CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA OS USUÁRIOS DE LABORATÓRIOS

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Transcrição:

Projeto de Extensão: Contribuições à Gestão Ambiental dos Resíduos Perigosos de Laboratório CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA OS USUÁRIOS DE LABORATÓRIOS 1

"Contribuições à Gestão Ambiental dos Resíduos Perigosos de Laboratório" Na UFSCar campus de São Carlos é gerado grandes quantidades de resíduos perigosos em seus laboratórios durante as atividades de ensino, pesquisa e extensão. A partir de um diagnóstico local, por meio do desenvolvimento de estratégias, o projeto "Contribuições à Gestão Ambiental dos Resíduos Perigosos de Laboratório" tem por finalidade contribuir para a disseminação do conhecimento da existência e da importância do Sistema de Gestão de Resíduos Perigosos, incentivando a coresponsabilidade e a participação da comunidade acadêmica neste Sistema. Esta atividade, de grande relevância acadêmica e institucional, é coordenada pela SGAS por meio do DeGR com apoio do DeAEA e busca planejar ações de gestão (normativas) e de Educação Ambiental (sensibilização, reflexão e conscientização) acerca da problemática apresentada. O diálogo com a comunidade acadêmica possibilita a identificação das fragilidades e a melhoria do Sistema por meio do planejamento de instrumentos específicos de Gestão e de Educação Ambiental para o melhor funcionamento do mesmo. É fundamental que esta comunidade conheça e participe da gestão dos resíduos na universidade, minimizando os riscos associados e incorporando princípios em suas práticas atuais e futuras. RESPONSÁVEIS (Projeto) Docente: Erica Pugliesi Departamento de Ciências Ambientais (DCam) E-Mail: epugliesi@ufscar.br, epugliesi@gmail.com Dra. Liane Biehl Printes Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA) E-mail: liane@ufscar.br RESPONSÁVEIS (Elaboração da cartilha) Docente: Erica Pugliesi Departamento de Ciências Ambientais (DCam) E-mail: epugliesi@ufscar.br, epugliesi@gmail.com Dra. Liane Biehl Printes Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA) E-mail: liane@ufscar.br Dra. Ana Marta Ribeiro Machado Departamento de Gestão de Resíduos (DeGR) E-mail: anamrm@ufscar.br Paula Adriana da Silva Departamento de Gestão de Resíduos (DeGR) E-mail: paulasilva@ufscar.br Bolsista Proex: Silvia Helena Flamini E-mail: teia.flamini@gmail.com 2

ÍNDICE 1. DEFINIÇÕES 1.1 Resíduos químicos... 5 1.2 Periculosidade de um resíduo... 5 1.3 Toxicidade... 5 1.4 Toxicidade aguda... 6 1.5 Agente tóxico... 6 1.6 Agente teratogênico... 6 1.7 Agente mutagênico... 6 1.8 Agente carcinogênico... 6 1.9 Agente ecotóxico... 6 1.10 Acondicionamento de resíduos químicos... 6 1.11 Coletor de resíduo químico... 6 1.12 Segregação de resíduos... 9 1.13 Frascos e embalagens vazias de produtos químicos... 9 1.14 Vidrarias de laboratório... 9 1.15 Estoque de produtos químicos... 9 1.16 Resíduos radioativos... 9 1.17 Resíduos infectantes... 10 1.18 Resíduos perfurocortantes... 10 2. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS 2.1Condições gerais para a classificação dos resíduos... 11 2.1.1 Classificação 2.1.1.1 Resíduos Classe I Perigosos (conforme ABNT-NBR 10004:2004)... 11 2.1.1.2 Resíduos Classe II A Não inertes (conforme ABNT-NBR-10004:2004)... 13 2.1.1.3 Resíduos Classe II B Inertes (conforme ABNT-NBR-10004:2004)... 13 3. PROCEDIMENTOS PARA O DESCARTE CORRETO 3.1 Procedimentos para o descarte correto de vidrarias destinadas à reciclagem... 14 3.2 Procedimentos para o descarte correto de frascos e embalagens vazias... 15 3.3 Procedimentos para o descarte correto de resíduos radioativos... 15 3.4 Procedimentos para o descarte correto de resíduos infectantes... 20 3.5 Procedimentos para o descarte correto de resíduos perfurocortantes... 21 4. INFORMAÇÕES ADICIONAIS 4.1 Resíduos Químicos (incluindo seu descarte)... 22 4.2 Lâmpadas (descarte)... 22 4.3 Coletores de resíduos... 22 5. NORMAS DO DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE RESÍDUOS 5.1 Aceitabilidade dos resíduos... 24 5.2 Inaceitabilidade dos resíduos... 24 5.3 Embalagens apropriadas... 24 3

5.4 Embalagens e recipientes... 25 5.5 Compatibilidade de recipientes e reagentes... 26 5.6 Recipientes adequados para armazenagem de produtos químicos... 28 6. SOBRE O DESCARTE NA REDE COLETORA DE ESGOTO... 31 8. COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS QUÍMICOS 8.1 Orientações... 32 9. BIOSSEGURANÇA 9.1 Definição... 33 9.2 Algumas dicas... 33 10. TIPOS DE RISCO... 35 11. CLASSES DE RISCO BIOLÓGICO... 36 12. NÍVEIS DE CONTENÇÃO FÍSICA PARA RISCOS BIOLÓGICOS... 37 13. BARREIRAS 13.1 Equipamento de Proteção Individual (EPI)... 38 13.2 Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)... 39 14. BIBLIOGRAFIA E CRÉDITO DAS FIGURAS... 41 ANEXO 1 (Substâncias agudamente tóxicas e tóxicas)...42 ANEXO 2 (Incompatibilidade de substâncias químicas para fins de armazenamento)... 57 ANEXO 3 (Substâncias que conferem periculosidade aos resíduos)... 71 4

1. DEFINIÇÕES 1.1 Resíduos químicos São resultantes de atividades laboratoriais dos estabelecimentos de ensino, pesquisa e extensão. Podem ser: Produtos químicos fora de especificação, obsoletos ou alterados; Produtos químicos excedentes, vencidos ou sem previsão de utilização; Produtos de reações químicas; Resíduos de análises químicas e de limpeza de equipamentos de laboratórios; Remanescente de amostras contaminadas e de preparação de reagentes; Frascos ou embalagens de reagentes; Materiais contaminados com substâncias químicas que oferecem riscos à saúde humana e a qualidade do meio ambiente (como luvas, máscaras, ponteiras, tubos Eppendorf, placas, materiais descartáveis de uso laboratorial em geral). Tais resíduos químicos podem apresentar-se sob as formas sólida, semi-sólida, líquida ou gasosa e também com vários graus de periculosidade de acordo com suas características (inflamáveis, corrosivos, reativos, patogênicos e tóxicos). Observação: os resíduos biológicos em geral e os resíduos biológicos patogênicos, bem como os rejeitos radioativos e materiais contaminados com isótopos radioativos estão sujeitos à legislação e normalização técnica, ambas específicas. 1.2 Periculosidade de um resíduo Características do resíduo que, devido suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, apresentam: 1- riscos à saúde pública (mortalidade, patologias ou acentuação de seus índices); 2- riscos ao meio ambiente (quando gerenciado de maneira inadequada). 1.3 Toxicidade Propriedade do agente tóxico de provocar, em maior ou menor grau, um efeito adverso devido sua interação com o organismo. 5

1.4 Toxicidade aguda Propriedade que o agente tóxico possui de provocar um efeito adverso grave (ou morte) devido sua interação com o organismo, após exposição a uma única dose elevada ou a repetidas doses em um espaço de tempo curto. 1.5 Agente tóxico Qualquer substância ou mistura cuja manipulação (inalação, ingestão ou absorção cutânea) é cientificamente comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou ecotoxicológico). 1.6 Agente teratogênico Qualquer agente físico, organismo, estado de deficiência, substância ou mistura que, estando existente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função do individuo dela resultante. 1.7 Agente mutagênico Qualquer agente físico ou biológico, substância ou mistura cuja manipulação (inalação, ingestão ou absorção cutânea) possa aumentar as taxas espontâneas de danos ao material genético e ainda provocar ou elevar a ocorrência de defeitos genéticos. 1.8 Agente carcinogênico Qualquer agente físico ou biológico, substância ou mistura cuja manipulação (inalação, ingestão e absorção cutânea) possa desenvolver potenciais cancerígenos ou aumentar sua ocorrência. 1.9 Agente ecotóxico Qualquer substância ou mistura que apresente ou possa apresentar riscos ao meio natural (meio ambiente). 1.10 Acondicionamento de resíduos químicos Acondicionamento é a transferência de resíduo químico para um recipiente adequado à natureza química do resíduo. Este deve ser produzido com material durável, resistente a rupturas e vazamentos, dotado de tampa e compatível quanto à forma, volume e peso, com a quantidade de resíduo produzida e o equipamento utilizado para o transporte destes materiais. 1.11 Coletor de resíduo químico É um recipiente portátil empregado no transporte ou armazenamento dos resíduos. Os tipos de recipientes coletores para acondicionamento de resíduos químicos são: 6

a) Tambor: recipiente de forma cilíndrica, confeccionado em chapa metálica ou material plástico. b) Bombona: recipiente de seção quadrada, retangular ou poligonal, confeccionado em material plástico. 7

c) Barrica de papelão: de seção circular, confeccionado em camadas de papel cartão e cola, com rebaixo na boca para encaixe da tampa, com fundo e tampa (ambos confeccionados em chapa de fibra de madeira com reforço opcional em chapa metálica). d) Bandeja para vazamento de contêiner: recipiente de uso exclusivo para evitar vazamentos, derramamentos e respingos de resíduos. É confeccionado em material quimicamente compatível com os resíduos que eventualmente possam apresentar vazamento, derramamento ou respingo do coletor de resíduo químico. O Departamento de Gestão de Resíduos da UFSCar Campus São Carlos disponibiliza os itens: bombona, frascos de vidro (de um e quatro litros) e baldes. 8

1.12 Segregação de resíduos É a separação de resíduos no momento da sua geração, com uma classificação que deve ser previamente estabelecida, buscando maneiras de acondicioná-los adequadamente e a melhor alternativa de armazenamento temporário e posterior destinação. (ABNT/NBR- 12807:1993). Esta prática tem por finalidade evitar a mistura de materiais incompatíveis que pode causar: produção de calor, fogo ou explosão; geração de fumos e gases tóxicos e inflamáveis; solubilização e produção de substâncias tóxicas entre outros eventos. Deste modo, garante-se a possibilidade de tratamento, reutilização ou reciclagem, bem como a segurança durante o manuseio. IMPORTANTE: a segregação dos resíduos químicos deverá ser prevista no laboratório gerador com correta identificação (rótulo) prévia dos mesmos, garantindo a possibilidade futura de tratamento, reutilização, recuperação e reciclagem dos mesmos. Não omita nenhuma informação da identificação (rótulo). 1.13 Frascos e embalagens vazias de produtos químicos São considerados frascos e embalagens destes produtos todos os tipos de recipientes empregados no acondicionamento e comercialização de produtos químicos, como por exemplo, frascos, garrafas, latas, tambores e sacos. 1.14 Vidrarias de laboratório É todo o conjunto de utensílios confeccionados em vidro (como borossilicato e quartzo) ou plásticos (polipropileno, polietileno e policarbonato, entre outros), empregados no uso comum em experimentos científicos. 1.15 Estoque de produtos químicos Este estoque compreende a listagem de todos os produtos químicos em uso ou armazenados no laboratório para posterior utilização. A manutenção de um inventário do estoque de tais produtos é uma ferramenta importante para o gerenciamento do laboratório e contribui positivamente com o programa de gestão de resíduos químicos, auxiliando no planejamento de compras e evitando o excesso de estoques e agressões ambientais. 1.16 Resíduos radioativos São compostos por materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos com baixa atividade. São normalmente, sólidos ou líquidos (seringas, papel absorvente, frascos, líquidos derramados, urina, fezes, etc.). 9

1.17 Resíduos infectantes Tais resíduos podem ser divididos em quatro grupos: Material proveniente de áreas de isolamento: sangue e secreções provenientes de portadores de doenças transmissíveis; Material biológico: é composto por estoques ou culturas de microrganismos provenientes de laboratórios clínicos ou de pesquisa, meios de cultura, vacinas vencidas ou inutilizadas, filtros e gases aspiradas de áreas contaminadas; Sangue humano e hemoderivados: constituídos por bolsas de sangue cujo prazo de utilização está vencido, inutilizadas ou com sorologia positiva, bem como amostras de sangue para análise, soro, plasma, e outros subprodutos. 1.18 Resíduos perfurocortantes Estes resíduos constituem a principal fonte potencial de riscos, tanto para acidentes físicos quanto para doenças infecciosas e são compostos por: agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de bisturi, lâminas de barbear e qualquer vidraria quebrada ou que se quebre facilmente. 10

2. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS 2.1 Condições gerais para a classificação dos resíduos Para classificar os resíduos é necessário o conhecimento do processo de geração do mesmo, ou seja: Tipo de amostra; Quantidade e origem dos produtos químicos; Método de análise (reações químicas envolvidas), bem como o procedimento analítico utilizado que resultaram na geração do resíduo químico. A partir das informações obtidas sobre as características físicas e químicas dos produtos químicos empregados pode-se prever a periculosidade do resíduo gerado. Essas informações estão disponíveis aos usuários pelos fabricantes e revendedores de produtos químicos. (consulte as Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos ou Material Safety Data Sheet MSDS - para reagentes importados). 2.1.1 Classificação Os resíduos químicos são classificados em: 2.1.1.1 Resíduos Classe I Perigosos (conforme ABNT-NBR-10004:2004) Aqueles que apresentam periculosidade e características de: Inflamabilidade Quando apresenta qualquer uma das seguintes propriedades: 1- Estado líquido com ponto de fulgor inferior a 60ºC, excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24% de álcool em volume; 2- Estado não líquido com capacidade de, sob condições de temperatura e pressão a 25ºC e 0,1 MPa (1atm), produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas. Quando inflamado, queimar vigorosamente e persistentemente, dificultando a extinção do fogo; 3- Ter característica oxidante (substância que pode liberar oxigênio) e, como resultado estimular a combustão, aumentando a intensidade do fogo em outro material. 11

Corrosividade É caracterizado como corrosivo quando apresenta uma das seguintes características: 1- Estado aquoso com ph inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, ou ainda quando sua mistura com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresenta ph inferior a 2, ou, superior ou igual a 12,5; 2- Severa taxa de corrosão ao aço (6,35mm/ano a 55ºC); 3- Capacidade de provocar danos aos tecidos humanos (exemplos: ácidos orgânicos comuns, ácidos minerais e soluções aquosas de bases, tais como hidróxidos de sódio e de potássio); Reatividade É caracterizado como reativo se apresentar uma das seguintes características: 1- Instabilidade e reação violenta e imediata, sem detonar; 2- Reação violenta com a água; 3- Formação de misturas potencialmente explosivas com a água; 4- Geração de gases, vapores e fumos tóxicos em suficientes quantidades para provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água; 5- Na sua constituição haver a presença de íons cianeto (CN-) ou sulfetos (S2-) em concentrações que ultrapassem os limites de 250mg de ácido cianídrico (HCN) liberável por quilograma de resíduo ou 500mg de ácido sulfídrico (H2S) liberável por quilograma de resíduo; 6- Capacidade de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes confinados; 7- Capacidade de gerar, prontamente, reação ou decomposição detonante ou explosiva a 25ºC e 0,1 MPa (1 atm). Toxicidade É tóxico quando apresenta uma das seguintes características: 1- Ser comprovadamente letal ao homem; 2- Presença de substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do resíduo que demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que 50mg/Kg ou CL50 inalação para ratos menor que 2mg/L ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que 200mg/Kg. IMPORTANTE: substâncias tóxicas Anexo 1. 12

Patogenicidade Um resíduo é patogênico se contiver ou se houver suspeita de possuir: 1- Microrganismos patogênicos; 2- Proteínas virais; 3- Ácido desoxiribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico (ARN) recombinantes; 4- Organismos geneticamente modificados, plasmídios, cloroplastos e mitocôndrias; 5- Toxinas que produzam doenças em seres humanos, animais ou vegetais. 2.1.1.2 Resíduos Classe II A Não inertes (conforme ABNT-NBR-10004:2004) São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos Classe I (perigosos) ou de resíduos Classe II B (inertes). Podem possuir tais propriedades: 1- Capacidade de biodegradação; 2- Capacidade de combustibilidade; 3- Capacidade de solubilidade em água. 2.1.1.3 Resíduos Classe II B Inertes (conforme ABNT-NBR-10004:2004) Resíduos que, em sua fase líquida livre ou, quando submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente (conforme ABNT/NBR-10006:2004), não apresentarem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, estabelecidos pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde. 13

3. PROCEDIMENTOS PARA O DESCARTE CORRETO 3.1 PROCEDIMENTOS PARA O DESCARTE CORRETO DE VIDRARIAS DESTINADAS À RECICLAGEM ADVERTÊNCIA: por questões legais e de segurança não misture as vidrarias de laboratório com outros materiais recicláveis. 1- Limpe, seque e isente de contaminação as vidrarias; 2- Quando contaminadas com produtos químicos, as vidrarias devem ser descontaminadas via procedimento da tríplice lavagem (procedimento: 1- despeje todo o conteúdo da vidraria no coletor de resíduo específico; 2- adicione ¼ de água do volume total da vidraria; 3- Agite bem por 30 segundos; 4- despeje este ¼ de água no coletor de resíduo. Este procedimento deve ser realizado três vezes. Após, guarde o rótulo da embalagem para posterior identificação); 3- Autoclavar as vidrarias contaminadas com agentes (a autoclavagem deverá ser executada a 120ºC por 20 minutos; secar as vidrarias em estufa. Vidrarias com tampa de poliestireno não devem ser submetidas à temperatura acima de 50ºC no forno); 4- Durante a limpeza e acondicionamento de vidrarias, adote medidas de biossegurança, com a utilização de protetores respiratórios, luvas apropriadas e óculos de segurança; 5- Atenção redobrada para as vidrarias quebradas: manuseie utilizando equipamentos de proteção e acondicione de modo a evitar acidentes com as demais pessoas que venham a entrar em contato com estes materiais; 6- Não armazene frascos e embalagens de produtos químicos junto com as vidrarias; 7- Acondicione as vidrarias em recipientes adequados (pode-se utilizar caixas de papelão reforçadas); 8- Tubos de ensaio contaminados ou sujos com material protéico: imergí-los em solução de hipoclorito de sódio a 1% em vasilhames apropriados por, no mínimo, 12 horas. 9- Vidrarias sujas com material aderente (Nujol, Percoll, Adjuvantes oleosos, etc.) devem ser lavadas em água corrente e colocadas em solução de Extran a 2% por um período mínimo de 04 horas. 14

IMPORTANTE: Oriente os demais envolvidos (técnicos, alunos, professores e profissionais da limpeza) para não confundirem as caixas de papelão destinadas às vidrarias com os recipientes destinados à coleta seletiva ou lixo comum. Os laboratórios são responsáveis pela descontaminação, limpeza e acondicionamento das vidrarias a serem encaminhadas para a reciclagem. As vidrarias devem ser encaminhadas ao DeGR; após são destinadas à reciclagem. 3.2 PROCEDIMENTOS PARA O DESCARTE CORRETO DE FRASCOS E EMBALAGENS VAZIAS ADVERTÊNCIA: por questões legais e de segurança não misture frascos e embalagens vazias com outros materiais recicláveis. 1- Durante o manuseio dos frascos e embalagens, adote medidas de biossegurança, com a utilização de protetores respiratórios, luvas apropriadas e óculos de segurança; 2- Mantenha os frascos vazios, sem restos de produtos e tampados; com ausência de sinais externos de contaminação. IMPORTANTE: os frascos vazios devem ser encaminhados ao DeGR que, posteriormente, realizará o descarte de maneira adequada. A coleta destes resíduos será realizada em data determinada, mediante uma solicitação via site ou e-mail (degr@ufscar.br). Frascos de plástico podem ser encaminhados para a reciclagem, APÓS DESCONTAMINAÇÃO prévia. Havendo a presença de material ou substância de alta periculosidade, o frasco deverá ser encaminhado ao DeGR. 3.3 PROCEDIMENTOS PARA O DESCARTE CORRETO DE RESÍDUOS RADIOATIVOS Os resíduos radioativos, cuja atividade esteja superior às recomendadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), devem ser acondicionados em depósitos de decaimento (até que suas atividades se encontrem dentro do limite permitido para sua eliminação - considere como de 10 meias vidas o tempo necessário para obter um 15

decréscimo quase total para a atividade dos materiais de fontes não seladas empregadas na área biomédica). Estes resíduos deverão ser mantidos em local com blindagem de chumbo e separados de quaisquer outros materiais radioativos em uso. 1- Não misture rejeitos radioativos líquidos com os sólidos; 2- Utilize recipientes especiais, devidamente etiquetados e apropriados à natureza do produto em questão; 3- Colete materiais contaminados por radiação (como agulhas, ponteiras de pipetas e outros objetos afiados) em recipientes específicos, com a sinalização de radioatividade; 4- Identifique os containers: com o isótopo presente, o tipo de produto químico e a concentração, o volume do conteúdo, laboratório de origem, técnico responsável pelo descarte e a data do descarte; 5- Armazene os rejeitos em um local previamente adaptado para isto, aguardando o recolhimento; 6- Os responsáveis pela coleta de resíduos radioativos, ou mesmo aqueles que realizam a manipulação do mesmo, devem utilizar vestimentas protetoras e luvas descartáveis (que serão eliminadas após o uso); 7- No caso de derramamento de líquidos radioativos, utilize papéis absorventes ou areia (dependendo da quantidade derramada) - isto impedirá seu espalhamento. Elimine tais materiais juntamente com os outros resíduos radioativos. IMPORTANTE: o DeGR não possui infraestrutura e/ou treinamento específico para a manipulação destes resíduos. Aconselha-se aos laboratórios que, após o armazenamento destes resíduos em recipientes adequados, aguardem o tempo de decaimento dos mesmos; assim, posteriormente poderão ser encaminhados para o descarte (tanto os resíduos quanto as embalagens). Os animais utilizados nas pesquisas, que envolvem materiais radioativos, devem ser descartados como rejeito biológico (após o período de decaimento). Para maiores informações, consulte a página do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN): https://www.ipen.br. Há também o site da Comissão Nacional de Energia Nuclear: http://www.cnen.gov.br. Abaixo segue um trecho extraído do Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, que inclui o tratamento correto dos resíduos radioativos. Para acessar o conteúdo completo deste regulamento, acesse o link: 16

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/10d6dd00474597439fb6df3fbc4c6735/rdc+ N%C2%BA+306,+DE+7+DE+DEZEMBRO+DE+2004.pdf?MOD=AJPERES Trecho extraído: Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com a natureza física do material e do radionuclídeo presente, e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da CNEN. Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação; Os rejeitos radioativos sólidos devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, forrados internamente com saco plástico resistente e identificados; Os rejeitos radioativos líquidos devem ser acondicionados em frascos de até dois litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada, vedante, acomodados em bandejas de material inquebrável e com profundidade suficiente para conter, com a devida margem de segurança, o volume total do rejeito e identificados; Os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeos devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes estanques, rígidos, com tampa, devidamente identificados, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente. IDENTIFICAÇÃO O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO, indicando o principal risco que apresenta aquele material, além de informações sobre o conteúdo, nome do elemento radioativo, tempo de decaimento, data de geração, nome da unidade geradora, conforme norma da CNEN NE 6.05 e outras que a CNEN determinar; 17

Os recipientes para os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeo devem receber a inscrição de PERFUROCORTANTE e a inscrição REJEITO RADIOATIVO, e demais informações exigidas; Após o decaimento do elemento radioativo a níveis do limite de eliminação estabelecidos pela norma CNEN NE 6.05, o rótulo de REJEITO RADIOATIVO deve ser retirado e substituído por outro rótulo, de acordo com o Grupo do resíduo em que se enquadrar; O recipiente com rodas de transporte interno de rejeitos radioativos, além das especificações contidas no item 1.3 deste Regulamento, deve ser provido de recipiente com sistema de blindagem com tampa para acomodação de sacos de rejeitos radioativos, devendo ser monitorado a cada operação de transporte e ser submetido à descontaminação, quando necessário. Independente de seu volume, não poderá possuir válvula de drenagem no fundo. Deve conter identificação com inscrição, símbolo e cor compatíveis com o resíduo do Grupo C. TRATAMENTO O tratamento dispensado aos rejeitos do Grupo C - Rejeitos Radioativos é o armazenamento, em condições adequadas, para o decaimento do elemento radioativo. O objetivo do armazenamento para decaimento é manter o radionuclídeo sob controle até que sua atividade atinja níveis que permitam liberá-lo como resíduo não radioativo. Este armazenamento poderá ser realizado na própria sala de manipulação ou em sala específica, identificada como sala de decaimento. A escolha do local de armazenamento, considerando as meias-vidas, as atividades dos elementos radioativos e o volume de rejeito gerado, deverá estar definida no Plano de Radioproteção da Instalação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da CNEN. Para serviços com atividade em Medicina Nuclear, observar ainda a norma NE - 3.05 da CNEN; Os resíduos do Grupo A de fácil putrefação, contaminados com radionuclídeos, depois de atendido os respectivos itens de acondicionamento e identificação de rejeito radioativo, devem observar as condições de conservação mencionadas no item 1.5.5, durante o período de decaimento do elemento radioativo; 18

O tratamento preliminar das excretas de seres humanos e de animais submetidos à terapia ou a experimentos com radioisótopos deve ser feito de acordo com os procedimentos constantes no Plano de Radioproteção; As sobras de alimentos provenientes de pacientes submetidos à terapia com Iodo 131, depois de atendidos os respectivos itens de acondicionamento e identificação de rejeito radioativo, devem observar as condições de conservação mencionadas no item 1.5.5 durante o período de decaimento do elemento radioativo. Alternativamente, poderá ser adotada a metodologia de trituração destes alimentos na sala de decaimento, com direcionamento para o sistema de esgotos, desde que haja Sistema de Tratamento de Esgotos na região onde se encontra a unidade; O tratamento para decaimento deverá prever mecanismo de blindagem de maneira a garantir que a exposição ocupacional esteja de acordo com os limites estabelecidos na norma NE-3.01 da CNEN. Quando o tratamento for realizado na área de manipulação, devem ser utilizados recipientes blindados individualizados. Quando feito em sala de decaimento, esta deve possuir paredes blindadas ou os rejeitos radioativos devem estar acondicionados em recipientes individualizados com blindagem; Para serviços que realizem atividades de Medicina Nuclear e possuam mais de 3 equipamentos de diagnóstico ou pelo menos 1 quarto terapêutico, o armazenamento para decaimento será feito em uma sala de decaimento de rejeitos radioativos com no mínimo 4 m², com os rejeitos acondicionados de acordo com o estabelecido no item 12.1 deste Regulamento.12.3.7 - a sala de decaimento de rejeitos radioativos deve ter o seu acesso controlado. Deve estar sinalizada com o símbolo internacional de presença de radiação ionizante e de área de acesso restrito, dispondo de meios para garantir condições de segurança contra ação de eventos induzidos por fenômenos naturais e estar de acordo com o Plano de Radioproteção aprovado pela CNEN para a instalação; O limite de eliminação para rejeitos radioativos sólidos é de 75 Bq/g, para qualquer radionuclídeo, conforme estabelecido na norma NE 6.05 da CNEN. Na impossibilidade de comprovar-se a obediência a este limite, recomenda-se aguardar o decaimento do radionuclídeo até níveis comparáveis à radiação de fundo; 19

A eliminação de rejeitos radioativos líquidos no sistema de esgoto deve ser realizada em quantidades absolutas e concentrações inferiores às especificadas na norma NE-6.05 da CNEN, devendo esses valores ser parte integrante do plano de gerenciamento; A eliminação de rejeitos radioativos gasosos na atmosfera deve ser realizada em concentrações inferiores às especificadas na norma NE-6.05 da CNEN, mediante prévia autorização da CNEN; O transporte externo de rejeitos radioativos, quando necessário, deve seguir orientação prévia específica da Comissão Nacional de Energia Nuclear/CNEN. 3.4 PROCEDIMENTOS PARA O DESCARTE CORRETO DE RESÍDUOS INFECTANTES 1. O resíduo contaminado deve ser embalado em sacos plásticos para o lixo tipo 1, de cor branca, com capacidade máxima de 100 litros (indicados pela NBR 9190 da ABNT); 2. Mantenha tais sacos totalmente fechados e íntegros, impedindo possíveis derramamentos de seu conteúdo; 3. Identifique os sacos plásticos destinados a tais resíduos (inclusive com a data de descarte); 4. NUNCA descarte tais resíduos no meio ambiente ou disponha para a coleta do lixo comum; 5. Os recipientes destinados ao acondicionamento dos sacos devem ser providos de tampa e serem lavados, pelo menos uma vez por semana, ou sempre que houver necessidade; 6. Realize a desinfecção de todos os utensílios que entrarem em contato direto com os resíduos infectantes: execute a autoclavação a 121 C (125F), pressão de 1 atmosfera (101kPa, 151 lb/in acima da pressão atmosférica) durante pelo menos 20 minutos; 7. Havendo derramamento do conteúdo do saco coletor, cubra o material derramado com uma solução desinfetante (por exemplo, hipoclorito de sódio a 10.000 ppm), recolhendo-se em seguida. Proceder, depois, a lavagem do local. Não se esqueça de utilizar os equipamentos de proteção. IMPORTANTE: todo o material de contaminação biológica e infectante deve ser retirado pela empresa São Carlos Ambiental, pelo Programa de Coletas Especiais. O telefone para contato é o 3368-2244 (com Carol). Outra possibilidade é através da 20

Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura Municipal, cujo telefone para contato é o 3362 1300, mediante cadastro a ser realizado. Para a realização deste cadastro, pede-se que seja feito um ofício protocolado no SIM endereçado ao meio ambiente (este será encaminhado ao responsável pela autorização). Maravalha e outros materiais biológicos infectantes (como luvas, filtro, ponteiras entre outros) não devem ser descartados no lixo comum ou retirados pelo pessoal da limpeza. 3.5 PROCEDIMENTOS PARA O DESCARTE CORRETO DE RESÍDUOS PERFUROCORTANTES 1- Manuseie tais resíduos utilizando equipamentos de proteção e os acondicione de modo a evitar acidentes com as demais pessoas que venham a entrar em contato com estes materiais; 2- Acondicione objetos perfuro-cortantes em recipientes de plástico rígido ou caixas de papelão do tipo Sharp Box com tampa (também podem ser acondicionados em recipientes resistentes à autoclavação); IMPORTANTE: as caixas tipo Sharp Box podem ser encontradas em comércios destinados à venda de artigos hospitalares. Na cidade de São Carlos, há a empresa Ortomed (dentre outras opções) localizada: na Av. São Carlos 2811, centro 13560-011 contato via telefone (016-3364 2131) ou email (ciruortomed@linkway.com.br). 3- Identifique tais recipientes com informações sobre a origem e data do descarte; 4- Não quebre, entorte ou recapeie a agulha, bem como não a remova da seringa após o uso; 5- Seringas de vidro devem ser descontaminadas juntamente com a sua agulha; 6- Oriente os demais envolvidos (técnicos, alunos, professores e profissionais da limpeza) para não confundirem as caixas de papelão (ou plástico rígido) destinadas aos objetos perfuro-cortantes com os recipientes destinados à coleta seletiva ou lixo comum. IMPORTANTE: todo o material de contaminação biológica e infectante deve ser retirado pela empresa São Carlos Ambiental, pelo Programa de Coletas Especiais. O telefone para contato é o 3368-2244 (com Carol). Outra possibilidade é através da Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura Municipal, cujo telefone para contato é o 3362 1300, mediante cadastro a ser realizado. Para a realização deste cadastro, pede-se que seja feito um ofício protocolado no SIM endereçado ao meio ambiente (este será encaminhado ao responsável pela autorização). 21

4. INFORMAÇÕES ADICIONAIS 4.1 Resíduos Químicos Acondicione o resíduo químico de modo a não alterar suas características ao longo do tempo; Antes de realizar a mistura de quaisquer substâncias químicas ou de resíduos químicos verifique se haverá incompatibilidade química (consulte Anexo 2- Incompatibilidade de substâncias químicas para fins de armazenamento); Faça a separação dos resíduos não perigosos daqueles considerados perigosos ou que necessitam de um tratamento específico; Certifique-se que os resíduos não perigosos podem ser reciclados ou reutilizados; Certifique a possibilidade de reciclagem, recuperação e reutilização. Na ausência destas, verifique se é possível executar algum tratamento prévio para a redução de seu volume ou periculosidade para o posterior descarte; Materiais descartáveis (como luvas, papel filtro, ponteiras entre outros) contaminados com produtos químicos também devem ser segregados e acondicionados em recipientes compatíveis, não podendo ser descartados em lixo comum; Embalagens de herbicidas (ou mesmo papel filtro com esses resíduos químicos) devem ser acondicionadas em bombonas e encaminhadas ao DeGR; Para o controle dos resíduos químicos cadastre aqueles gerados, bem como a movimentação de reagentes e produtos químicos, sobretudo os que possuírem maior periculosidade. IMPORTANTE: maravalha com fezes de cobaias e resíduos de herbicidas NUNCA devem ser descartados no lixo comum ou naquele destinado à coleta seletiva e nem retirados pelo pessoal da limpeza. 4.2 Lâmpadas Para o descarte destes materiais procure a Prefeitura Universitária pelos ramais 8155, 8159 (Divisão de Manutenção) ou 8172 (falar com chefe da sessão de administradores de edifícios); NUNCA descarte no lixo comum ou naquele destinado à coleta seletiva. 22

4.3 Coletores de resíduos Escolha o tipo de coletor de resíduo baseado num critério de compatibilidade química entre os resíduos e o material de confecção do coletor; Por segurança, não ultrapasse 75% da capacidade volumétrica do coletor de resíduo; Os coletores de resíduos devem estar em boas condições de uso, sendo compatíveis com o(s) resíduo(s) a ser armazenado; Mantenha os coletores de resíduos químicos fechados e em locais que facilitem sua inspeção visual; Ao manusear o(s) coletor(es) utilize os equipamentos de proteção individual (EPI) e evite vazamentos, rompimentos e danos ao(s) coletor(es); NUNCA armazene os coletores de resíduos próximos a fontes de calor ou expostos ao sol. Mantenha tais coletores em locais ventilados (principalmente quando contiverem solventes); Para o controle dos resíduos químicos cadastre aqueles gerados, bem como a movimentação de reagentes e produtos químicos, sobretudo os de maior periculosidade. IMPORTANTE: A coleta e destinação dos resíduos perigosos também são de responsabilidade do Departamento de Gestão de Resíduos da UFSCar Campus São Carlos que disponibiliza os itens: bombona, frascos de vidro (de um e quatro litros) e baldes. As solicitações para a retirada dos resíduos devem ser encaminhadas ao departamento via email: degr@ufscar.br 23

5. NORMAS DO DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE RESÍDUOS A coleta dos resíduos nos laboratórios é realizada em data determinada mediante uma solicitação via site ou e-mail, contendo a composição e a quantidade dos resíduos; O armazenamento provisório do resíduo deverá ser feito no próprio laboratório aguardando retirada pelo departamento de gestão de resíduos na data estabelecida; Os frascos de resíduos identificados deverão ser mantidos em caixas apropriadas e identificadas, de acordo com a incompatibilidade, com o objetivo de evitar acidentes durante o transporte para o departamento de gestão de resíduos. IMPORTANTE: Estas normas foram extraídas do site http://www.ufscar.br/~ugr/docus/acondicionamento.php 5.1 ACEITABILIDADE DOS RESÍDUOS 1- Em frascos ou bombonas apropriadamente rotulados: 2- Destinados à incineração ou aterro industrial classe 1; 3- Destinados ao tratamento ou recuperação. 5.2 INACEITABILIDADE DOS RESÍDUOS 1- Frascos com identificação incompleta ou inexistente; 2- Frascos inadequados para o tipo de resíduo; 3- Frascos que não estejam adequadamente tampados. 5.3 EMBALAGENS APROPRIADAS 1- Cada espécie de resíduo deve ser acondicionada em recipiente adequado às suas características, com tipo e tamanho adequado; 2- Os recipientes coletores deverão ter alta vedação e ser confeccionados de material estável; 24

3- As embalagens plásticas resistentes ao rompimento (PEAD - polietileno de alta densidade) são preferíveis, exceto quando houver incompatibilidade com o resíduo; 4- Na falta de embalagem de PEAD, os frascos vazios de reagentes/solventes, também poderão ser utilizados após tríplice lavagem com água ou solvente apropriado (atenção às incompatibilidades com o resíduo que se pretende armazenar no frasco). 5.4 EMBALAGENS E RECIPIENTES EMBALAGENS E RECIPIENTES TIPO DE COLETOR Utilizar recipientes de vidro de 1 ou 4 L. Utilizar recipientes de plástico (bombonas) de 5 ou 10 L. Utilizar recipientes de plástico (bombonas) de 10 ou 20 L, com cinta e vedação ou rosca. Utilizar recipientes resistentes ao rompimento, de preferência de plástico e fechado firmemente. Utilizar recipientes resistentes ao rompimento com alta vedação e indicação clara de seu conteúdo. Utilizar recipientes de vidro com alta vedação, evitando a emanação de vapores para o ambiente. Resíduos de sais metálicos regeneráveis: cada metal deve de ser recolhido separadamente. Utilizar recipientes de vidro com alta vedação. Recipientes plásticos resistentes ao rompimento. Material radioativo: utilizar recipientes adequados de acordo com a emissão das partículas alfa, beta ou gama, seguir corretamente a legislação do IPEN e normas do CNEN. A B C D E F G H I 25

5.5 COMPATIBILIDADE DE RECIPIENTES E REAGENTES Substâncias Orgânicas ESPECIFICAÇÕES Solventes orgânicos isentos de halogênios. Solventes orgânicos contendo halogênios. Reagentes orgânicos relativamente inertes, do ponto de vista químico. Reagentes orgânicos relativamente inertes, do ponto de vista químico, se contiverem halogênios. Resíduos sólidos de produtos orgânicos. Soluções aquosas de ácidos orgânicos. Bases orgânicas e aminas na forma associada. (para evitar odores, neutralizar cuidadosamente com ácido diluído). Nitrilos e mercaptanas. Nitrilos e mercaptanas fase aquosa e orgânica (eliminar o excesso de oxidantes com Tiossulfato de Sódio). Aldeídos Hidrossolúveis e derivados. Compostos organometálicos fase aquosa. Compostos organometálicos fase orgânica. Produtos carcinogênicos e compostos combustíveis classificados como muito tóxicos ou tóxicos. Peróxidos orgânicos identificáveis em soluções aquosas (dissolvidos e desativados com reagentes específicos) Resíduos orgânicos. Peróxidos orgânicos identificáveis em soluções aquosas (dissolvidos e desativados com reagentes específicos) soluções aquosas. Halogênios de ácido. Compostos combustíveis tóxicos. TIPO DE RECIPIENTE COLETOR A/B A/B A/B A/B C A/B G A/B F A/B A A/D F A/B D B F 26

Substâncias Inorgânicas ESPECIFICAÇÕES Ácidos Inorgânicos Bases Inorgânicas Sais Inorgânicos Solução contendo Sais Inorgânicos Metais alcalinos e amidos de metais alcalinos Soluções e sólidos que contenhas metais pesados (sais de Tálio e suas soluções devem-se tomar cuidados especiais) Compostos inorgânicos de Selênio / fase aquosa Berílio e seus sais (carcinogênico) Compostos de Urânio e Tório (respeitar a legislação em vigor do IPEN e CNEN) Resíduo inorgânico de Mercúrio Cianetos Peróxidos Inorgânicos oxidantes como o Bromo e Iodo Ácido Fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos fase sólida Ácido Fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos fase líquida Resíduos de halogêneos inorgânicos líquidos e reativos, sensíveis a hidrólise Fósforo e seus compostos (são facilmente inflamáveis, desativa-se em atmosfera de gás protetor) fase sólida Resíduos inorgânicos tóxicos, por ex. sais de metais pesados e suas soluções Resíduos que contenham metais preciosos- sólidos TIPO DE RECIPIENTE COLETOR A/B A/B C A/B A/B D E D I F E D H D E H A/B C 27

Resíduos que contenham metais preciosos solução Alquilos de Alumínio (sensíveis à Hidrólise) D F 5.6 RECIPIENTES ADEQUADOS PARA ARMAZENAGEM DE PRODUTOS QUÍMICOS VIDROS São de baixo custo, resistentes ao tempo, calor, ácidos e álcalis. Uma embalagem de vidro bem vedada garante proteção total a qualquer agente externo, com exceção da luz. Desta forma, é praticamente insubstituível para alguns produtos ou quando o tempo de armazenagem é muito longo. O inconveniente de permitir a passagem de luz e outras radiações (raios X, ultravioleta, infravermelho), responsáveis pela alteração do produto embalado, é contornado, em parte, pelo emprego de vidros coloridos, obtidos com adição de pigmentos ou matérias-primas impuras. Não se deformam e podem resistir a pressões internas. Suas principais desvantagens são o peso elevado e a fragilidade. METAIS Lata de folha-de-flandres: resiste a altas temperaturas, o que permite a esterilização do produto e sua conservação à vácuo. Oferecem resistência a golpes, corrosão e impermeabilidade, além de fechamento hermético. Não resistem aos produtos ácidos. São convenientes para embalagem de produtos não-agressivos, como tintas, óleos vegetais e combustíveis, graxas, ceras, produtos de beleza, talco, pós diversos e vários produtos secos. ALUMÍNIO O outro metal largamente usado em embalagem é o alumínio. O alumínio (Al) é obtido através da eletrólise da alumina pura, proveniente do tratamento da bauxita. As impurezas do alumínio são as da bauxita, isto é, o Si e o Fe. De um modo geral, o alumínio, quanto mais puro, mais resistente à corrosão. Existem, no mercado, três tipos principais de alumínio: 1- Al 99% - empregado normalmente em carroçaria de ônibus e construção civil 28

2- Al 99,5% - é o mais usado em embalagens, pois apresenta boa resistência à corrosão (bisnagas, latas, folhas finas, etc) e 3- Al 99,8% - empregado na indústria química, onde se deseja excelente resistência à corrosão. Resistência à corrosão - o alumínio não está sujeito aos fenômenos eletroquímicos da corrosão, como a folha-de-flandres. No caso de embalagem de alimentos, o alumínio tem a vantagem de formar sais incolores e inofensivos. Lembrar que aço inoxidável é incompatível com: Ácido Bromídrico; Ácido Clorídrico; Ácido Cloracético; Ácido Fluorídrico; Ácido Hidrofluorsilício; Ácido Sulfúrico 75% e soluções mais diluídas; Bicloreto de Etileno; Bromo; Cloreto de Alumínio; Cloreto de Cobre; Cloreto Férrico; Cloreto de Estanho; Soluções de Sais Ferrosos. PLÁSTICOS Sujeitos à deterioração: os plásticos se deterioram ante a exposição ao ar ou à luz solar Não são muito resistentes. Os plásticos empenam, racham e estão sujeitos a se deformarem por fluência. Polietileno de baixa densidade Propriedades: o polietileno é resistente a maioria dos solventes, mas em temperaturas acima de 60 ºC ele é atacado por alguns hidrocarbonetos aromáticos, óleos e gorduras que levam o recipiente a tornar-se pegajoso por fora, tornando-se necessário checá-lo cuidadosamente antes de usá-lo com estes tipos de produtos. 29

O polietileno não é afetado por ácidos e alcalinos, com a possível exceção do ácido nítrico concentrado quente. O polietileno é uma boa barreira para a umidade, mas ele permite a passagem de gases um tanto facilmente. Polietileno de alta densidade Propriedades: a maioria dos solventes não atacará o polietileno, que por sua vez também não é afetado por ácidos fortes e alcalinos com exceção do ácido nítrico concentrado quente. Polipropileno Desenvolvimento mais recente da família do polietileno apresenta propriedades similares ao mesmo, mas com menor densidade e maior resistência ao calor. Propriedades: tem boa resistência a ácidos fortes e álcalis, não sendo afetado pela maioria dos solventes a temperatura ambiente, exceto os hidrocarbonetos clorados. Resiste a óleos e graxas e não rompe sob qualquer condição. O PP tem razoável barreira a umidade e gases. Poliestireno Tem, contudo, limitada resistência a quente e à exposição ao tempo, é frágil e sujeito ao ataque de solventes orgânicos. Há uma leve tendência de encolher com o tempo e sob luz forte desbota. Quando o poliestireno está em contato com alguns solventes, ou seus gases, ele trincará e tornar-se-á escuro. Estireno é resistente à ácidos e alcalinos, exceto ácidos oxidantes fortes. Não é afetado por baixos álcoois, ésteres, cetona e hidrocarbonetos aromáticos e clorados. 30

6. SOBRE O DESCARTE NA REDE COLETORA DE ESGOTO Não lance na rede de esgoto, de forma direta ou indireta, substâncias com as seguintes características ou constituintes: Gases nocivos ou com odores desagradáveis; Substâncias reconhecidas ou possivelmente carcinogênicas, mutagênicas ou teratogênicas; Metais pesados ou quaisquer substâncias potencialmente prejudiciais; Substâncias capazes de gerar incômodo ou mal-estar ao público; Soluções e meios de cultura infectados com microrganismos patogênicos; Substâncias orgânicas não biodegradáveis ou de difícil degradação; Metais pesados ou outras substâncias potencialmente prejudiciais; Soluções com alto grau de salinidade; Qualquer substância (ou composto) que você não tenha absoluta certeza sobre as características de risco para o meio ambiente ou toxicidade humana. ADVERTÊNCIA: lembre-se que a rede de esgoto de seu laboratório é compartilhada por todos os outros laboratórios; a mistura indiscriminada de compostos químicos incompatíveis pode ocasionar sérios acidentes. *Por questões de segurança, NUNCA lance substâncias perigosas na rede de esgoto. Encaminhe os resíduos perigosos ao DeGR e os Resíduos Biológicos à Coleta Especial da Prefeitura. 31

8. COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS QUÍMICOS 8.1 Orientações: Para o trabalho de coleta e transporte de recipientes de resíduos químicos, utilize os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) apropriados aos riscos potenciais inerentes destes atos e verifique se os recipientes estão devidamente tampados; Faça o transporte de resíduos químicos com segurança absoluta, objetivando proteger as pessoas envolvidas e um possível risco de contaminação ambiental; Nunca manuseie ou transporte resíduos químicos sem conhecimento prévio de sua composição. Leia atentamente as informações constantes nos rótulos ou consulte as Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos; Antes de transportar os recipientes contendo resíduos químicos verifique se o volume de resíduo está abaixo de 75% da capacidade volumétrica do recipiente. Caso não esteja, transfira o excedente para um segundo recipiente de volume compatível e rotulado; Nunca transporte recipiente de grandes dimensões em contato com o corpo; Transporte vidrarias de menor porte em bandejas ou suportes adequados, evitando colisões. 32

9. BIOSSEGURANÇA 9.1 DEFINIÇÃO Biossegurança é um conjunto de ações, procedimentos, metodologias, técnicas bem como dispositivos e equipamentos capazes de propiciarem a eliminação ou minimização dos riscos inerentes às atividades de produção, pesquisa, ensino, prestação de serviços e desenvolvimento tecnológico, que podem comprometer a saúde dos animais (humanos ou não humanos), do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 9.2 Algumas dicas: Mantenha seu local de trabalho sempre em ordem; Procure conhecer os perigos ofertados pelos produtos químicos utilizados no seu trabalho; Planeje com antecedência seus protocolos e execute os procedimentos operacionais dos mesmos; Antes de iniciar um experimento, saiba exatamente o que será consumido para a elaboração do mesmo; Não execute trabalho com patógenos em local movimentado (o acesso ao laboratório deve ser restrito àqueles que, realmente, manuseiam o material biológico); Evite o trânsito pelos ambientes com material patogênico. Quando necessário, utilize bandejas; Não saia da área de trabalho, mesmo que temporariamente, usando luvas, máscara ou avental, bem como não toque em maçanetas, interruptores, telefone, etc. quando com as luvas; Seja particularmente cuidadoso para não contaminar aparelhos internos de seu ambiente de trabalho; Mantenha hábitos de higiene; Trabalhe em um local bem ventilado e iluminado, livre de obstáculos ao redor dos equipamentos; Em caso de acidente: - Lave a área afetada com água corrente em abundância; - Utilize álcool iodado na área afetada (com exceção dos olhos, que devem ser lavados exaustivamente com água destilada); 33