AVALIAÇÃO DE LINHAS DE COLAGEM DE PAINÉIS E.G.P. UTILIZANDO MADEIRAS DE Pinus taeda E Tectona grandis.

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Transcrição:

1 AVALIAÇÃO DE LINHAS DE COLAGEM DE PAINÉIS E.G.P. UTILIZANDO MADEIRAS DE Pinus taeda E Tectona grandis. Mauro Itamar Murara Junior* Ricardo Rosa Peres** * Professor do curso de Engenharia Florestal da Fundação Universidade do Contestado FUnC Campus Canoinhas; ** Acadêmico do curso de Engenharia Florestal da Fundação Universidade do Contestado FUnC Campus Canoinhas; Resumo - Este trabalho teve por objetivo avaliar, conforme a norma ASTM D 3110 95, as quatro diferentes temperaturas (40 C, 60 C, 80 C, e 100 C), a uma hora cada temperatura a percentagem de abertura de linha de cola em painéis Edge Glued Panel EGP, (painéis de sarrafos colados lateralmente). Estes são utilizados principalmente na fabricação de partes e peças de móveis em madeira, sendo confeccionados nas espécies Pinus taeda e Tectona grandis, e os mesmos colados com o adesivo PVA D3. Ao total, para o primeiro trabalho foram testados dez painéis da espécie Pinus taeda e dez painéis da espécie Tectona grandis. Após a realização dos testes no laboratório de tecnologia da madeira constatou-se que tanto para os painéis maciços da espécie Pinus taeda quanto para os da espécie Tectona grandis, a temperatura que apresentou maior problema foi a de 80 C, ocorrendo aberturas em 50% e 100% dos corpos de prova avaliados, mostrando que os painéis maciços de Pinus taeda possuem maior resistência a altas temperaturas. Palavras-chave: Painel EGP Painel Colado Lateralmente Polivinil acetato. Abstract - This study aimed evaluate compliance with standart ASTM D 3110-95 four different temperatures (40 C, 60 C, 80 C and 100 C) for an hour each temperature the percentage of opening of the glue line in panels Edge Glued Panel EGP, (lath panels glued to the sides). These are mainly used in manufacture of parts and pieces of furniture in Woods, which were made on species Pinus taeda and Tectona grandis, and they bonded with adhesive PVA D3. The total for the first work were tested ten panels on species Pinus taeda ten panels on species Tectona grandis. After the testes in the laboratory of wood technology it was found that for both panels massive species of Pinus taeda as for the species Tectona grandis, the temperature showed that the main problem was that of 80 C, openings occurring in 50% and 100% of the specimens evaluated show that the massive panels of Pinus taeda have bigger resistance to high temperature. Key-words: Panel EGP Panel glued to the sides Polyvinyl acetate.

2 Introdução Com o crescimento do setor madeireiro pode-se dizer que a economia brasileira como um todo apresentou crescimento da ordem de 5,3% em 2007 frente ao ano de 2006, visto que o Produto Interno Bruto PIB do país atingiu US$ 1,30 trilhões (2007). Por sua vez, a indústria de Madeira processada mecanicamente apresentou crescimento de aproximadamente 2,3% em 2007, ano em que o PIB deste segmento chegou a US$ 13,1 bilhões (ABIMCI, 2008, p. 02). Por outro lado, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em sua publicação "Estatísticas Florestais de Hoje para Amanhã" ("Forestry Statistics Today for Tomorrow"), prevê que o consumo de madeira roliça para fins industriais vai crescer de 1,6 bilhões de metros cúbicos (m³) registrados em 1991 para 2,6 bilhões de m³ por volta do ano de 2010; por sua vez, o consumo de madeira serrada vai passar de 456 para 745 milhões de m³, e o de painéis à base de madeira crescerá de 121 para 313 milhões de m³ no mesmo período (MERCADO DE MADEIRA, ano. p.147). Assim, pode-se entender que tanto no Brasil quanto no mundo o uso da matéria-prima vem aumentando constantemente, seja ela extraída de modo irregular, seja de acordo com as legislações específicas de cada país. Desta forma, entende-se que a exploração e utilização deste recurso natural, quando feita de forma irracional, pode apresentar sérios danos ao planeta com o passar dos anos, sendo que estudos comprovam que o desmatamento descontrolado está contribuindo de forma significativa para o aquecimento global. Neste contexto, pode-se afirmar que o uso da matéria-prima florestal por parte de muitas empresas ainda é feita de forma inadequada, uma vez que parte deste recurso é desperdiçada. Esses resíduos são resultados dos processos de desdobro, desengrosso, serramento, fresamento 1, entre outros acabamentos e seleções que a madeira sofre. Pode-se ainda afirmar que parte das empresas apenas vê a 1 Fresamento De acordo com Ferraresi (1977, p. 11) o fresamento é definido como o processo mecânico de usinagem destinado a obtenção de superfícies quaisquer com o auxílio de ferramentas geralmente multicortantes.

3 geração de resíduos como um único problema. Em situações como estas é que se observa quando a empresa possui a chamada visão empreendedora, aquela que faz a diferença e apresenta soluções inovadoras, de forma que ao contrário de se desfazer dos resíduos, agrega a eles um valor de produção, pois ao reutilizá-lo atribui-lhe novos fins. O Egde Glued Panel 2 EGP, além de agregar valor, aumenta o rendimento da área industrial, pois trabalha com sarrafos estreitos ou curtos que anteriormente eram considerados sobras da serraria, geralmente da costaneira e eram descartados ou queimados como biomassa energética, além de produtos do setor de manufatura. Além disso, utiliza madeira originada de árvores de pequenos diâmetros, como às de primeiro desbaste de reflorestamentos de Pinus, o que garante mais uma grande vantagem da tecnologia. Com isto, a matériaprima pode ser mais bem aproveitada e as despesas reduzidas, visto que a 2 Edge Glued Panel - é caracterizado por Mattos, Gonçalves e Chagas (2008) como um conjunto de peças de madeira coladas lateralmente, formando um painel. Os sarrafos podem apresentar união de topo, que pode ser reta ou do tipo finger-joint. madeira representa um dos maiores custos de produção (IWAKIRI, 2005, p. 111). Por sua vez, os sarrafos de madeira com dimensões e espessuras semelhantes são acondicionados lado a lado com a presença de colas, adesivos, resinas e produtos para aumentar a vida útil da madeira, sendo submetidos ao calor e prensagem para essa adesão. Há painéis de 20 a 40 cm de comprimento, por 5 a 10 cm de largura, provenientes de espécies de Pinus de ciclo curto (10 anos) de boa qualidade, sendo, inclusive, exportados. Portanto, os resíduos de madeira gerados pelo seu processamento podem deixar de ser um desperdício, passando a gerar lucros diferenciados para a empresa, além de apresentar mais uma alternativa para o uso da matéria-prima para diversos outros produtos. Com isso, pode-se diminuir o preço dos produtos manufaturados e reduzir a exploração da madeira virgem. Porosidade/Permeabilidade A porosidade tem uma relação inversa com a massa específica, ou seja, madeiras mais densas possuem

4 menos poros ou poros de menor tamanho. Esse tipo de madeira costuma apresentar tilos ou alto teor de extrativos, diminuindo, assim, sua permeabilidade. Madeira com alta massa específica possui menos espaços vazios e, consequentemente, dificulta a penetração do adesivo no interior da madeira, diminuindo o ancoramento, gerando um pequeno percentual de adesão mecânica. (VICK, 1999, apud PRATA 2010). Costa Tienne (2006) apud Prata (2010) relata que a porosidade e a permeabilidade das madeiras afetam consideravelmente a adesão das mesmas, tendo em vista que a adesão mecânica depende principalmente da disposição dos espaços vazios para que haja uma penetração do adesivo dentro da madeira e que estes espaços vazios estejam desbloqueados, permitindo assim, depois da cura, uma fixação do adesivo por ancoramento. Mas, por outro lado, Iwakiri (2005) afirma que madeira com alta porosidade pode ocasionar numa penetração excessiva e, consequentemente, ocorrer a chamada linha de cola faminta, ou seja, uma fraca ligação entre os substratos. Ao analisar os estudos de Vick e Rowell (1990), Prata (2010) afirma que os adesivos PVAc geralmente apresentam bom fluxo nos lúmens das células que estão expostas na superfície a ser colada, mas, dado o seu alto peso molecular, muito provavelmente não penetram as paredes celulares. Para adequar o grau de penetração do adesivo em função da variação da permeabilidade e porosidade da madeira, Iwakiri (2005) afirma que é preciso controlar a viscosidade do adesivo, compensando, assim, a alta permeabilidade com o aumento da viscosidade e vice-versa. Lenho Inicial/Tardio Entre as diferenças existentes nas espécies está o padrão de crescimento de cada árvore. Durante o crescimento da árvore, formam-se diferentes tipos e tamanhos de células, denominando-se, assim, os anéis de crescimento onde grandes células são formadas no lenho inicial e células robustas no lenho tardio. (ALBUQUERQUE; LATORRACA, 2005).

5 Os mesmos autores citam que uma das maiores dificuldades a superar na formulação dos adesivos é a significativa diferença de porosidade entre os lenhos inicial e tardio, pois esta variação tão próxima entre estas duas zonas na superfície da madeira pode acarretar problemas relativos à penetração do adesivo quanto à linha de cola faminta ou espessa. Edge Glued Panel (Egp) Edge Glued Panel é um painel que se caracteriza por ser formado por um conjunto de peças de madeira coladas lateralmente, são painéis composto por sarrafos a partir da madeira serrada e unidos através de ligação adesiva nas laterais. Assim, para ABIMCI (2004), os sarrafos podem apresentar união de topo, que pode ser reta ou tipo finger joint. A maior parte da produção nacional é feita em madeira de Pinus, embora sejam encontrados painéis colados lateralmente fabricados em madeira de folhosas tropicais e em madeira de eucaliptos. Sem ou com revestimento, o EGP é utilizado principalmente na fabricação de partes e peças de móveis em madeira, portas, pisos e também na construção civil. Comumente não são aplicados revestimentos ao EGP, pois o efeito decorativo é dado pelo próprio desenho da madeira e/ou pelas emendas, porém existem exceções. Teoria da Adesão A adesão ocorre devido ao ancoramento mecânico, forças de atração molecular física, e ao desenvolvimento de ligações químicas entre a madeira e o adesivo. A teoria da adesão pode ser dividida em três partes, a teoria mecânica, a teoria da colagem de polímeros, e a teoria da adesão química. A teoria da adesão mecânica se dá através de enganchamento ( interlocking ) mecânico. A fluidez e penetração do adesivo em substratos porosos levariam à formação de ganchos fortemente presos ao substrato após solidificação deste. Outra teoria é a colagem de polímeros onde a adesão se daria através da difusão de segmentos de cadeias de polímeros. As forças de adesão podem ser visualizadas como as mesmas produzidas na adesão mecânica, só que agora em nível molecular. No entanto, as aplicações desta teoria também são limitadas. A mobilidade de longas cadeias de polímeros é bastante restrita, limitando severamente a interpenetração

6 molecular proposta nesta teoria. A última teoria seria a da adesão química onde a adesão se daria através de ligações primárias (iônicas, covalentes, coordenadas e metálicas) e/ou através das forças secundárias intermoleculares. (REMADE, 2007, p. 3). Polivinil Acetato (Pva) Os adesivos PVAc, U.S. Products Laboratory, apresentam características como sendo um líquido pronto para uso, de cor branco a castanho-claro ao amarelo, sendo que a interface de colagem apresenta-se incolor. Quanto à colagem em si, este líquido pode ser aplicado diretamente na madeira, prensado em temperatura ambiente ou através de alta frequência, sendo que depois de colado, o produto apresenta alta resistência mecânica quando em ambiente seco. Seu ponto crítico de utilização se dá em ambientes com altas temperaturas e alta umidade. (PRATA, 2010). Pizzi (1983), ao ser estudado por Prata (2010), ressaltou que a produção desta resina é feita através da polimerização do monômero de acetato de vinila, que, por sua vez, é o resultado da reação entre o acetileno e o ácido acético, podendo ser feita de duas maneiras: pode ser obtida através da fusão entre o calcário e o carvão, ou então através da refinação do petróleo bruto. Existem hoje no mundo várias normas que regulamentam a resistência dos adesivos para madeira, porém a norma adotada no Brasil, pelo menos a mais citada, é EN-204, que classifica os adesivos em quatro grupos de durabilidade: D1; D2; D3 e D4. O grupo menos exigido é a classe D1, que são adesivos aplicados em componentes de uso interior que ficam expostos em ambientes que apresente condições de umidade de equilíbrio de 15%. O grupo mais exigido é a classe D4, que são adesivos aplicados em componentes de uso interior e exterior e que ficam expostos ao tempo com algum tipo de proteção, e que, além de atingir a resistência mínima exigida pela classe D1, tem que apresentar resistência mínima de 4 N/mm² para imersão em quatro dias à temperatura ambiente e para seis horas em fervura com duas horas imersão em água à temperatura ambiente. (HAUBRICH et al, 2007 apud PRATA, 2010).

7 Materiais e Métodos Foram testados 20 painéis maciços, sendo 10 constituídos por madeira da espécie Pinus taeda, e 10 da espécie Tectona grandis. Os painéis maciços possuem, em média, dimensões de 300 mm de comprimento por 300 mm de largura e 18,62 mm de espessura. Os painéis maciços, tanto da espécie Pinus taeda, quanto o da espécie Tectona grandis, não possuem nós na madeira, pois estes diminuem a resistência com relação aos corpos de prova livres de defeitos. Os corpos de prova foram colados com o adesivo Polivinil Acetato (PVA), D3. Os testes laboratoriais foram desenvolvidos no Laboratório de Tecnologia da Madeira da Fundação Universidade do Contestado, Campus Canoinhas, local este que apresenta equipamentos próprios para as atividades referentes ao uso das propriedades físicas e mecânicas da madeira, para uma pesquisa que, metodologicamente, foi desenvolvida conforme os procedimentos de uma pesquisa experimental. Os corpos de prova foram armazenados na estrutura hermética do laboratório de tecnologia da madeira onde se registra uma temperatura constante de 20 C e umidade relativa de 60%. Para a pesagem dos painéis maciços foi utilizada uma balança de precisão BP- 6 da marca Filizola, com capacidade máxima de pesagem de até 6 Kg, sendo que a mesma afere valores com até três casas após a vírgula. Para a secagem dos painéis maciços foi utilizada uma estufa de circulação de ar forçada. A mesma possui uma capacidade de 0,8 m³. A medição da abertura da linha de cola foi registrada com o auxílio de um paquímetro digital da marca Mitutoyo, que afere valores com até duas casas após a vírgula. Para a melhor visualização dos dados, foi empregada uma lupa que possui um aumento de 10 vezes. Para anotar esses dados, foi utilizada caneta e papel, e para a plotagem e interpretação dos resultados, um computador. Os painéis EGP forão submetidos aos testes conforme a norma técnica ASTM D 3110 95. Os mesmos foram submetidos a quatro diferentes temperaturas (40 C, 60 C,

8 80 C e 100 C) em uma estufa de circulação de ar forçada durante o período de uma hora a cada temperatura. Após cada hora de teste foi sendo verificado o tamanho da abertura da linha de cola, em sua face superior (denominadas S1, S2 e S3) e inferior (denominadas I1, I2 e I3), sendo medida com o auxílio de uma lupa, um paquímetro e uma caneta. As aberturas das linhas de cola foram registradas a cada temperatura separadamente, e depois foram somadas as quatro temperaturas para verificar a percentagem de abertura total de cada linha de cola. Resultados e Discussões A tabela 1 apresenta os dados referentes ao tamanho das aberturas de linha de cola para a temperatura de 40 C em painéis maciços de Pinus taeda. Tabela 1 Abertura de linha de cola para painéis maciços de Pinus taeda a 40 C Frente ao exposto na tabela 1, somente o corpo de prova dez, em sua linha inferior 3, teve uma pequena abertura registrada aos 40 C. Esta possui a dimensão de 18,11 mm, ou 6,03% do total da linha de cola, mostrando que, a esta temperatura, apenas 10% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola. Isto indica que a maioria dos corpos de prova possui resistência a 40 C A tabela 2 apresenta os dados referentes ao tamanho das aberturas de linha de cola para a temperatura de 60 C em painéis maciços de Pinus taeda.

9 Tabela 2 Abertura de linha de cola para painéis maciços de Pinus taeda a 60 C indicando que a maioria dos corpos de prova ainda apresenta boa resistência aos 60 C. A tabela 3 apresenta os dados referentes ao tamanho das aberturas de linha de cola para a temperatura de 80 C em painéis maciços de Pinus taeda. Tabela 3 Abertura de linha de cola para painéis maciços de Pinus taeda a 80 C O corpo de prova dez, aos 60 C, continuou a romper a linha de cola inferior 3, sendo que somente nesta temperatura houve aumento de 27,98 mm ou 9,32% do total da linha de cola. Os corpos de prova um, nove e dez, que na temperatura anterior apresentaram resistência, a 60 C não obtiveram o mesmo resultado, sendo que ocorreu uma abertura de 4,47% do total da linha de cola superior 3 no corpo de prova um, 32,93% do total da linha de cola superior 3 no corpo de prova nove, e 31,14% de abertura do total da linha de cola superior 3 no corpo de prova dez, ocorrendo, ainda, no mesmo, uma abertura de 8,63 mm ou 2,87 % total da linha de cola inferior 1. Nesta temperatura, 30% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola, O corpo de prova um continuou a romper a linha de cola superior 3, sendo que, somente nesta temperatura, houve um aumento de 15,92 mm ou 5,06% do total da linha de cola. Ainda no mesmo, ocorreram rompimentos de linha de cola na linha superior 2 e inferior 3, com respectivamente 2,54% e 1,44% do total de cada linha de cola. Os corpos de prova três e quatro apresentaram

10 suas primeiras aberturas verificadas, respectivamente, na linha inferior 1 com 8,36% e nas linhas superior 3 e inferior 2 e 3 com 11,20% 3,25% e 6,99% do total de cada linha de cola, respectivamente. Os corpos de prova nove e dez apresentaram aberturas em novas linhas de cola, verificadas respectivamente na linha superior 1 com 4,28% e nas linhas superior 1 e 2 com 6,04% e 3,76% do total de cada linha de cola. Nesta temperatura, 50% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola, indicando que mais da metade dos corpos de prova tiveram problemas a essa temperatura, sendo esta a pior temperatura para a resistência dos painéis maciços de Pinus taeda. Por fim, a tabela 4 apresenta os dados referentes ao tamanho das aberturas de linha de cola para a temperatura de 100 C em painéis maciços de Pinus taeda. Tabela 4 Abertura de linha de cola para painéis maciços de Pinus taeda a 100 C O corpo de prova um continua a apresentar problemas em suas linhas de cola superior 2 e inferior 3, com 3,26% e 3,66% do total de cada linha de cola, respectivamente. No corpo de prova quatro houve a abertura de uma nova linha, a superior 2, representando 6,07% do total desta linha. Os outros corpos de prova não registram modificações e nem novas aberturas. Nesta temperatura, 20% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola, indicando que a maioria dos corpos de prova ainda apresenta boa resistência aos 100 C. Depois da análise das aberturas de linha de cola nas 4 temperaturas, a tabela 5 irá apresentar a somatória das aberturas ocorridas nas duas extremidades de cada linha, ou seja,

11 somando-se as linhas superior e inferior de cada linha em todas as temperaturas. Tabela 5 Abertura total de cada linha de cola para painéis maciços de Pinus taeda A maior abertura verificada em todas as temperaturas para a linha número 1 ocorreu com o corpo de prova dez, que apresentou um total de 8,91% de abertura nesta linha, seguido pelo corpo de prova três com 8,36% e pelo corpo de prova nove com 4,28%. Na linha de cola número 2, o corpo de prova quatro apresentou a maior abertura com 9,32% do total desta linha, seguido pelo corpo de prova um com 5,8% e pelo corpo de prova dez com 3,76%. maior abertura com 46,50% do total desta linha, seguido pelo corpo de prova nove com 37,25% pelo corpo de prova quatro com 18,20% e pelo corpo de prova um com 14,64%. Os resultados mostram que o corpo de prova dez foi o pior do teste, pois apresentou os maiores rompimentos nas linhas de cola número 1 e 3, e o terceiro pior na linha de cola numero 2. O corpo de prova nove foi o segundo pior, com a segunda maior abertura na linha de cola número 3 e a terceira pior na linha de cola número 1. O terceiro pior corpo de prova foi o quatro, seguido pelo um e pelo três. Os corpos de prova dois, cinco, seis, sete e oito não apresentaram nenhuma abertura, e foram os melhores do teste. A seguir, a tabela 6, irá apresentar os dados referentes ao tamanho das aberturas de linha de cola para a temperatura de 60 C em painéis maciços de Tectona grandis, lembrando que aos 40 C não houve nenhuma alteração. Por fim, na linha de cola número 3, o corpo de prova dez apresentou a

12 Tabela 6 Abertura de linha de cola para painéis maciços de Tectona grandis a 60 C prova um, quatro e cinco, com 0,95%, 1,71% e 1,49% do total desta linha, respectivamente. Na linha superior 3 ocorreu abertura de 50% dos corpos de prova, com maior destaque para o corpo de prova dez, que apresentou 4,40% de abertura do total desta linha. Ainda nesta mesma linha, o corpo de prova oito, sete, um e cinco apresentaram aberturas nesta respectiva ordem de tamanho. Os dados referentes à tabela 6 mostram que nenhum corpo de prova teve alguma linha de cola aberta na extremidade superior 1. A extremidade que apresentou maior abertura foi a inferior 3, na qual 70% dos corpos de prova apresentaram aberturas. Nesta extremidade, o corpo de prova que apresentou a maior abertura foi o um, com 12,72% do total desta linha. Ainda nesta mesma linha, os corpos de prova sete, quatro, seis, dez, três e oito apresentaram aberturas nesta respectiva ordem de tamanho. A maior abertura registrada na linha superior 2 ocorreu para o corpo de prova nove, com 2,11% do total desta linha. Para esta mesma linha ainda houve aberturas nos corpos de Na linha inferior 1 apenas o corpo de prova quatro apresentou uma pequena abertura na ordem de 3,59% do total desta linha. Na linha inferior 2 houve abertura de 40% dos corpos de prova, com destaque para a maior verificada no corpo nove, com 2,52% do total desta linha. Nesta temperatura, 90% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola, indicando graves problemas de resistência da linha de cola a essa temperatura, sendo esta a terceira pior temperatura para a resistência dos painéis maciços de Tectona grandis. A tabela 7 apresenta os dados referentes ao tamanho das aberturas de linha de cola para a temperatura de

13 80 C em painéis maciços de Tectona grandis. Tabela 07 Abertura de linha de cola para painéis maciços de Tectona grandis a 80 C Analisando a tabela 07, foi observado que na linha superior 1 houve abertura em 70% dos corpos de prova, com destaque para o seis e sete que apresentaram as maiores aberturas, com 7,71% e 8,05% do total desta linha, respectivamente. Na linha superior 2, apenas o corpo de prova dois não apresentou abertura, sendo que os corpos que obtiveram os maiores valores de abertura são o seis e o sete, que nesta mesma ordem apresentaram 11,74% e 7,95% do total desta linha. em 80% dos corpos de prova analisados, este fato também é verificado na linha inferior 3. A linha inferior 1 foi a que apresentou a menor quantidade de corpos de prova que sofreram abertura, com 50% dos do total. Já as linhas superior 2 e inferior 2 são as que apresentam as maiores quantidades de corpos de prova abertos com 90% do total. Nesta temperatura, 100% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola, indicando graves problemas de resistência da linha de cola a essa temperatura, sendo esta a pior temperatura para a resistência dos painéis maciços de Tectona grandis, pois houve mais linhas de cola abertas por corpo de prova. A tabela 8 apresenta os dados referentes ao tamanho das aberturas de linha de cola para a temperatura de 100 C em painéis maciços de Tectona grandis. Estudando a linha superior 3, observa-se que ocorreu abertura desta

14 Tabela 08 Abertura de linha de cola para painéis maciços de Tectona grandis a 100 C Analisando a tabela 08, observamos que o corpo de prova um foi o que obteve a maior abertura na linha de cola superior 1, com 38,26% do total desta linha. Ainda nesta mesma linha, o corpo de prova sete obteve a menor abertura com 3,10% do total desta linha. Estes dados mostram a grande diferença existente entre esses dois corpos. Ao estudar a linha superior dois, juntamente com a linha inferior 3, notase que mais de 50% dos corpos de prova tiveram aberturas em suas linhas de cola, com destaque para os altos valores registrados para o corpo de prova quatro da linha superior 2 com 23,56% e para o corpo de prova dois da linha inferior 3 com mais de 30,14%. A linha superior 3 apresentou no corpo de prova seis a maior abertura de todas as linhas com 53,26% do total desta linha. A linha inferior 1 apresentou no corpo de prova dois a terceira maior abertura de todas as linhas com 36,13% do total desta linha. Ainda nesta mesma linha destaca-se o corpo de prova dez, que também teve uma elevada abertura, com 28,73% do total desta. Na linha inferior 2 mais de 70% dos corpos de prova apresentaram abertura de linha de cola, com valores que variam de 3,31% a 20,21% de abertura em cada linha de cola. Nesta temperatura, 100% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola, indicando graves problemas de resistência da linha de cola a essa temperatura, sendo esta a segunda pior temperatura para a resistência dos painéis maciços de Tectona grandis, pois a 80 C também 100% dos corpos de prova abriram alguma linha de cola, porém houve mais linhas de cola abertas por corpo de prova. Após a análise das aberturas de linha de cola nas 4 temperaturas, a

15 tabela 09 irá apresentar a somatória das aberturas ocorridas nas duas extremidades de cada linha, ou seja, somando-se as linhas superior e inferior de cada linha em todas as temperaturas. Tabela 09 Abertura total de cada linha de cola para painéis maciços de Tectona grandis A maior abertura verificada em todas as temperaturas para a linha número 1 ocorreu com o corpo de prova um, que apresentou um total de 58,79% de abertura nesta linha, seguido pelo corpo de prova dois, com 45,74%, e pelo corpo de prova dez, com 32,35%. Na linha de cola número 2, o corpo de prova quatro apresentou a maior abertura, com 62,1% do total desta linha, seguido pelo corpo de prova um, com 32,8%, e pelo corpo de prova cinco, com 32,13%. A linha de cola número 3 foi a que apresentou os maiores índices de abertura, com destaque para o corpo de prova seis, que apresentou a maior abertura entre as 3 linhas, com 63,93% do total desta linha, seguido pelo corpo de prova dois, com 60,26%, pelo corpo de prova oito, com 45,24%, e pelo corpo de prova um, com 41,71%. Os resultados mostram que o corpo de prova um foi o pior do teste, pois apresentou os maiores rompimentos na soma das 3 linhas de cola. O corpo de prova dois foi o segundo pior com a segunda maior abertura na soma das 3 linhas de cola. O terceiro pior corpo de prova foi o quatro, seguido pelo seis e pelo dez. O melhor corpo de prova do teste foi o três, pois foi o único que não apresentou abertura em sua linha de cola número 1, e, além disso, foi o que na somatória das 3 linhas apresentou o menor valor de abertura. Em seguida, o segundo melhor corpo de prova foi o cinco, seguido pelo sete, nove e oito.

16 Conclusões e Recomendações Com base nas análises realizadas e nos resultados avaliados, pode-se concluir que, referente às aberturas de linha de cola, os painéis maciços tanto da espécie Pinus taeda quanto da espécie Tectona grandis sofreram as maiores aberturas de suas linhas de cola a temperatura de 80 C. Isto evidencia a necessidade de controle do processo de produção, sendo que este pode ser melhorado através das seguintes recomendações: transporte, evitando aberturas das linhas de cola, e protegendo a resistência da peça. - Avaliar: - A influência do tempo de prensagem a alta frequência na qualidade da linha de cola dos painéis maciços; - Qual a melhor gramatura (g/cm²) do adesivo PVA classe D3 para a colagem lateral de lamelas de madeira; - As características anatômicas de cada espécie e sua viabilidade para a produção de painéis maciços; - A influência da massa específica sob a qualidade das linhas de colagem; - Utilizar: - Embalagens como o papelão ondulado que, por ser um isolante térmico, fornece a proteção excelente às variações de temperatura durante o

17 Referências Bibliográficas ALBUQUERQUE, Carlos Eduardo Camargo; LATORRACA, João Vicente Figueiredo. Adesivos. In: Revista da Madeira nº 88. Sl: Março 2005. http://www.remade.com.br/br/revistada madeira_materia.php?num=1114&subj ect=teca&title=teca%20%e9%20nov a%20op%e7%e3o%20na%20ind%fa stria%20mundial. Acesso 13 out 2010. ASSOCIAÇÃO BRASLIEIRA DA INDÚSTRIA DA MADEIRA - ABIMCI. Produtos de madeira. Artigo Técnico nº. 15. Fev. Sl, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE - ABIMCI. Produtos de madeira sólida. Estudo Setorial 2003. Curitiba, 2008. FERRARESI, Proposição de um novo método de medição do desgaste em ferramentas de corte empregadas em operações de fresamento da madeira. Sl:se, 1977. GRESHAM, Gordon E. Mercado de Madeira de Florestas Plantadas. Anais do Seminário Internacional de Utilização da Madeira de Eucalipto para Serraria 147, (s/d). IWAKIRI, Setsuo. Painéis de madeira reconstituída. Curitiba, Abr. 2005. MATTOS, René Luiz Grion; GONÇALVES, Roberta Mendes; CHAGAS, Flávia Barros. Painéis de madeira no Brasil: panorama e perspectivas. Estudo Setorial. p.121-156, n.27, Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), março 2008. Rio de Janeiro, 2008. PRATA, José Guilherme. Estudo da viabilidade tecnológica do uso de espécies de pinus tropicais para produção de painéis colados lateralmente (Edge Glued Panels EGP). Curitiba: UFPR, 2010. REMADE. Madeira. In: Edição n 106 - Julho de 2007. Disponível em: