Introdução: O Primeiro Natal - A História do Natal Contada por Crianças https://www.youtube.com/watch?v=my4ohrn4e-a 1
Zacarias e Isabel são fiéis a Deus. Sua conduta é piedosa. Alguma coisa em seu coração o impediu de reagir com fé ao anúncio do anjo. Zacarias preferiu responder ao anúncio de Gabriel usando a razão: Lucas 1:18 Zacarias perguntou ao anjo: "Como posso ter certeza disso? Sou velho, e minha mulher é de idade avançada". Zacarias racionalizou quando era preciso crer. Por este motivo perdeu a voz: Lucas 1:20 Agora você ficará mudo. Não poderá falar até o dia em que isso acontecer, porque não acreditou em minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno". O sacerdote não poderia mais cumprir suas funções. Sua voz foi calada até compreender que a mensagem de Deus é algo que deve ser recebida pela fé. 2
O apóstolo Tiago - irmão de Jesus - escreve em sua carta que a verdadeira religião consiste em "cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo" [Tg 1:27], isto é: a religião verdadeira é "operosa" - ou usando um termo cristão mais antigo - é "piedosa". Simeão é um religioso deste tipo: Lucas 2:25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26 Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para lhe fazerem o que requeria o costume da Lei, 28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 "Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. 30 Pois os meus olhos já viram a tua salvação, 31 que preparaste à vista de todos os povos: 32 luz para revelação aos gentios e para a glória de Israel, teu povo". Um parêntese: O objetivo do presente estudo não é estigmatizar aqueles que levam a religião a sério dizendo que todos são hipócritas. Assim como Zacarias e Simeão, notamos vários outros representantes deste grupo bem próximos da mensagem do Evangelho. Escondidos nos textos dos evangelhos há, pelo menos, três religiosos que tiveram a gentileza e coragem de convidar Jesus para jantar (Lc 7.36-50; 11.37-53; 14.1-14). 3
Dois nomes muito conhecidos nos evangelhos são de fariseus: Nicodemos e José de Arimatéia. Nicodemos parecia alguém que genuinamente buscava a verdade (Jo 3.1-4). Por fim, ele falou a favor de Jesus e foi criticado por isso (Jo 7.45-52). Entremeado no texto do Evangelho de João, há outra referência a fariseus que ficaram do lado de Jesus. Lemos no capítulo 9 que a cura no sábado de um homem que nasceu cego não só separou o homem de seus pais e da sinagoga, mas também dividiu os fariseus. O versículo 16 registra: Alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus; pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles. 3
É possível que Maria fosse analfabeta e, portanto, seu conhecimento bíblico bastante limitado. Estima-se que cerca de 97% dos camponeses judeus não sabiam ler nem escrever, um número não inesperado para as sociedades predominantemente orais como a em que Jesus viveu. O anjo usa uma linguagem poética e muito simples para responder o questionamento de Maria. Ele não pormenorizou o que iria acontecer mas afirmou categoricamente que o que aconteceria seria uma obra do Espírito de Deus. 4
Para Maria a explicação do anjo foi o bastante. Sua resposta final foi uma declaração de fé. Quando Eva se viu entre a promessa e a impossibilidade virou a face. Maria manteve sua face voltada para Elohim, e pela sua confiança participou do desígnio de Deus. Ele fez o impossível, e a promessa não tardou a nascer. 5
José era um homem piedoso e altruísta. José não estava pensando em si ao querer anular o casamento, mas em Maria. Ele não estava pensando em si, mas na jovem que poderia ser tratada como adúltera. O anjo de Deus prega para José: Mateus 1:20 Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus porque ele salvará o seu povo dos seus pecados". Mesmo sendo apenas um trabalhador braçal, José era homem. Isto seria suficiente para deduzir que o noivo de Maria tivesse mais acesso às Escrituras judaicas, sobretudo à profecia citada pelo anjo: Mateus 1:23 "A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe chamarão Emanuel" que significa "Deus conosco". [cf. Is 7:14] A resposta de José representa aqueles que ouvem a Palavra e creem. Mateus 1:24 Ao acordar, José fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua esposa. 6
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A máquina religiosa nos tempos de Jesus funcionava muito bem. Era lucrativa para os sacerdotes; servia de assunto para os bate-papos informais; consistia numa forma bastante eficaz de manipulação social... Consumar a esperança messiânica destruiria todo este engenhoso sistema. 11
A escritora Margaret Atwood no livro Oryx and Crake põe a seguinte pergunta na boca de uma de suas personagens:... estamos então condenados pela esperança?. Pela esperança? Bem, sim. A esperança elege o político com a maior promessa vazia; e, como sabe qualquer corretor da Bolsa ou vendedor de loteria, a maioria de nós preferirá uma escassa esperança a uma prudente e previsível frugalidade. A esperança, como a avidez, nutre a máquina do capitalismo - Ronald Wright, A Short History of Progress, Edinburgh, Canongate Books, 2005, p.123. A notícia do aparecimento da estrela deveria ter, no mínimo, despertado a curiosidade dos sacerdotes e mestres da lei. Eles deveriam ser os primeiros a se mobilizar para investigar a questão dos sábios do oriente. Mas eles decidiram não fazer nada. Este grupo não ansiava pela consumação da esperança... Viviam apenas da esperança pela esperança. Desta forma demonstram que de fato não eram filhos de Abraão. Este, de acordo com o relato bíblico creu contra a esperança. "Crer contra a esperança" é ver o resultado da sua fé mesmo ela não estando presente, é você sentir o Isaque no colo quando o útero de Sarai estava seco, é você ir sacrificar seu filho e crer que mesmo que ele morresse Deus o ressuscitaria! Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11:17-19). Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: "eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, [nós] voltaremos para junto de vós" (Gn 22:5). 12
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