Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Com grande prazer e alegria mais uma vez entro em contato com você com o objetivo 1 de dedicar esse tempo para juntos estudarmos a Palavra de Deus. Esse programa tem como objetivo estudar toda a Palavra de Deus e já estamos no quarto ano de apresentações diárias. Somos gratos a Deus por ter nos capacitado até agora no estudo e na reflexão da sua Palavra. Desejo que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga, o consolo e a esperança que só a Palavra de Deus pode nos dar. Desejo que você usufrua em sua vida, em todas as áreas: em sua vida devocional, em sua vida familiar, em sua vida ministerial, na sua vida profissional as bênçãos que Deus já nos concedeu em Cristo Jesus. Você que tem acompanhado este programa sabe que logo no início desse nosso encontro registro as correspondências que vocês nos enviam. Hoje eu registro o e-mail que a Alzira nos enviou de Curitiba, no Paraná. Foi essa a sua mensagem: 1110 A Paz do Senhor, Pr. Itamir Neves. Acompanho os estudos ministrados pelo pastor na BBN. Necessito de sua opinião sobre o seguinte: devido a problemas espirituais na família acabei procurando igrejas com o objetivo de ouvir mais da Palavra de Deus. Conheci pessoas de determinada igreja e eles dizem que eu não cumpro os mandamentos do Senhor, pois não guardo alguns itens da lei. Pelo meu pobre conhecimento creio que com a vinda de Cristo estabeleceu-se uma nova aliança, o que descaracteriza a guarda da Lei como mandamento. Por favor, Pastor Itamir Neves, argumente comigo. Aguardo sua resposta e o cumprimento com a Paz do Senhor, Alzira Canella Moura email. Querida irmã somos gratos por sua confiança em compartilhar essa questão conosco. Como lhe respondi pelo
e-mail, você está certa, e, mesmo com o seu pobre conhecimento de fato, com a vinda de Cristo estamos na Nova Aliança, portanto não precisamos mais guardar 2 os mandamentos da Lei da Antiga Aliança. O grande mandamento que Jesus nos deixou foi o mandamento do amor. Pois, afinal, como disse Paulo aos gálatas, Para a liberdade é que Cristo nos libertou, por isso não podemos mais nos submetermos, de novo, a jugo de escravidão (Gl. 5.1). Fico feliz por você procurar a solução dos seus problemas familiares em Deus, é só ele quem pode nos ajudar e abençoar-nos. Agradecemos as suas orações em nosso favor e agradecemos a Deus pelo seu interesse em estudar a Palavra. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção entre os seus familiares e amigos nos mais diversos contextos. Preparando-nos para mais um estudo e reflexão na carta de João, agora, convidoa e, a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através desta palavra de oração: "Pai querido, obrigado pela tua preciosa graça. Obrigado pela liberdade que temos a partir do sacrifício de Jesus Cristo. Diante da tua misericórdia nos enchemos de ousadia e penetramos na tua presença pelo precioso sangue de Cristo para buscar tua graça para esta ocasião. Pai te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos, em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Pedimos também que o Senhor nos abençoe no desenvolvimento desse projeto de estudarmos toda a tua palavra. Oramos em nome de Jesus. Amém!". Querido amigo hoje concluímos os nossos estudos no capítulo três da primeira carta de João. Vamos estudar 1Jo 3.22-24
Neste texto João completa a sequência das provas que devemos fazer conosco mesmo para saber como vai o nosso cristianismo. João apresenta, a terceira 3 prova cujo estudo iniciamos no programa anterior, que se dá na área do cumprimento das ordens divinas (conf. 3.17-24), e nesse programa concluímos seu estudo. Essa é a prova moral! É a prova da obediência. Essa prova nos ajuda a entender o que João disse aos seus primeiros leitores e também à nós. Em outras palavras ele disse que intrepidez é o resultado de estarmos com Jesus. Na sua própria experiência ele tinha experimentado a presença de Jesus através do Espírito Santo e o resultado foi a capacidade de amar e de se interessar pelas pessoas, como Jesus também fizera. Mas, João completou a idéia dizendo que poderíamos ter também ousadia, isto é, a qualidade de um coração que não nos acusa. E, ainda acrescentou que se o coração nos acusasse havia alguém que conhecia todas as coisas e por isso poderíamos ficar confiantes. No texto de hoje, conforme Ogilvie (1987, p.96), João acrescenta à segurança da presença do Senhor uma explicação do que essa ousadia perante Deus proporciona: E, aquilo que pedimos dele recebemos... (conf. 3.22). A certeza de que Deus ouve as nossas orações é o remédio exato para aquele que tem dúvidas, dúvidas proporcionadas pelas acusações. Certamente, ao fazer essa afirmação, João estava se lembrando das palavras de Jesus (conf. Mc 11.24; Lc 11.9) e, se lembrava daquelas palavras que ele mesmo tinha registrado em seu evangelho: Em verdade, em verdade vos digo, se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome (conf. Jo 16.23)
Querido amigo, sabemos que a Palavra de Deus é a base para o justo juízo divino. Aceitar o fato de que a Palavra de Deus é tanto o fundamento como o centro de 4 nossas vidas é correto, mas não é o único critério a ser adotado na avaliação de nossas vidas. Qualquer pessoa pode fazer uma bela declaração doutrinária. Qualquer um pode fazer uma correta profissão de fé. Até o diabo citou as Escrituras porque as conhecia muito bem. O diabo citou as Escrituras para o próprio Jesus. Só recitar a Bíblia não demonstra que somos verdadeiros filhos de Deus. Então, a melhor prova a que podemos submeter a nossa vida cristã é essa prova da obediência. Quando obedecemos, nos submetemos e cumprimos os mandamentos divinos então podemos nos tranqüilizar a respeito da vida cristã. Mas, o que significa cumprir os mandamentos divinos para nós que somos povo da Nova Aliança? Cumprir os mandamentos divinos significa permanecer em Jesus, atitude essa que é essencial para frutificarmos. Lembramos das palavras do próprio Senhor Jesus quando disse: Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer (15:4-5). Para produzir fruto precisamos manter uma ligação ininterrupta, uma relação ativa e constante com Jesus. Essa ligação ininterrupta é a obediência que devemos ter para com sua Palavra. A verdade é que sem Jesus nada podemos fazer (15:5). Muitos tentam andar sós, pensando que sua bondade e discernimento produzirão fruto sem estar ligados ao Senhor. Mas somente através de
Jesus somos capazes de cumprir os seus requisitos, um dos quais é amarmos uns aos outros, verdade que ele espera que cumpramos. 5 Mas, como cumprir, como obedecer os requisitos divinos? Jesus diz que a sua obediência ao Pai é o padrão para nós, é... a sua própria obediência ao Pai deve ser o nosso padrão de obediência (conf. Jo 15:10). Ele sempre agradou ao Pai, não a si mesmo (conf. Jo 8:29); agiu pela iniciativa do Pai, e não pela sua própria (conf. Jo 8:42); fez a vontade do Pai, não a sua própria (conf. Jo 5:30; 6:38); disse as palavras do Pai, não as suas próprias (conf. Jo 8:28; 12:49; 14:10); seguiu a programação do Pai, e não a sua própria (conf. Jo 2:4; 12:23,27; 13:1). Se obedecermos como ele obedeceu, deixamos de lado os nossos próprios modos e idéias e nos submetemos completamente àquilo que o Pai deseja de nós. Se obedecermos como Jesus obedeceu podemos confiar que nossos pedidos serão ouvidos e serão atendidos. Querido amigo, diante disso o desafio para nós é claro e específico. Esse desafio é o título que proponho para o nosso estudo: Requisitos para o atendimento dos pedidos 1Jo 3.22-24 Introdução Conforme vimos no programa passado, para nossa própria segurança e confiança é importante obedecermos o mandamento dado pelo Senhor. Quando obedecemos esse mandamento, que como veremos tem duas partes, podemos nos sentir seguros, pois nossos pedidos serão atendidos pelo nosso Pai. Querido amigo, diante dessas verdades, por tudo isso que vimos até agora podemos perceber que o princípio que este texto nos apresenta é visto nessa frase desafiadora:
Somente quando cumprimos os requisitos divinos podemos ter certeza de que seremos atendidos 6 Nestes versos encontramos cinco requisitos que devemos cumprir para termos nossos pedidos atendidos O 1º requisito para termos os pedidos atendidos é guardar os mandamentos, v.22 3.22 e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Somente em duas ocasiões, nessa carta João fala sobre oração. Ele menciona oração nesse texto e também a menciona em 5.14 e 15. Nas duas ocasiões João nos dá uma boa notícia. Deus responde as nossas orações. Porém ele deixa claro que Deus nos atenderá mediante a obediência de certas condições: 1) se obedecermos seus mandamentos fazendo o que lhe é agradável, como este verso aponta e 2) se orarmos conforme a vontade de Deus. Em relação à resposta que dele obteremos, João usa o verbo receber dando-nos a idéia de que receberemos com certeza, como uma realidade, em conformidade com a sua promessa. Na verdade, João está dizendo que os verdadeiros cristãos, os filhos de Deus fazem seus pedidos conforme a vontade de Deus. Ou se alguma vez pedem sem ter certeza da vontade de Deus, recebem a resposta de Deus e se submetem a ela, conformando-se com essa vontade, como Paulo salienta, pois a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (conf. Rm 12.2). Os filhos de Deus se submetem à vontade do Pai, pois ele está sempre disposto a nos atender e até fazer muito além do que pedimos ou pensamos, conforme o testemunho de Paulo
que afirma que ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós 7 (conf. Ef 3.20). Você não se sente mui abençoado por essa maneira tão especial de Deus tratar com você? O 2º requisito para termos os pedidos atendidos é fazer o que é agradável a ele, v.22 3.22 e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. O texto desse verso ainda nos diz o porquê Deus nos atender. Ele nos atende porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Quando analisamos essas duas expressões percebemos que elas são similares. Guardar os mandamentos de Deus significa agradá-lo. Agradar a Deus significa guardar os seus mandamentos. Nada agrada tanto a Deus do que ver um filho seu obedecendo sua vontade. João já registrara em seu evangelho que um dos requisitos para pedirmos é pedir em nome de Jesus (conf. Jo 14.13; 16.23). Também outros textos bíblicos mostram que outro requisito para sermos atendidos é viver de modo agradável a Deus (conf. 1Rs 3.10; Sl 34.15; 37.4; 66.18; 145.18-19). Entretanto é bom lembrarmos que a certeza de que Deus responderá nossas orações não é porque temos qualquer merecimento. Não é porque obedecemos e fizemos algo agradável a Deus que temos os nossos pedidos atendidos. Somos atendidos porque, sendo cristãos, todas as nossas obras de fé são na verdade o
fruto do Espírito Santo sendo produzido em nós e, esse fruto do Espírito, certamente, nos faz sermos agradáveis a ele. 8 Nossas orações, sendo feitas no Espírito se tornam a voz do próprio Espírito de Deus, pois ele intercede por nós (conf. Rm 8.26). Você tem desfrutado dessa bênção? Você tem vivido de modo agradável a Deus? O 3º requisito para termos os pedidos atendidos é crer no nome de Jesus Cristo, v.23 3.23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. O outro requisito que devemos cumprir é identificar o outro mandamento: Crermos no nome do Seu Filho Jesus Cristo. Mas, o que é crer? É entregar-se de modo completo, pois o verbo está no aoristo. Temos que reconhecer a importância do nome de Jesus: Eu sou salvação (conf. At 4.12). Crer em Jesus, o Cristo, pois ele é o Filho de Deus, o próprio Deus encarnado. Quando relembramos os mandamentos de Deus sob a dispensação da nova aliança, da dispensação evangélica percebemos que, na verdade, temos um só mandamento. A expressão o seu mandamento é este é muito especial. Deve ser bem entendida. A expressão está no singular. É importante entendermos que a crença e o amor não são mandamentos separados, pelo contrário são completamente unidos. Na verdade, não podemos amar uns aos outros sem crermos em Cristo. Não podemos crer na verdade, sem amor.
O nome do filho de Deus é o nome revelado no evangelho, é o nome que traz salvação. O nome de Jesus nos relembra a sua pessoa, os seus ofícios, a sua 9 obra propiciatória. Foi o próprio Jesus que nos deu esse mandamento. Se desejamos ser atendidos devemos cumprir o requisito de crer no nome do Filho de Deus, devemos crer em Jesus Cristo. O 4º requisito para termos os pedidos atendidos é amar-nos uns aos outros, v.23 3.23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. Como disse anteriormente, crer no nome do filho de Deus e amar uns aos outros é na verdade um só mandamento. Entretanto temos que reconhecer as duas partes. A segunda parte do mandamento de Jesus é que amemos uns aos outros. Mas, o que é amor? É dar a vida. O verbo está no presente (contínuo). O padrão do amor é Jesus: Ele se deu por nós e a prática do amor é a mutualidade, é a reciprocidade. Quando colocamos esse mandamento em prática temos algumas implicações: Toda a lei foi resumida por Jesus em dois mandamentos: O primeiro mandamento é amar a Deus, isto é, é crer no nome de Jesus. O segundo mandamento é amar o próximo. Portanto crer e amar são um só mandamento. Você tem crido em Jesus Cristo? E em consequência você tem amado os outros? O 5º requisito para termos os pedidos atendidos é permitir que ele permaneça em nós, v.24
3.24 E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito 10 que nos deu. Quando cremos em Jesus, amamos os nossos irmãos temos como conseqüência da intimidade com Deus (v.22 e 24). Por que? Porque Deus responde as nossas petições (v.22) e além disso temos certeza da sua permanência: nós nele e ele em nós, dando a idéia da reciprocidade. João está enfatizando a tônica da carta: permanecei nele. O Espírito Santo em nós é confirmação da intimidade com Deus. Ao apresentar o Espírito Santo como o verdadeiro Espírito que nos liga a Deus João está nos preparando para a transição que fará ao nos colocar novamente diante da realidade dos espíritos falsos, dos espíritos que não confessam Jesus como Senhor, como veremos no próximo programa! Conclusão Quando obedecemos as exigências básicas da Palavra de Deus, fazendo-lhe o que é agradável (v.22), experimentamos: 1. A coerência entre a declaração de crença e a prática do amor; 2. O poder de Deus em atender as nossas petições; e, 3.O testemunho do Espírito Santo de que somos nascidos de novo. Que o Senhor te abençoe e que você possa experimentar essas realidades em sua vida. Um grande abraço. Até o próximo programa. 2670.