Teste de pureza Tem o objetivo de avaliar a qualidade física da amostra em exame e consequentemente a do lote de sementes. Entende-se por lote de sementes como sendo uma quantidade definida e limitada de sementes, identificada por letra, número ou pela combinação dos dois, da qual cada porção é uniforme para as determinações contidas na identificação (Brasil, 1992). Deve constar como identificação, a classe seguida da sigla CESM/ESTADO; nome da espécie, do produtor, número de registro do produtor e comerciante; endereço, nome da cultivar, número do lote, germinação e pureza mínima; a data de validade do teste de germinação (mês/ano); peso da embalagem; safra e a identificação da Entidade Certificadora e Fiscalizadora. Na etiqueta da semente básica deve constar a pureza e a germinação real. As pilhas deverão ser formadas por lotes da mesma cultivar e classe. Os blocos deverão estar a 70 cm um do outro e das paredes do armazém (SEAB, 1996). Os lotes de sementes de plantas forrageiras devem conter até 10.000 kg para sementes com tamanho maior ou igual ao sorgo granífero. O tamanho máximo do lote deve ser de 5.000 kg para sementes menores do que as sementes do sorgo granífero. A amostragem deve ser manual para sementes palhentas e o saco deve ser esvaziado quando necessário. Neste caso pode-se exemplificar com os gêneros Brachiaria, Cenchrus, Hyparrhenia, Melinis, Panicum, Setaria e Stylozanthes. O divisor centrífugo não é aconselhável para a divisão de amostras de sementes palhentas. No caso de sementes armazenadas em sacos, deve-se tomar 5 amostras simples quando o número de recipientes (sacos) for menor ou igual a 5. Lotes com volumes entre 6 e 30 sacos deve-se amostrar a cada 3 sacos e não menos do que 5; entre 31 e 400 sacos deve-se amostrar a cada 5 sacos e não menos do que 10 e quando o número de volumes for superior a 401 sacos deve-se tirar uma amostra a cada 7 sacos e não menos do que 80 amostras simples. No caso de sementes a granel são retiradas 5 amostras simples para lotes menores ou iguais a 500 kg; uma simples a cada 300 kg para lotes com peso entre 501 e 3.000 kg e não menos do que 5 amostras e para lotes entre 3.001 e
20.000 deve-se amostrar a cada 500 kg e não menos do que 10 amostras simples. As amostras simples devem ser homogeneizadas e divididas quando necessário para que seja obtida uma amostra média, cujos pesos mínimos estão contidos na tabela 2 (Brasil, 1992). Esta amostra média deve ser remetida para o Laboratório de Análise de Sementes em caixas padronizadas ou em sacos de papel kraft contendo nome e endereço do produtor, a espécie e cultivar produzida, o número do lote, o número de sacos por lote e o peso da embalagem, safra e as análises a serem efetuadas. São informações referentes ao histórico da semente para que ela possa ser caracterizada no livro de protocolo existente no Laboratório Oficial de Análise (LASO) ou no Laboratório de Análise de Sementes do Produtor (LASP). Os seguintes conceitos devem ser conhecidos antes da realização do teste: Sementes Puras: Considera-se como semente pura toda aquela que pertence à espécie e cultivar existente na amostra em uma proporção superior a 5 % do peso. É possível encontrar mistura de espécies em testes de pureza com sementes de capim braquiaria. Sementes de Brachiaria plantaginea (Link) Hitch contaminam outros lotes de capim braquiária e o responsável técnico deve estar atento para ser capaz de identificar esta espécie. Comparada com outras braquiárias, esta espécie possui uma forma achatada, no sentido longitudinal. Veja a morfologia na figura 2. Outras Sementes: São de espécies consideradas silvestres ou ervas daninhas e presentes em uma proporção inferior a 5 %. Os níveis de tolerância para sementes consideradas como nocivas proibidas e toleradas estão na tabela 3.
TABELA 2 - Caracterização de pêso de cada lote, pêso de amostra média, de amostra de trabalho e de amostra para a determinação de sementes silvestres nocivas (Brasil, 1992). Amostra Amostra de Amostra p/ Lote Média trabalho silv. noc. Espécies kg g g g Andropogon gayanus Kunth 2.500 300 10 100 Brachiaria brizantha (Hochst ex A Rich.) 5.000 300 18 180 Brachiaria decumbens Stapf 5.000 300 15 150 Brachiaria humidícula (Rendle) Schweick 5.000 300 12 120 Brachiaria ruziziensis R. Germ et Evrart 5.000 300 16 160 Cajanus cajan (L) Millsp 20.000 1.000 500 800 Cenchrus ciliaris L. 2.500 40 2 20 Centrosema pubescens Benth 10.000 600 60 300 Crotalaria juncea L. 12.000 700 70 350 Dactylis glomerata L. 5.000 30 3 30 Desmodium intortum (Miller) Urban 5.000 40 4 20 Galactia striata 10.000 500 90 300 Glycine javanica L. 10.000 200 20 100 Hyparrhenia rufa 5.000 100 2 20 Leucena leucocephala (Lam.) de Wit 10.000 600 120 300 Lolium perenne L. 5.000 100 6 60 Macroptilium atropurpureum (DC) Urban 10.000 350 35 175 Medicago sativa L. 5.000 50 5 25 Panicum maximum Jacques 5.000 80 4 40 Paspalum guenoarum 5.000 300 10 100 Poa pratensis L. 5.000 25 1 10 Secale cereale L. 20.000 700 70 350 Setaria anceps Stapf ex Massey 5.000 25 2 20 Setaria sphacelata (Schum) Stapf et C.E. Hubb. 5.000 30 2 20 Stylozanthes guianensis (Aublet) Sw. 5.000 160 8 40 Stylozanthes humilis H. B. K. 5.000 160 8 40
TABELA 3 - Listagem de espécies cujas sementes são consideradas nocivas proibidas e toleradas em amostras de trabalho de sementes de plantas forrageiras. Espécies proibidas Número Cuscuta spp 0 Cyperus rotundus L. 0 Eragrostis plana Ness 0 Oryza sativa L. 0 Rumex acetosella L. 0 Sorghum halepense (L.) Pers 0 Espécies toleradas: Brassica campestris L. 10 Convulvulus arvensis L. 20 Cyperus spp 10 Euphorbia heterophyla L. 20 Ipomea spp 10 Raphanus raphanistrum L. 05 Rumex spp 05 Sida spp 20 Solanum spp Brachiaria plantagínea (Link) Hitch 15 10 Limite total 40/amostra Material Inerte: São fragmentos menores que o tamanho original da semente em exame, torrões e fragmentos de vegetais presentes na amostra de trabalho. É um componente muito importante durante a análise de pureza de gramíneas forrageiras. A presença de estruturas contendo somente as glumas, a lema e a palea e com a ausência da cariopse deve ser considerada como material inerte. Para o cálculo da composição da amostra de trabalho, pesa-se as sementes puras somente quando a amostra de trabalho for menor que 25,0 g. Assim, o somatório dos três componentes constituirão 100% e é considerado como sendo o
peso final, não podendo diferenciar em mais de 1% do peso inicial obtido no momento da divisão para a obtenção da amostra de trabalho. A seguir é determinado a porcentagem de pureza mediante regra de três simples. Os padrões de porcentagem de pureza para a aprovação de um lote de sementes de plantas forrageiras para a comercialização estão nas tabelas 5, 6 e 7.