LEI MUNICIPAL Nº 1606, de 12 de março de 1968. Dispõe sôbre contrôle da poluição das águas no Município. HYGINO BAPTISTA DE LIMA, Prefeito do Município de São Bernardo do Campo, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, a seguinte lei: Faz saber que a Câmara Municipal de São Bernardo do Campo decretou e êle promulga CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 1º - As disposições da presente lei aplicam-se a tôda a área compreendida pelas bacias do Rio dos Meninos, do Rio Pinheiro e da Baixada Santista. Artigo 2º - A coleta e análise de água, seja de cursos d'água, seja de afluentes líquidos domésticos municipais, comerciais, industriais e correlatos, será efetuada pela Comissão Inter-Municipal de Controle da Poluição das Águas e do Ar - CICPAA ou por outro organismo reconhecido oficialmente, para fins desta lei. 1º - A amostra poderá ser colhida a qualquer momento, e o não enquadramento da mesma em qualquer dos ítens previstos nesta lei, caracterizará a infração. 2º - Os métodos de análise das amostras, nos casos em que não houver padronização nacional ou local, seguirão os métodos da última edição do livro: "Standard Methods for the Examinations of Water and Wastewater", preparado e publicado conjuntamente pelas organizações: "American Public Health Association"; "American Water Works Association"; e "Water Pollution Control Federation" dos Estados Unidos da América do Norte. CAPÍTULO II DAS NORMAS GERAIS Lei Municipal nº 1606 - Continuação - fls. 2
emissão. Artigo 3º - Todos os despejos industriais deverão ser reunidos em uma única via final de Parágrafo único - Quando houver desvantagem técnica e ou econômica em reunir os despejos em uma única via final de emissão, a critério da CICPAA, será dada por escrito ao interessado, permissão para lançar seus despejos por mais de uma via final de emissão. Artigo 4º - Cada despejo industrial ou comercial deverá ter sistema de medição de vazão tipo vertedouro, "Parshall" ou qualquer tipo adequado, e que permita a coleta de amostras. Artigo 5º - Os despejos deverão ser emitidos em regime de vazão constante, no mínimo durante o período de funcionamento da emprêsa. Artigo 6º - Nos locais desprovidos de rêde de esgôtos, os esgotos domésticos deverão ser tratados no mínimo mediante o uso de fossa séptica ou outro tipo de tratamento equivalente. Artigo 7º - Qualquer substância que naturalmente, ou por reação com outras substâncias existentes, possa ser prejudicial à rêde de esgôtos, aos cursos d'água, ou às estações de tratamento de esgotos e resíduos, bem como às pessoas que manipulam os sistemas, não poderão ser lançados nos rios ou nas rêde de esgôtos, devendo o responsável ou responsáveis por êstes despejos efetuar o tratamento dos mesmos a fim de torná-los inócuos para que possam ser despejados, a critério da CICPAA e mediante a aprovação do Prefeito Municipal. Parágrafo único - Caberá à CICPAA propor os limites para cada caso, fazendo acompanhar a proposta de laudo técnico, que justifique os limites propostos, que passarão a ser válidos mediante aprovação do Prefeito Municipal. Artigo 8º - Sob nenhuma circunstância será permitido descarregar na rêde de esgôtos e nos cursos d'água os seguintes resíduos: a) a) lixo de um modo geral b) b) resíduos e corpos capazes de produzir obstruções c) c) resíduos e lôdos provenientes de estações de tratamento d'água, esgôtos domésticos e industriais d) d) águas pluviais na rêde de esgôtos. Lei Municipal nº 1606 - Continuação - fls. 3
Artigo 9º - No caso em que houver impossibilidade técnica de atingir os limites e padrões previstos nesta lei serão estipulados limites especiais para cada caso pela CICPAA, e que passarão a ser válidas mediante aprovação do Prefeito Municipal. CAPÍTULO III DOS LIMITES PARA EMISSÃO DE DESPEJOS EM CURSOS D'ÁGUA Artigo 10 - A temperatura dos despejos deverá ser inferior a 40ºC (quarenta graus Artigo 11 - O ph (logarítimo inverso da atividade hidrogeniônica) dos despejos deverá estar dentro da faixa de 5 (cinco) a 9 (nove). Artigo 12 - Os S. S. (sólidos sedimentáveis) dos despejos deverão ser inferiores a 1ml/l (hum milímetro por litro) em uma hora de sedimentação em "Cone Imhoff". Artigo 13 - A D.B.O. (demanda bioquímica de oxigênio) dos despejos não poderá ultrapassar 100mg/1º2 5 dias - 20ºC (cem miligramas por litro de oxigênio em cinco dias a vinte graus Artigo 14 - Os O.G. (óleos e graxas) dos despejos não poderão ultrapassar 75mg/l (setenta e cinco miligramas por litro). Artigo 15 - Os S.T. (sólidos totais) dos despejos não poderão ultrapassar 1000mg/l (hum mil miligramas por litro). Artigo 16 - Não se exige tratamento para fins dos artigos 13, 14 e 15 acima, para águas captadas dos cursos d'água que não recebam carga adicional de D.B.O., O.G., e S.T. CAPÍTULO IV DOS LIMITES PARA EMISSÃO DE DESPEJOS NAS RÊDES DE ESGÔTOS Lei Municipal nº 1606 - Continuação - fls. 4 Artigo 17 - A temperatura dos despejos deverá ser inferior a 40ºC (quarenta gráus
Artigo 18 - O ph (logarítimo da atividade hidrogeniônica) dos despejos deverá estar dentro da faixa de 5 (cinco ) a 9 (nove). Artigo 19 - Os S.S. (sólidos sedimentáveis) dos despejos deverão ser inferiores a 1 ml/l (hum mililitro por litro) em uma hora de sedimentação em "Cone Imhoff". Artigo 20 - A D.B.O. (demanda bioquímica de oxigênio) dos despejos não poderá ultrapassar 300 mg/l º 2 5dias 20ºC (trezentos miligramas por litro de oxigênio em cinco dias a vinte graus Artigo 21 - Os O.G. (óleos e graxas) dos despejos não poderão ultrapassar 75 mg/l (setenta e cinco miligramas por litro). Artigo 22 - Os S.T. (sólidos totais) dos despejos não poderão ultrapassar 1000 mg/l (hum mil miligramas por litro). Artigo 23 - Não se exige tratamento para fins dos artigos 20, 21 e 22 acima, para águas captadas dos cursos d'água que não recebam carga adicional de D.B.O., O.G. e S.T. CAPÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Artigo 24 - A CICPAA elaborará e enviará aos estabelecimentos comerciais, industriais, agrícolas e correlatos, questionários sôbre elementos fatôres de poluição das águas, os quais deverão ser preenchidos e devolvidos à mesma, dentro do prazo improrrogável de trinta (30) dias, sob pena de multa em grau máximo, nos termos da presente lei. Artigo 25 - A fiscalização da poluição das águas será exercida pela CICPAA., à qual competirá ainda a autuação dos infratores e a graduação das multas a serem aplicadas pela Prefeitura. Lei Municipal nº 1606 - Continuação - fls. 5 Artigo 26 - Os infratores das disposições da presente lei serão punidos com as seguintes penalidades: a) a) multa de 20% a 200% do salário mínimo da Região elevada ao dôbro em cada reincidência.
b) b) após três reincidências consecutivas à mesma infração, cassação do alvará de funcionamento, nos têrmos da Lei Orgânica dos Municípios. Artigo 27 - A autuação e aplicação de multa será sempre precedida de notificação ao interessado, concedendo-lhe prazo para sanar a irregularidade. Artigo 28 - A imposição de multa não eximirá o infrator do cumprimento das exigências da presente lei, e não interferirá com ações de fiscalização exercidas pelo Estado e pela União, bem como não o isentará de responsabilidade pelos danos a terceiros porventura cometidos. Artigo 29 - As multas por infração às disposições da presente lei serão cobradas pela Prefeitura, devendo ser pagas dentro do prazo de 20 (vinte) dias, contados da data de recebimento ou publicação da notificação, sob pena de correção monetária do respectivo valor e imediata cobrança executiva. Parágrafo único - O infrator, uma vez autuado, terá o prazo de 15 (quinze) dias contados do recebimento ou publicação da autuação para apresentar sua defesa à Prefeitura. A defesa será apreciada pela CICPAA e julgada pelo Prefeito, se a defesa fôr julgada procedente, o auto de infração será arquivado; em caso contrário, será cobrada a multa. Artigo 30 - As emprêsas já existentes terão prazo de um ano a partir da vigência da presente lei para enquadrarem-se nas normas e limites exigidos. Artigo 31 - Não se permitirá a instalação e ampliações de emprêsas que não obedeçam as exigências desta lei. Artigo 32 - É permitido aos técnicos e pessoal da CICPAA, devidamente credenciados, entrarem em qualquer estabelecimento Lei Municipal nº 1606 - Continuação - fls. 6 comercial, agrícola, industrial ou correlato, durante o seu período de funcionamento, para coletarem amostras e efetuarem fiscalização. Artigo 33 - A Prefeitura deverá encaminhar à CICPAA todos os Processos referentes a pedidos de Alvará de Construção, ampliação e funcionamento de estabelecimentos industriais e correlatos, para que esta exare parecer a respeito da poluição das águas, antes de ser concedido o respectivo alvará pela Prefeitura.
1º - Os pedidos de alvará referentes a estabelecimentos comerciais ou agrícolas, poderão ser submetidos ao parecer ou visto da CICPAA. 2º - A CICPAA deverá devolver os processos no prazo máximo de 30 (trinta) dias. Artigo 34 - As alterações das normas fixadas nesta lei deverão ser sugeridas e solicitadas pela CICPAA ao Prefeito, "ad referendum" da Câmara Municipal. Artigo 35 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. São Bernardo do Campo, em 12 de março de 1968. HYGINO BAPTISTA DE LIMA Prefeito Municipal Registrada na Diretoria do Departamento Administrativo da Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, e publicada no Quadro de Editais, em 12 de março de 1968. MANOEL ALFREDO LIMA Respondendo pelo Depto. Administrativo SJ-2