REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA (LECTIO DIVINA) Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm. 13ª Semana do Tempo Comum

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Mt 9:2 E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados.

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Exemplo do trabalho Final II

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Lc 5:2 E viu estar dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes.

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Poderá interromper e dialogar com o grupo; montar perguntas durante a exibição; montar grupos de reflexão após a exibição, e assim por diante.

Missal correspondente ao dia 29/01/2018 (adaptado) para leitura em celular.

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O chamado de Zaqueu. vivendopelapalavra.com. Por: Helio Clemente

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O endemoniado gadareno Mc 5:1 E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos.

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2ª-feira da 4ª Semana Tempo Comum 1ª Leitura 2Sm 15, ;16,5-13a

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Portanto, vão e façam discípulos nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,

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DOMINGO V DA QUARESMA

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Bíblia para crianças apresenta OS MILAGRES DE JESUS

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A imagem de Cristo Fernando Leite

Movidos pela estrela que brilha no amor!

"Este é o meu Filho amado, ouvi-lo!" (Mt 17,1-9)

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Jesus Acalma a Tempestade e Libertou o Endemoninhado de Gedara

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LIÇÃO 1 A LEI E A ALIANÇA Êxodo 19

No velho testamento as realizações de Deus e do Espírito são usadas frequentemente de forma intercambiável.

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Missa no Dia de Páscoa

Introdução. Nisto sabemos...

DAVE Certo. Bem, temos dois erros opostos que podemos cair quando falamos de batalha espiritual. Um erro é ignorá-la. O outro é focar somente nela.

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Preparado por: Pr. Wellington Almeida LIÇÃO. O Evangelho. Mateus

1ª Leitura - Hb 12,1-4

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ÍNDICE CAMPANHA DA FRATERNIDADE ATÉ ANO

ACOLHIMENTO Incentivamos nossas crianças, jovens e adultos à descoberta de novas amizades e ao desenvolvimento de relacionamentos sadios, duradouros

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JESUS ACALMA A TEMPESTADE

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Ser testemunha de Jesus em fraternidade

Nº 10 A Domingo III do Tempo Comum

ANO SANTO DA MISERICÓRDIA

Pessoas que se dizem cristãs, mas que não possuem qualquer vínculo com uma comunidade cristã.

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EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

O Profeta Jonas Domingo 11/06/17 Textos: Jonas 1: 1-17; 2:1; 3:1-5, 10; 4:1-11

DIGO NÃO AO MAL. Lição 1 Curso Fé 7 Resistir JARDIM. OBJETIVO Que a criança aprenda a resistir a todo mal que vier contra a vida dela.

SUMÁRIO 1º ANO DO CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2017

No entanto o homem nasce para as dificuldades tão certamente como as fagulhas voam para cima. Jó 5.7

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Milagres de Cristo O que ações de Cristo testemunham sobre Ele?

A MISSÃO DE JESUS NA GALILÉIA

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A tentação de Jesus Lc 4:1 E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto;

1ª Leitura - Ml 3,1-4

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XIX Domingo do Tempo Comum

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

Evangelhos e atos. Observações

O poder de Deus em Nós. Atos 3:1-20

Transcrição:

REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA (LECTIO DIVINA) Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm 13ª Semana do Tempo Comum 1 13ª Semana do Tempo Comum Segunda-feira da 13ª Semana do Tempo Comum 1) Oração. 2) Leitura do Evangelho (Mt 8,18-22) 18 Certo dia, vendo-se no meio de grande multidão, ordenou Jesus que o levassem para a outra margem do lago. 19 Nisto aproximou-se dele um escriba e lhe disse: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. 20 Respondeu Jesus: As raposas têm suas tocas e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça. 21 Outra vez um dos seus discípulos lhe disse: Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai. 22 Jesus, porém, lhe respondeu: Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos. * Durante três semanas, meditamos os capítulos 5 a 8 do evangelho de Mateus. Dando seqüência à meditação do capítulo 8, o evangelho de hoje trata das condições do seguimento de Jesus. Jesus decidiu ir para o outro lado do lago e uma pessoa pediu para poder segui-lo (Mt 8,18-22). * Mateus 8,18: Jesus manda passar para o outro lado do lago Jesus tinha acolhido e curado todos os doentes que o povo havia trazido até ele (Mt 8,16). Muita gente juntou-se ao redor dele. À vista desta multidão, Jesus decidiu ir para a outra margem do lago. No evangelho de Marcos, do qual Mateus tirou grande parte das suas informações, o contexto é outro. Jesus acabava de terminar o discurso das parábolas (Mc 4,3-34) e dizia: Vamos para o outro lado! (Mc 4,35), e, do jeito que ele estava no barco, de onde tinha feito o discurso (cf. Mc 4,1-2), os discípulos o levaram para o outro lado. De tão cansado que estava, Jesus deitou e dormiu em cima de um travesseiro (Mc 4,38). * Mateus 8,19: Um doutor da Lei quer seguir Jesus No momento em que Jesus decide fazer a travessia do lago, um doutor da lei se aproxima e diz: "Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores. Um texto paralelo de Lucas (Lc 9,57-62) trata do mesmo assunto, mas de um jeito um pouco diferente. Conforme Lucas, Jesus tinha decidido ir para Jerusalém onde seria preso e morto. Tomando o rumo de Jerusalém, ele entrou no território da Samaria (Lc 9,51-52), onde três pessoas pedem para poder segui-lo (Lc 9,57.59.61). Em Mateus, que escreve para judeus convertidos, a pessoa que quer seguir Jesus é um doutor da lei. Mateus acentua o fato de uma autoridade dos judeus reconhecer o valor de Jesus e pedir para ser discípulo. Em Lucas, que escreve para pagãos convertidos, as pessoas que querem seguir Jesus são samaritanos. Lucas acentua a abertura ecumênica de Jesus que aceita também não judeus como discípulos. 1

2 13ª Semana do Tempo Comum 2 * Mateus 8,20: A resposta da Jesus ao doutor da Lei A resposta de Jesus é idêntica tanto em Mateus como em Lucas, e é uma resposta muito exigente que não deixa dúvidas: "As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça". Quem quer ser discípulo de Jesus deve saber o que faz. Deve examinar as exigências e calcular bem, antes de tomar uma decisão (cf. Lc 14,28-32). Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo (Lc 14,33). * Mateus 8,21: Um discípulo pede para poder enterrar o falecido pai Em seguida, alguém que já era discípulo pede licença para poder enterrar seu falecido pai: "Senhor, deixa primeiro que eu vá sepultar meu pai". Com outras palavras, ele pede que Jesus adie a travessia do lago para depois do enterro do pai. Enterrar os pais era um dever sagrado dos filhos (cf Tb 4,3-4). * Mateus 8,22: A resposta de Jesus Novamente, a resposta de Jesus é muito exigente. Jesus não adiou sua viagem para o outro lado do lago e diz ao discípulo: "Siga-me, e deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos. Quando Elias chamou Eliseu, ele permitiu que Eliseu voltasse para casa para despedir-se dos pais (1Reis 19,20). Jesus é bem mais exigente. Para entender todo o alcance da resposta de Jesus convém lembrar que a expressão Deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos era um provérbio popular usado pelo povo para significar que não se deve gastar energia em coisas que não tem futuro e que não tem nada a ver com a vida. Um provérbio assim não pode ser tomado ao pé da letra. Deve-se olhar o objetivo com que foi usado. Assim, aqui no nosso caso, por meio do provérbio Jesus acentua a exigência radical da vida nova para qual ele chama as pessoas e que exige abandonar tudo para poder seguir Jesus. Descreve as exigências do seguimento de Jesus. * Seguir Jesus. Como os rabinos da época, Jesus reúne discípulos e discípulas. Todos eles "seguem Jesus". Seguir era o termo que se usava para indicar o relacionamento entre o discípulo e o mestre. Para os primeiros cristãos, Seguir Jesus significava três coisas muito importantes, ligadas entre si: 1. Imitar o exemplo do Mestre: Jesus era o modelo a ser imitado e recriado na vida do discípulo e da discípula (Jo 13,13-15). A convivência diária permitia um confronto constante. Na "escola de Jesus" só se ensinava uma única matéria: o Reino, e este Reino se reconhecia na vida e na prática de Jesus. 2. Participar do destino do Mestre:. Quem seguia Jesus devia comprometer-se com ele e "estar com ele nas sua provações" (Lc 22,28), inclusive nas perseguições (Mt 10,24-25) e na cruz (Lc 14,27). Devia estar disposto a morrer com ele (Jo 11,16). 3. Ter a vida de Jesus dentro de si: Depois da Páscoa, à luz da ressurreição, o seguimento assume esta terceira dimensão: "Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Trata-se da dimensão mística do seguimento, fruto da ação do Espírito. Os cristãos procuravam refazer em suas vidas o caminho de Jesus que tinha morrido em defesa da vida e foi ressuscitado pelo poder de Deus (Fl 3,10-11). 1) Ser discípulo, discípula, de Jesus. Seguir Jesus. Como estou vivendo o seguimento de Jesus? 2) As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça. Como viver hoje esta exigência de Jesus? 5) Oração final. Compreendei bem isto, vós que vos esqueceis de Deus: não suceda que eu vos arrebate e não haja quem vos salve. Honra-me quem oferece um sacrifício de louvor; ao que procede retamente, a este eu mostrarei a salvação de Deus. (Sl 49, 22-23)

Terça-feira da 13ª Semana do Tempo Comum 13ª Semana do Tempo Comum 3 1) Oração 2) Leitura do Evangelho (Mt 8, 23-27) 23 Então Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24 E eis que houve grande agitação no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, estava dormindo. 25 Os discípulos se aproximaram e o acordaram, dizendo: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" 26 Jesus respondeu: "Por que vocês têm medo, homens de pouca fé?" E, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo. 27 Os homens ficaram admirados e disseram: "Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?" * Mateus escreve para as comunidades de judeus convertidos dos anos setenta que se sentiam como um barquinho perdido no mar revolto da vida, sem muita esperança de poder alcançar o porto desejado. Jesus parecia estar dormindo no barco, pois não aparecia para elas nenhum poder divino para salvá-las da perseguição. Em vista desta situação de angústia e desespero, Mateus recolheu vários episódios da vida de Jesus para ajudar as comunidades a descobrir, no meio da aparente ausência, a acolhedora e poderoso presença de Jesus vencedor que domina o mar (Mt 8,23-27), que vence e expulsa o poder do mal (Mt 9,28-34) e que tem poder de perdoar os pecados (Mt 9,1-8). Com outras palavras, Mateus quer comunicar esperança e sugerir que não há motivo para as comunidades terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada do evangelho de hoje. * Mateus 8,23: O ponto de partida: entrar no barco. Mateus segue o evangelho de Marcos, mas o abrevia e o ajeita dentro do novo esquema que ele adotou. Em Marcos, o dia foi pesado de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas (Mc 4,3-34), os discípulos levaram Jesus no barco e, de tão cansado que estava, Jesus dormiu em cima de um travesseiro (Mc 4,38). O texto de Mateus é bem mais breve. Ele apenas diz que Jesus entrou no barco e os discípulos o acompanhavam. Jesus é o Mestre, os discípulos seguem o mestre. * Mateus 8,24-25: A situação desesperadora: Estamos afundando! O lago da Galiléia é cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas. Vento forte, mar agitado, barco cheio de água! Os discípulos eram pescadores experimentados. Se eles achavam que iam afundar, então a situação era perigosa mesmo! Mas Jesus nem sequer acorda, e continua dormindo. Eles gritam: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" Em Mateus, o sono profundo de Jesus não é só sinal de cansaço. É também expressão da confiança tranqüila de Jesus em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e dos discípulos é grande! * Mateus 8,26: A reação de Jesus: Por que vocês têm medo? Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Ele se dirige a eles e diz: Por que vocês têm medo? Homens de pouca fé! Em seguida, ele se levanta, ameaça os ventos e o mar, e tudo fica calmo. A impressão que se 3

4 13ª Semana do Tempo Comum 4 tem é que não era preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo. É como quando você chega na casa de um amigo e o cachorro, preso na corrente, ao lado do dono, late muito contra você. Mas você não precisa ter medo, pois o dono está aí e controla a situação. O episódio da tempestade acalmada evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Jesus refaz o êxodo. Evoca ainda o profeta Isaías que dizia ao povo: Quando passares pelas águas eu estarei contigo! (Is 43,2). Por fim, o episódio da tempestade acalmada evoca e realiza a profecia anunciada no Salmo 107: 23 Desciam de navio pelo mar, comerciando na imensidão das águas. 24 Eles viram as obras de Javé, suas maravilhas em alto-mar. 25 Ele falou, levantando um vento impetuoso, que elevou as ondas do mar. 26 Eles subiam até o céu e baixavam até o abismo, a vida deles se agitava na desgraça. 27 Rodavam, balançando como bêbados, e de nada adiantou a perícia deles. 28 Na sua aflição, clamaram para Javé, e ele os libertou de suas angústias. 29 Ele transformou a tempestade em leve brisa e as ondas emudeceram. 30 Ficaram alegres com a bonança, e ele os guiou ao porto desejado. (Sl 107,23-30) * Mateus 8,27: O espanto dos discípulos: Quem é este homem? Jesus perguntou: Por que vocês têm medo? Os discípulos não sabem o que responder. Admirados, se perguntam: Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem? Apesar da longa convivência com Jesus, ainda não sabem direito quem ele é. Jesus parece um estranho para eles! Quem é este homem? * Quem é este homem? Quem é Jesus para nós, para mim? Esta deve ser a pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho, todos os dias, com o desejo de conhecer sempre melhor o significado e o alcance da pessoa de Jesus para a nossa vida. É desta pergunta que nasceu a cristologia. Ela nasceu, não de altas considerações teológicas, mas sim do desejo dos primeiros cristãos de encontrar sempre novos nomes e títulos para expressar o que Jesus significava para eles. São dezenas os nomes, títulos e atributos, desde carpinteiro até filho de Deus, que Jesus recebe: Messias, Cristo, Senhor, Filho amado, Santo de Deus, Nazareno, Filho do Homem, Noivo, Filho de Deus, Filho do Deus altíssimo, Carpinteiro, Filho de Maria, Profeta, Mestre, Filho de Davi, Rabboni, Bendito o que vem em nome do Senhor, Filho, Pastor, Pão da vida, Ressurreição, Luz do mundo, Caminho, Verdade, Vida, Videira, Rei dos judeus, Rei de Israel, etc., etc. Cada nome, cada imagem, é uma tentativa para expressar o que Jesus significava para eles. Mas um nome, por mais bonito que seja, nunca chega a revelar o mistério de uma pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Jesus não cabe em nenhum destes nomes, em nenhum esquema, em nenhum título. Ele é maior, ultrapassa tudo! Ele não pode ser enquadrado. O amor capta, a cabeça, não! É a partir da experiência viva do amor que os nomes, os títulos e as imagens recebem o seu pleno sentido. Afinal, quem é Jesus para mim, para nós? 1. Qual era o mar agitado no tempo de Jesus? Qual era o mar agitado na época em que Mateus escreveu o seu evangelho? Qual é hoje o mar agitado para nós? Alguma vez, as águas agitadas do mar da vida já ameaçaram afogar você? O que te salvou? 2. Quem é Jesus para mim? Qual o nome de Jesus que melhor expressa minha fé e meu amor? 5) Oração final Uma geração conta à outra as tuas obras, anuncia tuas maravilhas. Proclama o esplendor glorioso da tua majestade e narram teus prodígios. (Sl 144, 4-5)

Quarta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum 13ª Semana do Tempo Comum 5 1) Oração 2) Leitura do Evangelho (Mt 8, 28-34) 28 Quando Jesus chegou à outra margem, à terra dos gadarenos, foram ao encontro dele dois homens possuídos pelo demônio. Saíam do meio dos túmulos e eram muito selvagens, de modo que ninguém podia passar por esse caminho. 29 Então eles gritaram: "Que é que há entre nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" 30 Havia, ao longe, uma grande manada de porcos que estavam pastando. 31 Os demônios suplicavam: "Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos." 32 Jesus disse: "Podem ir." Os demônios saíram, e foram para os porcos; e eis que toda a manada se atirou monte abaixo para dentro do mar e morreu afogada. 33 Os homens que guardavam os porcos saíram correndo, foram à cidade e contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34 Então toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Vendo-o, começaram a suplicar que Jesus se retirasse da região deles. * O evangelho de hoje acentua o poder de Jesus sobre o demônio. No nosso texto, o demônio ou o poder do mal é associado com três coisas: 1) Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida! 2) Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus! 3) Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza. O evangelho de Marcos, de onde Mateus tirou a sua informação, ainda associa o poder do mal a um quarto elemento que é a palavra Legião, (Mc 5,9), nome dos exércitos do império romano. O império que oprimia e explorava os povos. Assim se compreende como a vitória de Jesus sobre o demônio tinha um alcance enorme para a vida das comunidades dos anos setenta, época em que Mateus escreve o seu evangelho. Elas viviam oprimidas e marginalizadas, pela ideologia oficial tanto do império romano como do farisaísmo que se renovava. O mesmo significado e alcance continua válido para nós hoje. * Mateus 8,28: O poder do mal oprime, maltrata e aliena as pessoas Este versículo inicial descreve a situação do povo antes da chegada de Jesus. Na maneira de descrever o comportamento dos dois endemoninhados, o evangelista associa o poder do mal com cemitério e morte. É um poder mortal sem rumo, ameaçador, descontrolado e destruidor, que mete medo em todos. Priva a pessoa da consciência, do autocontrole e da autonomia. * Mateus 8,29: Diante da simples presença de Jesus o poder do mal se desmorona e se desintegra Aqui se descreve o primeiro contato entre Jesus e os dois possessos. É a desproporção total. O poder, que antes parecia tão forte, se derrete e se desmancha diante de Jesus. Eles gritam: "Que é que há entre nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" Sentem que perderam o poder. * Mateus 8,30-32: O poder do mal é impuro e não tem autonomia nem consistência O demônio não tem poder sobre os seus próprios movimentos. Só consegue ir para dentro dos porcos com a permissão de Jesus! Uma vez dentro dos porcos, estes se precipitam no mar. Na opinião do povo, o porco era símbolo da impureza que impedia o 5

13ª Semana do Tempo Comum 6 ser humano de relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, conforme a crença da época, continuava ameaçando a vida. Este episódio dos porcos que se precipitam no mar é estranho e difícil de ser entendido. Mas a mensagem é muito clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia nem consistência. Quem crê em Jesus já venceu o poder do mal e já não precisa ter medo! 4. Mateus 8,33-34: A reação do povo do lugar Alertado pelos empregados que tomavam conta dos porcos, o povo do lugar veio ao encontro de Jesus. Marcos informa que eles viram o endemoninhado sentado, vestido e em perfeito juízo (Mc 5,15). Mas eles ficaram sem os porcos! Por isso, pedem a Jesus para ir embora. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser humano que acabava de ser devolvido a si mesmo. * A expulsão dos demônios. No tempo de Jesus, as palavras demônio ou satanás, eram usadas para indicar o poder do mal que desviava as pessoas do bom caminho. Por exemplo, quando Pedro tentou desviar Jesus, ele foi Satanás para Jesus (Mc 8,33). Outras vezes, aquelas mesmas palavras eram usadas para indicar o poder político do império romano que oprimia e explorava o povo. Por exemplo, no Apocalipse, o império romano é identificado com Diabo ou Satanás (Ap 12,9). Outras vezes ainda, o povo usava as mesmas palavras para indicar os males e as doenças. Assim se falava em demônio ou espírito mudo, espírito surdo, espírito impuro, etc. Havia muito medo! No tempo de Mateus, segunda metade do primeiro século, o medo dos demônios estava aumentando. Algumas religiões, vindas do Oriente, divulgavam um culto aos espíritos. Elas ensinavam que gestos errados nossos podiam irritar os espíritos, e estes, para se vingar de nós, podiam impedir nosso acesso a Deus e privar-nos dos benefícios divinos. Por isso, através de ritos e despachos, rezas fortes e cerimônias complicadas, o povo procurava acalmar esses espíritos ou demônios, a fim de que não prejudicassem a vida humana. Estas religiões, em vez de libertar o povo, alimentavam nele o medo e a angústia. Ora, um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar o povo a se libertar deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é o homem mais forte que chegou para amarrar o Satanás, o poder do mal, e roubar dele a humanidade prisioneira do medo (cf. Mc 3,27). Por isso, os evangelhos insistem tanto na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre o Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Era para animar as comunidades a vencer este medo do demônio! E hoje, quem de nós pode dizer: Eu sou totalmente livre? Ninguém! Então, se não sou totalmente livre, alguma parte em mim é possuída por outros poderes. Como expulsar estes poderes? A mensagem do evangelho de hoje continua válido para nós. 1. O que está oprimindo e maltratando o povo, hoje? Por que, hoje, em certos lugares, se fala tanto em expulsão de demônio? Será que é bom insistir tanto no demônio? O que você acha? 2. Quem de nós pode dizer que é totalmente livre ou liberto? Ninguém! Então, somos todos um pouco possessos, possuídos por outros poderes que ocupam algum espaço dentro de nós. Como fazer para expulsar este poder de dentro nós e de dentro da sociedade? 5) Oração final O Senhor é clemente e misericordioso, lento para a ira e rico de graça. O Senhor é bom para com todos, compassivo com todas as suas criaturas. (Sl 144, 8-9) 6

Quinta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum 13ª Semana do Tempo Comum 7 1) Oração 2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 1-8) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 1 Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade. 2 Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados." 3 Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema." 4 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações? 5 Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? 6 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor. 7 Levantou-se aquele homem e foi para sua casa. 8 Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. - Palavra da salvação. 1) 2) 5) Oração final Povos todos, louvai o Senhor, nações todas, dai-lhe glória; porque forte é seu amor para conosco e a fidelidade do Senhor dura para sempre. (Sl 116, 1-2) 7

Sexta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum 13ª Semana do Tempo Comum 8 1) Oração 2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 9-13) 9 Saindo daí, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: "Siga-me!" Ele se levantou, e seguiu a Jesus. 10 Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11 Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: "Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?" 12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. 13 Aprendam, pois, o que significa: 'Eu quero a misericórdia e não o sacrifício'. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores." * O Sermão da Montanha ocupou os capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus. A parte narrativa dos capítulos 8 e 9, tem como finalidade mostrar como Jesus praticava o que acabava de ensinar. No Sermão da Montanha, ele ensinou o acolhimento (Mt 5,23-25.38-42.43). Agora, ele mesmo o pratica acolhendo leprosos (Mt 8,1-4), estrangeiros (Mt 8,5-13), mulheres (Mt 8,14-15), doentes (Mt 8,16-17), endemoninhados (Mt 8,28-34), paralíticos (Mt 9,1-8), publicanos (Mt 9,9-13), pessoas impuras (Mt 9,20-22), etc. Jesus rompe com as normas e costumes que excluíam e dividiam as pessoas, isto é, o medo e a falta de fé (Mt 8,23-27) e as leis da pureza (9,14-17), e não faz segredo das exigências para os que querem segui-lo. Eles terão que ter a coragem de largar muita coisa (Mt 8,18-22). Assim, nas atitudes e na prática de Jesus, aparece em que consistem o Reino e a observância perfeita da Lei de Deus. * Mateus 9,9: O chamado para seguir Jesus. As primeiras pessoas chamadas para seguir Jesus eram quatro pescadores, todos judeus (Mt 4,18-22). Agora, Jesus chama um publicano, considerado pecador e tratado como impuro pelas comunidades mais observantes dos fariseus. Nos outros evangelhos, este publicano se chama Levi. Aqui, o nome dele é Mateus que significa dom de Deus ou dado por Deus. As comunidades, em vez de excluir o publicano como impuro, devem considerálo como um Dom de Deus para a comunidade, pois a presença dele faz com que a comunidade se torne sinal de salvação para todos! Como os primeiros quatro chamados, assim o publicano Mateus larga tudo que tem e segue Jesus. O seguimento de Jesus exige ruptura. Mateus largou a coletoria, sua fonte de renda, e foi atrás de Jesus! * Mateus 9,10: Jesus senta à mesa junto com pecadores e publicanos Naquele tempo, os judeus viviam separados dos pagãos e dos pecadores e não comiam com eles na mesma mesa. Os judeus cristãos deviam romper este isolamento e criar comunhão de mesa com os pagãos e os impuros. Foi isto que Jesus ensinou no Sermão da Montanha como sendo uma expressão do amor universal de Deus Pai. (Mt 5,44-48). A missão das comunidades era oferecer um lugar aos que não tinham lugar. Mas esta nova lei não era aceita por todos. Em algumas comunidades, as pessoas vindas do paganismo, mesmo sendo cristãs, não eram aceitas na mesma mesa (cf. At 10,28; 11,3; Gal 2,12). O texto do evangelho de hoje mostra como Jesus comia com publicanos e pecadores na mesma casa e na mesma mesa. 8

13ª Semana do Tempo Comum 9 * Mateus 9,11: A pergunta dos fariseus Para os judeus era proibida a comunhão de mesa com publicanos e pagãos, mas Jesus nem liga. Ele até faz uma confraternização com eles. Os fariseus, vendo a atitude de Jesus, perguntam aos discípulos: "Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?" Esta pergunta pode ser interpretada como expressão do desejo deles de quererem saber por que Jesus agia assim. Outros interpretam a pergunta como crítica deles ao comportamento de Jesus, pois durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até à época de Jesus, os judeus tinham observado as leis da pureza. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. Ao mesmo tempo, era fator de sua separação no meio dos outros povos. Assim, por causa das leis da pureza, não podiam nem conseguiam sentar na mesma mesa para comer com pagãos. Comer com pagãos significava contaminar-se, tornar-se impuro. Os preceitos da pureza legal eram rigorosamente observados, tanto na Palestina como nas comunidades judaicas da Diáspora. Na época de Jesus, havia mais de quinhentos preceitos para preservar a pureza. Nos anos setenta, época em que Mateus escreve, este conflito era muito atual. * Mateus 9,12-13: Eu quero misericórdia e não sacrifício * Jesus ouviu a pergunta dos fariseus aos discípulos e responde com dois esclarecimentos. O primeiro é tirado do bom senso: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. O outro é tirado da Bíblia: Aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício. Por meio destes dois esclarecimentos Jesus explicita e esclarece a sua missão junto ao povo: Eu não vim para chamar os justos, e sim os pecadores". Jesus nega a crítica dos fariseus, nem aceita os argumentos deles, pois nasciam de uma idéia falsa da Lei de Deus. Ele mesmo invoca a Bíblia: "Eu quero misericórdia e não sacrifício!" Para Jesus a misericórdia é mais importante que a pureza legal. Ele apela para a tradição profética para dizer que a misericórdia vale mais para Deus do que os todos sacrifícios (Os 6,6; Is 1,10-17). Deus tem entranhas de misericórdia, que se comovem diante das faltas do seu povo (Os 11,8-9). 1. Hoje, na nossa sociedade, quem é o marginalizado e o excluído? Por que? Na nossa comunidade temos preconceitos? Quais? Qual o desafio que as palavras de Jesus colocam para a nossa comunidade hoje? 2. Jesus manda o povo ler e entender o Antigo Testamento que diz: "Quero misericórdia e não sacrifício". O que Jesus quer com isto para nós hoje? 5) Oração final Feliz o homem que observa os seus preceitos, e de todo o coração procura a Deus! De todo o coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei! (Sl 118, 2.10) 9

Sábado da 13ª Semana do Tempo Comum 13ª Semana do Tempo Comum 10 1) Oração 2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 14-17) Então os discípulos de João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram: - Por que é que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do senhor não jejuam? Jesus respondeu: - Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar! - Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem os odres nem o vinho. * Mateus 9,14: A pergunta dos discípulos de João em torno da prática do jejum O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber porque Jesus não insiste no jejum: "Nós e os fariseus fazemos jejum. Por que os teus discípulos não fazem jejum?" * Mateus 9,15: A resposta de Jesus Jesus responde com uma comparação em forma de pergunta: Vocês acham que os amigos do noivo podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles? Jesus associa o jejum com luto, e ele se considera o noivo. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Não precisam nem podem jejuar. Um dia, porém, o noivo vai ser tirado. Será um dia de luto. Aí, se quiserem, poderão jejuar. Jesus alude à sua morte. Sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo. * Mateus 9,16-17: Vinho novo em odre novo! Nestes dois versículos, o evangelho de Mateus traz duas sentenças soltas de Jesus sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo. Estas palavras jogam uma luz sobre as discussões e conflitos de Jesus com as autoridades religiosas da época. Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, 10

13ª Semana do Tempo Comum 11 porque o vinho novo pela fermentação faz estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Tanto os discípulos de João como os fariseus, os dois procuravam renovar a religião. Na realidade, porém, faziam apenas remendos e, por isso, corriam o perigo de comprometer e estragar tanto a novidade deles como os costumes antigos. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre velho. Tem que saber separar as coisas. Muito provavelmente, Mateus traz estas palavras de Jesus para orientar as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeu-cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes da vinda de Jesus. Jesus não é contra o que é velho. O que ele não quer é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestarse. Não se pode reler o Vaticano II com mentalidade pré-conciliar, como alguns procuram fazer hoje. 1. Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições? 2. Como entender a frase de Jesus: Não colocar remendo de pano novo em roupa velha? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para a sua comunidade hoje? 5) Oração final Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz pra o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. (Sl 84, 9) 11