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Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Documento de sessão B8-1166/2016 24.10.2016 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO apresentada na sequência de uma declaração da Vice-Presidente da Comissão / Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança apresentada nos termos do artigo 123.º, n.º 2, do Regimento sobre a situação no Norte do Iraque/Mossul (2016/2956(RSP)) Lars Adaktusson, Cristian Dan Preda, Elmar Brok, Esther de Lange, György Hölvényi, Michèle Alliot-Marie, Elżbieta Katarzyna Łukacijewska em nome do Grupo PPE RE\1107914.doc PE593.592v01-00 Unida na diversidade

B8-1166/2016 Resolução do Parlamento Europeu sobre a situação no Norte do Iraque/Mossul (2016/2956(RSP)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta as suas anteriores resoluções, de 27 de fevereiro de 2014, sobre a situação no Iraque 1 ; de 18 de setembro de 2014, sobre a situação no Iraque e na Síria e a ofensiva do EI, incluindo a perseguição de minorias 2, nomeadamente o seu n.º 4; de 27 de novembro de 2014, sobre o Iraque: rapto e maus-tratos de mulheres 3 ; de 12 de fevereiro de 2015 sobre a crise humanitária no Iraque e na Síria, em particular no contexto do EI 4, nomeadamente o seu n.º 27; de 12 de março de 2015, sobre os recentes ataques e raptos efetuados pelo EIIL/Daexe no Médio Oriente, nomeadamente de assírios 5, designadamente os n.ºs 2, 5 e 8; de 12 de março de 2015 sobre o Relatório anual sobre os direitos humanos e a democracia no mundo em 2013 e a política da União Europeia nesta matéria 6, nomeadamente os seus n.ºs 129 e 211; de 12 de março de 2015, sobre as prioridades da UE para o Conselho dos Direitos do Homem da ONU em 2015 7, nomeadamente os seus n.ºs 66 e 67; de 30 de abril de 2015, sobre a destruição de locais de interesse cultural pelo EIIL/Daexe 8 ; de 30 de abril de 2015, sobre a perseguição de cristãos em todo o mundo relacionada com o assassinato de estudantes no Quénia pelo grupo terrorista al-shabab 9 ; e de 4 de fevereiro de 2016, sobre o assassínio sistemático e em massa das minorias religiosas pelo denominado «EIIL/Daexe» 10, nomeadamente os seus n.ºs 11, 12 e 14.º, Tendo em conta as conclusões do Conselho, de 23 de maio de 2016, sobre a estratégia regional da UE para a Síria e o Iraque, bem como para a ameaça representada pelo Daexe; de 14 de dezembro de 2015, sobre o Iraque; de 16 de março de 2015, sobre a estratégia regional da UE para a Síria e o Iraque, bem como para a ameaça representada pelo EIIL/Daexe; de 20 de outubro de 2014, sobre a crise provocada pelo EIIL/Daexe na Síria e no Iraque; de 30 de agosto de 2014, sobre o Iraque e a Síria; de 14 de abril de 2014 e de 12 de outubro de 2015, sobre a Síria; e de 15 de agosto de 2014 sobre o Iraque, Tendo em conta nomeadamente as Orientações da UE sobre a Promoção e Defesa da Liberdade de Religião ou de Crença; as Diretrizes da UE sobre a Promoção da Observância do Direito Internacional Humanitário; as Diretrizes da UE sobre a violência contra as mulheres e as raparigas e a luta contra todas as formas de discriminação de que são alvo; as Diretrizes para a política da UE em relação a países 1 Textos Aprovados, P7_TA(2014)0171. 2 Textos Aprovados, P8_TA(2014)0027. 3 Textos Aprovados, P8_TA(2014)0066. 4 Textos Aprovados, P8_TA(2015)0040. 5 Textos Aprovados, P8_TA(2015)0071. 6 Textos Aprovados, P8_TA(2015)0076. 7 Textos Aprovados, P8_TA(2015)0079. 8 Textos Aprovados, P8_TA(2015)0179. 9 Textos Aprovados, P8_TA(2015)0178. 10 Textos Aprovados, P8_TA(2016)0051. PE593.592v01-00 2/7 RE\1107914.doc

terceiros no que respeita à tortura e a outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes; as Diretrizes da UE sobre as crianças e os conflitos armados; as Diretrizes da UE sobre a promoção e proteção dos direitos das crianças; e as Diretrizes da UE em matéria de direitos humanos, relativas à liberdade de expressão em linha e fora de linha; Tendo em conta as declarações da Vice-Presidente da Comissão/Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança (VP/AR) sobre o Iraque e a Síria, Tendo em conta a Resolução 2091 (2016) sobre os combatentes estrangeiros na Síria e no Iraque, adotada pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa em 27 de janeiro de 2016, Tendo em conta as resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o Iraque, em particular as Resoluções 2299 (2016) e 2249 (2015) que condenam os recentes ataques terroristas do Estado Islâmico, Tendo em conta o documento «Consideration of the report submitted by Iraq» do Comité para a Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas, de 2 de outubro de 2013; o documento «Concluding observations on the report by Iraq» do Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas, de 3 de março de 2015; o documento «Concluding observations on the report submitted by Iraq» do Comité para os Desaparecimentos Forçados das Nações Unidas, de 13 de outubro de 2015; o documento «Concluding observations on the report by Iraq» do Comité sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas, de 27 de outubro de 2015; e o documento «Concluding observations on Iraq» do Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas, de 3 de dezembro de 2015, Tendo em conta o artigo 123.º, n.º 2, do seu Regimento, A. Considerando que a operação para a libertação de Mossul do Estado Islâmico já começou e que os diferendos não resolvidos sobre as fronteiras internas no Norte do Iraque, se não forem tidos em conta pelos atores militares que combatem o Estado Islâmico e pela comunidade internacional no seu conjunto, podem impedir a reabilitação desta zona e o repatriamento dos seus habitantes deslocados, constituindo assim uma ameaça à existência futura das minorias vulneráveis nesta zona; B. Considerando que a área constituída pela planície de Nínive, Tal Afar e Sinjar e toda a região mais vasta sempre foi a pátria ancestral de cristãos (caldeus/siríacos/assírios), yazidis, árabes sunitas e xiitas, curdos, shabaks, turquemenos, kaka is e sabeítas-mandeanos e outros, onde viveram durante séculos num espírito de pluralismo, estabilidade e cooperação comunitária, apesar dos períodos de violência e perseguição, até ao início deste século e à ocupação de grande parte da região pelo autoproclamado Estado Islâmico em 2014; C. Considerando que havia mais de 1,5 milhões de cristãos no Iraque em 2003 mas que o seu número diminuiu para 200 000 a 350 000 atualmente, muitos deles a viverem em situação de pobreza e insegurança; RE\1107914.doc 3/7 PE593.592v01-00

D. Considerando que a presença de cristãos e de outras minorias no Iraque e na área mais vasta do Médio Oriente tem tido, tradicionalmente, uma grande importância social, dado que eles deram contributos importantes para a estabilidade política, e que a extinção destas minorias na região terá um efeito desestabilizador adicional; E. Considerando que, em 4 de fevereiro de 2016, o Parlamento reconheceu que o Estado Islâmico comete crimes de genocídio contra cristãos e yazidis, bem como outras minorias religiosas e étnicas, que não concordam com a sua interpretação do Islão e que «as perseguições, atrocidades e crimes internacionais representam crimes de guerra e crimes contra a humanidade»; F. Considerando que o Conselho da Europa, o Departamento de Estado dos EUA, o Congresso dos EUA, o Parlamento do Reino Unido, o Parlamento australiano e outras nações e instituições se juntaram ao Parlamento no reconhecimento de que as atrocidades perpetradas pelo Estado Islâmico contra minorias étnicas e religiosas no Iraque incluem crimes de guerra, crimes contra a humanidade e o crime de genocídio; G. Considerando que o Parlamento instou a comunidade internacional, incluindo a UE e os Estados-Membros, a garantirem as condições e perspetivas de segurança necessárias para todos os que tenham sido obrigados a abandonar a sua terra natal ou deslocados à força, de modo a que possam exercer, o mais rapidamente possível, o direito de regressar ao seu local de origem tal como previsto no artigo 13.º, n.º 2 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e no artigo 12.º, n.º 4 do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, para que conservem as suas casas, terrenos e bens, igrejas e locais religiosos e culturais e para que possam ter a oportunidade de gozar uma vida e um futuro dignos e seguros e de participarem plenamente como cidadãos em pé de igualdade na realidade social, económica, política e cultural do seu próprio país; H. Considerando que a libertação do Norte do Iraque do Estado Islâmico pode conduzir à repetição do aumento dos deslocados e à intensificação dos fluxos migratórios, o que, segundo os líderes religiosos cristãos, torna muito provável o êxodo definitivo dos cristãos, a menos que haja uma ação humanitária coordenada envolvendo as organizações de ajuda confessionais; I. Considerando que o Parlamento salientou a importância de a comunidade internacional assegurar proteção e apoio, incluindo proteção e apoio militar, em conformidade com o direito internacional, aos alvos do autoproclamado Estado Islâmico e outras organizações terroristas no Médio Oriente, como as minorias étnicas e religiosas, e da participação destas pessoas em futuras soluções políticas duradouras; J. Considerando que o Parlamento sublinhou a importância de assegurar um abrigo seguro para os caldeus/siríacos/assírios e outros grupos em risco na planície de Nínive, no Iraque, uma zona onde muitas minorias étnicas e religiosas tiveram historicamente uma forte presença e conviveram pacificamente; K. Considerando que a Resolução 60 1 (2005) da Assembleia Geral das Nações Unidas estipula que cada Estado específico tem a responsabilidade de proteger as suas populações do genocídio, dos crimes de guerra, dos atos de limpeza étnica e dos crimes contra a humanidade; PE593.592v01-00 4/7 RE\1107914.doc

L. Considerando que o artigo 2.º da Constituição iraquiana «garante o pleno direito de todos à liberdade de crença e prática religiosa»; M. Considerando que o artigo 125.º da Constituição iraquiana garante «os direitos administrativos, políticos, culturais e educacionais das diversas nacionalidades, como turquemenos, caldeus, assírios e todas as outras componentes»; N. Considerando que os atores militares continuam a fazer recuar o Estado Islâmico no Norte do Iraque, em coordenação com as forças de segurança iraquianas, as forças «peshmerga» do governo regional curdo e as forças de segurança local indígenas com uma missão de segurança nacional; O. Considerando que o repatriamento das comunidades indígenas da planície de Nínive, Tal Afar e Sinjar para as suas áreas ancestrais, bem como a revitalização económica destas comunidades duma forma que ofereça uma oportunidade de florescimento às diferentes comunidades étnicas e religiosas, faz progredir a estabilidade do Iraque e os interesses de segurança da comunidade internacional; P. Considerando que a autodeterminação local e a proteção de segurança das comunidades da planície de Nínive, Sinjar e Tal Afar no âmbito da República Federal do Iraque restabeleceria e preservaria os direitos humanos fundamentais, incluindo os direitos de propriedade, dos povos indígenas desta região; Q. Considerando que vários dirigentes cristãos (caldeus/siríacos/assírios), yazidis e turquemenos manifestaram o seu apoio a uma região administrativa autónoma que inclua a planície de Nínive, Tal Afar e Sinjar; R. Considerando que o Primeiro-Ministro iraquiano, Haider al-abadi, afirmou, em 15 de abril de 2015, que «se não houver descentralização o país desintegra-se. Para mim, não há limites à descentralização»; 1. Manifesta o seu apoio à República do Iraque e ao seu povo quanto ao reconhecimento de uma província política, social e economicamente viável e sustentável na planície de Nínive e nas regiões de Tal Afar e Sinjar, que seja compatível com as manifestações de autodeterminação legítimas dos seus povos indígenas; 2. Salienta que o direito de regressar à pátria ancestral dos povos indígenas deslocados da planície de Nínive, de Tal Afar e Sinjar muitas das quais estão deslocadas dentro do Iraque deve constituir uma prioridade política do governo iraquiano com o apoio da UE, incluindo os seus Estados-Membros, e da comunidade internacional; 3. Salienta que após o regresso dos povos indígenas da planície de Nínive, Tal Afar e Sinjar à pátria ancestral, com o apoio do governo do Iraque e do governo regional curdo estas populações devem recuperar totalmente os seus direitos humanos fundamentais, nomeadamente os seus direitos de propriedade, que devem prevalecer sobre quaisquer pedidos de direitos de propriedade por terceiros; 4. Salienta que os povos indígenas da planície de Nínive, Tal Afar e Sinjar cristãos (caldeus/siríacos/assírios), yazidis, turquemenos e outros têm direito a proteção, segurança e autodeterminação na estrutura federal da República do Iraque; RE\1107914.doc 5/7 PE593.592v01-00

5. Exorta o governo do Iraque e o governo regional curdo, a UE e os seus Estados- Membros, a comunidade internacional e os atores internacionais a garantirem a integridade territorial e a segurança da planície de Nínive, Tal Afar e Sinjar; 6. Insta o governo do Iraque e os seus parceiros internacionais a tornarem uma prioridade a resolução pacífica de questões relativas às fronteiras internas contestadas da República do Iraque; 7. Insta a UE e os seus Estados-Membros, a coligação contra o Estado Islâmico, a comunidade internacional e os atores internacionais a colaborarem com o governo nacional e os governos regionais da República do Iraque com vista a uma solução sustentável para a situação de segurança na planície de Nínive, Tal Afar e Sinjar; 8. Insta a UE e os seus Estados-Membros e a ONU e os seus Estados-Membros a cooperarem com os governos nacionais e regionais da República do Iraque e com todos os atores relevantes a nível nacional ou internacional, com vista a supervisionar a reintegração pacífica na sua pátria ancestral dos povos indígenas da planície de Nínive, de Tal Afar e de Sinjar agora convertidos em deslocados internos, refugiados ou requerentes de asilo noutros lugares; 9. Insta a UE e os seus Estados-Membros e a ONU e os seus Estados-Membros a cooperarem com os governos nacionais e regionais da República do Iraque, incluindo o governo regional curdo, com vista a fazer da planície de Nínive, de Sinjar e de Tal Afar territórios não contestados e representados politicamente pelos povos indígenas e comunidades da região; sublinha a necessidade de reforço das capacidades profissionais das administrações futuras da planície de Nínive, de Sinjar e de Tal Afar e sublinha a necessidade de a UE, os seus Estados-Membros e a comunidade internacional proporcionarem formação específica; 10. Incentiva a UE e os seus Estados-Membros e a comunidade internacional a apoiarem o governo do Iraque na execução da decisão de criar uma província da planície de Nínive, em conformidade com a deliberação do Conselho de Ministros de 21 de janeiro de 2014, e de aumentar a descentralização estabelecendo igualmente províncias em Tal Afar e Sinjar, apoiando também as novas administrações provinciais de modo a alcançarem todo o seu potencial, em coerência com as manifestações de autodeterminação legítimas dos seus povos indígenas; 11. Incentiva os Estados-Membros da UE a acrescentarem as forças de segurança locais à lista das forças autorizadas a receber assistência; está convicto de que as forças de segurança locais devem incluir as forças locais que estão empenhadas em proteger as comunidades de minorias étnicas e religiosas altamente vulneráveis da planície de Nínive, de Sinjar e de Tal Afar e outros locais da ameaça do jiadismo-salafismo; insta os Estados-Membros da UE a fornecerem equipamentos às forças de segurança locais para a proteção a longo prazo dos seus países de origem; 12. Insta o governo do Iraque com o apoio da UE e dos seus Estados-Membros a fornecer meios para a desminagem das zonas anteriormente ocupadas pelo Estado Islâmico e a trabalhar em cooperação com os conselhos municipais que representam as minorias, com vista a garantir a coordenação das operações e evitar atrasos suscetíveis de impedir o regresso dos refugiados e das pessoas deslocadas internamente; PE593.592v01-00 6/7 RE\1107914.doc

13. Insta a UE, os seus Estados-Membros e a comunidade internacional a intensificarem os esforços para abordar os desafios humanitários enfrentados pelo povo iraquiano em especial as crianças, os idosos, as mulheres grávidas e outras pessoas vulneráveis e insta todos os intervenientes em causa a permitirem a prestação de assistência humanitária sem quaisquer obstáculos; salienta a necessidade duma ação humanitária em grande escala durante a operação de libertação da região de Nínive; reafirma a importância de envolver as organizações de ajuda confessionais na ação humanitária coordenada, em especial no caso das minorias étnicas e religiosas deslocadas; 14. Sublinha a importância de Mossul para todo o Iraque e insta o governo do Iraque a garantir a representação das minorias numa nova administração de Mossul; considera que o regresso dos refugiados e das pessoas deslocadas internamente dependerá da estabilidade da nova administração; salienta o legítimo direito das minorias à participação política e ao restabelecimento dos seus direitos de propriedade; considera que existe uma grande necessidade de meios de comunicação social equilibrados na região, a fim de promover a paz e a luta contra a propagação da ideologia jiadista-salafista após o fim da ocupação de Mossul pelo Estado Islâmico; apela ao apoio a projetos que promovam meios de comunicação social moderados e combatam o discurso de ódio; 15. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, à Vice-Presidente da Comissão / Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, ao Representante Especial da UE para os Direitos Humanos, aos governos e parlamentos dos Estados-Membros, ao Governo e ao Conselho de Representantes do Iraque, ao Governo Regional do Curdistão e ao Secretário-Geral das Nações Unidas. RE\1107914.doc 7/7 PE593.592v01-00