O FRUTO DO ESPÍRITO 1 O PRIMEIRO GRUPO

Documentos relacionados
RUMO À MATURIDADE. Mensagem Avulsa Texto: 2 Pedro Data: Marcelo Berti

Mas o fruto do Espírito é amor (Gálatas 5:22)

O FRUTO DO ESPÍRITO O PODER DE UMA VIDA ORIENTADA PELO ESPÍRITO SANTO

Dons Espirituais Ferramentas de Deus para edificação do corpo de Cristo. Aula 8 : Dons sem o Fruto do Espírito é Possível?


27/02/2017. CUIDADO Algumas pessoas não conseguem entender o que significa fé. O que é fé e por que ela é importante? O QUE AS PESSOAS DIZEM

A Fonte de Todas as Coisas Boas

Igreja de Deus Unida,

LIÇÃO 2 - QUEM É DEUS? Prof. Lucas Neto

Seguindo a Verdade em Amor Gálatas 5:22-26 Introdução:

Em Gálatas 5:13-15, Paulo advertiu do erro de usar a liberdade em Cristo como libertinagem.

MAS O FRUTO DO ESPÍRITO É O FIM DO IOIÔ EMOCIONAL. (Gl )

Parte 1. Não Ande Ansioso por Coisa Alguma

O Espírito Santo é o nosso Ajudador, Consolador e Conselheiro, que nos guia e faz lembrar da Palavra de Deus.

SANTIDADE É VIDA NO ESPÍRITO O FRUTO DO ESPÍRITO: SEU SABOR Exposição de Gálatas

Lição nº 3 VERDADE SOBRE A UNÇÃO ESPIRITUAL. 18 jan Pr. Adriano Diniz

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA BÍBLICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

VERSÍCULO PARA MEMORIZAR: E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles (Mateus 13.58)

A REPRODUÇÃO DO CARÁTER DE CRISTO

1- Salvação Senhor, deixe a Salvação. 3 Amor Permita, Senhor, que meus filhos

Introdução: O nascimento de Jesus traz consigo uma poderosa verdade: Ele é o príncipe da paz

COMUNIDADE EVANGÉLICA ALIANÇA CRISTÃ Mensagem para Grupos Familiares TEMA: ANDANDO NO ESPÍRITO LÚDIO MARCONDES

Sejam todos bem vindos! Que estejamos sempre em oração para que Deus esteja presente em todo momento durante nossa Aula

ESTUDO 01: ONISCIÊNCIA E ONIPRESENÇA DE DEUS

LIÇÃO 5 A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO. Prof. Lucas Neto

VENCENDO AS RESISTÊNCIAS

VERSÍCULO PARA MEMORIZAR:

9 Fruto do Espírito: Bondad

Wagner Fonseca

12 Passos para ter um namoro centrado em Deus

Formação para fraternidade

Voltado a Deus I. O Imperativo Divino

"A igreja que eu quero é "

QUAL O TEMPLO QUE DEUS HABITA AGORA?

A videira frutífera. Benefícios e as responsabilidades

PARA A VIDA EM FAMÍLIA E DIA DOS PAIS

VIDA CRISTÃ E O CRISTÃO

ESTUDO 1: VOCÊ PODE TER CERTEZA DA SUA SALVAÇÃO

Um Novo Olhar Sobre a Vida por David Batty

Bebendo suco de laranja para glória de Deus. Aula 23/11/2014 Prof. Lucas Rogério Caetano Ferreira

EXAME UNIDADE 1: Maturidade Cristã

Por que é assim a ordem dos acontecimentos

A VONTADE DE DEUS e os VENENOS que atacam nosso coração

GRUPO DE DISCIPULADO

O que temos visto na série:

SE TORNANDO UMA PESSOA MAIS AMOROSA E ALEGRE.

A SANTA TRINDADE LIÇÕES DO DISCIPULADO Nº 3

Tema do mês: Fidelidade. A Fidelidade como fruto do Espírito I

VIDA CRISTÃ E O CRISTÃO

SEGUNDO TOQUE. 04 de Setembro de 2015 Ministério Loucura da Pregação

AS PROMESSAS DE DEUS.

ESTUDO COMO DIZER NÃO SEM MAGOAR

Jesus, Nome sobre todo nome! João Gilberto

O Pecado. Gênesis 3 / me escondi. Os pecados nascem no coração do homem por descuido, algumas vezes,outras por decisão própria.

Citações: Ser confiável é um elogio maior do que ser amado. George Macdonald

VIVER NO ESPÍRITO E NÃO NA CARNE. Vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em você.

pedindo a coisa certa 02 de Dezembro de 2011 Ministério Loucura da Pregação "Pedis, e não recebeis, porque pedis mal,

Evangelhos e atos. Observações

Gloria in excelsis Deo - O Cântico dos Anjos

Eu coloquei A Força no filme por uma razão: despertar um certo tipo de espiritualidade nos jovens. ~ George Lucas

T Discipulado DISCIPULADO NOVOS CONVERTIDOS

ONDE ESTÁ A VERDADEIRA IGREJA DE JESUS CRISTO?

BEM VINDOS 2. ADORAÇÃO COM MÚSICAS 3. MINISTRAÇÃO DA PALAVRA 4. ORAÇÃO 5. ORAÇÃO PELAS NECESSIDADES 6. OFERTA 7. ENCERRAMENTO (AVISOS)

issão Deus ama quem dá com alegria. (2 Cor. 9, 7)

Lição 04 VOCÊ PODE AMAR OS NÃO AMÁVEIS! Texto básico: Gálatas 5.14 NVI

Pai. Deus. Espírito Santo. Filho

A fé que uma vez nos foi dada

Não tenho maior alegria que esta, a de ouvir que os filhos amam a verdade. 3 João 4

1. Disse Jesus: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim jamais terá sede. Jo 6,35

IGREJA BATISTA ITATIAIA

Traga o céu para os seus negócios! Assim na terra como no céu!

BEM VINDOS 2. ADORAÇÃO COM MÚSICAS 3. MINISTRAÇÃO DA PALAVRA 4. ORAÇÃO 5. ORAÇÃO PELAS NECESSIDADES 6. OFERTA 7. ENCERRAMENTO (AVISOS)

FESTA DO ESPIRITO 10º ANO DE CATEQUESE. 23 de Maio de 2010

Sem a Santificação ninguém verá o Senhor

Paciência: Evitando as dissensões

Cultivando O Fruto do. Gálatas 5.22

Nº 23 C 6º Domingo da Páscoa

A 2 3:18 PNEUMATOLOGIA

BEM VINDOS RECOMENDAÇÕES BÁSICAS. Use uma linguagem simples, seja amável em cada uma de suas expressões, não utilize uma linguagem religiosa;

C. DEUS PERMITE O FALSO PROFETA PARA PROVAR SEU POVO. 1. Deu. 13:1-3.

3ª LIÇÃO A Vitória Por Meio da Preparação para as provas.

Como posso influenciar aos que estão ao meu redor?

VINDE A MIM TODOS VÓS QUE ESTAIS FATIGADOS, QUE EU VOS ALIVIAREI

Cheios do Espírito. (Diferente de todos os outros homens, Jesus foi gerado de Deus na condição de homem espiritual e espirito vivificante.

roteiro de desenvolvimento espiritual MÓDULO 04 - O Caráter Cristão

A ambiguidade da igreja

Viver o evangelho diariamente

MORDOMIA DAS BENÇÃOS. MORDOMIA DOS BENS Fábio Noronha

Dom Espiritual. Capacitaçãodivina distribuída livremente pelo. comumdo corpo de Cristo, e ainda o progresso pessoal

CAPÍTULO 03 PERNAS QUE DÃO SUPORTE

OBJETIVO: Que a criança compreenda que o culto infantil é um momento de adoração a Deus.

Certezas e incertezas! Diego Fernandes

O Novo Testamento nos fala do batismo do Espírito Santo e de como este é derramado sobre os crentes. Quais são as condições para que ocorram estes

1 Coríntios 15,4: E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé.

Gálatas 2 20 Fui crucificado com Cristo. Assim já não sou eu quem vive mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no

LIÇÃO 6 PERSEVERANÇA E FÉ EM TEMPO DE APOSTASIA. Prof. Lucas Neto

Salmo Pr. Fernando Fernandes. PIB em Penápolis. Parte 2 29/09/2010

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES: Tudo começa em 50 d.c. com fundação da igreja por Paulo Atos 16 ss CONSIDERAÇÕES ETIMOLÓGICAS SOBRE O TERMO EPAFRODITO

Transcrição:

O FRUTO DO ESPÍRITO Texto bíblico Gálatas 5:22-25: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. O apóstolo Paulo, neste capítulo, discorre, inicialmente, sobre as obras da carne e as conseqüências negativas que tais obras trazem para a vida daqueles que as praticam. Em seguida, ele deixa de falar de obras, para falar de fruto e não é qualquer fruto, mas, o fruto do Espírito. Observe-se que a palavra fruto está no singular, dando a idéia de que nenhuma das nove atitudes descritas pode ser tratada ou vivenciada individualmente. O fruto do Espírito é um todo, e, embora esteja subdividido em nove partes, não subsiste quando uma delas deixa de ser evidenciada. Ou seja, só é um fruto se vivido como um todo. Didaticamente, podemos dividir as nove partes em três grupos: o primeiro grupo trata de qualidades espirituais básicas que deve existir em cada indivíduo; o segundo grupo trata do relacionamento dos indivíduos uns com os outros; e o terceiro grupo trata do relacionamento dos cristãos com Deus e sua vontade revelada na Bíblia; a forma como Deus trata com os homens; e da relação que cada cristão tem consigo mesmo. 1 O PRIMEIRO GRUPO A primeira parte do primeiro grupo, descrita por Paulo, é o amor: A Palavra de Deus diz (em Romanos 5:5) que o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Observe-se que o texto supracitado mostra, em primeiro lugar, que o amor de Deus já está presente em nossos corações, ou seja, o verbo estar é usado no tempo presente do modo indicativo, o que mostra que ele o amor não tem que ser buscado, mas, vivido. Não é algo a ser procurado, mas, algo a ser posto em

prática. Em segundo lugar, o texto diz que esse amor que já está presente nos nossos corações não nos foi dado de forma parcimoniosa, mas, em abundância; como o próprio texto diz, ele foi derramado. É por isso que se diz que amar é uma decisão, porque, uma vez que o amor de Deus está derramado em nossos corações, basta decidir usá-lo. Então a primeira evidência de que alguém está andando no Espírito é a prática do amor. Esta é a condição sine qua non para que as evidências das demais partes do fruto em análise aflorem na vida de um cristão. Diga-se, por oportuno, que não se está a tratar de um amor subjetivo, que é sentido, mas de uma amor objetivo, que é prático esse faz aparente a partir das ações daquele que é cheio do Espírito. A segunda parte do fruto do Espírito é a alegria (gozo): A alegria que Paulo relata aqui não é a alegria que é proporcionada pelas coisas que estão no mundo e que é efêmera, mas, proporcionada pelo próprio Espírito. É aquela alegria equilibrada, que não ultrapassa limites e não permite que a pessoa tome atitudes precipitadas, eufóricas e inconseqüentes. A alegria que é provocada pelos caminhos que o mundo oferece é uma alegria falsa que leva ao seu antônimo a tristeza. O livro de Provérbios, no capítulo 14, versículos 12 e 13, fala sobre isto: Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte. Até no riso tem dor o coração, e o fim da alegria é a tristeza. Em contrapartida, a alegria gerada pelo Espírito, levanta o homem, dá força ao mesmo para reagir às agruras da vida. Capacita-o para uma vida feliz. Em Neemias 8:10 consta o seguinte:... Não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força. A alegria gerada pelo Espírito não está nas coisas do mundo, mas, na esperança que o crente tem em Jesus. Ele não se deixa abater, não se entristece, pois sabe que, apesar das dificuldades aparentes, o Senhor pode reverter o quadro e isto o faz confiante, esperançoso e, por isto, alegre. Ressalte-se que, sem o amor, é impossível ser alegre, pois, como dito, um fruto não pode ser vivenciado isoladamente dos demais.

A terceira parte desse fruto é a paz: O Senhor Jesus, quando prometeu que o Espírito Santo viria como o outro consolador para que os discípulos não ficassem órfãos, disse: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize (Jo: 14:27). Veja-se que o Nosso Senhor não usou o verbo dar no tempo futuro, o que dá a idéia de uma coisa que está perfeita, pronta, sem necessidade de atos que venham complementa-la. E mais: Ele disse que essa paz que nos foi dada é diferente da paz gerada pelo mundo uma paz falsa, passageira, e amedrontadora, já que se sustenta em coisas cuja solidez é duvidosa. A paz que brota como fruto do Espírito é duradoura, eficaz, porque a pessoa que exercita esse fruto repousa no Pai das luzes, em que não há mudança nem sombra de variação. É semelhante a uma criança que descansa nos braços do pai. Ela se sente segura, porque acha que o seu pai vai lhe livrar de tudo que se levante contra ela. Ainda que o pai já tenha falhado em algumas vezes, ela se sente segura. Deus jamais falhou, e o que precisamos fazer é confiar Nele, repousar em Seus braços e saber que Ele tem o melhor para cada um de nós. Ressalte-se, entretanto, e uma vez mais, que é impossível que essa paz ser vivenciada, sem que o amor e a alegria também o sejam, pois, repita-se, um fruto não pode ser tratado de forma isolada dos demais. 2 O SEGUNDO GRUPO A primeira parte do segundo grupo é a longanimidade: Trata-se de uma característica que a pessoa que exercita o fruto do Espírito deixa transparecer para com aqueles que a aborrecem. Ela a pessoa longânima se recusa a dar vazão às paixões ou às explosões da ira. Muitos têm interpretado a palavra longanimidade como sinônimo de paciência, mas, cremos que a palavra que melhor se aplica como sinônima, é perseverança. Quem é longânimo é perseverante no relacionamento com os seus pares, sobretudo, com aqueles que endurecem o coração para com o evangelho. A longanimidade é uma grande arma contra a hostilidade do mundo em relação à igreja. Aliás, é isso que o Apóstolo Paulo ensina na 2ª Carta enviada a Timóteo (4:2): Prega a Palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta com toda a longanimidade e ensino.

A longanimidade pode, e deve, também, estar presente no relacionamento entre o cristão e Deus. Ou seja, o cristão longânimo, perseverante, tem a confiança de que Deus cumprirá suas promessas. Sobretudo porque a carta aos Hebreus (6:12), diz o seguinte: Não desejamos que vos torneis indolentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e pela longanimidade herdam as promessas Aquilo que Deus prometeu Há de se cumprir! O que falta, é perseverança, longanimidade por parte dos cristãos. A segunda parte do segundo grupo é a benignidade: O cristão benigno não age para com os outros de acordo com o padrão do mundo. Jesus nos admoestou a ser benignos. Em Lucas 6:27-28, Ele diz: Mas a vós, que me ouvis, digo: amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam. Infere-se pela leitura do texto supracitado, que a benignidade se opõe às práticas da vingança e da ira retributiva. Jesus é o nosso maior modelo de uma pessoa benigna: como exemplos, podemos citar o Seu encontro com a mulher que lavou os Seus pés com perfume (Lucas 7:36-50); a sua oração quando estava na cruz (Lucas 23:34); e o Seu julgamento para com a mulher adúltera (João 8:1-11). O cristão benigno segue o exemplo de Jesus! A terceira parte deste segundo grupo é a bondade: à primeira vista, a bondade parece ser sinônima de benignidade. Mas, cremos que o apóstolo ao usar duas palavras que parecem ser iguais, tinha um objetivo diferenciador para elas. Na realidade, quando ele fala em bondade, está a se referir à generosidade de coração e de ações. O cristão bondoso é generoso para com os outros e essa generosidade se revela nas suas ações. Essa generosidade não significa ceder aos pedidos e desejos de muitos, mas, aplicar o mesmo tratamento bondoso para com todos. Não direcionar suas boas atitudes para poucos. Do contrário, se estaria fazendo acepção de pessoas, o que é defeso pelo Senhor. A bondade, inclusive, é um dos atributos de Deus que é partilhado com o homem. Aliás, a Bíblia afirma que o Senhor é bom (Salmo 100:5) e que toda boa dádiva

e todo dom perfeito vem do Pai das luzes... (Tiago 1:17). Então, o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, é detentor do atributo da bondade e, sendo assim, deve evidenciá-lo na sua vida. 3. O TERCEIRO GRUPO A primeira parte deste terceiro grupo é a Fidelidade. Esta subdivisão, como dito inicialmente, está se referindo à relação que o cristão tem com Deus e com a sua vontade revelada na Bíblia Sagrada. No original, ela está relacionada à palavra pistis (fé), no sentido de fé em Deus. Entretanto, no contexto da carta aos Gálatas, ela foi traduzida por fidelidade, que significa lealdade. O apóstolo Paulo já havia falado nesta carta (cap. 1:6-9, 3:1 e 5:7) sobre como os gálatas estavam sendo desleais com Deus, abandonando os ensinamentos constantes na Sua Palavra. Agora, Paulo estava sendo mais explícito e mostrando que o desvio dos Gálatas era provocado pela inexistência do fruto do Espírito. E essa inexistência ficava caracterizada pela falta de lealdade aos padrões da verdade insculpidos na Palavra de Deus e, também, no trato com outras pessoas. Sim, porque a falta de lealdade a Deus leva à falta de lealdade com as pessoas. O relacionamento com os demais é um reflexo do relacionamento com Deus. Hodiernamente vive-se a cultura do não é bem assim com relação às coisas de Deus. Lê-se a Bíblia e, imediatamente, busca-se a conclusão que seja mais favorável ao leitor, e não, àquela que Deus revelou. Por tal razão é que há tantos desvios de conduta! A lealdade com Deus é fundamental para uma vida de sucesso. Na sequência Paulo fala sobre a mansidão. Quando fala em mansidão, Paulo está a dizer como é o relacionamento de Deus com o homem e como deve ser o relacionamento deste para com Deus. A mansidão é o oposto extremo da violência, e da agressividade ou explosões de ira. Deve servir de exemplo, inclusive, no relacionamento dos homens entre si. Mansidão pode ser definida como a gentileza de uns para com os outros. No original mansidão (prautes) transmite o sentido de brandura, que é visto como a disposição de se submeter à vontade de Deus. Tem a ver, também, com a lealdade, isto é, uma não subsiste sem a outra. Quando não há disposição em se submeter à vontade de Deus, não há, conseqüentemente, lealdade para com este Deus.

A razão de tantos planos fracassados, é que não há disposição dos homens em fazer a vontade de Deus. O que há, na verdade, na maioria das vezes, é uma imposição dos homens em quererem que Deus faça a vontade deles, e não o inverso. Então, quando não conseguem o que querem, colocam a culpa em Deus, dizem que Deus é injusto, que Deus não existe etc.. A mansidão é o que torna os homens menos impetuosos e mais obedientes à vontade de Deus. Só assim os homens poderão ser bem sucedidos em seus projetos de vida. Por fim, Paulo refere-se ao domínio próprio. Trata-se da relação que alguém tem consigo mesmo. A pessoa que tem essa bênção evidenciada na sua vida tem o poder de conter-se a si mesma, que foi o que o escritor quis dizer se tomado por base o sentido do termo usado no original. Domínio próprio é o domínio sobre os nossos desejos. Na vida de um cristão cheio do Espírito Santo, o eu é colocado no seu devido lugar. Isto não significa que a pessoa que age assim está negando-se a si mesma, negando a sua natureza pecaminosa, mas que ela avalia até onde os seus desejos podem ser benéficos; até onde eles estão de acordo com a vontade de Deus; até onde eles podem ser atendidos. CONCLUSÃO Vê-se que essas qualidades (amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio) não são naturais (não estão presentes na vida de cada pessoa, bastando, tão somente, serem postas em prática). Se assim fosse, Paulo não as teria citado como sendo fruto do Espírito Santo. Elas precisam ser cultivadas espiritualmente! É por esta razão que o apóstolo diz: Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Isto é, se temos o Espírito Santo, evidenciemos que o temos com nossas ações. Deixemos que as pessoas vejam que temos uma vida de acordo com a vontade de Deus. O desenvolvimento do fruto do Espírito leva a uma vida de harmonia com Deus e com os homens. O fruto do Espírito torna a vida mais prazerosa! Portanto, se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito! Seja abençoado(a).