Ano III Nov/2015. Eduardo Rios Ribeiro e Prof. Dr. Luciano Nakabashi

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Transcrição:

No presente boletim é feita uma análise sobre a mudança da estrutura produtiva nas regiões administrativas do estado de São Paulo, com foco nos segmentos da indústria de transformação e da construção civil, entre 2006 e 2014. A Tabela 1 traz informações do crescimento populacional nas diferentes regiões administrativas (RAs) do estado, sendo esta uma variável importante porque mostra a atração de pessoas, onde uma das variáveis relevantes nessa explicação é uma boa dinâmica da economia com consequente geração de empregos. Nessa tabela, nota-se que a RA que apresentou maior crescimento populacional, entre 2006 e 2014, foi a de Ribeirão Preto (RARP), indicando o poder de atração que ela possui. A RA de Campinas também se destaca, assim como a de São José dos Campos, sendo que as três estão entre as mais desenvolvidas do estado. Os dados mostram ainda que a região metropolitana de São Paulo (RMSP) apresenta menor crescimento populacional em relação ao estado como um todo, indicando uma desconcentração relativa da população em relação à RMSP. O maior crescimento das RAs do interior que são mais desenvolvidas e possuem municípios mais populosos, de acordo com os dados da Tabela 1, indica que elas possuem maior potencial de expansão e atração de pessoas por oferecerem melhor infraestrutura, pessoal com maior qualificação média e oferta de serviços para as famílias que decidem por morar em tais regiões. TABELA 1 População Regiões Administrativas Localidades 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 % Crescimento RA Central 914.050 923.508 932.725 941.911 951.408 959.205 967.083 975.050 983.090 7,55% RA de Araçatuba 711.181 716.907 722.930 729.083 735.401 740.350 745.344 750.391 755.485 6,23% RA de Barretos 410.424 412.678 414.839 417.018 419.372 421.347 423.369 425.436 427.149 4,08% RA de Bauru 1.016.267 1.025.381 1.034.378 1.043.130 1.052.395 1.059.963 1.067.610 1.075.327 1.083.120 6,58% RA de Campinas 5.906.158 5.989.141 6.071.958 6.155.279 6.241.314 6.316.310 6.392.473 6.469.831 6.548.374 10,87% RA de Franca 681.220 687.658 693.948 699.813 705.707 711.077 716.492 721.949 727.447 6,79% RA de Marília 921.644 926.300 930.664 935.176 940.347 944.557 948.798 953.085 957.406 3,88% RA de Presidente Prudente 817.914 821.942 825.666 829.200 833.120 836.278 839.464 842.683 845.917 3,42% RA de Registro 269.643 269.778 269.650 269.392 269.233 269.477 269.727 269.984 270.250 0,23% RA de Ribeirão Preto 1.173.066 1.191.109 1.209.228 1.227.392 1.246.046 1.261.778 1.277.734 1.293.923 1.310.348 11,70% RA de Santos 1.590.872 1.609.285 1.627.772 1.645.391 1.662.392 1.679.243 1.696.360 1.713.741 1.731.403 8,83% RA de São José do Rio Preto 1.382.606 1.395.520 1.408.712 1.422.190 1.436.302 1.446.953 1.457.731 1.468.623 1.479.642 7,02% RA de São José dos Campos 2.157.749 2.183.874 2.209.757 2.235.459 2.262.135 2.285.809 2.309.772 2.334.029 2.358.600 9,31% RA de Sorocaba 2.675.873 2.707.684 2.738.922 2.769.373 2.800.953 2.827.771 2.854.915 2.882.415 2.910.264 8,76% RM de São Paulo 18.991.610 19.161.048 19.328.637 19.495.269 19.667.558 19.819.577 19.973.125 20.128.227 20.284.891 6,81% Total do Estado de São Paulo 39.620.277 40.021.813 40.419.786 40.815.076 41.223.683 41.579.695 41.939.997 42.304.694 42.673.386 7,71% Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Fundação SEADE.

A Figura 1 apresenta a evolução do emprego formal na indústria de transformação no total de emprego de cada região administrativa do estado. O que chama a atenção na figura é a retração do emprego relativo na indústria de transformação em praticamente todas as RAs, entre 2006 e 2014. A exceção é a RA de Barretos, com pequena elevação relativa. Entre as regiões mais industrializadas, destacam-se a de Franca, Araçatuba, Central, Campinas e de Sorocaba, onde mais de um quarto da mão de obra está empregada na indústria de transformação. Mesmo a RARP possui relevante participação do emprego da indústria de transformação no total de empregos da região. O emprego industrial desta se encontra, em grande medida, associada ao segmento sucroalcooleiro como, por exemplo, o grande parque industrial situado no município de Sertãozinho que produz máquinas e equipamentos para o setor sucroalcooleiro. A retração da participação da indústria de transformação no emprego das diferentes RAs é uma realidade decorrente de uma perda de competitividade nos últimos anos que tem suas raízes no real apreciado por muito tempo, na elevação dos custos sem elevação da produtividade, sobretudo salários até 2014, na crise internacional, na deficiente infraestrutura, além da falta de pessoal capacitado. Em 2015, com a depreciação do real e início do processo de redução dos salários, o segmento ainda sofre pela grande retração da demanda interna, pois que a maior parte da indústria de transformação produz para atender o mercado doméstico. Figura 1 Proporção do emprego da indústria de transformação no total de empregos da RA.

Na Figura 2, os dados da indústria de transformação em cada RA são relativos ao total do segmento no estado de São Paulo. Nela, nota-se a grande importância relativa das RAs de Campinas, Sorocaba, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Nas duas últimas, a indústria de transformação está mais associada ao segmento agroindustrial como, por exemplo, na produção de máquinas e equipamentos para o segmento. A RMSP possui grande destaque por concentrar boa parte da população do estado, além de ser uma região que, de fato, ainda é altamente industrializada. Já as regiões de Campinas, São José dos Campos e Sorocaba apresentam uma indústria que cresceu em um processo de desconcentração relativa da indústria de transformação. Pelos problemas de excessiva concentração e consequente elevação dos custos de produção na RMSP, a indústria vem crescendo na última década através de um processo de interiorização da produção. Figura 2 - Proporção do emprego da indústria de transformação em cada RA no total de emprego da indústria de transformação do estado de São Paulo A Figura 3 apresentação a participação do emprego no segmento da construção civil no total de empregos de cada região administrativa do estado. Ao contrário da indústria, ocorreu uma elevação relativa do emprego formal da construção civil em praticamente todas as RAs do estado de São Paulo, com exceção da RA de Bauru, que apresentou leve retração relativa. O destaque da expansão relativa fica para as RAs de Registro, São José dos Campos, Ribeirão Preto e de São José do Rio Preto, além da RMSP. A RA de Santos já apresentava importante participação em

2006, mas também apresentou elevação, mantendo a liderança nesse quesito. Essa expansão do emprego relativo da construção civil mostra o seu aquecimento no período analisado. Esse foi o segmento que apresentou grande expansão com as políticas de expansão do demanda, em especial o maior acesso ao crédito por parte das famílias, com juros menores do que em períodos anteriores. Adicionalmente, a maior estabilidade da economia, a elevação salarial e de outras rendas ajudam a entender esse cenário. A elevação dos juros, restrição de crédito, queda na renda das famílias e elevação do desemprego vêm afetando duramente o segmento, com reversão dessa expansão em um país que ainda tem muito a crescer na construção civil. Destaca-se a importância do segmento em Ribeirão Preto. A reversão do cenário econômico apontada anteriormente com forte impacto na construção civil são elmentos que ajudam a entender as dificuldades econômicas que o município e sua região enfrentam atualmente. Preocupa a reversão que começou a ocorrer nesse cenário a partir de 2012, mas com mais força a partir de 2014 e 2015. Figura 3 Proporção do emprego da construção civil no total de empregos da RA. Considerando o emprego da construção civil de cada RA no total de emprego da construção civil no estado, com os dados apresentados na Figura 4, percebe-se o grande destaque da RMSP que concentra mais de 60% do emprego desse segmento em todo estado.

Nesse segmento ainda ocorreu uma pequena elevação relativa da participação da RMSP no total do estado entre 2006 e 2014. Destacam-se, ainda as RAs de Campinas, Santos e Sorocaba, mas com perda de participação relativa no período. Já as RAs de São José dos Campos, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto se sobressaíram e ainda apresentaram ganho de participação no total do estado, entre 2006 e 2014. Figura 4 - Proporção do emprego da construção civil em cada RA no total de emprego da construção civil do estado de São Paulo Considerando os dados apresentados anteriormente, nota-se a importância relativa dos segmentos da indústria de transformação e da construção civil na RARP. Mais importante ainda é o maior crescimento da população da RARP e do ganho de participação no emprego desses dois segmentos em relação ao total de empregos de cada um deles no estado, o que mostra o dinamismo da economia da RARP e a capacidade de geração de empregos e absorção de mão de obra em segmentos econômicos tão relevantes. Por outro lado, a atual crise econômica pela qual passa todo o país, o estado e a RARP preocupa, pois ela está revertendo boa parte dos ganhos anteriores, além dos fortes impactos negativos nos dois segmentos analisados em todas as RAs do estado de São Paulo.