ASSOCIAÇÃO DOS DEFENSORES PÚBLICOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS ADEP MG ANÁLISE PRELIMINAR DO ANTEPROJETO DE REFORMA DO CPC

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Transcrição:

Nº Aspectos Positivos 1 Capítulo IV, Seção III - Da Defensoria Pública (havia a previsão específica de uma seção para tratar apenas da Defensoria Pública) Há o reconhecimento da instituição como essencial à prestação jurisdicional. Embora tal reconhecimento já estivesse em outros diplomas legais, até mesmo de hierarquia superior, a menção vem em boa hora. 2 Art. 91. A representação processual pela Defensoria Pública se dará por mera juntada de declaração de hipossuficiência da parte, assinada por defensor público. A dispensa de procuração consolida-se no texto do Código, e a declaração passa a ser referendada pelo próprio Defensor. Avanço considerável na valorização da análise da hipossuficiência pelo Defensor Público 3 Art. 93. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da vista pessoal dos autos, mediante carga ou remessa. O marco inicial para a fluência do prazo passa a ser reconhecido como a carga ou remessa dos autos, consolidando avanços da Lei Orgânica também no CPC. Art. 93. 1º O juiz determinará a intimação pessoal da parte patrocinada, a requerimento da Defensoria Pública, no caso de o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser prestada. Nova prerrogativa do assistido da Defensoria Pública que passa a contar com a intimação por oficial de justiça. Art. 283 Parágrafo único. Na concessão liminar da tutela de urgência, o juiz poderá exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. Consagra-se o direito ao hipossuficiente de exoneração de fiação ou caução para a concessão de tutela de urgência. Art. 33. O réu poderá oferecer contestação em petição escrita, no

prazo de quinze dias contados da audiência de conciliação. Aumentam as chances de transação, quando a parte não conhece ainda a resposta do réu, e evita-se trabalho desnecessário em produzir resposta antes da conciliação. 7 Art. 83 2º O interditando poderá constituir advogado para defenderse, sem prejuízo da defesa obrigatória pelo curador especial. Nova atribuição institucional, defesa obrigatória do interditando. 8 Art. 89. É admissível o incidente de demandas repetitivas sempre que identificada controvérsia com potencial de gerar relevante multiplicação de processos fundados em idêntica questão de direito e de causar grave insegurança jurídica, decorrente do risco de coexistência de decisões conflitantes. 1º O pedido de instauração do incidente será dirigido ao Presidente do Tribunal: II - pelas partes, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição. Novo instituto de concentração de demandas individuais já nasce com a Defensoria Pública legitimada. Nº Aspectos Negativos ou Faltas 1 Falta de dispositivo ligando a gratuidade de justiça à Defensoria. 2 Art. 8, 1º O juiz poderá determinar de ofício a comprovação da insuficiência de que trata o caput, se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos requisitos legais da gratuidade de justiça. Ademais na Seção IV Da gratuidade de justiça do Capítulo III - DOS DEVERES DAS PARTES E DOS SEUS PROCURADORES inspira cuidados como um todo. Até porque não há qualquer menção à atuação da Defensoria na concessão de gratuidade de justiça 3 Art. 93, 2º O disposto neste artigo se aplica aos escritórios de prática jurídica das faculdades de direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita com em razão de convênios firmados com a Ordem dos Advogados do Brasil. O dispositivo trata de exceções como regra, já que a existência de Defensores Públicos nas

comarcas é mandamento legal e constitucional. Ademais a celebração de convênios com a OAB para tal fim é de constitucionalidade no mínimo duvidosa. Art. 11 1º Quando o procedimento ou os atos a serem realizados se revelarem inadequados às peculiaridades da causa, deverá o juiz, ouvidas as partes e observados o contraditório e a ampla defesa, promover o necessário ajuste. A possibilidade de alteração do procedimento legalmente instituído é novidade que pode causar prejuízos à ampla defesa e ao contraditório. Art. 13. O conciliador ou o mediador poderá ser escolhido pelas partes de comum acordo, observada a legislação pertinente. Parágrafo único. Não havendo acordo, o conciliador ou o mediador será sorteado entre aqueles inscritos no registro do tribunal. Embora se ressalve no artigo 1, a possibilidade de outras instituições contarem com atividades de conciliação e mediação, a sistemática de conciliadores e mediadores (remunerados, com inscrição na OAB obrigatória, inscritos no tribunal, com curso credenciado pelos Tribunais e passíveis de exclusão por solicitação de qualquer membro do Tribunal) causa espécie. Art. 30 Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo, ao curador especial e ao membro do Ministério Público. Repete-se a figura do advogado dativo que não se justifica mais no ordenamento jurídico infraconstitucional, já que tal atividade onde existe é residual e precária. Nº Acompanhamento 1 Art 333 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 2 Art. 3. Cabe ao advogado informar a testemunha arrolada do local, do dia e do horário da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.

3 Art. 11 2º Os tribunais, no âmbito de sua competência, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade estabelecidos pelo órgão competente, nos termos da lei Tais comunicações eletrônicas trarão problemas às Defensorias que não terão, provavelmente capacidade operacional para acompanhar tal celeridade de comunicação de decisões. Art. 183. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, aos prazos que este Código lhe estabelece. Não se aproveitou a oportunidade para regulamentar o direito à duração razoável do processo. Seria preciso frisar uma única prorrogação. Art. 1. A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de três dias. Não há no Código ressalva aos casos de gratuidade de justiça. Art. 7 1º Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições oficiais deverão cumprir a determinação judicial com preferência, no prazo estabelecido. A redação deixa a entender que o prazo de atendimento não é obrigatório porque se submete à justiça gratuita 7 Art. 778 3º Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será imediatamente intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente. 8 Art. 807. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos cinco dias de antecedência: I - o executado, por meio de seu

advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;