Os seguintes conceitos devem ser conhecidos antes da realização do teste:

Documentos relacionados
Teste padrão de germinação

ANEXO I NORMAS E PADRÕES PARA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES FISCALIZADAS DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS DE CLIMA TROPICAL

PROJETO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA No, DE DE DE 2013.

Portaria SDA/MAPA 16/2013 (D.O.U. 28/01/2013)

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº. 30, DE 21 DE MAIO DE 2008

.Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

de Defesa Agropecuária

Ofício nº- 130/2011-CSM/DFIA/SDAIMAPA Brasília, 26 de dezembro de 2011.

EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL

ANEXO V INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO E USO DO BOLETIM OFICIAL DE ANÁLISE DE SEMENTES (BASO) E DO BOLETIM DE ANÁLISE DE SEMENTES (BAS).

SISTEMÁTICA DE MONOCOTILEDONEAS

Relatório Geral de Requerentes

TESTE DE PUREZA TESTE DE PUREZA TESTE DE PUREZA OBJETIVOS DO TESTE DE PUREZA LPV 638 PRODUÇÃO DE SEMENTES ANA DIONISIA L.

Conceitos básicos sobre pastagens e sementes para sua formação

RECOMENDAÇÕES PARA O USO DE CORRETIVOS E FERTILIZANTES EM MINAS GERAIS

PROBLEMAS OCASIONADOS PELO MANEJO INADEQUADO DO SOLO

Pirataria de sementes em espécies forrageiras. Dra. Tanismare T. de Almeida

02 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS SEMENTES

ANEXO V INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO E USO DO BOLETIM OFICIAL DE ANÁLISE DE SEMENTES (BASO) E DO BOLETIM DE ANÁLISE DE SEMENTES (BAS).

SISTEMÁTICA DE MONOCOTILEDÔNEAS. Prática - 1ª Semana

LEVANTAMENTO DAS SEMENTES DE ESPÉCIES SILVESTRES E NOCIVAS

ESTABELECIMENTO DE CAMPOS DE PRODUÇÃO DE SEMENTES.

QUALIDADE DE SEMENTES CARACTERÍSTICAS QUE AFETAM A QUALIDADE DAS SEMENTES QUALIDADE DE SEMENTES 1. PUREZA GENÉTICA. Sementes geneticamente puras

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 60, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2009

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE AZEVÉM COMERCIALIZADAS NO ESTADO DO PARANÁ

QUALIDADE DE SEMENTES CARACTERÍSTICAS QUE AFETAM A QUALIDADE DAS SEMENTES. Componentes:

Principais características de gramíneas e leguminosas

Espécies de Plantas do Banco de Germoplasma Forrageiro da FCAV/UNESP Jaboticabal

Identificação de Espécies de Plantas Daninhas

PORTARIA Nº 560, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2002.

Curso sobre Proteção e Registro de Cultivares SNPC/IAPAR/TECPAR - RNC

PADRÕES PARA A PRODUÇÃO E A COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO (Gossypium hirsutum L.)

Conceitos básicos sobre pastagens e sementes para sua formação. Engº Agrº Odinir Liberati Vieira Diretor do NPS Santo Anastácio

Curso de Pós-Graduação em Estratégias Integradas para Pecuária de Corte: Produção,

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES. Eng. Agr. Clélia Maria Mardegan

SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA No- 36, DE 4 DE OUTUBRO DE 2017

Art. 2º Para efeito do disposto nesta Instrução Normativa, considera-se:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SEMENTES E MUDAS SCS

BENEFICIAMENTO. de Sementes de Forrageiras. Francisco Dübbern de Souza. por. Engº.Agrº, Dr. Julho 2010

Rotações Lixas (nº) Tempo (seg) rpm ,64 94,83 79,72 83, ,26 63,69 72,55 49, ,36 32,19 34,71 24,93

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 33, DE 4 DE NOVEMBRO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA No- 33, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2010

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE AZEVÉM PRODUZIDAS FORA DO SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO

SISTEMA NACIONAL DE SEMENTES E MUDAS - SNSM

Aspectos de Forma em Plantas Forrageiras

SISTEMÁTICA DE MONOCOTILEDÔNEAS. Prática - 1ª Semana

Aulas práticas e Herbários Sistemática das monocotiledôneas

Comunicado Técnico. Controle de plantas daninhas em campos de produção de sementes de forrageiras. 1. Introdução. Joaquim Bartolomeu Rassini 1

Referências 8/15/2012. Tipos de lígula. Estruturas foliares Poaceae (Gramineae) gramíneas. Limbo foliar. Limbo foliar. Lígula.

Comunicado Técnico. Características Agronômicas das Principais Plantas Forrageiras Tropicais. A Gramíneas. Gênero Brachiaria. Brachiaria decumbens

Combate à pirataria em sementes de forrageiras tropicais. Casos no Mato Grosso do Sul

Qualidade de sementes revestidas de gramíneas forrageiras tropicais analisadas no LASO/LANAGRO/MG

Art. 5º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. Redações Anteriores. Redações Anteriores. Redações Anteriores

Material didático do Prof. Leonardo Bianco de Carvalho UNESP - Câmpus de Jaboticabal MATOLOGIA. Introdução à Matologia (conceito e importância)

Manejo de solo em pastagens em áreas declivosas

Angiospermas. Monocotiledôneas

NUTRIENTES DOS ALIMENTOS cada quilo do alimento contém:

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

fc637b964e3f4bb88fe0c282421d0e1d

MONITORAMENTO TECNOLÓGICO DE CULTIVARES DE FORRAGEIRAS TROPICAIS

FINALIDADES DA ANÁLISE DE SEMENTES

Espécies forrageiras exóticas. Forragicultura e pastagens Prof. Eduardo Bohrer de Azevedo

CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE SEMENTES

GRAU DE PUREZA DE SEMENTES FORRAGEIRAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE POMBAL-PB 1

Capim Andropógon: Estabelecimento e manejo

Angiospermas. Monocotiledôneas

PORTARIA Nº 691 DE 22 DE NOVEMBRO DE 1996.

Universidade de São Paulo

O aumento da produtividade é fundamental para o desenvolvimento da agropecuária. Na pecuária, para um incremento da RESUMO INTRODUÇÃO SUMMARY

Premissa básica para produção animal em pasto é a existência de pasto

Por que utilizar sementes de arroz?

ru ra dossiêlsilbra A 86 REVISTA USP, São Paulo, n.64, p , dezembro/fevereiro

BOLETIM TÉCNICO IHARA O MÁXIMO CONTROLE DAS GRAMÍNEAS EM SUAS MÃOS

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SEMENTES

EDITAL N 35, de 09 de março de 2016 RESULTADO APÓS ANÁLISE DOS RECURSOS

A SEMENTE COMO FATOR DETERMINANTE DO SUCESSO NA FORMAÇÃO DE PASTAGENS TROPICAIS

ADUBAÇÃO DE PASTAGENS: POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO. Manoel Eduardo Rozalino Santos1

EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO EM PASTAGENS

Plantas Daninhas. Tarcísio Cobucci

PROCEDIMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE SEMENTES FISCALIZADAS DE FEIJÃO CAUPI (Vigna unguiculata (L.)Watt)

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO PORTARIA Nº 268, DE 22 DE AGOSTO DE 1984

LEVANTAMENTO DE PLANTAS DANINHAS EM REGIÕES PRODUTORAS DE MILHO E SOJA NOS ESTADOS DE GOIÁS E MINAS GERAIS

Pesquisa apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia (DEAg/UNIJUÍ). 2

19/02/ Aulas práticas e Herbários 2 - Sistemática das monocotiledôneas

AGRICULTURA, FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL. Diário da República, 1.ª série N.º de setembro de

ANEXO I. (Identificação do órgão fiscalizador na Unidade Federativa) IDENTIFICAÇÃO DO FISCALIZADO INSCRIÇÃO/CREDENCIAMENTO NO RENASEM Nº:

Enfezamentos e viroses do milho

A FITORREMEDIAÇÃO COMO INSTRUMENTO ALTERNATIVO NO SANEAMENTO AMBIENTAL

Manejo de Plantas Daninhas. Saul Carvalho

14/02/2016. Aula Prática Sistemática das plantas daninhas: monocotiledôneas. 1 - Atividades Práticas e Herbários 2 - Sistemática das Monocotiledôneas

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Biomassa Microbiana e Respiração Basal de um Solo Construído e Submetido a Diferentes Cultivos na Área de Mineração de Carvão de Candiota/RS.

IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO MAPA NO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE SEMENTES

RESPOSTA DE DOSES DE INDAZIFLAM 500 SC NO CONTROLE DAS PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS INFESTANTES DOS CAFEZAIS.

EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM CAPIM-TANZÂNIA IRRIGADO NA FITOSSOCIOLOGIA DA COMUNIDADE VEGETAL INFESTANTE

Bragantia ISSN: Instituto Agronômico de Campinas Brasil

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

E S P É C I E S. Profª Msc. Sílvia Maria Marinho Storti F O R R A G E I R A S

3/6/ Aulas práticas e Herbários 2 - Sistemática das monocotiledôneas

METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE FORRAGEIRAS

Nematoides em Plantio Direto no Brasil

Transcrição:

Teste de pureza Tem o objetivo de avaliar a qualidade física da amostra em exame e consequentemente a do lote de sementes. Entende-se por lote de sementes como sendo uma quantidade definida e limitada de sementes, identificada por letra, número ou pela combinação dos dois, da qual cada porção é uniforme para as determinações contidas na identificação (Brasil, 1992). Deve constar como identificação, a classe seguida da sigla CESM/ESTADO; nome da espécie, do produtor, número de registro do produtor e comerciante; endereço, nome da cultivar, número do lote, germinação e pureza mínima; a data de validade do teste de germinação (mês/ano); peso da embalagem; safra e a identificação da Entidade Certificadora e Fiscalizadora. Na etiqueta da semente básica deve constar a pureza e a germinação real. As pilhas deverão ser formadas por lotes da mesma cultivar e classe. Os blocos deverão estar a 70 cm um do outro e das paredes do armazém (SEAB, 1996). Os lotes de sementes de plantas forrageiras devem conter até 10.000 kg para sementes com tamanho maior ou igual ao sorgo granífero. O tamanho máximo do lote deve ser de 5.000 kg para sementes menores do que as sementes do sorgo granífero. A amostragem deve ser manual para sementes palhentas e o saco deve ser esvaziado quando necessário. Neste caso pode-se exemplificar com os gêneros Brachiaria, Cenchrus, Hyparrhenia, Melinis, Panicum, Setaria e Stylozanthes. O divisor centrífugo não é aconselhável para a divisão de amostras de sementes palhentas. No caso de sementes armazenadas em sacos, deve-se tomar 5 amostras simples quando o número de recipientes (sacos) for menor ou igual a 5. Lotes com volumes entre 6 e 30 sacos deve-se amostrar a cada 3 sacos e não menos do que 5; entre 31 e 400 sacos deve-se amostrar a cada 5 sacos e não menos do que 10 e quando o número de volumes for superior a 401 sacos deve-se tirar uma amostra a cada 7 sacos e não menos do que 80 amostras simples. No caso de sementes a granel são retiradas 5 amostras simples para lotes menores ou iguais a 500 kg; uma simples a cada 300 kg para lotes com peso entre 501 e 3.000 kg e não menos do que 5 amostras e para lotes entre 3.001 e

20.000 deve-se amostrar a cada 500 kg e não menos do que 10 amostras simples. As amostras simples devem ser homogeneizadas e divididas quando necessário para que seja obtida uma amostra média, cujos pesos mínimos estão contidos na tabela 2 (Brasil, 1992). Esta amostra média deve ser remetida para o Laboratório de Análise de Sementes em caixas padronizadas ou em sacos de papel kraft contendo nome e endereço do produtor, a espécie e cultivar produzida, o número do lote, o número de sacos por lote e o peso da embalagem, safra e as análises a serem efetuadas. São informações referentes ao histórico da semente para que ela possa ser caracterizada no livro de protocolo existente no Laboratório Oficial de Análise (LASO) ou no Laboratório de Análise de Sementes do Produtor (LASP). Os seguintes conceitos devem ser conhecidos antes da realização do teste: Sementes Puras: Considera-se como semente pura toda aquela que pertence à espécie e cultivar existente na amostra em uma proporção superior a 5 % do peso. É possível encontrar mistura de espécies em testes de pureza com sementes de capim braquiaria. Sementes de Brachiaria plantaginea (Link) Hitch contaminam outros lotes de capim braquiária e o responsável técnico deve estar atento para ser capaz de identificar esta espécie. Comparada com outras braquiárias, esta espécie possui uma forma achatada, no sentido longitudinal. Veja a morfologia na figura 2. Outras Sementes: São de espécies consideradas silvestres ou ervas daninhas e presentes em uma proporção inferior a 5 %. Os níveis de tolerância para sementes consideradas como nocivas proibidas e toleradas estão na tabela 3.

TABELA 2 - Caracterização de pêso de cada lote, pêso de amostra média, de amostra de trabalho e de amostra para a determinação de sementes silvestres nocivas (Brasil, 1992). Amostra Amostra de Amostra p/ Lote Média trabalho silv. noc. Espécies kg g g g Andropogon gayanus Kunth 2.500 300 10 100 Brachiaria brizantha (Hochst ex A Rich.) 5.000 300 18 180 Brachiaria decumbens Stapf 5.000 300 15 150 Brachiaria humidícula (Rendle) Schweick 5.000 300 12 120 Brachiaria ruziziensis R. Germ et Evrart 5.000 300 16 160 Cajanus cajan (L) Millsp 20.000 1.000 500 800 Cenchrus ciliaris L. 2.500 40 2 20 Centrosema pubescens Benth 10.000 600 60 300 Crotalaria juncea L. 12.000 700 70 350 Dactylis glomerata L. 5.000 30 3 30 Desmodium intortum (Miller) Urban 5.000 40 4 20 Galactia striata 10.000 500 90 300 Glycine javanica L. 10.000 200 20 100 Hyparrhenia rufa 5.000 100 2 20 Leucena leucocephala (Lam.) de Wit 10.000 600 120 300 Lolium perenne L. 5.000 100 6 60 Macroptilium atropurpureum (DC) Urban 10.000 350 35 175 Medicago sativa L. 5.000 50 5 25 Panicum maximum Jacques 5.000 80 4 40 Paspalum guenoarum 5.000 300 10 100 Poa pratensis L. 5.000 25 1 10 Secale cereale L. 20.000 700 70 350 Setaria anceps Stapf ex Massey 5.000 25 2 20 Setaria sphacelata (Schum) Stapf et C.E. Hubb. 5.000 30 2 20 Stylozanthes guianensis (Aublet) Sw. 5.000 160 8 40 Stylozanthes humilis H. B. K. 5.000 160 8 40

TABELA 3 - Listagem de espécies cujas sementes são consideradas nocivas proibidas e toleradas em amostras de trabalho de sementes de plantas forrageiras. Espécies proibidas Número Cuscuta spp 0 Cyperus rotundus L. 0 Eragrostis plana Ness 0 Oryza sativa L. 0 Rumex acetosella L. 0 Sorghum halepense (L.) Pers 0 Espécies toleradas: Brassica campestris L. 10 Convulvulus arvensis L. 20 Cyperus spp 10 Euphorbia heterophyla L. 20 Ipomea spp 10 Raphanus raphanistrum L. 05 Rumex spp 05 Sida spp 20 Solanum spp Brachiaria plantagínea (Link) Hitch 15 10 Limite total 40/amostra Material Inerte: São fragmentos menores que o tamanho original da semente em exame, torrões e fragmentos de vegetais presentes na amostra de trabalho. É um componente muito importante durante a análise de pureza de gramíneas forrageiras. A presença de estruturas contendo somente as glumas, a lema e a palea e com a ausência da cariopse deve ser considerada como material inerte. Para o cálculo da composição da amostra de trabalho, pesa-se as sementes puras somente quando a amostra de trabalho for menor que 25,0 g. Assim, o somatório dos três componentes constituirão 100% e é considerado como sendo o

peso final, não podendo diferenciar em mais de 1% do peso inicial obtido no momento da divisão para a obtenção da amostra de trabalho. A seguir é determinado a porcentagem de pureza mediante regra de três simples. Os padrões de porcentagem de pureza para a aprovação de um lote de sementes de plantas forrageiras para a comercialização estão nas tabelas 5, 6 e 7.