Physical characterization of fruit of the juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart).

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 Caracterização física de frutos de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart). Jéssica Leite da Silva 1 ; Franciscleudo Bezerra Costa 1 ; Mahyara de Melo Santiago 1 ; Luciana Márcia Andrade da Silva 1 ; Franciely Kelly Pereira 1 1 UFCG Universidade Federal de Campina Grande Campus Pombal - Rua Jario Vieira Feitosa, nº 1770, Bairro dos Pereiros, CEP 58.840-000, Pombal - PB. jessicaleite2010@gmail.com, franciscleudo@yahoo.com.br, mahyaramelo16@hotmail.com, luciana.andradepb@gmail.com, francielycruzeta@hotmail.com. RESUMO A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e apresenta uma flora bastante diversificada na qual se encontra o juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart). O presente trabalho teve por objetivo avaliar as características físicas do fruto do juazeiro. frutos foram coletados de dois juazeiros, localizados no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Pombal, Pombal, PB. Os frutos foram acondicionados em sacos plásticos, de acordo com seu estádio de maturação, e direcionados para o Laboratório de Análise de Alimentos da universidade. Foram realizadas análises de massa fresca e comprimentos, longitudinal e transversal. Em relação à massa fresca observou-se um acréscimo de 7,05g no 4º estádio de maturação, entretanto, no 5º estádio ocorreu decréscimo na massa do fruto. Em relação ao comprimento longitudinal do fruto os valores médios variaram de 15,37 a 20,01mm. Já no comprimento transversal a média varia de 14,10 a 24,59mm. Deste modo, no que remete à espessura de polpa dos frutos, observou-se maior espessura transversal no estádio IV do que os demais estádios. Verifica-se que, com índices de até 82,7% de rendimento da polpa e semente, a utilização do juá pode ser de grande viabilidade na fabricação de produtos industrializados. PALAVRAS-CHAVE: Ziziphus joazeiro Mart, Maturação, Rendimento. ABSTRACT Physical characterization of fruit of the juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart). The Caatinga is an exclusively Brazilian biome and has a very diverse flora where is the juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart). This study aimed to evaluate the physical characteristics of the juazeiro. Fruits were collected two juazeiro, located in the Centro Os

34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Pombal, Pombal-PB. The fruits were placed in plastic bags, according to their stage of maturation, and directed to the Food Analysis Laboratory of the University. Fresh mass analysis and lengths, longitudinal and transverse were performed. For fresh mass there was an increase of 7,05g in the 4th stage of maturation, however, on the 5th stage decreased the fruit mass. In relation to the length of the fruit mean values ranged from 15.37 to 20,01mm. In the cross- sectional average length ranging from 14.10 to 24,59mm. Thus, in what refers to the thickness of the fruit pulp, there was a larger cross-thickness stage IV than the other stages. It appears that, with rates of up to 82.7% of the pulp and seed yield, the use of juá can be of great viability in the manufacture of industrial products. Keywords: Ziziphus joazeiro Mart, Maturation, Yield. INTRODUÇÃO A maior parte da região Nordeste é ocupada por uma vegetação xerófila, de fisionomia e composição florística variada, denominada caatinga. Fitogeograficamente, o bioma caatinga ocupa cerca de 11% do território nacional, abrangendo os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e o norte de Minas Gerais. A caatinga ocupa cerca de 800.000 km² do Nordeste, o que corresponde a 70% da região (DRUMOND et al., 2000). É um bioma único e apresenta grande variedade de paisagens, riqueza biológica e endemismo. O ecossistema semi-árido reúne a maior diversidade espacial e temporal de paisagens do país (DRUMOND et al., 2000). Por se tratar de um bioma, a caatinga nordestina é classificada, por Giacometti (1993) como um dos centros de diversidade 6-NE/Caatinga, apresentando riqueza diversificada de espécies vegetais; no entanto, a potencialidade dessas espécies como fonte de nutrientes importante para dieta humana ainda é muito pouco conhecida, mas existem muitas populações de plantas da caatinga não estudadas. Em função do desconhecimento muito pouco de seus benefícios é aproveitado pelo homem. Zizyphus joazeiro Mart., popularmente chamada como juazeiro, é uma árvore muito conhecida pelos nordestinos, serve de alimento para o gado na seca, fornece frutos para alimentação humana, medicamento e madeira (ITF, 2008). É uma planta característica e exclusiva de várzeas da região semi-árida, seu profundo sistema radicular permite

66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 retirar água do subsolo para manter-se verde mesmo durante o período de estiagem. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis, que são amplamente disseminadas pelos animais (LORENZI, 2002). O fruto do juazeiro, juá, se apresenta como drupa globosa, carnosos, adocicado, levemente ácido e comestível, cujas características, viabilizam a submissão ao processo de fermentação visando a produção de alimentos (GOLDONI, 2001). Os frutos podem ser consumidos in natura sendo ricos em vitamina C. De acordo com Oliveira et al., (1999) os aspectos físicos dos frutos referentes à aparência externa, tamanho, forma e cor da casca, constituem atributos de qualidade importantes para comercialização dos frutos. Em virtude da escassez de estudos sobre o juá, este trabalho teve como objetivo avaliar as características físicas de frutos do juazeiro colhidos em diferentes estádios de maturação no município de Pombal, PB. MATERIAL E MÉTODOS Material Vegetal Avaliaram-se frutos de cinco estádios de maturação, selecionados quanto à coloração do fruto, os quais foram classificados em cinco diferentes estádios: I (verde-pouco da maturação), II (perdendo a cor verde), III (creme-claro), IV (maduro) e V (além da maturação), conforme a Figura 1, todos estes estádios foram extraídos de dois juazeiros, localizados no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Pombal, Pombal, PB. Os frutos foram colhidos e acondicionados em sacos plásticos de acordo com seu estágio de maturação, sendo assim transportados para o Laboratório de Análise de Alimentos da UFCG. Foi realizada a seleção, visando à retirada de frutos defeituosos ou estragados, a classificação, levando em consideração a cor da casca (Figura 1), a higienização, a fim de retirar as sujidades, e posteriormente, os frutos foram descascados para a retirada da polpa juntamente com a casca, sendo ambas processadas para posterior análise. Análises Físicas Para as análises físicas utilizaram-se 40 repetições, onde analisou-se as seguintes características:

98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 Massa fresca A massa fresca foi quantificada gravimetricamente a partir dos frutos inteiros, polpas e sementes em balança de precisão de 0,01 g. Comprimentos Longitudinal e Transversal Os frutos e sementes foram avaliados em relação ao comprimento longitudinal e transversal, determinados com o auxílio de paquímetro digital. Com essas informações tornou-se possível determinar espessura da polpa, calculada pela diferença de comprimentos do fruto e da semente. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 3 mostra o comportamento da massa fresca em relação aos estádios de maturação. O aumento no estádio de maturação proporciona um acréscimo de massa fresca, obtendo 7,05g de massa fresca no 4º estádio de maturação, no entanto, no 5º estádio, ocorreu um decréscimo na massa do fruto, decorrente do consumo dos substratos acumulados pelo próprio fruto. Os resultados obtidos para os comprimentos do fruto (Figura 4) seguem o comportamento da massa fresca do fruto, aumentando até o 4º estádio de maturação e no 5º estádio observou-se um decréscimo. O que torna o 4º estádio de maturação mais apreciado no que diz respeito a tamanho de fruto. Os valores médios encontrados para o comprimento longitudinal variaram de 15,37 a 20,01 mm, resultados superiores ao admitido admitidos por Silva et al. (2011), os quais variam de 15,54 a 16,34 mm. Já para o comprimento transversal obteve-se valores de 14,10 a 24,59 mm, resultados que indicam que os frutos são menores que os encontrados por Silva e Matos (1998), que apresentaram valores de 19 a 26 mm de comprimento. O fruto do estágio de maturação IV (Figura 5) apresentou a maior espessura de polpa transversal, portanto, considerado o de maior apreciação e aceitação. A espessura de polpa é uma característica muito importante do fruto quando se trata, principalmente, de transporte e comercialização, e constitui um atributo de qualidade importante, por se tratar da parte comestível do fruto (COELHO et al., 2004). A Figura 6 ilustra o rendimento de polpa e de semente, tendo o rendimento de polpa índices elevados de até 82,66%, o que a torna muito interessante à utilização do juá para a industrialização em forma de doces em massa, polpa congelada e geleias.

130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 REFERÊNCIAS COELHO, E. L.; FONTES, P. C. R.; FINGER, F. L.; CARDOSO, A. A. Qualidade de fruto de melão rendilhado em função de doses de nitrogênio. Bragantia. Campinas, v. 62, n. 2, p. 173-178, 2004. DRUMOND, M. A.; KIILL, L. H. P.; LIMA, P. C. F. ;OLIVEIRA, M. C. de; OLIVEIRA, V. R. de; ALBUQUERQUE, S. G. de.; NASCIMENTO, C. E. de S.; CAVALCANTI, J. Estratégias para o uso sustentável da biodiversidade da Caatinga. In: Avaliação e identificações de ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade do bioma caatinga. Seminário Biodiversidade da Caatinga, realizado em Petrolina; Pernambuco, na Embrapa Semi-Árido, no período de 21 a 26 de maio de 2000. GIACOMETTI, D. C. Recursos genéticos de fruteira nativas do Brasil. In: Simposio Nacional de Recursos Geneticos de Fruteiras Nativas, 1., 1993, Cruz das Almas, BA.Anais...Cruz da Almas: EMBRAPA-CNFMF, 1993. p.13-27. GOLDONI, J. S, Fermentação lática de hortaliças. In: Biotecnologia industrial. Coord. AQUARONE, BORZANI, SCHIMDELL e LIMA. São Paulo: Edgard Blucher, vol. 4, 2001. Índice Terapêutico Fitoterápico: ITF. Petrópolis: EPUB, 2008. LORENZI, H. Árvores brasileira: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. v. 1. 4. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. OLIVEIRA, M. E. B.; BASTOS, M. S. R.; FEITOSA, T.; BRANCO, M. A. A. C.; SILVA, M.G. G. Avaliação de parâmetros de qualidade físico-químicos de polpas congeladas de acerola, cajá e caju. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 19, n. 3, set./dez., p. 326-332, 1999. SILVA, L. M. M. e MATOS, E. V. P. Morfologia de frutos, sementes e plantas de catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul- Caesalpinaceae) e de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart-Rhamnanaceae). Revista Brasileira de Sementes. v.20, n.2, p.25-31, 1998. SILVA, L. R.; BARRETO, N. D. S.; BATISTA, P. F.; ARAÚJO, F. A. R.; MORAIS, P. L. D. Caracterização de frutos de cinco acessos de juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.13, n.1, p.15-20, 2011.

162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 I Estádio II Estádio III Estádio IV Estádio V Estádio Figura 1. Frutos do Zizyphus joazeiro Mart., colhidos em diferentes estádios de maturação. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014 (Fruits of Zizyphus joazeiro Mart., Harvested at different maturity stages. CCTA / UFCG, Pombal-PB, 2014).. (A) (B) (C) (D) (E) Figura 2. Etapas de processamento do juá. (A): colheita; (B): seleção e classificação; (C): higienização; (D): descascamento; (E): processamento em liquidificador. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014 (Juá processing steps. ((A): harvest; (B): selection and classification; (C) cleaning; (D): peeling; (E): processing in blender. CCTA / UFCG, Pombal-PB, 2014). Figura 3. Massa fresca do fruto, da polpa e da semente em frutos de juá colhidos em diferentes estádios de maturação. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014 (Fresh fruit weight, pulp and seed in fruit juá harvested at different maturity stages. CCTA/UFCG, Pombal- PB, 2014).

210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 Figura 4. Comprimento longitudinal e transversal de frutos de juá colhidos em diferentes estádios de maturação. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014 (Longitudinal and transverse length juá fruit harvested at different maturity stages. CCTA/UFCG, Pombal- PB, 2014). Figura 5. Espessura longitudinal e transversal da polpa de frutos de juá colhidos em diferentes estádios de maturação. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014 (Longitudinal and transverse thickness juá fruit pulp harvested at different maturity stages. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014). Figura 6. Rendimento de polpa e da semente em frutos de juá colhidos em diferentes estádios de maturação. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014 (Pulp and seed yield in juá fruit harvested at different maturity stages. CCTA/UFCG, Pombal-PB, 2014).