Resumo da Tese de Mestrado de Mário Ezequiel Augusto Tema: Avaliação Experimental de Ferramentas para Medição de Largura de Banda



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Transcrição:

Resumo da Tese de Mestrado de Mário Ezequiel Augusto Tema: Avaliação Experimental de Ferramentas para Medição de Largura de Banda Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em informática da Universidade do Paraná, como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Informática. Orientadora: Prof a Dr a Cristina Duarte Murta. Curitiba 2002

Introdução Medições de desempenho de rede são fundamentais nas atividades de gerência de redes e sistemas, diagnósticos de problemas de desempenho, implantação e verificação de contratos de qualidade de serviço, planejamento de capacidade e caracterização de carga, dentre outras. As medições contribuem para prover informação necessária para a utilização da rede pelas aplicações de serviço. A atividade de medição também auxilia o administrador o uso e a alocação de serviço de largura de banda entre os vários serviços, fornecendo informações essenciais para o planejamento do crescimento da infra-estrutura da rede, através do crescimento e das alterações da carga do tráfego. E a partir da análise do crescimento de carga ao longo do tempo é possível propor alterações nos projetos dos dispositivos de rede e servidores. As medições do desempenho envolvem a análise de métricas que caracterizam o comportamento tanto da rede física como também dos protocolos, roteamento, tráfego e serviços existentes. Existem várias métricas, mas as mais comuns são, largura de banda, atraso e perda de pacotes. A partir destas métricas é possível descrever o desempenho de uma rede. No entanto um diagnóstico preciso só é possível com ferramentas adequadas e confiáveis. Em redes heterogêneas, a medição torna-se mais importante, pois a capacidade de enlace ou de um caminho entre dois pontos pode não ser conhecida. Assim, medições fim-a-fim, que requerem a cooperação apenas dos pontos terminais, pode ser a única forma de monitorar um caminho que inclui várias redes. Este trabalho aborda problemas de medição fim-a-fim de largura de banda em redes IP pois nos últimos anos foram propostas várias técnicas e ferramentas para medição deste problema. Tendo em vista a importância da medição da largura de banda na Internet, acreditamos que avaliação das ferramentas quanto a alguns critérios desejáveis em ferramentas de medição, uma comparação empírica entre as ferramentas disponíveis é de grande interesse para a comunidade. Este trabalho apresenta um estudo sobre as técnicas e ferramenta disponíveis para a medição de largura de banda, com a avaliação experimental de algumas ferramentas disponíveis para largura de banda. As ferramentas são: clink, pathrate, bprobe, cprobe, pchar e nettimer. Os experimentos forma executados em redes de produção, que incluem A rede da UFPR, o backbone da RNP e o backbone da Impsat. As

ferramentas foram avaliadas e comparadas de acordo com critérios específicos, a saber, exatidão das medidas, robustez e tempo de avaliação. Os resultados se mostraram insatisfatórios em vários casos, onde há evidências de que a tecnologia de medição está apenas começando. O trabalho também apresenta algumas técnicas e ferramentas para medição de outras métricas de desempenho, como atraso, variação do atraso e perda de pacotes. A medição é um processo experimental, e representa uma propriedade através de um valor quantitativo expresso em unidades de medida. O desempenho de sistemas computacionais é expresso e representado por quantidades físicas denominadas métricas, que é uma quantidade mensurável, bem definida qualitativamente e expressa quantitativamente. Os componentes necessários para qualquer medição são os métodos de medição e o instrumento de medição. Em redes de computadores, os métodos distintos para medição de uma dada métrica são denominados técnicas de medição, que são procedimentos ou metodologias para proceder a medição. Cada implementação de uma técnica gera uma ferramenta de medição, que é o instrumento de medida. A metrologia é a ciência que estuda os processos de medição, as medidas e os erros associados. As medições são classificadas em diretas, indiretas e combinadas. Na medição direta o instrumento de medida interage diretamente com o objeto de estudo e indica o valos da medida. Nas medições indiretas, o valor da quantidade mensurável é encontrado a partir de relações de dependência conhecidas entre a quantidade e outros parâmetros observados ou avaliados. Nas medições combinadas, empregam ambos os métodos. Em muitos os casos a distinção entre as medições diretas e indiretas pode não ser simples. Outra classificação também usada para as medições em redes de computadores, é a transmissão de pacotes extras na rede para realizar as medições, enquanto outras inspecionam o tráfego na rede ou seus registros. Logo as ferramentas podem ser divididas em dois grupos: ferramentas de medição ativa e ferramentas de medição passiva. A medição ativa injeta pacotes extras na rede, e o resultado da transmissão é medido. A sua desvantagem é a adição de tráfego na rede. A medição passiva não gera tráfego extra, apenas captura os pacotes que estão trafegando na rede no momento da medição. Esta medição pode apresentar limitações, caso o mecanismo de captura não seja tão rápido para capturar todos os pacotes que

estão passando na rede. Outra desvantagem é a análise em tempo real, pois é necessário armazenar os registros para depois analisa-los. De acordo com estas duas classificações, as ferramentas podem ser divididas em quatro grupos. As ferramentas que realizam medição ativa direta injetando tráfego extra na rede e medem diretamente a métrica em questão. Na medição ativa indireta, a ferramenta injeta tráfego, calcula uma métrica e depois infere a métrica em questão baseando-se nestes cálculos. Na medição passiva direta, a ferramenta apenas monitora os pacotes que estão trafegando na rede e com base nestes pacotes calculam a métrica desejada. Na medição passiva indireta, a ferramenta utiliza os pacotes monitorados para calcular uma métrica e, com base nesta métrica, infere a métrica desejada. A característica mais importante da qualidade de medição é a precisão, e é determinada pelos instrumentos de medida empregados, pela técnica de medição empregada e algumas vezes, pela habilidade do executor da medição. A repetibilidade é outra propriedade importante, se a medição é realizada múltiplas vezes sob as mesmas condições, seus resultados serão mais consistentes. A reprodutibilidade é a capacidade de gerar resultados de medição confiáveis da mesma medida em condições diferentes. As técnicas e ferramentas estudas neste trabalho fazem medição ativa das métricas de desempenho das redes e baseiam-se no envio de pacotes. Diversos protocolos são utilizados nos procedimentos de medição. A escolha do protocolo é feita de acordo com o projeto da metodologia de medição ou ferramenta. O protocolo IP desempenha função de roteamento, e as ferramentas utilizam o campo TTL para obter os endereços dos roteadores intermediários entre dois hosts. È um protocolo não confiável e não orientado a conexão. O ICMP permite o envio de mensagens de erro ou controle pela rede., as ferramentas o utilizam com o objetivo de descobrir o caminho que os pacotes percorrem pela rede. O TCP é o protocolo mais utilizado para transmitir dados entre dois hosts. A sua maior vantagem para as ferramentas é que o protocolo implementa mecanismos de retransmissão, garantindo que os pacotes de medição sejam totalmente transmitidos, resultando em maior confiabilidade para a ferramenta, este protocolo é orientado a conexão. O UDP é o protocolo de transporte mais usado para transmitir dados entre dois hosts quando a eficiência é mais importante que a confiabilidade de entrega dos dados. O UDP também é um protocolo não orientado a conexão.

O SNMP é o protocolo padrão de gerenciamento de redes TCP/IP, este protocolo fornece informações contidas nos roteadores. Com as informações, um serviço pode armazenar um histórico sobre as características do tráfego e gerar suas estatísticas. As técnicas e ferramentas de medição em redes, devem apresentar também características que sejam úteis, como reprodutibilidade, pouca intrusão, repetibilidade, precisão e rapidez para a obtenção da medida são as características principais desejáveis. A característica de reprodutibilidade, também chamada de robustez, é definida pela habilidade de empregar a técnica ou a ferramenta em uma grande variedade de ambientes encontrados na internet. A intrusão é dada pela quantidade de carga inserida na rede para obter a medição. A repetibilidade é referida como a consistência nas medições, a precisão é uma característica essencial, pois a confiança no resultado fornecido pela ferramenta depende da precisão de sua medição. A rapidez de execução das medidas pode ser desejável, quando o dado estimado é em tempo real. Definição das métricas Várias métricas são conhecidas e definidas para medição de desempenho e confiabilidade em redes de computadores. Dentre estas métricas estão atraso de ida e volta, atraso de ida, perdas, variação do atraso reordenação de pacotes, tempo de propagação de um enlace, largura de banda, a rota ou caminho entre dois hosts de uma rede, o número de hops de uma rota. Qualquer métrica poderá ser usada de acordo com o que se deseja medir. As métricas propostas foram, três métricas relacionadas a largura de banda, atraso, variação do atraso e perda de pacotes. Largura de banda Largura de banda é a taxa de transmissão de dados na qual um enlace pode propagar a informação. A largura de banda nominal é dada em bits por segundo. As três métricas relacionadas a largura de banda são: Largura de banda de contenção: é a taxa máxima que uma rede pode transmitir dados de um transmissor para um receptor, ou seja, a taxa máxima de transmissão é equivalente ao enlace com a menor largura de banda no caminho entre o transmissor e o receptor, esta métrica não é afetada pelo aumento ou a diminuição do tráfego, pois não considera a métrica.

Largura de banda utilizada: representa a largura de banda utilizada em um enlace, ou seja, a quantidade de dados trafegando por um enlace em um determinado momento. Largura de banda disponível: é a taxa máxima na qual um host consegue transmitir dados ao longo de um caminho da rede em um certo momento, esta taxa considera o tráfego existente no momento da medição. Em um caminho de rede, a largura de banda disponível é determinada pelo enlace com a menor largura de banda não utilizada. A capacidade de um caminho é determinada pelo enlace com a menor capacidade nominal, que é o enlace de contenção, que define o limite superior para a taxa de transmissão entre dois hosts. A largura de banda disponível e a largura de banda utilizada nunca excedem a largura de banda de contenção. Atraso O atraso corresponde ao tempo de transmissão de um host de uma rede a um outro host da mesma rede ou fora dela, geralmente é medido em milissegundos. O atraso pode ser de ida e volta, ou seja, o tempo necessário para transmitir um pacote a um host destino e retransmiti-lo à origem, chamado de round-trip-time (RTT). O tamanho do pacote a ser enviado está relacionado nesta medida, quanto maior o pacote maior o tempo gasto para envia-lo. O tempo gasto em uma transmissão é a soma de várias somas, o tempo para um host processar um pacote, processamento de CPU, este processamento ocorre tanto no transmissor quanto no receptor o tempo de propagação que inicia no momento que o primeiro bit sai do transmissor até o momento que este bit chega no receptor, incluindo atrasos devido a repetidores e outros equipamentos no caminho. O tempo de propagação também é chamado de latência. O tempo de transmissão, que é o tempo para um pacote ser transmitido pela rede, é a razão entre o tamanho do pacote em bits e a largura de banda nominal. O atraso de transporte é o tempo gasto para o pacote atravessar a rede, e inclui os tempos de propagação e transmissão. O atraso total é o atraso no transporte mais os tempos de processamento no transmissor e no receptor. O produto da latência pela largura de banda corresponde à quantidade total de bits que podem trafegar ao mesmo tempo em um enlace.

Variação do atraso A variação do atraso corresponde à diferença entre os atrasos na transmissão de pacotes subseqüentes. O valor da variação do atraso geralmente é considerado baixo quando o atraso máximo não é mais que 10-20% maior que o atraso mínimo. É uma métrica derivada do atraso e pode ser medida a partir do atraso de ida ou do atraso de volta. Esta métrica é muito importante para aplicações em tempo real, pois uma grande variação pode ocorrer erros na apresentação desta aplicação. Perda de pacotes Esta métrica corresponde à porcentagem de pacotes perdidos durante uma transmissão. A perda de pacote é prejudicial aos serviços da rede, pois pode implicar em retransmissão de pacotes perdidos. A importância de cada métrica é relativa de acordo com o uso da rede, se a utilização da rede é baixa, menor que 30%, o atraso é mais importante, pois a qualidade de um serviço pode depender deste valor. Por outro lado, quando a utilização é alta 30% a 70%, a variação do atraso e as perdas podem ser medidas bem importantes para avaliar se ainda é possível executar um serviço ou uma aplicação. Ferramentas para avaliação do atraso e da variação do atraso. O atraso pode ser medido só de ida ou de ida e volta, ferramentas mais simples utilizam o protocolo ICMP para medir o atraso com pedido de echo_request e recebem a resposta com echo_response, utilizando somente um host para executar a medição. Medições mais precisas requerem que a ferramenta seja executada em dois hosts distintos. Pacotes TCP ou UDP são transmitidos com o registro do momento da transmissão. Ao chegarem ao host receptor, subtrai-se o tempo de transmissão. Esta técnica exige que os relógios das máquinas estejam sincronizados. Pa ra a variação do atraso o método é o mesmo, no entanto não é necessário que as máquinas estejam sincronizadas, pois a medida é feita com a diferença entre o tempo de chegada dos pacotes. Ferramentas

Ping Ping, geralmente utilizada para ver se um host é alcançável, informa o tempo de ida e volta dos pacotes, a quantidade de pacotes transmitidos, recebidos e a porcentagem de perda. Suas vantagens são, a rapidez no resultado, a facilidade de uso e não exige instalação extra no sistema operacional. As desvantagens são, utiliza o protocolo ICMP, que tem pouca prioridade em alguns roteadores ou até mesmo sendo bloqueados por alguns roteadores, e por isto fornecendo resultados pouco confiáveis. Por ser uma ferramenta de medição ativa insere tráfego extra na rede. Traceroute A ferramenta traceroute é usada para indicar o caminho que os pacotes IP percorrem do host que executa a ferramenta até um host destino. Indicando o atraso de ida e volta para cada host intermediário. Traceroute fornece as mesmas vantagens e desvantagens e para a ferramenta ping, por também utilizar o protocolo ICMP para executar suas medições. Mtr Mtr é uma combinação do ping e do traceroute. Quando iniciado ele traça o caminho entre o host que executa e o host destino. Após determinar o endereço de cada host intermediário, mando pedidos ICMP echo repetidamente para cada um a fim de medir o atraso e a taxa de perda. As vantagens e desvantagens são as mesmas, com uma vantagem adicional, de executar as duas ferramentas em apenas uma. Iperf O principal objetivo desta ferramenta é ajudar no ajuste de conexões TCP em um caminho de rede específico. O principal ajuste é o tamanho da janela TCP. O iperf mede a largura de banda, perda de pacotes, atraso, variação do atraso e MTU. Usa tanto o TCP quanto o UDP para fazer medições e é executada como cliente/servidor.

Suas vantagens são o ajuste fino da janela TCP, que pode aumentar a largura de banda atingida nas conexões e a variação do atraso medida ajuda na verificação de qualidade para os serviços de tempo real. As desvantagem são a necessidade de ser executada em dois host, por ser uma ferramenta cliente/servidor, e a geração de tráfego na rede por realizar medição ativa. Uma limitação no uso da ferramenta iperf é o uso do tipo de serviço que nem sempre é possível utilizar. Isso é devido ao fato de que alguns roteadores ignoram este campo. Tcptrace Tcptrace é uma ferramenta usada para gerar estatísticas detalhadas sobre conexões TCP tendo com entrada arquivos dump, que são os resultados das execuções de ferramenta como o tcpdump. Tcpanaly Tcpanaly analisa trace de pacotes capturados na rede através da ferramenta tcpdump, fornece informações de várias implementações TCP, fornecendo um diagnóstico das inconsistências TCP encontradas entre as implementações e os traces, fornecendo ajuda a determinar como a implementação TCP se comporta. Suas vantagens são, não gera tráfego, pode analisar implementações TCP cujo código fonte não é disponível. A desvantagem é que deve ser modificado a cada implementação que o TCP surge, estar sujeita aos erros de filtragem do tcpdump, seus resultados são limitados às informações geradas pelo tcpdump. Ferramentas para avaliação de perda de pacotes Ferramentas mais simples transmitem pacotes ICMP para um host destino e aguardam a resposta destes pacotes, para medir a perda de pacotes. Outras ferramentas utilizam a mesma técnica, mas enviam pacotes UDP. Técnicas mais sofisticadas diferenciam a perda de pacotes nos dois sentidos, ida e volta. Sting Sting mede a taxa de perda de pacotes entre dois hosts, e diferencia a taxa de perda dos pacotes nos dois destinos.

O sting apresenta algumas vantagens com relação às outras ferramentas do mesmo gênero, que são, medir a taxa de perda nos dois sentidos, não precisa ser executada em ambos os hosts e não depende do protocolo ICMP. As desvantagens é a adição de tráfego na rede, e por não fazer fazer monitoramento do tráfego fica limitada a calcular a taxa de perda apenas dos pacotes gerados por ela. Ferramentas para captura de pacotes Algumas ferramentas não geram medidas de análise, somente são utilizadas para armazenar os pacotes trafegando na rede, para que posteriormente ferramentas possam analisa-los. Tcpdump Tcpdump a feramenta utiliza um filitro para determinar que pacotes da rede devem ser capturados. Uma vantagem éque os pacotes capturados podem ser armazenados e usados como carga real em simulações de rede, ou para uma análise mais detalhada do tráfego, incluíndo o conteúdo de dados. Classificação das ferramentas Existem diversas ferramentas com características diferentes, no entanto não foi encontrada nenhuma metodologia para a classificação destas ferramentas. Alguns critérios são propostos para a classificação das ferramentas, depois do estudos de diversos técnicas e ferramentas. A classificação proposta neste trabalho é baseada em três critérios, criando três níveis de divisão. O primeiro critério é o tipo de medição, logo as ferramentas estão divididas em medições passivas e ativas. O segundo critério é com a métrica calculada e o terceiro critério divide as ferramentas de acordo com a técnica. Utilizada pela medição. A classificação quanto às técnicas utilizadas foi feita apenas para a métrica largura de banda. As ferramentas também utilizam vários protocolos, por isso outra forma de classifica-las seria utilizando o critério de protocolo utilizado. Técnicas e ferramentas para medição da largura de banda

As técnicas de medição de largura de banda conhecida são: one-packet, packetpair, multi-packet e packet-tailgating. Estas técnicas, de uma forma geral, consistem em enviar um ou mais pacotes pela rede e medir o tempo necessário para o pacote chegar até o destino. Técnica One-Packet Esta técnica consiste enviar vários pacotes de tamanhos variados e fazer medições individuais para cada pacote e enlace. Para medir cada enlace, o campo TTL do cabeçalho IP é primeiramente inicializado em 1 e posteriormente, acrescido de 1 a cada enlace medido. Para cada pacote transmitido, o tempo até o transmissor receber uma resposta ICMP de erro é medido e, através de análise estatística, são calculados a latência e a largura de banda de cada enlace do caminho. A técnica one-packet é baseada em alguns pressupostos: 1- o tempo de transmissão é prporcional ao tamanho do pacote; 2- os roteadores seguem a política store-and-forward; 3- os enlaces são formados por um único canal; 4- alguns pacotes na medição não são enfileirados ao longo do caminho 5- as respostas ICMP são prontamente retornadas; 6- o uso do campo TTL não indentifica nodos invisíveis, que não tem endereço IP e são store-and-forward, porém estes nodos podem gerar atrasos na medição, diminuindo a precisão. Em relação a estes pressupostos deve-se ressaltar, que à política store-andforward se não for usada por um roteador, o atraso medido no enlace seria menor e a largura de banda resultante seria superestimada, os enlaces são formados por um único canal nem sempre é verdadeiro, as respostas ICMP são prontamente retornadas nem sempre é verdadeiro, pois alguns roteadores diminuem a prioridade de processamento destes pacotes. A limitação desta técnica é devido ao pressuposto de que os enleces são formados por apenas um canal e o pressuposto que o tráfego não causa o enfileiramento dos pacotes. As ferramentas que utilizam esta técnica são o pathchar, clink e pchar. Técnica Packet-Pair

Calcula apenas a largura de banda de contenção em um caminho. Esta técnica baseia-se no conceito de dispersão de pacotes, que tem como idéia fundamental, se dois pacotes são transmitidos juntos por um caminho de rede e se enfileiram juntos no enlace de contenção, ao passarem por este enlace eles serão separados pelo atraso de transporte do primeiro pacote neste enlace. Quando a confirmações de recebimento dos dois pacotes chega no host transmissor, o tempo entre as chegadas é o tempo resultante da dispersão no enlace de contenção. Este tempo é utilizado para calcular a largura de banda de contenção. Esta técnica é baseada em alguns pressupostos que nem sempre são reais nas redes atuais e acabam limitando a confiabilidade dos resultados: 1- os pacotes não são reordenados no caminho de rede; 2- o caminho de rede por onde trafegam os pacotes não muda com freqüência; 3- a largura de banda de contenção é a mesma em ambas as direções (ida e volta); 4- os dois pacotes são transmitidos com um intervalo de tempo pequeno, para que sejam enfileirados juntos, impedindo que outro tráfego seja enfileirado entre os pacotes da medição; 5- os dois pacotes da medição se enfileiram juntos no enlace de contenção e não em um enlace posterior. Em relação ao primeiro pressuposto se houvesse reordenação dos pacotes, o tempo entre as chegadas seria negativo, dependendo da ferramenta, sendo impróprio para o cálculo da largura de banda. O pressuposto de que o caminho de rede não muda com freqüência não muda é necessário, pois vários pares são enviados, e se o caminho mudar a largura de banda de contenção poderá mudar e os pares poderão apresentar valores diferentes. Com relação ao pressuposto de que a banda de contenção é a mesma em ambas as direções, só haverá problemas se a banda de contenção do caminho de volta for menor, pois os dois pacotes refletirão a banda de contenção de volta, mas o contrário não causaria problemas. O pressuposto que outro tráfego não se enfileira entre o par de pacotes pode não acontecer, principalmente em redes congestionadas. Se outro tráfego se enfileirar entre o par de pacotes, a largura de banda será subestimada, pois o tempo entre as chegadas do par da pacotes aumentaria. Com relação ao ultimo pressuposto, se o par de pacotes se enfileirar em um enlace posterior ao te contenção, a

largura de banda resultante refletirá a menor largura de banda posterior ao enlace de contenção. As ferramentas que utilizam esta técnica são bprobe, cprobe e pathrate. Técnica Multi-Packet A técnica multi-packet mede o atraso de todos os pacotes em um certo fluxo de dados. Esta técnica também leva em consideração os tempos que os pacotes ficam enfileirados ao longo do caminho. Como as outras técnicas esta também é baseada em alguns pressupostos: 1- pressupões que pacotes de outros fluxos não se enfileirem no fluxo que está sendo medido; 2- pressupõe que o tempo de transmissão é proporcional ao tamanho do pacote; 3- pressupõe que os roteadores intermediários são store-and-fodward. No entanto, como já foi visto, a presença de outros fluxos subestima o resultado da medição. Para resolver este problema, também são usados os atrasos mínimos. O pressuposto de que o tempo de transmissão é proporcional ao tamanho do pacote permite abter a latência do enlace através de regressão linear utilizando os valores mínimos dos atrasos. Esta técnica não está implementada em nenhuma das ferramentas avaliadas neste trabalho, mas é a base para técnica packet-tailgating descrita a seguir. Técnica Packet-Tailgating Esta técnica foi desenvolvida a partir da técnica mult-packet. Nesta técnica são transmitidos dois pacotes juntos. A técnica pressupõe que o primeiro não se enfileira até alcançar seu destino e o segundo pacote se enfileira atrás do primeiro até o enlace de contenção e em nenhum enlace posterior a este. A única ferramenta que utiliza esta técnica é o nettimer. Discussão sobre as técnicas de medição de largura de banda. Cada técnica apresenta uma particularidade. Com à métrica estimada, as técnicas one-packet, multi-packet e packet-tailgating calculam a largura debanda de todos os

enlaces ao longo de um caminho enquanto que a técnica packet-pair calcula apenas a largura de contenção. O tempo de transmissão depende da metodologia utilizada, quanto maior a quantidade de pacotes transmitidos e maior o tempo entre as transmissões, maior é o tempo de execução. O tempo varia também de acordo com a precisão da estimativa calculada pela ferramenta. Estas técnicas apresentam algumas desvantagens ou limitações que as impedem de fornecer resultados mais exatos ou mais rápidos. Existem pesquisas nesta área, para estudar fatores de rede como comportamento de atraso e congestionamento para desenvolver técnicas melhores, isto prova que as técnicas existentes ainda precisam evoluir. Ferramentas para Avaliação de largura de banda. Largura de banda de contenção bprobe bprobe: calcula a largura de banda do enlace de contenção de um caminho de rede. Utiliza a técnica packet-pair, transmite pacotes ICMP ECHO consectivos e registra os tempos entre as chegadas das respostas ICMP. Uma das vantagens é a medição rápida, a quantidade de tráfego introduzido na rede não é alto, pois utiliza dois pacotes para ter a medida da largura de banda e só é preciso executar a ferramenta em um host, ou seja, não é preciso executar no host destino. Suas desvantagens são advindas da técnica packet-pair, em redes que o caminho de ida é diferente do caminho de volta, o resultado não será confiável, pois a largura de banda de contenção pode na ser o mesmo. Outro fato é utilizar o tempo de RTT que é menos preciso que o tempo de envio. As limitações do packet-pair o bprobe oferece soluções. Para a falha de enfileiramento, o bprobe transmite vários pares de pacotes variando o tamanho, pois pacotes maiores tem mais chances de se enfileirar. Para evitar que outros pacotes se enfileirem entre o par de pacotes, a ferramenta transmite um grande número pacotes, aumentando a possibilidade de um par chegar junto no ponto de contenção. E em relação

a perda de pacotes, quanto maior o pacote maior a chance dele ser perdido, para evitar isso a ferramenta transmite pacotes de vários tamanhos e vários pacotes do mesmo tamanho. Pathrate Pathrate utiliza o protocolo UDP para fazer a medição e uma conexão TCP para controle dos pacotes transmitidos e recebidos, utiliza o atraso apenas de ida, e deve ser executada nos dois hosts, e além de pares de pacotes da técnica packet-pair, utiliza trilhas de pacotes. A execução da ferramenta é dividida em duas fases. A primeira fase chamada packet-pair probing, onde um grande número de pares de pacotes são transmitidos e como resultado obtém-se uma distribuição da largura de banda com uma ou mais modas, cada uma indicando uma possível largura de banda. Nesta fase a ferramenta calcula o tamanho do bin, ou seja, o tamanho do intervalo da distribuição, que também será a resolução final da largura de banda de contenção, pois o resultado da ferramenta não é um valor discreto e sim um intervalo. Se a distribuição resultante apresentar apenas uma moda, está é considera a largura de banda, mas se a distribuição apresentar várias modas, a ferramenta executa a segunda fase, chamada de packet train probing. Nesta fase é transmitido series cada vez maiores e pacotes até a distribuição resultante da largura de banda convergir para apenas uma moda, chamada de ADR (Asymptotic Dispersion Rate). Pathrate é robusta o suficiente para medir com a memsma exatidão enlaces com pouco ou muito tráfego. Outro fato é que o resultado não é prejudicado por assimetria na rede, devido ao fato da ferramenta só medir o atraso somente na ida do pacote. Suas desvantagens são: a necessidade de ser executada em dois hosts, a geração de tráfego é na ordem de Kb/s e o valor bin é calculado pela ferramenta e não pode ser especificado como paramento da ferramenta. Nettimer Nettimer tem o objetivo de estimar a largura de banda de contenção de um caminho de rede. Para realizar os cálculos, utiliza medição passiva para monitoramento do tráfego corrente e medição ativa usando a técnica packet-tailgating. A ferramenta apresenta vária vantagens que são: o tempo de resposta, devido a agilidade da técnica usada, executando rapidamente as medições, a robustez e a

flexibilidade, pois segundo seus autores podem detectar enlaces formados por vários canais, não depende da velocidade de entrega dos pacotes ICMP dos roteadores, não depende de confirmação de pacotes, rede assimétrica, pode ser usada somente em um host ou nos dois fins. Uma desvantagem é a dificuldade de medir um enlace de alta velocidade após um enlace de baixa velocidade. A presença de fila em qualquer host pelo caminho de rede perturba a medição de todos os enlaces. Uma limitação, segundo os autores, é que exige recurso computacional no transmissor para que os pacotes sejam transmitidos rapidamente no primeiro enlace com o objetivo de se enfileirarem. Largura de Banda Nominal Pathchar Pathchar estima a latência e a largura de banda nominal de cada enlace ao longo do caminho. Esta ferramenta é baseada na técnica one-packet de medição de largura de banda. Pathchar utiliza o campo TTL do pacote IP para identificar cada host no caminho e medir a largura de banda de cada enlace, transmite uma série de pacotes de tamanhos variados, para cada pacote aguarda uma resposta de erro e mede o tempo de retorno deste pacote (RTT). Através de análise estatística destas medições, o pathchar infere o atraso e a largura de banda de cada enlace, a distribuição dos tempos em fila e a probabilidade de perda de pacotes. Além de medir as três métricas mais importantes em desempenhos de rede, atraso, largura de banda e taxa de perda, pathchar realiza medições e apresenta os resultados para todos os enlaces individuais. Uma desvantagem é o tempo necessário para se obter os resultados, pois é transmite algumas centenas de pacotes por enlace e cada pacote só é transmitido quando a resposta do pacote anterior chega, aumentando o tempo de execução. O pathchar apresenta algumas limitações, os resultados não são exatos para enlaces com mais de um canal. Quando o caminho é assimétrico, os resultados não são

precisos pois a ferramenta utiliza o RTT, é imprecisa se o caminho mudar durante a execução, pois utiliza as medições dos enlaces anteriores para calcular os próximos enlaces. Clink Clink é baseada no pathchar, esta ferramenta mede a latência e a largura de banda de cada enlace. A interface e a técnica são baseadas na pathchar, apesar de usar a mesma técnica, seu autor descreve, que não transmite sempre a mesma quantidade de pacotes para calcular a largura de banda em cada enlace e sim, usa métodos estatísticos para reduzir a quantidade de medições necessárias. Quando clink detecta a convergência de um valor para largura de banda durante o procedimento de medição, a ferramenta finaliza o envio de pacotes. O clink apresenta as mesmas vantagens, desvantagens e limitações da ferramenta pathchar, com a vantagem de utilizar menos pacotes, gerando menos tráfego na rede e diminuindo o tempo de execução. Pchar esta ferramenta é uma reimplementação do pathchar, no entanto esta ferramenta vem sendo atualizada no decorrer do tempo. As atualizações, que incluem suporte SNMP e Ipv6. Largura de banda disponível cprobe cprobe foi projetada para estimar a largura de banda disponível no enlace de contenção. Para calcular a largura de banda disponível, primeiramente calcula a largura de banda de contenção através do algoritmo da ferramenta bprobe. E então transmite uma taxa de seqüência de pacotes ICMP ECHO a uma taxa superior à banda de contenção, até o host destino e registra o tempo entre o recebimento do primeiro e último pacote, quando voltam ao transmissor. A largura de banda disponível é obtida pela razão da quantidade de bytes transmitidos e a diferença entre a chegada do primeiro e ultimo pacote. Esta ferramenta apresenta mesmas vantagens já citadas na ferramenta bprobe. Uma das desvantagens é o fato do sistema operacional atrasar o processamento dos pacotes, resultando em um cálculo errôneo da largura de banda estimada. E o fato de

utilizar o bprobe para medir o enlace de contenção, torna-se dependente dos seus erros de medição. Largura de banda utilizada MRTG MRTG é uma ferramenta de monitoração de tráfego de dados em enlace de rede. Utiliza o protocolo SNMP, para ler informações de tráfego nos roteadores e switches. Com estas informações armazenadas, o MRTG gera estatísticas de tráfego e apresenta página HTML contendo gráficos da largura de banda utilizada. Vantagens desta ferramenta são, dados precisos, pois lê diretamente de variáveis SNMP, os arquivos de registros de utilização não crescem com o tempo, pois as informações obtidas mais antigas são armazenadas em forma de média, a facilidade de acesso e interpretação dos gráficos gerados pode ser executado tanto nas plataformas Windows como Unix, o código é aberto, pode-se obter qualquer informação de variáveis SNMP disponíveis nos roteadores e com utiliza SNMP, pode ser aplicada em qualquer rede com SNMP. Desvantagens são, os gráficos não gerados no momento em que são acessados e sim, a cada 5 minutos por padrão e com isso, os dados apresentados são referentes aos últimos 5 minutos, não mede a largura de banda nominal, apenas a utilizada, por utilizar o protocolo SNMP para pegar as informações, e este por sua vez utiliza o protocolo UDP, informações podem ser perdidas, gerando informações erradas. Uma limitação é que as informações de desempenho são obtidas das variáveis SNMP e portanto as métricas ficam restritas à estas informações. Só pode ser utilizada com a autorização dos administradores de rede. Linkstat Linkstat como o MRTG esta ferramenta é utilizada para estimar largura de banda utilizada em enlaces da internet, a partir de informações obtidas dos roteadores através do protocolo SNMP, seus gráficos são gerados pela ferramenta RRDtool, é composta de dois módulos, o primeiro captura as informações de tráfego e o outro recebe as consultas dos usuários e apresenta os gráficos.através de página web. As vantagens desta ferramenta são a flexibilidade de visualização do tráfego, onde o usuário pode escolher a duração da medida, tamanho do gráfico, mostrar ou não

legenda e picos de tráfego, facilidade de uso e os gráficos são gerados apenas quando um usuário executa a ferramenta, fornecendo recurso computacional sob demanda. Suas desvantagens são parecidas com as do MRTG, por utilizar o UDP, informações pode ser perdidas. E três limitações são observadas, o tempo mínimo de atualização dos dados é de um minuto, as informações ficam limitadas as variáveis SNMP e seu acesso dependa da autorização dos administradores da rede. Projetos dos experimentos e resultados O Ambiente Experimental Os experimentos foram projetados para avaliar as ferramentas de medição ativa de largura de banda de contenção, de banda disponível e de banda nominal através de execuções destas ferramentas em uma rede operacional de uso comum. Os resultados obtidos foram comparados com a capacidade nominal e também comparados entre si. Os caminhos utilizados para os experimentos eram de várias distâncias medidas em número de hops. O caminho mais curto é a partir do computador tweek até o bebe, com apenas m hop. O segundo caminho mais curto é o tweek à dupond de dois hops. O caminho de três hops do tweek à ns tem um enlace de 1Gb/s. A largura de banda de contenção destes três promeiros caminhos é de 100mb/s. O segundo caminho mais longo, tweek à labsec01 tem um comprimento de 6 hops e a banda de contenção é o enlace de 8Mb/s, um enlace com velocidade próxima ao de contenção neste último caminho é o enlace de 10Mb/s da rede local onde está conectado o computador labsec01. O caminho mais longo é o tweek ao mail, que é formado por vários enlaces ATM e Fast Ethernet na rede interna e o enlace do provedor da internet que é o enlace de contenção deste caminho 2Mb/s. Os caminho de rede foram escolhidos de forma a incluir LANs e WANs, o que implicou uma grande variação de distância física. As ferramentas utilizadas nos experimentos foram bprobe, cprobe, pchar, clink, nettimer e pathrate, todas de medição ativa fim-a-fim. Estas ferramentas forma escolhidas pela disponibilidade de código fonte, pela existência de documentação explicando seus fundamentos e pro serem ferramentas amplamente referenciadas na literatura. Metodologia de Validação dos Resultados

Foram realizadas cinco execuções de cada ferramenta. Este número de execução mostrou-se satisfatório, pois foi suficiente para observar a variação dos resultados e a comparação entre as ferramentas. O objetivo de executar cinco vezes as ferramentas é verificar a característica de repetibilidade, e por isso devem fornecer o mesmo resultado ou parecidos. Os horários de realização dos experimentos foram bem variados, incluindo manhã tarde e noite, de segunda a domingo. Com a variação do horário, para garantir diferentes intensidades de tráfego. Para validação dos resultados foram utilizadas as velocidades nominais dos enlaces, fornecidas pelos administradores de rede dos backbones. O ambiente experimental variado permite testar a precisão, a robustez e o tempo de execução das ferramentas. Resultados Largura de Banda Nominal Os experimentos para esta métrica, foram realizados pelas ferramentas clink e pchar. Ambas estimam a capacidade nominal de cada enlace. Foram realizados experimentos em todos os caminhos a partir da máquina tweek, ou seja, nos caminhos tweel à bebe, tweek à dupond, tweek à ns, tweek à labsec01 e tweek à mail. No caminho tweek a bebe com somente um hop, a largura de banda obtida por ambas as ferramentas foi bem inferior à largura de banda nominal, sendo que os resultados de pchar foram melhores que os resultados de clink. O tempo de execução foi estável para todos os experimentos realizados. As execuções de pchar foram mais longas. No caminho tweek à dupond com dois hops, a imprecisão nos resultados e a estabilidade dos tempos de execução de ambas as ferramentas se repetem neste caminho. Os dois enlaces deste caminho tem 100Mb/s. o clink subestima a medida no primeiro enlace e superestima no segundo enlace. Para a ferramenta pchar os resultados obtidos para a largura de banda obtidos forma negativos para o segundo enlace. Os

tempos de execução da ferramenta clink foram praticamente os mesmos no caminho tweek à bebe, apenas as execuções de pchar foram mais longas. Para o caminho tweek à ns, que é composto de alguns enlaces de 1000Mb/s, a ferramenta clink apresentou resultados negativos, o que é incorreto, e pchar não apresentou resultados. Estes resultados indicaram que as ferramentas são inadequadas para medir enlaces com largura de banda maiores. Os tempos de execução do clink mostram variação, sendo significativamente menores do que os tempos dos experimentos anteriores. Os tempos de execução do pchar continuam estáveis. As medidas mais precisas foram obtidas no enlace de contenção, no entanto muito inferior da largura de banda nominal real do enlace. Os tempos de execução do pchar continuaram estáveis. No caminho tweek à labsec01, que é composto de seis hops, foi observado mais uma vez a imprecisão para larguras de banda maiores de 1000mb/s. As medidas mais precisas foram obtidas no enlace com menor largura de banda, o de contenção que é de 8Mb/s e o ultimo de 10Mb/s. Os tempos de execução neste caminho, mais longo que os anteriores, mostram-se também variados. No caminho tweek à mail, novamente os resultados mais precisos foram das larguras de banda menores, ou seja, até 10Mb/s. Os tempos de execução variaram um pouco, mas foram mais estáveis que os tempos da ferramenta clink. As ferramentas obtiveram resultados parecidos quanto a precisão, provavelmente por utilizarem a mesma técnica. A precisão foi ruim quando as ferramentas mediram enlaces com 100Mb/s ou mais. Uma explicação para isto é o fato de que a velocidade para um pacote trafegar e voltar num certo enlace pode ser menor que o tempo de resposta do roteador anterior a este enlace. Comparando o pchar e clink, a primeira apresentou resultados mais próximos da capacidade nominal, embora ambos os resultados tenham sido ruins em todos os experimentos. Com relação ao tempo de execução, ambas as ferramentas demoram mais para excutar do que as outras, em algumas execuções variando a dezenas de minutos a algumas horas, sendo que o clink obteve os resultados, em geral, em menos tempo, na ordem de dezenas de minutos nos caminhos tweek à bebe, tweek à dupond e tweek à labsec01, e na ordem de um minuto no caminho tweek à ns. Apenas no caminho mais longo, tweek à mail, a ferramenta pchar obteve os resultados em menos tempo que o clink, entre duas e três horas de execução.

O numero de pacotes transmitidos por clink e pchar também é maior do que o número de pacotes utilizados pelas demais ferramentas testadas neste trabalho. Em relação a execução, à única dificuldade observada nestas duas ferramentas foi o tempo longo de execução, o que inviabiliza seu uso se a finalidade for usar o resultado em tempo real. Largura de banda de contenção Para medir a largura de banda de contenção foram testadas as ferramentas bprobe, nettimer e pathrate. No caminho tweek à bebe, os resultados da ferramenta nettimer indicam uma largura de banda de contenção superior a instalada no caminho. A pathrate e bprobe apresentam resultados satisfatório. A ferramenta pathrate alcançou todos os resultados já na fase inicial da execução. Nettimer e bprobe procederam a medição em um segundo, enquanto pathrate demorou cerca de um minuto e quinze segundos. No caminho tweek à dupond, não foi possível obter qualquer resultado da nettimer devido ao bloqueio de firewall, os resultados do pathrate estão bem próximo da banda nominal, os resultados do bprobe indicam largura de banda de contenção bastante inferior à banda nominal instalada no enlace. No caminho tweek à ns, embora a banda de contenção seja 100Mb/s, os cinco resultados de bprobe mostram uma banda de contenção inferior a 10Mb/s. Com o nettimer não foi possível obter qualquer resultado devido ao bloqueio no firewall. Nas execuções do pathrate a ferramenta iniciava a transmissão de pacotes e depois finalizava a execução, indicando um grave número de perdas. No caminho tweek à labsec01, nos resultados do nettimer há uma certa concentração no valor de 29Mb/s, sendo que a banda de contenção é de 8Mb/s. Os resultados do pathrate os dois últimos tendem a uma banda de 10Mb/s, sendo que a banda de contenção é de 8Mb/s, o fato disto ter acontecido é provavelmente a influencia do último enlace do caminho que é de 10Mb/s. Os resultados do bprobe apresentam certa variação, com a maioria dos resultados um pouco acima do esperado. No caminho tweek á mail, a banda de contenção é de 2 Mb/s e foi observado novamente a instabilidade nos resultados do nettimer, o pathrate obteve a melhor estabilidade e precisão dos resultados, no entanto chegou a demorar mais de uma hora e

meia para realizar a medição, o bprobe também obteve resultados bons, mas com certa variação. De uma forma geral os resultados do nettimer são pouco confiáveis, as ferramentas pathrate e bprobe obtiveram os resultados mais próximos da largura de banda de contenção, sendo que o pathrate apresentou as medições mais precisas. O tempo de execução do nettimer e do bprobe ficou na ordem de alguns segundos. O pathrate demorou entre 1 e 2 minutos, quando a ferramenta encontrava um bom resusltado na fase inicial, geralmente em horários de menor tráfego. A execução das ferramentas nettimer e pathrate no caminho tweek à dupond e tweek à ns foi dificultada devido ao firewall, que bloqueava as portas necessárias às ferramentas. A ferramenta pathrate deve ser executada nos dois fins do caminho, enquanto as demais são executadas a partir de um único host. Largura de banda disponível A única ferramenta testada é o cprobe. A validação do cprobe só foi possível no caminho tweek à mail, onde estava disponível a ferramenta MRTG, com as estatísticas de tráfego do enlace. De acordo com as informações fornecidas pelos gráficos MRTG, a ferramenta cprobe obteve quatro dos vinte e cinco resultados acima da banda nominal, ou seja, fora do intervalo. Seu tempo de execução foi de um segundo para todas as execuções, mesmo nos caminhos mais longos e com atrasos maiores como nos caminhos tweek à labsec01 e tweek à mail. Limitações das ferramentas Um dos fatores que podem limitar a precisão das medições nas ferramentas estudadas é a necessidade de resposta para pacotes transmitidos. O fato de algumas ferramentas utilizarem respostas ICMP para medir o RTT dos pacotes, pode gerar resultados imprecisos, pois roteadores presentes no caminho de rede podem ter prioridades baixas para processarem respostas ICMP, o que aumenta o tempo de resposta e diminui a estimativa da largura de banda. O tráfego de dados de outros fluxos podem prejudicar os resultados da medição, quando a técnica utilizada for packet-pair, pois pode acontecer de tráfego extra

processado entre os dois pacotes, causando dispersão dos pacotes, diminuindo a largura de banda, ou quando o primeiro pacote do par encontrar fila num roteador após o enlace de contenção. Isso pode fazer com que o segundo pacote do par alcance o primeiro, e resultando o valor da banda de contenção o enlace medido após a banda de contenção. Nas medições fim-a-fim, o processamento de outros aplicativos na origem e no destino, pode alterar a largura de banda resultante. Em redes assimétricas o valor da largura de banda pode ter seus resultados alterado altera, devido a diferença dos caminhos de ida e volta. As resoluções dos relógios devem estar o mais atualizadas possível, entre as máquinas que estão executando a medição, para ter uma melhor precisão. O tamanho de pacote quando grande pode ajudar na medição,no entanto podem causar tráfego extra na rede. E para pacotes grandes, é necessário garantir que não sejam maior que a MTU, evitando que este seja fragmentado. Quanto mais rápido o microcomputador que está medindo a dispersão dos pacotes, maior será a largura de banda que pode sr medida. Conclusões Medições fim-a-fim de largura de banda são essenciais em redes como a internet, pois podem ser a única forma de conhecer a capacidade máxima e a capacidade instantânea de um caminho. As ferramentas clink, pathrate, bprobe, cprobe, pchar e nettimer para medição ativa fim-a-fim de largura de banda foram testadas em trechos diversos de algumas redes. Os testes demonstram as características de precisão, repetibilidade e robustez das ferramentas. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que a ferramenta que produziu os melhores resultados foi o pathrate, que obteve bons resultados em três dos cinco caminhos medidos, estes resultados obtveram erro igual ou inferior a 10% em relação à capacidade instalada conhecida. No entanto apresentou tempos de medição muito longos, o que inviabilizam a utilização da ferramenta em situações de tempo real. A segunda melhor ferramenta foi o bprobe com dois resultados bons, seguindo o critério dos erros serem iguais ou inferior à capacidade instalada conhecida. As ferramentas clink, pchar e nettimer e cprobe, seus resultados foram considerados insatisfatório.

Nenhuma ferramenta testada apresentou simultaneamente confiabilidade e rapidez nas medições. Algumas ferramentas não são robustas com relação à mudança grande da largura de banda em enlaces adjacentes. E de acordo com toda a pesquisa foi concluído que as ferramentas precisam ser melhoradas, ou novas ferramentas devem ser propostas. As propostas destes trabalho é de uma nova ferramenta que apresente bons resultados quanto à precisão, confiabilidade, repetibilidade e tempo de execução. Outra proposta é para a utilização de mecanismos de sincronização como GPS e CDMA, pois é esperado que a utilização destes mecanismos elimina o problema de sincronização dos relógios, relando os problemas específicos das técnicas e ferramenta de medição.