CORRELAÇÃO ENTRE DBO E DQO EM ESGOTOS DOMÉSTICOS

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Transcrição:

CORRELAÇÃO ENTRE DBO E EM ESGOTOS DOMÉSTICOS PARA A REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA ES COD/BOD RATIO FOR DOMESTIC SEWAGE IN GREAT VITÓRIA - ES SARA RAMOS DA SILVA Engenheira Civil e Sanitarista - UFES (1980), Pós graduada em Engenharia de Saúde Pública - ENSP/FIOCRUZ (1982), M. Sc. em Engenharia Ambiental - UFES (1996), Doutoranda no Programa SMARH - Escola de Engenharia - UFMG, Professora do Curso Superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental - CEFETES, Engenheira Sanitarista da Secretaria de Estado da Saúde - ES. ANTÔNIO SERGIO FERREIRA MENDONÇA Engenheiro Civil, M. Sc. em Engenharia de Recursos Hídricos - UFRJ - COPPE (1977), Ph.D. em Engenharia de Recursos Hídricos - Colorado State University - USA (1987), Professor Adjunto IV do Departamento de Hidráulica e Saneamento do Centro Tecnológico da UFES. Recebido: 20/06/02 Aceito: 17/07/03 RESUMO A análise estatística dos resultados de monitoramentos de 06 (seis) sistemas de tratamento de esgotos constituídos por lagoas de estabilização, em áreas com características residenciais, no período de três anos, mostrou que existe uma grande flutuação dos parâmetros e DBO para o esgoto bruto e para os efluentes das lagoas. Contudo, as relações DBO apresentaram pequenas flutuações em relação às médias. A relação DBO para esgoto bruto variou entre 0,4 e 0,0. Para lagoas anaeróbias a mesma relação variou entre 0,2 e 0,28, enquanto para efluente de lagoas facultativas variou entre 0,18 e 0,26, indicando a propriedade e viabilidade da estimativa da DBO a partir da medida para esgoto bruto e para efluentes de lagoas de estabilização. PALAVRAS-CHAVE: DBO,, Lagoa de Estabilização ABSTRACT It was developed statistical analysis of the results from the monitoring of raw and treated sewage from 06 (six) wastewater treatment systems, composed by wastewater stabilization ponds (WSP), located in the Great Vitoria Metropolitan Region, with domestic characteristics, during three years. It was concluded that although COD and BOD values varied very much, the ratio BOD/COD for raw sewage and WSP effluents presented only small fluctuation around averages. The ratio BOD/COD for raw sewage varied from 0,4 and 0,0. For systems that present anaerobic ponds the same ratio varied from 0,2 and 0,28 while for effluent of facultative ponds varied from 0,18 and 0,26. All the results indicate that there is a very good correlation between BOD and COD for raw sewage and effluents of WSP systems. KEYWORDS: BOD, COD, Stabilization Pond. INTRODUÇÃO A presença de matéria orgânica nos esgotos sanitários que chegam às estações de tratamento e a eficiência dessas são usualmente estimadas através das análises de DBO e, sendo a primeira a análise de referência, apesar de estar sujeita a imprecisões e limitações (Blundi, 1988; Dart, 1977 e Logan e Wangesseler, 1993 citados por Fadini e Jardim, 199; Oliveira 1983; Ramalho, 1977). O tratamento dos esgotos sanitários por meio de lagoas de estabilização é uma das formas mais utilizada no Brasil, devido ao seu baixo custo de construção e simplicidade de operação. A maior parte dos sistemas de tratamento de esgotos existentes no Espírito Santo é constituída por lagoas de estabilização. O custo para a realização de uma análise de DBO é de cerca de 4, vezes o custo para uma análise de. O tempo necessário para a obtenção de resultados de análises de DBO é de 0 dias, enquanto o de é de 02 horas. Este estudo mostra as relações DBO para o esgoto sanitário doméstico bruto e para os efluentes dos sistemas de tratamento de esgotos constituídos por lagoas de estabilização para a Região da Grande Vitória - ES. A utilização dos resultados de para a estimativa dos valores de DBO reduz os custos operacionais, diminui o tempo de tomada de decisões sobre medidas de correção operacional, bem como permite a definição de parâmetros de projeto que sejam condizentes com a realidade local. Descreve-se, também, a aplicação de metodologia para a avaliação do grau de correlação entre esses parâmetros, com objetivo de verificar sob quais hipóteses as análises de podem substituir as de DBO no monitoramento desses sistemas. Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor, orientado pelo segundo autor, apresentada ao Mestrado de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo. engenharia sanitária e ambiental 213

Silva, S. R & Mendonça, A. S. F. METODOLOGIA A seleção dos sistemas de tratamento atendeu ao requisito de serem sistemas constituídos de lagoas de estabilização que tratam esgotos sanitários com características domésticas. Os 6 (seis) sistemas de tratamento de esgotos selecionados localizam-se na Região da Grande Vitória e são operados, pela Companhia Espiritossantense de Saneamento - CESAN.Três deles são constituídos por lagoa anaeróbia seguida de lagoa facultativa, Eldorado, Laranjeiras e Maringá. Outros dois constituídos de uma lagoa facultativa primária, Barcelona e Mata da Serra, localizados no município da Serra, que atendem a conjuntos habitacionais de nível sócio econômico médio-baixo. E um sistema, o de Camburi, constituído de três lagoas em série, localizado no município de Vitória, que atende a bairros com características residenciais de nível sócio-econômico médio-alto. As características dos sistemas selecionados para o estudo estão mostradas na Tabela 1. Foram levantados na CESAN os resultados de monitoramento de rotina de cada um dos sistemas e realizados monitoramentos específicos para este estudo, por meio de campanhas programadas. O período de estudo para cada sistema esta mostrado na Tabela 2. As análises laboratoriais seguiram a metodologia preconizada pelo Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (APHA, 198). Realizou-se análise estatística dos resultados obtidos nos monitoramentos, com o objetivo de se estabelecer correlações entre os parâmetros DBO e para os esgotos domésticos e para os efluentes de sistemas de tratamento constituídos de lagoas de estabilização dos tipos anaeróbias e facultativas, para todos os sistemas. Foram determinados parâmetros estatísticos a partir dos resultados dos monitoramentos em cada sistema analisado utilizando-se programa computacional, denominado STATGRAPHICS. Foram ajustadas equações de regressão aos pares de dados obtidos ( e ) sendo determinados coeficientes de correlação e realizados testes estatísticos de ajustes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Esgoto bruto A Tabela 3 mostra os valores médios de e e obti- Tabela 1 - Características dos sistemas de lagoas de estabilização de Camburi, Barcelona, Mata da Serra, Eldorado, Laranjeiras e Maringá Sistema/ CAMBURI BARCELONA MATA DA SERRA ELDORADO LARANJEIRAS MARINGÁ Va zão (l/s) 160,0 19,6 2,73 8,3 43, 1,69 Tabela 2 - Monitoramentos específicos nos sistemas selecionados e período de estudo Sistemas Período Camburi 1991 a 1994 Barcelona 1987 a 1994 Mata da Serra 1984 a 1994 Eldorado 1989 a 1994 Laranjeiras Área (m 2 ) 27 936 26 410 2 800 Profundidade (m) 2,30 2,30 2,30 1991 a1994 Maringá 1987 a 1994 Tempo de detenção (dias) 4,6 4,39 7,64 20 71 2,10 2,6 712 1,11 26,9 1 020,00 19 000,00 4 447,40 4 226,18 1 096,00 3 946,0 1,69 1,2 1,9 1,67 2,02 1,94 2,7 32,9 2,3 1,9 1,2 4,7 dos nos monitoramentos de rotina para cada sistema estudado. Os valores médios da e apresentaram grandes flutuações, variando de sistema para sistema, mas sempre mostrando a mesma tendência de variação dos valores da em relação a. A relação teve pequena variação entre 0,4 e 0,0. Apesar de os sistemas do município da Serra atenderem a conjuntos habitacionais com mesmo nível sócio-econômico médio-baixo, observa-se que o sistema de Barcelona é o que apresenta maiores valores, juntamente com a entrada 2 do sistema de Eldorado, seguido pelos valores da entrada 1 do sistema Eldorado e pelos sistemas de Maringá e Laranjeiras. Os menores valores foram obtidos pelo sistema de Mata da Serra, que apresentou valores próximos aos obtidos no sistema de Camburi, localizado no município de Vitória e que atende a uma comunidade de nível sócio-econômico médio-alto. engenharia sanitária e ambiental 214

Correlação entre e em esgotos domésticos Tabela 3 - estatísticos para e DBO e DBO - monitoramento de rotina - sistemas selecionados Sistema/ Parâmetro Nº amostras E - Entrada E 1 - Entrada 1 - Entrada 2 E 3 - Entrada 3 Os diferentes valores médios apresentados pelos sistemas conferem com as informações encontradas na literatura de que, apesar de os conteúdos básicos das águas residuárias serem sempre semelhantes, elas variam de acordo com o volume, as características sócio-econômicas, medição do sistema de distribuição de água, hábitos culturais e alimentares, comprimentos de redes, etc, que são fatores que contribuem para a variação da matéria orgânica presente nas águas residuárias (Carvalho et al., 1993; Gloyna, 1973; Imnhof e Imnhof, 198; Metcalf e Eddy, 1991; Netto, 1977; Silva, 1979). A relação para os esgotos classificados como de concentração média, ou seja com, 20ºC em torno de 200 mg/l, Metcalf e Eddy (1991), variam entre 0,33 e 0,49, segundo os estudos realizados pelos seguintes autores: - Oliveira (1990); Oliveira et al. (199) e Silva (1979) na EXTRABES - PB: obtiveram valores médios entre 0,33 e 0,47. - Oliveira (1983) em Rabat: obteve valores médios variando entre 0,33 e 0,40. - Shimada et al. (1987) em Cuiabá - MT: obtiveram valor médio de 0,49. - Crispim et al. (199) em Inhaúmas - GO: obtiveram valores médios entre 0,34 e 0,36. - Carvalho et al. (1993) em Belo Horizonte - MG: obtiveram valor médio de 0,47. No estudo os sistemas que podem ser classificados como de concentração CAMBURI E 139 478 21 0,4 BARCELONA E 1 78 900 428 0,48 22 1021 16 0,0 E 3 32 929 43 0,48 MATA SERRA E 1 13 4 210 0,46 16 490 223 0,46 ELDORADO E 1 67 687 343 0,49 41 88 418 0,48 LARANJEIRAS E 66 82 241 0,46 MARINGÁ E 49 687 320 0,48 TODOS E 803 601 283 0,47 média, são os sistemas de Camburi e de Mata da Serra, que apresentaram valores médios de 0,4 e 0,46, respectivamente, se situando no intervalo mostrado na literatura (0,33 a 0,49). Para os esgotos considerados de concentração forte, ou seja com, 20ºC acima de 400 mg/l Metcalf e Eddy (1991), a relação DBO variou entre 0,32 e 0,62, de acordo com os seguintes autores: - Oliveira (1983) em Rabat: obteve valores médios variando entre 0,32 e 0,4. - Crispim et al. (199) em Inhaúmas - GO: obtiveram valores médios variando ente 0,42 e 0,62. - Chagas Netto (199) em Salvador - BA: obteve valores médios entre 0,43 e 0,48 Os sistemas que podem ser classificados como de concentração forte, são os sistemas de Barcelona, Eldorado, Laranjeiras e Maringá, que apresentaram valores médios variando entre 0,46 e 0,0, também dentro do intervalo de variação encontrado na literatura (0,42 a 0,62). A partir dos resultados obtidos e os encontrados na literatura, observou-se que a relação DBO para o esgoto bruto variou entre 0,33 e 0,49, para os classificados como de concentração média e entre 0,32 a 0,62 para os de concentração forte. A variação para a relação DBO para o esgoto bruto variou entre 0,32 e 0,62 e os maiores valores foram obtidos para os esgotos classificados como de concentração forte. A Tabela 4 mostra as equações de regressão obtidas a partir dos resultados de monitoramento de rotina para os sistemas selecionados. Observa-se que as equações apresentaram significativos coeficientes de correlação linear e que os coeficientes angulares das retas variaram entre 0,32 e 0,9. As equações para as entradas do Sistema de Barcelona entradas 1 e 2 do Sistema Mata da Serra, entrada 1 do Sistema Eldorado e a entrada ao Sistema de Maringá, apresentaram valores para a ordenada significativamente diferentes de zero nos testes de significância. Conseqüentemente, os coeficientes angulares que variaram entre 0,32 e 0,9 estão mais distantes em relação a média para todos os sistemas (0,46). Os demais sistemas apresentaram valores de ordenadas consideradas iguais a zero nos testes de significância e valores dos coeficientes variando entre 0,42 e 0,8. A equação de regressão para o esgoto bruto obtida por Hunter e Heukelekian (196) apresentou alto coeficiente de correlação linear, baixo valor para a ordenada e coeficiente angular da reta igual a 0, que está dentro do intervalo de variação para a relação do intervalo de variação para a relação DBO apresentada na literatura (0,32 a 0,62). Efluente de lagoa facultativa primária A Tabela mostra os valores médios de, DBO e a relação DBO obtidas a partir dos monitoramentos de rotina dos Sistemas de Barcelona e Mata da Serra. Observa-se que os sistemas Barcelona e Mata da Serra apresentaram valores médios próximos para os parâmetros. Shimada et al. (1987) obtiveram para a relação DBO em efluentes de lagoa facultativa primária o valor médio de 0,21. Oliveira (1990) obteve valor médio de 0,19, enquanto Crispin et al. (199) obtiveram valor médio de 0,17. A Tabela 6 mostra equações de regressão obtidas a partir dos resultados do monitoramento de rotina para os sistemas de Barcelona e Mata da Serra. A equação de regressão obtida para o Sistema de Barcelona, apresentou baixo coeficiente de correlação e valor para a ordenada de acordo com o teste de significância considerado igual a zero. Observou-se que o coeficiente angular da reta apresentou valor estatisticamente igual ao valor médio obtido para o agrupamento de resultados dos engenharia sanitária e ambiental 21

Silva, S. R & Mendonça, A. S. F. Tabela 4 - Equações de regressão - esgoto bruto - monitoramento de rotina - sistemas selecionados Sistema Equação Coef. Correlação CAMBURI E DBO = 9,01 + 0,43 0,826 BARCELONA E 1 DBO = 76,7 + 0,39 0,80 E - Entrada E 1 - Entrada 1 - Entrada 2 E 3 - Entrada 3 dois sistemas. Já o sistema de Mata da Serra apresentou uma equação com valor da ordenada considerado significativamente diferente de zero, de acordo com o teste de significância. O valor do coeficiente angular se apresentou muito distante do valor médio (0,17), ocorrendo baixo coeficiente de correlação linear. Efluente de lagoa anaeróbia A tabela 7 mostra os valores médios DBO = -72,1 + 0,39 0,89 E 3 DBO = -43,46 + 0,8 0,86 MATA SERRA E 1 DBO = 2,93 + 0,40 0,87 DBO = 20,47 + 0,41 0,81 ELDORADO E 1 DBO = -63,07 + 0,9 0,87 DBO = 28,27 + 0,4 0,81 LARANJEIRAS E DBO = 17,90 + 0,42 0,89 MARINGÁ E DBO = 97,9 + 0,32 0,7 Tabela - médios - e DBO - efluente de lagoa facultativa Primária - monitoramento de rotina Sistema/Parâmetro Tabela 6 - Médios - e DBO - efluente de lagoa facultativa Primária Sistema Equação de Regressão Coef. Correlação BARCELONA DBO = 6,96 + 0,18 0,41 MATA SERRA DBO = 21,33 + 0,08 0,37 TODOS DBO = 12,22 + 0,13 0,0 Nº amostras BARCELONA 274 3 0,19 78 MATA DA SERRA 260 44 0,18 16 TODOS 26 47 0,18 234 obtidos a partir dos resultados de monitoramento de rotina dos sistemas de Eldorado, Laranjeiras e Maringá. Observa-se que, apesar da flutuação dos valores de e, as relações DBO apresentaram pequena variação, situando-se entre 0,2 e 0,28. A relação DBO para efluentes de lagoas anaeróbias varia de 0,19 a 0,49, segundo os seguintes autores: - Oliveira (1990) obteve valores entre 0,31 e 0,37. - Oliveira et al. (199) obtiveram valores entre 0,19 e 0,39. - Fadini e Jardim (199) obtiveram valor médio de 0,39 Logo, os resultados obtidos neste estudo estão dentro do intervalo observado na literatura. A tabela 8 mostra as equações de regressão obtidas a partir dos resultados do monitoramento de rotina para os sistemas selecionados. Os sistemas de Eldorado e Laranjeiras apresentaram equações com valores de ordenadas consideradas diferentes de zero e coeficientes angulares distantes do valor médio obtido para o agrupamento dos resultados obtidos para os sistemas (0,27) com valores significativos de coeficientes de correlação linear, o que não ocorreu com o sistema de Maringá que apresentou uma equação com valor do coeficiente angular dentro do intervalo (x - s) e (x + s) para o agrupamento dos dados das três lagoas, ocorrendo baixo coeficiente de correlação linear. As equações obtidas neste estudo foram diferentes da apresentada por Fadini e Jardim (199), onde o valor da ordenada maior é muito mais alto que o próprio valor médio da DBO obtido para efluente de lagoa anaeróbia sendo alto também o valor do coeficiente angular da reta. Efluente de lagoa facultativa secundária A tabela 9 mostra os valores médios de, DBO e da relação DBO para os efluentes das lagoas facultativas dos sistemas selecionados, obtidos a partir dos resultados de monitoramento de rotina. A relação DBO variou entre 0,19 e 0,26. Na literatura, observou-se uma variação para a relação DBO entre 0,1 a 0,29, de acordo com os seguintes autores: - Oliveira (1990) obteve valores médios entre 0,20 e 0,28. - Fadini e Jardim (199) obtiveram valor médio 0,29. - Crispim et al. (199) obtiveram valor médio de 0,1. A tabela 10 mostra as equações de regressão obtidas a partir dos resultados de monitoramento de rotina para os efluentes das lagoas facultativas secundárias dos sistemas selecionados. O sistema de Eldorado apresentou uma equação de regressão com valor da ordenada considerado, de acordo com o teste de significância, significativamente engenharia sanitária e ambiental 216

Correlação entre e em esgotos domésticos Tabela 7 - estatísticos para, DBO e DBO - monitoramento de rotina - efluentes lagoa anaeróbia - Eldorado, Laranjeiras e Maringá Sistema/Parâmetro Nº amostras ELDORADO 292 84 0,28 67 LARANJEIRAS 213 7 0,28 6 MATA DA SERRA 329 81 0,2 0 TODOS 274 74 0,27 182 Tabela 8 - Equações de regressão - efluentes de lagoas anaeróbias - monitoramento de rotina - sistemas selecionados Sistema Equação de regressão Coef. Correlação ELDORADO = - 31,61 + 0,39 0,7 LARANJEIRAS = 27,42 + 0,14 0,3 MARINGÁ = 10,04 + 0,22 0, TODOS = 4,07 + 0,2 0,63 Tabela 9 - Valores Médios, DBO e DBO monitoramento de rotina - efluente de lagoas facultativas - sistemas selecionados. Sistema/Parâmetro Nº amostras ELDORADO 239 4 0,19 66 LARANJEIRAS 192 49 0,26 6 MARINGÁ 183 36 0,20 0 TODOS 207 44 0,22 181 Tabela 10 - Equações regressão monitoramento de rotina efluentes lagoas facultativas secundárias - sistemas selecionados Sistema Equação de regressão Coef. correlação ELDORADO = 11,9 + 0,14 0,64 LARANJEIRAS = 10,49 + 0,20 0,1 MARINGÁ = -2,89 + 0,21 0,64 diferente de zero e ficou distante do valor médio (0,22) obtido para o agrupamento dos resultados de todos os sistemas. Já os sistemas de Laranjeiras e Maringá apresentam valores para as ordenadas, consideradas estatisticamente iguais a zero e coeficientes angulares próximos ao valor médio. Todas as equações apresentaram valores relativamente baixos para os coeficientes de correlação linear. Fadini e Jardim (199) apresentam uma equação de regressão com altos valores para a ordenada, superior ao valor médio da DBO. Agrupamento de todos os sistemas Considerando que todos os sistemas analisados recebem esgotos com características domiciliares, agruparam-se todos os dados de e e procedeu-se à mesma avaliação estatística para o esgoto bruto, para os efluentes das lagoas anaeróbias, das facultativas secundárias e primárias. Os gráficos 1 e 2 mostram, respectivamente, o comportamento das relações e a representação das equações de regressão linear para o esgoto bruto obtidas no monitoramento de rotina de todos os sistemas no período de estudo. A Tabela 11 mostra os dados agrupados de todas as entradas dos 06 sistemas estudados no monitoramento de rotina, totalizando 818 pares de resultados. Para os efluentes de lagoas facultativas primárias foram agrupados os dados de saída dos sistemas Barcelona e Mata da Serra, totalizando 234 pares de dados, sendo os resultados mostrados na tabela 12. Para os efluentes de lagoas anaeróbias foram agrupados os dados de saída dos sistemas Eldorado, Laranjeiras e Maringá, totalizando 182 pares de resultados, sendo os parâmetros estatísticos obtidos mostrados na tabela 13. A Tabela 14 mostra os parâmetros estatísticos obtidos a partir do monitoramento de rotina onde foram agrupados os resultados dos efluentes finais dos sistemas Eldorado, Laranjeiras e Maringá, totalizando 181 pares de resultados. A Tabela 1 mostra os parâmetros estatísticos obtidos a partir do agrupamento dos resultados de monitoramento de rotina para a relação para o esgoto bruto e para os efluentes de lagoas facultativas primárias e secundárias e de anaeróbias, para todos os sistemas. O resultado da análise estatística para todas as situações apresentou equações para os resultados do monitoramento de rotina com valores significativos para o erro padrão. No teste de significância para H 0, os valores das ordenadas estiveram dentro do intervalo, aceitando-se a hipótese de que esses valores não são significativamente diferentes de zero, exceto para o efluente de lagoas facultativas primárias e secundárias. Para o coeficiente angular da reta, o erro padrão foi baixo com um nível de significância próximo a zero. O coeficiente de correlação linear apresentou-se significativo para o esgoto bruto e para os efluentes das lagoas apresentou-se baixo. CONCLUSÕES O estudo fornece subsídios para a estimativa de DBO a partir de resultados de análise de para esgoto bruto e engenharia sanitária e ambiental 217

Silva, S. R & Mendonça, A. S. F. Figura 2 - Representação das equações de regressão linear - vs - esgoto bruto - monitoramento de rotina - todos os sistemas Figura 1 - Representação das relações - esgoto bruto - todos os sistemas Tabela 11 - estatísticos para e DBO - monitoramento de rotina - esgoto bruto - todos os sistemas Mínimo 10 0,148837 Médio 601 283 0,467809 Máximo 2 120 1020 0,929032 S 286,01 149,37 0,106473 V (%) 47,9 2,92 22,72 Tabela 12 - estatísticos para os parâmetros e DBO - monitoramento de rotina - efluentes de lagoas facultativas primárias - sistemas Barcelona e Mata da Serra Mínimo 92 7 0,18149 Médio 26 47 0,170984 Máximo 980 282 0,623894 S 116,74 30,4 0,0881669 V (%) 44,11 6,30 48,9 Tabela 13 - estatísticos para e DBO - monitoramento de rotina - efluentes de lagoas anaeróbias - sistemas Eldorado, Laranjeiras e Maringá Mínimo 61 21 0,08443 Médio 274 74 0,272416 Máximo 67 360 0,76 S 98,833 40,07 0,0947013 V (%) 36,1141 4,37 34,7634 Tabela 14 - estatísticos para e DBO - monitoramento de rotina - efluente de lagoas facultativas secundárias - sistemas Eldorado, Laranjeiras e Maringá Mínimo 48 9 0,030726 Médio 207 44 0,217987 Máximo 494 19 0,662 S 86,01 23,3 0,091491 V (%) 41, 3,1 41,997 engenharia sanitária e ambiental 218

Correlação entre e em esgotos domésticos Tabela 1 - estatísticos obtidos a partir do agrupamento dos resultados de monitoramento de rotina para a relação DBO esgoto bruto e efluentes de lagoas facultativas primárias e secundárias e de anaeróbias, para todos os sistemas Parâmetro/ Ponto de amostragem Esgoto bruto Efluentes de lagoas facultativas primárias Efluentes de lagoas anaeróbias Efluentes de lagoas facultativas secundárias ν 803 234 182 181 X 0,467809 0,18149 0,272416 0,217987 Mediana 0,461097 0,170984 0,262116 0,19661 Moda 0,0 0,166667 0,17 0,172414 S 0,106473 0,0881669 0,0947013 0,091491 s 2 0,0113366 7,7734E-3 8,96834E-3 8,38123E-3 Equação 1,87 + 0,467047 12,2194 + 0,13046 4,04748 + 0,2443 11,8762 + 0,14241 R 0,89 0,0 0,63 0,6 Erro padrão (A) 4,26381 6,8416 3,78421 6,8416 (B) 0,01468 0,02317 0,016887 0,02317 t -Student (A) 2,8684 0,91602 3,13834 0,91602 (B) 8,88481 10,8206 9,1334 10,8206 α (A) 0,0044 0,486 0,00199 0,486 (B) 0,00 0,00 0,00 0,00 H 0 (A) 0 ± 6,8 0 ± 10,62 0 ±,99 0 ± 10,62 (B) 0 ± 0,0236 0 ± 0,036 0 ± 0,027 0 ± 0,036 Intervalos (A),37 ; 19,07-6,7 ; 14,67,89 ; 17,8-6,7 ; 14,6 Aceitos (B) 0,11 ; 0,1 0,22 ; 0,29 0,13 ; 0,18 0,22 ; 0,29 efluentes de lagoas facultativas primárias, anaeróbias e facultativas secundárias. Análises estatísticas dos resultados obtidos nos monitoramentos de rotina dos sistemas selecionados indicaram a propriedade de substituição de análises de por análises de, a um nível de confiança de 9%. A relação média para o esgoto bruto para os sistemas selecionados foi 0,47. A relação média para o efluente da lagoa facultativa primária foi 0,18. A relação média para o efluente da lagoa anaeróbia foi 0,27. A relação média para o efluente da lagoa facultativa secundária é 0,22. A análise estatística foi desenvolvida para um nível de significância de 0,0. Conclui-se ser adequada a utilização de análises de em substituição às de, tanto para esgoto bruto como para efluentes de lagoas de estabilização. Em caso de pesquisa ou de necessidade de grande precisão de resultados, recomenda-se a utilização das análises de diretamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION- APHA, American Water Work Association, Water Pollution Control Federation Standard Methods for Examination of Water and Wastewater. 16 th ed. Publicacion Office. American Public Health Association. New york, 198. BLUNDI, C. E. Aplicação de métodos alternativos para a determinação de matéria orgânica e biomassa em águas residuárias. 1988. 329 f. Tese (Doutorado em Hidráulica e Saneamento) Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 1988. CARVALHO, C. T.; CASTRO, A. A.; VIANNA, N. S. Subsídios para fixação de parâmetros para projetos de sistemas de esgotos sanitários. Caso particular de carga orgânica. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASI- LEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 17, 1993, Natal. Anais... Natal: ABES, 1993. v 2, tomo 1. p. 643-67. CHAGAS NETO, V. B. Caracterização do esgoto bruto e avaliação da eficiência de redução de matéria orgânica e de bactérias entéricas em diferentes processos de tratamento de esgotos domésticos empregados na cidade de Salvador. 199. 13 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia - Universidade Federal da Paraíba - Campina Grande, 199. CRISPIM, V. M.; BESSA, M. R. R. N.; OSÓRIO, N. B. Comunicação pessoal.199. engenharia sanitária e ambiental 219

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