temporal, espacial e dando suporte aos tomadores de decisões do setor agrícola. Apesar de sua extensão territorial, a área de Matinhas conta com um número limitado de estações que medem ou registram dados de temperatura do ar. Para suprir essa limitação, tem-se utilizado a estimativa desses elementos climáticos, com base nas coordenadas geográficas. METODOLOGIA O município de Matinhas está localizado na Latitude 07 07 Sul; Longitude 35 46 a Oeste de Greenwich na Microrregião Matinhas e na Mesorregião do Agreste Paraibano, no Estado da Paraíba, na região Nordeste do Brasil. Matinhas tem uma área territorial de 38 km². A sede do município tem uma altitude aproximada de 300 metros, o município está inserido na unidade do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros. O clima é do tipo tropical chuvoso, com verão seco (FRANCISCO et al, 2014). A estimativa da evaporação mensal e anual foi calculada a partir das equações empíricas para a estimativa da temperatura do ar para Matinhas, conforme Medeiros (2013). O autor utilizou séries históricas de valores mensais da temperatura do ar de períodos uniformizados com 50 anos de observações (1962-2012). Com os dados dessas séries, ajustaram equações pelo método dos mínimos quadrados, obtendo equações de regressão linear múltipla e testaram o método estatístico, apresentado a seguir: E (Y) = a 0 + a 1 X 1 + a 2 X 2 + a 3 X 3 (1) Onde: Y - temperatura mensal do ar (média, máxima ou mínima) C; X 1, X 2 e X 3 latitude e longitude do local (minuto) e altitude (metro), respectivamente; a 0, a 1, a 2 e a 3 - coeficientes da equação de regressão. As equações de regressão linear múltipla para estimar a temperatura do ar (máxima, mínima e média) foram obtidas a partir de dados de algumas estações climatológicas do Instituto Nacional de Meteorologias (INMET). Por essas equações, as temperaturas máximas, mínimas e médias do ar são estimadas com base na latitude, longitude e altitude locais. Obtiveram-se os dados de latitude, longitude e altitude do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com os dados de temperatura média do ar estimados, procedeu-se à estimativa da EVR para toda a área pelo método empírico de Thornthwaite (1948), conforme apresentado em Pereira et al. (1997). Com o intuito de homogeneizar as classes de EVR, quando em determinado município ocorressem duas ou mais classes de EVR, estabeleceram-se duas situações: - Mudança de classe

inferior para classe superior quando a porcentagem de ocorrência de uma classe inferior à de outra classe fosse = a 20%, a área de ocorrência da classe inferior seria incorporada à da classe imediatamente superior; - Mudança de classe superior para classe inferior quando a porcentagem de ocorrência de uma classe superior à de outra classe fosse = a 20%, a área de ocorrência da classe superior seria incorporada à da classe imediatamente inferior. Este procedimento possibilitou a obtenção de mapas de EVR mais uniformes e homogêneos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1, observa-se a distribuição histórica da evapotranspiração mensal e o seu percentual mensal para o município de Matinhas. Destacam-se os meses de setembro a março com os maiores percentuais evaporativos com oscilação entre 9 a 11%, tendo o mês de janeiro com temperaturas mais elevadas registrando 25,15 C (Figura 2) justificando o maior percentual de EVR neste mês, já os meses de abril a agosto ocorrem uma flutuação de 6 e 7%, sendo o meses de junho e julho os que apresentam menores temperaturas (Figura 2) e por isso o EVR menos elevado. O mês de dezembro na figura 2 também mostra a temperatura média elevada, 25 C, próximo do mês de janeiro, porém o mês de dezembro apresenta o efeito de sistemas transientes com mais frequência e o fator topográfico influenciam muito, com vales e montanhas ao redor, fatores de macro, meso e micro escalas meteorológicas influenciam no município. O tipo do gráfico 2 foi escolhido no formato diferente do gráfico 1 para uma melhor visualização na variabilidade dos dados de temperatura média de cada mês. Figura 1. Variabilidade mensal da EVR entre os anos de 1962-2012 no município de Matinhas.

Figura 2. Representa a distribuição espaço temporal anual da temperatura média do ar entre os anos de 1962-2012 para o município de Matinhas. CONCLUSÕES Os elementos meteorológicos como a radiação solar, temperatura do ar, velocidade do vento e pressão de saturação do vapor durante o período de setembro a março fazem com que os índices evaporativos atinjam valores extremos diários; Destacam-se os meses de setembro, outubro e janeiros como os de maiores poderes evaporativos, a evaporação anual é de 1292,4 mm, e o resultado da temperatura foram condizentes com a resposta da evaporação. As estimativas de EVR mensais para o município de Matinhas apresentam dependência da topografia local; A contribuição maior deste trabalho e o informe aos irrigantes dos meses extremos do poder evaporativo no município. AGRADECIMENTO A CAPES pela concessão das bolsas de doutorado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAVALCANTI, E. P.; SILVA, V. de P. R.; SOUSA, F. de A. S. Programa computacional para a

estimativa da temperatura do ar para a região Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, n.1, p.140-147, 2006. CAVALCANTI, E. P.; SILVA, E. D. V. Estimativa da temperatura do ar em função das coordenadas locais. In: Congresso Brasileiro de Meteorologia, 8, 1994. Belo Horizonte, Anais... Belo Horizonte: SBMET, 1994, v.1, p.154-157. FRANCISCO, P. R. M.; MEDEIROS, R. M.; OLIVEIRA, R. C. S.; GOMES FILHO, M. F. Chuva e Variabilidade Espaço-Temporal no município de Matinhas-PB. 9 Congresso de Educação Agrícola Superior Areia-PB, nº ISSN / 0101-756X, 2014. MEDEIROS, R. M. Planilhas do Balanço Hídrico Normal segundo Thornthwaite & Mather (1955). s.n, 2013. ORTOLANI, A. A.; CAMARGO, M. B. P. Influência dos fatores climáticos na produção. In: Castro, P. R. C.; Ferreira, S. O.; Yamada, T. Ecofisiologia da produção agrícola. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potássio e do Fosfato, 1987, p.71-81. PEREIRA, A. R.; VILLA NOVA, N. A.; SEDIYAMA, G. C. Estimativa de evapotranspiração. Piracicaba: FEALQ, 1997. p.41-99. SALES, M. C. L.; RAMOS, V. M. Caracterização ambiental das áreas sob influência do reservatório de Bocaina (PI) com base na compartimentarão geomorfológica. In: Carta CEPRO, Teresina, v.18, n.1, p.149-161, 2000. STONE, B.; HESS, J. J.; FRUMKIN, H. Urban form and extreme heat events: Are sprawling cities more vulnerable to climate change than compact cities? Environmental Health Perspectives, v.118 n.10, p.1425 1428, 2010. THORNTHWAITE, C.W. An approach toward a rational classification of climate. Geogr. Rev, v.38, p.55-94, 1948. THORNTHWAITE, C.W.; MATHER, J.R. The water balance. Publications in Climatology. New Jersey: Drexel Institute of Technology, 104p. 1955.