TEXTO DO DIA "Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!" (Is 6.5)
SÍNTESE O profeta tem a visão extraordinária da glória de Deus, deixa de lado sua autossuficiência e experimenta o perdão amoroso do Pai.
TEXTO BÍBLICO Isaías 6.1-8
1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. 2 Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, e com duas cobriam os pés, e com duas voavam. 3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4 E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5 Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos! 6 Mas um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado. 8 Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO A chamada do profeta Isaías é uma das passagens bíblicas mais celebradas de seu livro. Diante de sua experiência com o chamado tudo se transforma em sua vida: uma nova perspectiva de vida e mudança de valores, vontades, desejos e a forma de consagração a Deus. Seu ministério não será bem aceito pelo povo, mas ele mantém sua fidelidade à sua missão.
I - A VISÃO SANTA
1. A crise do profeta Isaías provavelmente era um parente próximo do rei Uzias, que considerado pelo pessoal da capital como um novo rei Davi. Desfrutava de privilégios junto ao palácio real como profeta e conselheiro real. Quando o rei morre é desmitificada a imagem que Isaias tinha do rei. O rei não é Deus! O futuro do profeta passa a ser incerto. Ele vai ao Templo para buscar a presença de Deus e chega a conclusão que o verdadeiro rei era somente Javé.
2. O assombro e o terror majestoso A visão causa terror e assombro, diante da grandeza da majestade que se revela a ele (Deus como rei): ele vê o trono de glória (do hebraico kabod: carga, energia); a fumaça que esconde, envolve e permite descobrir em partes o Todo-Majestoso; serafins (do hebraico "incandescente"), que adoravam a Deus (Is 6.3). Isaías se espanta com a revelação de Deus a ele, a um pecador. Exemplo de Cristo: se esvaziou de sua glória para se revelar e transformar a realidade humana (Fp 2.7).
3. A constatação assustadora Assombrado com o contraste entre o Santo de Israel e o pecador; Deus não se revela para condenar, e sim para perdoar. Diante de Deus fica clara a pecaminosidade e miséria do ser humano. Confissão: "ai de mim, que vou perecendo!" (Is 6.5). Jesus mesmo disse que "a boca fala daquilo que o coração está cheio" (Mt 12.34).
APLICAÇÃO PRÁTICA Você reconhece sua condição de dependência de Deus? Você tem colocado diante de Deus as suas fraquezas e necessidades espirituais?
PENSE Deus chama, capacita e sustenta, mas antes de tudo Ele busca de nós disponibilidade e aceitação de seu chamado. Deus conta com você para a manifestação de sua vontade ao mundo.
PONTO IMPORTANTE O chamado do profeta Isaías é relatado nos primeiros capítulos do livro a fim de deixar claro que seu ministério, apesar de ser complexo, nasceu da orientação divina.
II - A PURIFICAÇÃO DO PROFETA
1. A misericórdia que leva ao arrependimento Uma profunda tristeza tomou conta do profeta diante da constatação de pecador. Momento de mudança radical na vida do profeta. Muitos vivem mediante uma aparência religiosa. Ao perceber sua situação diante do Criador, o profeta grita por misericórdia.
2. A brasa purificadora Deus não deixa o profeta em desespero. A misericórdia e graça de Deus se manifesta, diante da culpa e incapacidade humana, Ele mesmo intervém amorosamente. A purificação é um processo doloroso e necessário para o cristão (figura do ouro refinado no fogo). CUIDADO! A busca ansiosa por perfeição poderá se transformar numa neurose doentia; por isso a necessidade da caminhada EQUILIBRADA com Deus.
3. Culpa removida e pecado perdoado Um alívio toma conta do profeta pecador quando este ouve a voz proclamando que está tudo perdoado. No caso do profeta, apenas ouvir a voz já lhe bastou para a purificação da consciência. Frase perdoadora de Jesus: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34).
APLICAÇÃO PRÁTICA Você tem buscado uma vida de santificação? Você está satisfeito com sua vida espiritual?
PENSE Às vezes não conseguimos fazer a obra de Deus porque nos sentimos culpados. Deus é misericordioso para purificar nossos pecados e deixar-nos livres para servirmos em amor e alegria.
PONTO IMPORTANTE O serviço a Deus deve ser feito com honestidade, transparência e integridade. Esses elementos são essenciais para o bom andamento da vontade de Deus. Por isso, antes de Deus chamar o profeta, Ele primeiro transforma e purifica a vida dele.
III - A CHAMADA DO PROFETA
1. Uma mudança radical Santidade é um convite para trabalhar com Deus do jeito dele para impactar o mundo. O chamado do profeta não lhe é imposto. Ele ouve a necessidade e se prontifica para ser enviado por Deus. A grandeza do amor de Cristo nos constrange (2Co 5.14). O que dizer de testemunhos do tipo: Deus pesou a mão; Deus me obrigou; Deus fechou as portas... Será?
2. Envia-me a mim Antes de ser enviado, Isaías busca a purificação/santificação. Ele é informado que em seu ministério não será ouvido pelas pessoas (Is 6.9-11): Coração endurecido: Deus não pode perdoar quem não quer se converter (Ex 8.11-28; 9.7,34; Am 4.6-12). Por quê anunciar a palavra de Deus então? As máscaras caem e aparece a verdade da falsa religiosidade e da rebeldia que afloram com a Palavra.
3. A santa semente No ministério, às vezes, as sementes demoram para germinar. Ativismo e a busca desenfreada por sucesso. Estórias deslumbrantes e testemunhos arrebatadores nem sempre estão de acordo com a santidade de Deus.
APLICAÇÃO PRÁTICA Você tem feito a obra de Deus por obrigação? O amor de Cristo tem lhe constrangido a falar do Evangelho?
PENSE Isaías é enviado a um povo que já está com o coração endurecido. Nem sempre Deus vai nos levar a realizar ministérios fáceis, com glórias, e nos colocar na vitrine religiosa.
PONTO IMPORTANTE O chamado do profeta não lhe é imposto. Deus lhe faz uma pergunta e o convida a uma resposta; ele tem liberdade de dizer sim ou não.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta lição nos aprendemos que: 1. Diante de Deus a miséria do ser humano é exposta. 2. Para haver a mudança radical necessária é necessário o ser humano reconhecer sua dependência de Deus, que é misericordioso. 3. Nem sempre seremos ouvidos, mas não devemos desanimar, pois a semente plantada um dia germinará.
Subsídios bibliográficos
"É na presença de Deus que os seres humanos, finitos e limitados, são: Convencidos de pecados; expurgados do pecado e chamados a ministrar. A oração de consagração feita por Isaías, seguindo-se ao ato de purificação, lançou as bases para a chamada divina que veio imediatamente após. A rendição da vontade e a purificação do coração é que permitiram a Isaías receber o comissionamento divino: 'Vai e dize a este povo'. Era uma mensagem difícil, mas havia esperança. Deus teria um remanescente, uma santa semente. [...] Às vezes pode parecer que Deus nos desamparou. Contudo, podemos confiar que tudo quanto Ele está fazendo coaduna-se perfeitamente com seu imutável amor. Ele nos está podando e purificando. A disciplina de Deus não anulou seu desejo e determinação de abençoar o povo de Israel, como nação. E olhe que eles também experimentaram o silêncio de Deus. Foi a uma circunstância assim que Isaías se referiu na sua última oração. O chamado se confirma na oração, na intimidade e comunhão com Deus. As adversidades do chamado são atravessadas e enfrentadas na caminhada sincera de rendição e oração a Deus" (BRANDT, L. Robert; BICKET, J. Zenas. O Espírito nos Ajuda a Orar: Uma Teologia Bíblica da Oração. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996. pp. 175-177.
HORA DA REVISÃO 1. Qual era o rei que governou Israel após a morte de Uzias? R) Jotão, filho de Uzias. 2. Quais as experiências sensoriais que o profeta tem em sua visão? R) Ele vê, sente, ouve, fala e é tocado pelo serafim. 3. Quais as principais características da santidade de Deus? R) Ele é humanamente inacessível e não se contamina com o pecado. 4. Qual o elemento purificador que o serafim utiliza? R) O fogo. 5. Qual lição se tira do fracasso do profeta? R) Que nem sempre o sucesso humano é o sucesso de Deus para os seus filhos.
Referências
REFERÊNCIAS ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. ARAUJO, Israel de. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. BRANDT, L. Robert; BICKET, J. Zenas. O Espírito nos Ajuda a Orar: Uma Teologia Bíblica da Oração. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996 Comentário Bíblico Beacon. Vol 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. CROATTO, J. S. Isaías. Vol I: 1-39. O profeta da justiça e da fidelidade. Petrópolis: Vozes, 1989. FEINBERG, Charles L. Os profetas menores. São Paulo: Vida, 1988. GEORGE, Jim. Um Jovem Segundo o Coração de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2013
REFERÊNCIAS LIÇÕES BÍBLICAS JOVENS. Isaias: eis-me aqui, envia-me a mim. 3º Trim, Edição Professor, Rio de Janeiro, 2016. MERRILL, H. Eugene. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. NAKANOSE, Shigeyuki; PEDRO, Enilda de Paula. Como ler o Primeiro Isaías (Is 1-39). São Paulo: Paulus, 2002. RENDTORFF, Rolf. Antigo Testamento: uma introdução. Santo André- SP: Academia Cristã, 2009. SCHOKEL, Alonso Luís; SICRE. José Luís. Os profetas. São Paulo: Paulus, 2004. SICRE, José Luís. Profetismo em Israel. Petrópolis: Vozes, 1996. SILVA, Airton José. A voz necessária: encontro com os profetas do século VIII a.c. São Paulo: Paulus, 1998.
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