PASTORAL UNIVERSITÁRIA: TAREFAS ATUAIS

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Transcrição:

PASTORAL UNIVERSITÁRIA: TAREFAS ATUAIS GIOVANI MARINOT VEDOATO 1 RESUMO O presente artigo Pastoral Universitária: Tarefas atuais visa apresentar aos cristãos universitários as tarefas atuais de uma pastoral universitária útil e necessária para os tempos hodiernos. Palavras-chaves: Autoconfiança, Deus, Pastoral, Pobres e Vida. ABSTRACT The present article university pastoral: current tasks aims to present to christian academics the current tasks of a useful and necessary university pastoral for the modern times. Keywords: Self-confidence, god, pastoral, poor, life. 1 O Pe. Dr. Giovani Marinot Vedoato é professor de Filosofia e Ética na Faculdade Castelo Branco, em Colatina - ES. Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br 1

INTRODUÇÃO Nenhuma pastoral está pronta e acabada. Com o tempo, ela necessita de autocrítica e críticas construtivas para permanecer lúcida e pertinente para o momento corrente. Do contrário, corre o perigo de ser uma celebração presa num passado, algo importante sobre um tempo. Mas, nada a dizer sobre o presente. Esse é um risco que toda ação evangelizadora deve e precisa correr. O endeusamento do passado sem uma devida e criteriosa abertura para o novo, não significa conservar a tradição, simplesmente implica um conservadorismo, um fechamento às novidades do Espírito de Deus, aos sinais dos tempos. É nesta linha que o presente artigo se coloca: entender que existe uma pastoral universitária em curso, que abarca centenas de universitários cristãos e outros simpatizantes. No entanto, pensando acerca de sua perenidade, ela deve modestamente discutir, propor, sugestionar tarefas atuais, no intuito de garantir-se como uma pastoral útil e necessária para o tempo atual. A IMPORTÂNCIA DA AUTOCONFIANÇA A primeira tarefa posta à pastoral universitária é a questão da autoconfiança. É verdade, sem ela a pastoral seria terra estéril, chão desprovido de vida, o mesmo que pensar um revolucionário sem causa e um poeta sem utopia. Autoconfiança é acreditar em si mesmo, na capacidade de desempenhar algo. É manter a brasa viva que impulsiona e dá sentido à caminhada humana. É não perder o entusiasmo e nem deixar o coração esmorecer diante das adversidades da vida. É dizer para si mesmo cotidianamente: eu sou capaz de realizar coisas boas! 2 Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br

É nesta perspectiva que se move o pensamento de García Rubio quando diz: É sabido que uma certa autoconfiança bem como confiança radical na vida, no mundo nas pessoas, são indispensáveis para que seja possível vivenciar encontros realmente humanos, para a amizade, para o amor e, certamente, para a experiência do Deus-ágape. 2 Em termos de uma pastoral universitária, autoconfiança significa acreditar no potencial pessoal e comunitário dos cristãos universitários. Entender que a pastoral não é só útil, mas necessária ao espaço da academia. Dela, podem surgir momentos de humanização, espiritualidade, festa, reflexão, celebração... enfim, atitudes vitais que caracterizam a condição humana como uma vida centrada na própria promoção da vida e em Deus. ACREDITAR NO DEUS DA VIDA O acreditar em si e na pastoral não pode passar à margem do assumir Deus como Deus da vida, isto porque, a presença misteriosa e amorosa de Deus, dentro de cada um de nós, irrompe como chama sagrada, convidando-nos a um amor incondicional com Ele e com outras formas de vida. É um movimento que emerge de forma sensível, de um Deus que habita nosso interior, e que, lentamente, nos conduz para o horizonte maior da vida, ou seja, a humanidade, o planeta Terra e o universo. É o Deus amante (Sab 11, 24) e senhor da vida (Jo 10,10). 2 Rubio, A. G. Nova Evangelização e Maturidade Afetiva, p. 53. Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br 3

Este Deus que habita e extrapola a interioridade humana, assumiu a história, o planeta, o universo e tudo o que nele existe, a favor da vida em plenitude, portanto, é um Deus que não compactua com a destruição da vida e em suas várias manifestações. É o Deus pregado e assumido por Jesus conforme as palavras do teólogo Jon Sobrino: A visão de Deus que Jesus tem força-o a pregar e agir em favor da vida em sua plenitude. 3 Acreditar em Deus como o Deus da vida decorre para a pastoral em duas posturas fundamentais. A primeira, o Deus da vida não é monopólio de nenhuma religião. No meio acadêmico, Ele pode ser visto e seguido como um Deus que nos convida a pensar para além da especificidade de cada curso. Na verdade, Ele nos conclama para sentirmo-nos conectados a tudo que existe fora de nós, toda forma de vida que precisa ser assumida, defendida e promovida. Pensemos na criação, presente e graça de Deus para cada um dos seres humanos. A segunda postura é entender o ser humano como ator social, ou seja, o Deus da vida precisa, em termos de fé histórica, de ser praticado objetivamente. Destas realidades, surge uma pastoral aberta ao encontro, ao diálogo com o diferente, que se alimenta da contemplação e ação, da fé e da transformação social. 3 Sobrino, J. Jesus na América Latina, p. 158. 4 Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br

O CUIDADO COM A MÃE TERRA A terceira tarefa da pastoral advém da crença no Deus da vida. Não é possível acreditar no Deus da vida e comtemplar a matança do planeta terra, a Pacha Mama, Mãe Terra como muitos irmãos nossos das cordilheiras dos Andes a chamam. Nossa querida Mãe Terra está doente e com febre, pois, já há muito tempo, a estamos superexplorando. Tiramos dela mais do que ela anualmente pode repor. 4 A comunidade universitária, sobretudo a comunidade cristã universitária, não pode em suas várias formas de organização pastoral, ficar alheia à destrutividade descabida que a Mãe Terra está sofrendo. Urge uma pastoralidade que promova alianças, realize parcerias no intuito de defender e promover a vida da terra. Uma aliança que abarque sinergicamente os intra e extramuros da academia. Concretamente, em termos de habitat, significa aprender uma nova forma de habitar o planeta. Somos obrigados a ensaiar um novo modo de habitar e de nos relacionar com a natureza e com a terra. No lugar do punho fechado devemos ter a mão aberta para o cuidado essencial, para o entrelaçamento dos dedos numa aliança de valores e princípios que poderão sustentar um novo ensaio civilizatório. 5 4 Boff, L. Francisco de Assis e Francisco de Roma, p. 12. 5 Ibidem, p. 15. Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br 5

REENCONTRAR A RAZÃO CORDIAL E SENSÍVEL Como firmar uma aliança que seja cuidadora na sua relação com a Mãe Terra? É possível pensar para além de uma razão que privilegie somente o conhecer em detrimento do sentir? Em primeiro lugar é preciso ter bem claro que não estamos renunciando a chamada razão intelectual, aquela razão vital utilizada em todo curso da vida. Isto seria de uma irracionalidade imensurável e descabida. Nos dias atuais reencontrar a razão cordial e sensível torna-se uma tarefa urgente para enriquecer a razão intelectual. Só com a razão intelectual, sem a razão cordial, não vamos sentir o grito dos pobres da terra, das florestas e das águas. Sem a razão cordial não nos movemos para ir ao encontro dos que gritam e sofrem para socorrê-los, oferecê-los um ombro e salvá-los. 6 Portanto, a razão cordial e sensível indica para o campo do agir amoroso e compassivo quando o tema é a vida. No centro está a comunidade de vida. Temas como economia e política devem estar submetidos à vida e não à lógica do mercado. Em termos de pastoral universitária, a tarefa decorrente dessa ordem é pensar uma razão intelectual, incorporada à razão cordial e sensível, ou seja, não basta conhecer o universo a partir da angularidade das várias disciplinas e suas racionalidades, faz-se fundamental sentir-se conectado e enraizado nele. Na verdade, desenvolver o sentimento da pertença terrenal. 6 Ibidem, p. 14. 6 Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br

OS POBRES: OS FILHOS PREDILETOS DE DEUS Não é possível acreditar em outro mundo fora de uma verdadeira opção pelos pobres e contra os mecanismos que produzem opressão e pobreza em uma grande maioria da população mundial. urge olhar a sociedade sempre a partir de baixo, a partir dos excluídos. É uma visão contraposta radicalmente à visão dominante, que olha tudo a partir do poder, a partir do dinheiro, a partir dos valores de eficácia e rentabilidade. 7 Em termos de uma pastoral universitária séria, a autoconfiança, o acreditar em Deus como Deus da vida, o cuidado com a mãe terra e o reencontrar a razão cordial e sensível, só se concretizarão realmente se uma devida opção pelos pobres e contra a pobreza acontecer objetivamente como tarefa posta à pastoral no tempo corrente. Não basta escutar o grito dos pobres e o grito da terra e optar por ele. A opção pelos pobres urge-nos, com os mesmos pobres e excluídos, a buscar alternativas concretas e críveis. 8 7 Richard, P. Força ética e espiritual da teologia da libertação, p. 93. 8 Ibidem, p. 90. Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br 7

Portanto, optar por uma vida digna para os pobres é cumprir a missão de levá-los a acreditarem cada vez mais em Deus como Deus da vida, na terra como mãe e numa razão cordial e sensível como realidades tópicas. Daí, a urgência de ações solidárias, entrelaçadas com ações de justiça social no seio da pastoral universitária. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pastoral universitária trata-se de uma pastoral útil e necessária no tempo atual. Isto porque, além de colocar o tema da transcendência, da espiritualidade, da religião, novamente no âmbito da academia, ela enfatiza a importância de cristãos universitários inseridos em temas que apontam para a relação fé e práxis social, fé e ecologia e outros temas oriundos da relação fé na história. Assim, fica claro que quando o assunto é pastoral universitária não se está falando de uma pastoral neutra, sem desobrigatoriedade histórica libertária. Pelo contrário, pastoral universitária significa uma articulação de universitários cristãos que, movidos pela fé, devem, no interior da academia e na vida de forma geral, viver o evangelho de forma plena, ou seja, comprometendo-se com a vida e vida em abundância para todos. 8 Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br

REFERÊNCIAS BOFF, L. Francisco de Assis e Francisco de Roma. Rio de Janeiro, Mardeideias, 2013. COMBlIN, J. A vida: Em busca de liberdade. São Paulo: Paulus, 2007. RICHARD, P. Força ética e espiritual da teologia da libertação, São Paulo: Paulinas, 2006. RUBIO, A. G. Nova Evangelização e Maturidade Afetiva. São Paulo: Paulinas, 1993. SOBRINO, j. Jesus na América Latina. São Paulo: Loyola/Vozes, 1985. Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br 9