ANÁLISE COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES DE CONCRETOS CONVENCIONAIS COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO CIMENTO PORTLAND POR CINZA DA CASCA DE ARROZ

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ANÁLISE COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES DE CONCRETOS CONVENCIONAIS COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO CIMENTO PORTLAND POR CINZA DA CASCA DE ARROZ Felipe Basquiroto de Souza 1 Alceu Lima Ramos Netto 2 Daiane dos Santos da Silva 3 Bruno do Vale Silva 4 Resumo Com a crescente preocupação mundial com as questões ambientais, a cada dia busca-se novas alternativas para um desenvolvimento sustentável, como a prática da ecologia industrial. A Cinza de Casca de Arroz (CCA), por sua vez, é um resíduo agroindustrial decorrente do processo da queima da casca de arroz que devido às suas propriedades pozolânicas como alto teor de sílica e área de superfície específica tende a promover melhorias nas propriedades mecânicas e na durabilidade de concretos. Este trabalho apresenta uma análise comparativa da influência da substituição parcial em massa do cimento Portland pozolânico por uma CCA comercial em diferentes teores (0%, 10%, 15% e 20%) nas propriedades do concreto convencional nas idades de 7, 28, 56 e 91 dias, sendo as misturas avaliadas quanto a resistência à compressão axial e diametral, módulo de elasticidade e ph. Os resultados indicam que emprego da CCA na composição dos concretos não geram influência significativa quanto às propriedades mecânicas e reduzem a alcalinidade das misturas com maiores teores de substituição. Palavras-chave: Cinza de Casca de Arroz (CCA). Concreto Sustentável. Pozolana. INTRODUÇÃO A crescente preocupação mundial com as questões ambientais e a valorização de produtos com o selo de sustentabilidade é cada vez mais nítida, e com o cimento não poderia ser diferente. Apesar de ser reconhecido como um material verde, o cimento Portland tem um uso intensivo de energia em seu processo de fabricação (4 GJ/t de cimento), sendo também responsável por grandes emissões de CO2. Na fabricação de uma tonelada de clínquer de cimento lança-se aproximadamente 1 tonelada de CO2 na 1 Acadêmico do curso de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense. E-mail: felipebasquiroto@gmail.com. 2 Acadêmico do curso de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense. 3 Professora Mestre, Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense. 4 Professor Mestre, Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Extremo Sul Catarinense. 5

atmosfera, fazendo com que sua produção mundial seja responsável por quase 7% das emissões globais (MEHTA; MONTEIRO, 2010). Como a redução da geração de resíduos pelas atividades industriais é tecnicamente limitada, o melhor caminho a ser seguido é o da reciclagem, adotando-se uma abordagem holística para um desenvolvimento sustentável com a prática da ecologia industrial, que implica em reciclar os resíduos produzidos por uma indústria para que substituam matérias-primas de outras indústrias e, assim, reduzam o impacto ambiental de ambas (MEHTA; MONTEIRO, 2010). A Cinza da Casca de Arroz (CCA), por sua vez, é um resíduo agroindustrial decorrente do processo da queima da casca de arroz, que devido a seu alto poder calorífico, cerca de 16720 kj/kg (DELLA et al., 2005), constitui em uma fonte alternativa para a produção de energia, sendo amplamente utilizada no parque industrial tanto para secagem e parboilização dos grãos na própria indústria de beneficiamento, como em outros ramos de atividades (POUEY, 2006). Assim, cada tonelada de arroz colhido produz cerca de 200 kg de casca que, na combustão, gera aproximadamente 40 kg de uma cinza leve e volumosa, fazendo deste um processo com uma enorme quantidade de matéria acumulada comumente descartada de forma inadequada, ocasionando graves problemas ambientais por ter em sua constituição certa quantidade de carbono residual (POUEY, 2006; BEZERRA et al., 2011). Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil aparece hoje como o nono maior produtor de arroz em casca do mundo (FAO, 2011), com uma produção anual de aproximadamente 11,39 milhões de toneladas (IBGE, 2013). A região sul, com os estados de Santa Catarina e principalmente do Rio Grande do Sul, é historicamente a grande força motriz da rizicultura brasileira, sendo que somente as lavouras gaúchas produziram cerca de 7,69 milhões de toneladas neste último ano, e somadas a as catarinenses (1,1 milhões de toneladas), são responsáveis por 77% de toda a safra nacional. Devido a essa grande disponibilidade de CCA providas da agroindústria tanto mundial como na região sul do Brasil, diversos estudos foram desenvolvidos sobre sua aplicação como material pozolânico na preparação de concretos e argamassas a base de cimento Portland. Segundo a ABNT NBR 12653 (2012), pozolanas são materiais 6

silicosos ou silicoaluminosos que, por si sós, possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante, mas que, quando finamente divididos e na presença da água, reagem com o hidróxido de cálcio para formar compostos com propriedades aglomerantes. E de acordo com as pesquisas realizadas o emprego da CCA tende a promover melhorias nas propriedades mecânicas e na durabilidade de concretos, além de reduzir a temperatura de hidratação (CORDEIRO et al., 2009), e pode ser utilizada como uma fonte alternativa da sílica ativa, devido a suas excelentes características (TASHIMA, 2006). Essas melhoras se devem ao fato que durante o processo de hidratação do cimento, além de se formar produtos cimentantes caracterizados como gel do tipo C-S- H, também é liberado cerca de 20% de hidróxido de cálcio que acabam por reagir com a pozolana para formar novos produtos cimentantes, similares aos iniciais, diferenciados apenas pela relação Si/Ca (TASHIMA et al., 2011), tendo como resultado a produção de fases químicas com maior estabilidade e poder aglomerante (CARMO; PORTELLA, 2008). A incorporação da CCA também modifica a microestrutura da pasta de cimento, atuando fisicamente como fíler inerte, através do efeito fíler, pois devido ao menor diâmetro de suas partículas, a CCA exerce o papel de material de preenchimento, melhorando o empacotamento do sistema (MENEZES et al., 2009), diminuindo a quantidade de poros existentes e proporcionando uma melhor coesão à matriz cimentícia (TASHIMA et al., 2011), essencialmente na microestrutura da zona de transição. Porém para que a adição em questão apresente uma alta reatividade, é necessário principalmente que a CCA tenha uma elevada finura, grandes quantidades de SiO2 + Al2O3 em sua composição, e uma mineralogia amorfa (TASHIMA et al., 2011), sendo estas características determinadas por fatores associados à queima da casca de arroz, como a temperatura, taxa de aquecimento, tempo de exposição e ambiente, que definem também a quantidade de impurezas na pozolana (CORDEIRO et al., 2009). Segundo Cordeiro et al. (2009), vários estudos foram conduzidos com o intuito de determinar as condições de queima mais adequadas para a produção de CCA com alta reatividade, sendo possível hoje se produzir CCAs com altos teores de sílica amorfa (acima de 95%) e superfícies específicas (em torno de 40.000 m²/kg), o que confere ao 7

material elevada atividade pozolânica. No entanto, estas condições adequadas de queima obtidas em laboratório são difíceis de reproduzir em larga escala, sobretudo em caldeiras convencionais utilizadas em grande parte das unidades de beneficiamento de arroz. Outro fator a ser levado em conta é que a CCA pode comprometer a trabalhabilidade do concreto, apresentando problemas associados à demanda excessiva de água em consequência da elevada superfície específica e, por vezes, em razão do alto teor de carbono residual de algumas amostras. Por isso o uso da CCA vem, quase sempre, associado ao uso de aditivos superplastificantes, conjuntamente pela necessidade da dispersão completa dos grãos da adição utilizada (SILVA, 2007). Em razão desta grande gama de características apresentadas e requeridas pela CCA na forma de sílica, existe uma diferença considerável nos resultados dos diversos trabalhos realizados em relação à utilização de diferentes tipos de cinza em substituição ao cimento em concretos, sendo eles positivos ou negativos. Dessa forma resolveu-se empregar para o desenvolvimento deste estudo uma CCA comercial, pelo fato do produto já estar presente no cenário da construção civil com uma produção padronizada e ser vendido de acordo com uma série de condições impostas por um complexo mercado influenciado por inúmeras questões globais e locais, obtendo-se uma verificação real do custo-benefício e da viabilidade de seu uso. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise comparativa da influência da substituição parcial em massa do cimento Portland pozolânico (CP-IV-32) pela cinza da casca de arroz comercial em diferentes teores (0%, 10%, 15% e 20%) nas propriedades físicas, químicas e mecânicas do concreto convencional (40 MPa), nas idades de 7, 28, 56 e 91 dias, sendo os concretos avaliados quanto a resistência à compressão axial e diametral, módulo de elasticidade e ph. MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados para a composição dos concretos analisados na pesquisa foram: agregado graúdo do tipo diábasio com diâmetro máximo de 19 mm e massa específica de 2,83 g/cm 3 ; agregado miúdo com diâmetro máximo de 6,3 mm com máxima específica de 2,54 g/cm 3 ; cimento Portland CP-IV-32 (VOTORAN) com massa específica de 2,91 g/cm 3, devido a sua grande utilização na região de Criciúma SC; 8

cinza de casca de arroz com massa específica de 2,21 g/cm 3 ; e água potável fornecida pela distribuidora local. Os agregados graúdos e miúdos utilizados na pesquisa foram caracterizados por Hofmann (2013), que seguiu os procedimentos prescritos pela ABNT NBR NM 53 (2009) e ABNT NBR NM 52 (2009) respectivamente. A cinza de casca de arroz utilizada foi concedida por uma empresa de São Paulo SP responsável pela comercialização do material. Assim, a CCA foi subemtida a uma caracterização através da determinação de algumas de suas propriedades químicas, como sua mineralogia, composição química, teor de carbono e atividade pozolânica da CCA com cimento Portland. A mineralogia da CCA foi caracterizada pela identificação da presença de fases cristalinas, determinada por difração de raio-x (DRX) em equipamento Shimadzu (modelo Lab X XRD-6000). Conforme a Figura 1, percebe-se que a CCA apresentou picos no difratograma de raio-x, indicando a presença de sílica cristalina sob a forma de cristais de cristobalita, sugerindo que altas temperaturas foram alcançadas durante o tratamento térmico. Figura 1: Difração de Raio-X (DRX). O teor de carbono constituinte na composição da CCA foi especificada pela determinação de perda ao fogo de acordo com os procedimentos da ABNT NBR 5743 (1989). A Tabela 1 apresenta uma comparação entre as composições químicas em porcentagem dos aglomerantes utilizados na pesquisa, a CCA e o cimento Portland CP IV-Z-32. A composição química da CCA foi determinada por meio de fluorência de raio-x, enquanto a do cimento Portland foi obtida por meio de laudos da empresa Votorantin. 9

Tabela 1: Composição química (%) da CCA e do cimento Portland. Composto SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO SO3 Na2O K2O CO2 PF CCA 85,49 2,32 0,08 1,43 0,57 0,00 0,29 1,82 0,00 7,87 CP IV-Z-32 31,00 11,60 3,77 40,75 4,48 2,69 0,06 1,40 2,43 3,30 O índice de atividade pozolânica (IAP) da CCA com o cimento Portland foi determinado de acordo com o método proposto pela ABNT NBR 5752 (2012), que constitui na moldagem de duas misturas de argamassas, uma de referência (A) e outra com substituição de 35% do volume absoluto pela CCA (B). A Tabela 2 demonstra que o IAP apresentado pela CCA foi inferior ao exigido pela ABNT NBR 12653 (2012), de 75%. A água requerida pela argamassa B foi de 104,9%. Tabela 2: Índice de Atividade Pozolânica da CCA. Argamassa Compressão (MPa) A 21,2 (± 0,9) B 13,9 (± 1,0) IAP 65,6% O traço unitário empregado para a composição do concreto de referência (0%) foi o mesmo utilizado por HOFMANN, 2013, traço este estimado para uma resistênica de 30 MPa. A partir deste, foram realizadas mais três misturas com teores de 10%, 15% e 20% de substituição em massa do cimento Portland pela CCA. A Tabela 3 apresenta o consumo em quilos por metro cúbico de cada material utilizado. A adição de aditivo plastificante (P) foi dosado de acordo com que cada mistura apresentasse um abatimento de tronco de cone de 10 ± 2 cm, mantendo-se o valor de água/aglomeranto constante entre as misturas. Como a substituição parcial do cimento Portland pela CCA foi em massa, e a massa específica dos dois aglomerantes são diferentes, o consumo de areia e de brita para a dosagem dos concretos foram reajustados proporcionalmente para que o volume total do traços utilizados se mantivessem o mesmo. 10

Tabela 3: Consumo dos materiais kg/m³ de concreto. Mistura Materiais (kg/m³) Cimento CCA Areia Brita Água P Referência 341,16-856,31 1020,07 170,58 3,412 10% 307,04 34,12 851,75 1014,64 170,58 3,582 % CCA 15% 289,99 51,17 849,47 1011,92 170,58 3,668 20% 272,93 68,23 847,19 1009,21 170,58 3,753 Os corpos de prova cilíndricos foram concretados em moldes com 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura e mantidos em cura submersa conforme procedimentos descritos pela ABNT NBR 5738:2003. A resistência à compressão axial dos concretos foi determinada de acordo com a ABNT NBR 5739:2007 nas idades de 7, 28, 56 e 91 dias, com a ruptura de 4 corpos de prova para cada idade. Na idade de 28 dias, três corpos de prova de cada mistura também foram ensaiados ao módulo de elasticidade conforme ABNT NBR 8522:2008. Já a resistência a tração dos concretos foi avaliada pela compressão diametral de três corpos de prova na idade de 91 dias, seguindo os procedimentos indicados pela ABNT NBR 7222:2011. O ph dos concretos de cada mistura com diferente teor de CCA foi definido por meio de um phmetro eletrônico QUIMIS, com o objetivo de estimar a reação da SiO2 constituinte na cinza com o hidróxido de cálcio formado na reação do cimento Portland, e também presumir uma futura influência no processo de carbonatação. O ánalise foi realizada através de uma solução supersaturada de aproximadamente 75 ml de água destilada com concreto moído retirado de um dos corpos de prova rompidos à compressão ao 91 dias. RESULTADOS E DISCUSSÕES A Tabela 4 apresenta os valores de resistência à compressão dos concretos com diferentes teores de CCA enquanto a Figura 2 sintetiza os resultados graficamente. 11

Tabela 4: Resistência à Compressão das Misturas. Mistura Resistência à Compressão (MPa) 7 dias 28 dias 56 dias 91 dias Referência 33,1 (± 0,8) 44,5 (± 0,7) 54,4 (± 0,4) 59,5 (± 2,4) 10% 25,1 (± 0,8) 42,2 (± 0,9) 52,8 (± 0,6) 57,0 (± 0,9) % CCA 15% 25,3 (± 0,8) 44,5 (± 1,0) 54,6 (± 0,3) 60,7 (± 1,2) 20% 25,8 (± 0,6) 42,7 (± 0,1) 56,4 (± 1,2) 59,4 (± 0,4) Figura 2: Idade x Resistência à Compressão. Observa-se na idade de 7 dias que as misturas com CCA em sua composição apresentaram resistências aproximadas e significativamente inferiores quando comparados à mistura de referência. Isso pode ser explicado pelo fato que misturas com pozolanas se caracterizam por taxas de ganho de resistência mais lentas, porém de longa duração (HEWLETT, 2004). Já nas idades idades mais avançadas, a mistura intermediária com 15% de substituição foi a que exibiu os melhores resultados, com resistência estatisticamente iguais à de referência nas idades 28 e 56 dias e ligeiramente superior aos 91 dias. A mistura com 20% de substituição, apesar de uma elevado ganho de resistência aos 56 dias, apresentou inferior desempenho nas idades de 28 e 91 dias, enquanto a mistura com 10% de substituição apresentou resultados inferiores aos demais em todas as idades avaliadas. Em geral, é possível perceber que a substuição do cimento Portland pela CCA não apresentou incrementos relevantes nos valores de resistência à compressão, sendo que o ponto com acréscimo de maior proporção foi mostrado pela mistura com 12

20% de CCA aos 56 dias, com resistência de apenas 3,68% maior em relação ao de referência. Quanto ao módulo de elasticidade, a Tabela 5 apresenta os resultados obtidos pelas quatro misturas ensaiadas aos 28 dias de cura. Como o módulo de elasticidade do concreto está sempre correlacionado com sua resistência à compressão, sendo que sua análise separada poderia trazer distorções e ponderações equivocadas, para efeitos de comparação, foi calculado a razão entre o valor de módulo obtido pelos ensaios em laboratório e o valor estimado pela Equação 1 proposta pela ABNT NBR 6118:2007, que propõe o módulo de elasticidade (Eci) calculado em função do Fck, que neste caso foi substituído pelo Fcm dos concretos ensaiados à compressão aos 28 dias: Eci = 5600 x fck 1/2 (Eq. 1) Tabela 5: Módulo de Elasticidade dos Concretos Mistura Módulo de Elasticidade (GPa) Referência 39,2 (± 1,5) 10% 38,9 (± 0,7) % CCA 15% 41,8 (± 1,2) 20% 39,9 (± 0,6) Observa-se na Figura 3 que todas as misturas com CCA em sua composição apresentaram razões superiores ao de referência, com destaque novamente para a mistura com 15% de subistituição, que apresentou os melhores resultados tanto no valor individual de módulo de elasticidade quanto quando comparado ao valor estimado pela norma brasileira. Essa melhora nas propriedades pode ser atribuída ao melhor empacotamento e preenchimento, com consequente redução da microporosidade, promovido pelo efeito filler característico de misturas com CCA. 13

Figura 3: Razão entre valor obtido e estimado pela NBR 6118:2007. Em relação à compressão diametral, observa-se pela Tabela 6 que a substituição do cimento Portland pela CCA não apresentou influência significativa na resistência à tração dos concretos, sendo os resultados estatisticamente iguais. Também é possível perceber que a resistência à tração dos concretos situou-se entre os 9 e 10% da resistência à compressão dos corpos de prova ensaiados aos 91 dias. Tabela 6: Resistência à tração por compressão diametral. Mistura Compressão Diametral (MPa) Referência 5,8 (± 0,2) 10% 5,7 (± 0,2) % CCA 15% 5,5 (± 0,4) 20% 5,8 (± 0,2) Com relção ao ph dos concretos, pode-se observar pela Figura 4 que o concreto de referência e com 10% de substituição de cimento por CCA apresentaram praticamente o mesmo valor de alinidade, enquanto que a partir da mistura intermediária com 15% de CCA a substituição começa a influenciar exponencialmente nos valores de ph, contendo a mistura com 20% de CCA o valor mais baixo de alcalinidade. 14

Figura 4: ph dos concretos. Com base nesses dados, é possível realizar correlações entre os resultados das propriedades mecânicas apresentadas pelos concretos com os ph de cada mistura, indicando o porquê por exemplo os corpos de prova com 10% de CCA apresentaram os piores resultados em relação à resistência à compressão, sendo que seu ph igual ao de referência sugere que não houve reação suficiente da cinza com o hidróxido de cálcio, mostrando que a aplicação da correta razão entre SiO2 e CaO é muito importante para a reação entre os dois componentes químicos, como proposto por Hewlett (2004). Porém pode-se perceber que somente com a medida de ph não é possível prever o comportamento mecânico dos concretos e nem ponderar se as misturas terão piores resultados frente à carbonatação sem uma avaliação prática, pois sendo que este último depende de outros fatores como a microestrutura do concreto avaliado, e é conhecido que a adição pozolanas resultam em uma estrutura mais densa que acaba por diminuir a difusão e a consequente reação do CO2 com a pasta de cimento hidratado (NEVILLE, 1997). CONCLUSÕES A partir dos resultados apresentados, é possível concluir que a utilização da cinza da casca de arroz empregada nessa pesquisa em substituição ao cimento Portland (CP-IV-32) na mistura de concretos convecionais se mostra viável pelo fato de que os concretos com CCA em sua composição não exibiram influência significativa quanto às propriedades mecânicas, apresentando de modo geral valores de resistência à compressão, tração e módulo de elasticidade similares quando comparados aos concretos de referência. 15

Porém é importante observar que os resultados apresentados ficaram abaixo do esperado quando comparados à outras pesquisas realizadas com o mesmo tipo de pozolana, sendo este fato provavelmente justificado pela caracterização da cinza, que foi avaliada com uma estrutura cristalina e uma média perda ao fogo, além de uma atividade pozolânica relativamequente baixa. Em relação à questão da durabilidade, a indicação do ph de cada mistura, apesar de apresentar uma boa noção no que se diz respeito à reação dos componentes químicos, não expõe valores determinantes para uma possível previsão se a utilização da cinza de casca de arroz terá um efeito positivo ou negativo na questão da carbonatação. Agradecimentos Ao IPARQUE (UNESC) e ao CNPq pelo apoio científico e financeiro para a realização da pesquisa. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738/Emd.1:2008: concreto: processo para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. 6 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: concreto: ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro: ABNT, 2007. 9 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5743: cimento Portland: determinação da perda ao fogo. Rio de Janeiro: ABNT, 1989. 3 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5752: materiais pozolânicos: determinação da atividade pozolânica com cimento Portland: índice de atividade pozolânica com cimento: método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. 4 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7222: concreto e argamassa: determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. 5 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: concreto: determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. 16 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12653: materiais pozolânicos: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. 5 p. 16

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