Desempenho Térmico de edificações Aula 2: Conforto Térmico

Documentos relacionados
Desempenho Térmico de edificações Aula 2: Conforto Térmico

EQUILIBRIO TÉRMICO ENTRE O HOMEM E O MEIO

Desempenho Térmico de edificações Aula 2: Conforto Térmico

CLIMATIZAÇÃO AULA 02 CONFORTO AMBIENTAL Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR Colegiado de Arquitetura e Urbanismo Prof. Philipe do Prado Santos

Conforto Térmico e Bioclimatologia

CONFORTO AMBIENTAL Aula 3

ÁREA DO CONHECIMENTO: (x) EXATAS ( )HUMANAS ( )VIDA

O conforto humano. O Homem e suas necessidade higrotérmicas

CONFORTO E STRESS TÉRMICO

AVALIAÇÃO DA SENSAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM SALA DE ESTUDOS DA UFSC

ÍNDICES PMV E PPD NA DEFINIÇÃO DA PERFORMANCE DE UM AMBIENTE

FICHAS DE PROCEDIMENTO PREVENÇÃO DE RISCOS

CONFORTO TÉRMICO EM EDIFICAÇÕES COMERCIAIS LOCALIZADAS EM FLORIANÓPOLIS

AVALIAÇÃO DA SENSAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO DOS USUÁRIOS DE UMA QUADRA POLIESPORTIVA EM UMA IES

ERGONOMIA. Variáveis ambientais: CALOR RUÍDOS UMIDADE VIBRAÇÕES LUZ CORES

Recomendação Normativa ABRAVA RN SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE AR PARA CONFORTO PARÂMETROS DE CONFORTO TÉRMICO

DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES

RELACIONAMENTO ENTRE SENSAÇÕES TÉRMICAS E PERCENTAGEM DE PESSOAS INSATISFEITAS COM O AMBIENTE EM ESTUDOS DE CAMPO.

Aula 5. Sobrecarga e conforto Térmico

Fisiologia do Trabalho

ANÁLISE DE CONFORTO TÉRMICO DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UFSC.

Equilíbrio térmico durante o exercício

ANALYSIS CST. PROJETO DE PESQUISA Desenvolvimento de tutoriais de softwares da série Analysis

Conforto Humano. Acústico; antropométrico; olfativo; tátil; térmico; visual.

EXPOSIÇÃO AO CALOR: Sobrecarga ou Conforto?

Equilíbrio térmico durante o exercício

Laboratório de Ciências Térmicas DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO NOTAS DE AULA DE SISTEMAS TÉRMICOS II

QUALIDADE TÉRMICA AMBIENTAL EM SALAS DE AULA

Esta norma, sob o título geral Desempenho térmico de edificações, tem previsão de conter as seguintes partes:

ESTUDO DO CONFORTO TÉRMICO EM SALAS DE AULA: ESTUDO DE CASO

DE HIGIENE INDUSTRIAL EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR

DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES

2

Climatização. Prof. Ramón Eduardo Pereira Silva Engenharia de Energia Universidade Federal da Grande Dourados Dourados MS 2014

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO EM UMA SALA DE AULA

CLIMATIZAÇÃO E REFRIGERAÇÃO

AVALIAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM UM AMBIENTE ACADÊMICO NATURALMENTE VENTILADO LOCALIZADO EM FLORIANÓPOLIS-SC

XVI ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO

ANÁLISE EXPERIMENTAL DAS CONDIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO E DESCONFORTO LOCAL EM AMBIENTES CIRÚRGICOS

Desempenho Térmico de edificações Ventilação Natural

Lucas Monteiro Pereira [PIBIC/ UTFPR] 1, Antônio Augusto de Paula Xavier [Orientador] 2, Bruna Angela Antonelli[Colaborador] 3

RELATÓRIO TÉCNICO. Algoritmos em linguagem R para análises de conforto térmico de acordo com os métodos da ASHRAE Standard 55

DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES

CORRELAÇÃO EXISTENTE ENTRE O VOTO MÉDIO PREVISÍVEL (PMV) E AS VARIÁVEIS TÉRMICAS E PESSOAIS EM UMA EMPRESA POSTAL

GIVONI, FANGER: UMA COMPARAÇÃO. João Roberto Gomes de Faria. Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP

Avaliação das condições de conforto ambiental e eficiência energética dos edifícios e suas inter-relações

Lista de problemas número 1. Exercícios de Refrigeração e Psicrometria A) REFRIGERAÇÃO

Refrigeração e Ar Condicionado

ANEXO VI. Gráficos Gerais das Temperaturas e das Umidades Relativas

Instalações de ar-condicionado Sistemas centrais e unitários Parte 2: Parâmetros de conforto térmico

ANÁLISE DE CONFORTO TÉRMICO EM AMBIENTES DE TRABALHO: ESTUDO DE UM RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO EM CAMPINAS - SP

PREDIÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM CLIMAS TROPICAIS COM REGIONALIZAÇÃO DOS PARÂMETROS DE NORMAS INTERNACIONAIS

CONFORTO TÉRMICO NO INTERIOR DE EDIFÍCIOS THERMAL COMFORT IN BUILDINGS. Tiago Manuel Fernandes Gonçalves

CONFORTO 2.02: UM SOFTWARE PARA AVALIAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO

MÉTODOS DE PREDIÇÃO DE DESEMPENHO TÉRMICO DE HABITAÇÃO EM CLIMA QUENTE-ÚMIDO, COM CONDICIONAMENTO PASSIVO

Fernando Gonçalves Amaral. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Queixas das condições térmicas de trabalho

Temperatura. Posição do problema. Produção Interna de Calor. Equação do Equilíbrio Térmico. Queixas das condições térmicas de trabalho

SECAGEM E PSICROMETRIA OPERAÇÕES UNITÁRIAS 2. Profa. Roberta S. Leone

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL E NUMÉRICA DE CONDIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO EM AMBIENTES DE ESCRITÓRIOS COM SISTEMA DE AR CONDICIONADO TIPO SPLIT

ESTRATÉGIA. Professeur J. Malchaire. Descrição sucinta da situação de trabalho croquis zonas de trabalho

TRABALHO DE CAMPO: CONFORTO TÉRMICO NO PARQUE DO POVO MANUAL DE ORIENTAÇÃO

ESTUDO COMPARATIVO DE CONDIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO EM AMBIENTES DE ESCRITÓRIOS COM INSUFLAMENTO DE AR FRIO PELO PISO E PELO TETO

Tabela 3.37: Constantes da Equação

Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção

DETERMINAÇÃO DOS FATORES DE FORMA PARA RADIAÇÃO ENTRE O HOMEM E AS SUPERFÍCIES CIRCUNDANTES DE UM AMBIENTE ATRAVÉS DE UM MÉTODO PROBABILÍSTICO

Disciplina: Sistemas Térmicos

AVALIAÇÃO DO CONFORTO AMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO EM UM LABORÁTÓRIO DE UMA FACULDADE NA CIDADE DE JOÃO PESSOA - PB

CONFORTO TÉRMICO UFMS CCET DEC. Curso de Arquitetura e Urbanismo

CONTRIBUIÇÃO À APLICAÇÃO PRÁTICA DAS NORMAS INTERNACIONAIS NA AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO

ADEQUAÇÃO DO MODELO PMV NA AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE IJUÍ-RS

CONFORTO TÉRMICO EM AMBIENTES DE UM SUPERMERCADO DE MÉDIO PORTE

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO: UMA EXPERIÊNCIA NA INDÚSTRIA DA CONFECÇÃO

Ventilação Natural VENTILAÇÃO 1/47

XIII Encontro Nacional e IX Encontro Latino-americano de Conforto no Ambiente Construído

Eixo Temático ET Outros AVALIAÇÃO E PROPOSTAS DE MELHORIA DO CONFORTO TÉRMICO DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DA UFERSA CAMPUS CARAÚBAS

ESTUDOS DOS EFEITOS DA ILUMINAÇÃO E TEMPERATURA NA AÇÃO HUMANA E SUA RELAÇÃO COM A SENSAÇÃO TÉRMICA SUBJETIVA

Ricardo Forgiarini Rupp Renata De Vecchi Bernardo Farias Asmus Christhina Candido Enedir Ghisi

Palavras-chave: Conforto térmico, salas de aula. 1. Introdução

Volume III. Curso Técnico Módulo 2 INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ÁREA TÉCNICA DE REFRIGERAÇÃO E CONDICIONAMENTO DE AR

AMBIENTE TÉRMICO EM SALA DE AULA INFLUÊNCIA NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM

ESTUDO DE ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO PARA APLICAÇÃO EM BELO HORIZONTE - MG, COM BASE EM PESQUISA DE POPULAÇÃO UNIVERSITÁRIA

CONSIDERAÇÃO DO MOVIMENTO DO AR NA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DE HABITAÇÃO UNIFAMILIAR

MICHAEL DE CARVALHO FONSECA CONFORTO TÉRMICO EM ESCRITÓRIOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

SIMULAÇÃO EM CONFORTO TÉRMICO

DESCONFORTO / STRESS TÉRMICO NO COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL

RELAÇÃO ENTRE O MODELO ADAPTATIVO DE CONFORTO TÉRMICO E A DEMANDA DE RESFRIAMENTO EM EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO: REVISÃO E PROPOSTA PARA O CLIMA QUENTE E ÚMIDO DE NATAL-RN

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO DAS SALAS DE AULA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

USO DO CFD NA AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE E DA TEMPERATURA NUMA SALA EM CUIABÁ

Indicador do comportamento térmico passivo de habitações: Inverno

ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO EM UMA ACADEMIA DE ATIVIDADES FÍSICAS: UM ESTUDO DE CASO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS ZOOTECNIA CURSO DE BIOCLIMATOLOGIA ANIMAL

Desempenho Térmico de Edificações: Parte 1: Definições, Símbolos e

ANÁLISE DA APLICABILIDADE DE TELHADO VERDE NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO COMO REGULADOR TÉRMICO DE AMBIENTES

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Evaporação e evapotranspiração. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

Transferência de Calor e Massa 1

1. INTRODUÇÃO 2. UMIDADE

CONCEITUAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO TEMPERATURA DE AR UMIDADE DO AR VELOCIDADE DO AR VESTIMENTA

Disciplina: Sistemas Térmicos

3. Fisiologia da Homeotermia

Transcrição:

Desempenho Térmico de edificações PROFESSOR Roberto Lamberts ECV 5161 UFSC FLORIANÓPOLIS

+ humanas + ambientais + outras + modelos + normas estrutura variáveis cálculo 2

definição conforto térmico é o estado da mente que expressa satisfação do homem com o ambiente térmico que o circunda. ASHRAE (American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers) 3

A insatisfação com o ambiente térmico pode ser causada pela sensação de desconforto por calor ou frio quando o balanço térmico não é estável, ou seja, quando há diferenças entre o calor produzido pelo corpo e o calor perdido para o ambiente definição 4

Neutralidade térmica: Estado físico no qual todo o calor gerado pelo organismo através do metabolismo é trocado na mesma proporção com o ambiente ao redor, não havendo nem acúmulo de calor, nem perda excessiva do mesmo, mantendo a temperatura corporal constante definição Conforto térmico Neutralidade térmica neutralidade térmica é uma condição necessária, mas não suficiente para que uma pessoa esteja em conforto térmico. Um indivíduo que estiver exposto a um campo assimétrico de radiação, pode estar em neutralidade térmica, porém não estará em conforto térmico 5

definição Fatores pelos quais os estudos de conforto térmico são importantes: 1. A satisfação do homem, permitindo-lhe se sentir termicamente confortável 2. A performance humana: As atividades intelectuais, manuais e perceptivas, geralmente apresentam um melhor rendimento quando realizadas em conforto térmico 3. A conservação de energia: Ao conhecer as condições e os parâmetros relativos ao conforto térmico dos ocupantes do ambiente, evitam-se desperdícios com aquecimento e refrigeração. 6

variáveis de conforto variáveis humanas variáveis ambientais Outras... variáveis cálculo MET: Metabolismo Tar: Temperatura do ar Trad: Temp Média Rad. Idade Altura CLO: Vestimenta Vel: Velocidade do ar RH: Umidade relativa Sexo Peso 7

VARIÁVEIS DE CONFORTO - HUMANAS +. MET. CLO A temperatura interna do corpo humano é praticamente constante, variando aproximadamente de 36 a 37 A quantidade de calor liberado pelo organismo ocorre em função da atividade desenvolvida. Este calor será dissipado através de mecanismos de trocas térmicas entre o corpo e o ambiente, envolvendo: - Trocas secas: condução, convecção, radiação. (calor sensível) - Trocas úmidas: evaporação. Respiração e Transpiração (calor latente) 8

SISTEMA TERMORREGULADOR HUMANO Diagrama da regulação térmica humana autônoma e comportamental Variável controlada: valor integrado de temperaturas internas (próximas do sistema nervoso central e núcleo) e as temperaturas da pele. Sistema controlado: é influenciado pela temperatura interna (geração interna de calor/metabolismo) e externa (calor ou frio originado pelo ambiente). As perturbações na temperatura de um ambiente são rapidamente detectadas pelos termorreceptores da pele. + 9 Adaptado de:hensen (1991)

SISTEMA TERMORREGULADOR HUMANO Temperatura Corporal Zonas de respostas fisiológicas 43 C 39 C 37 C 35 C 31 C Vasodilatação Vasoconstrição Acima de 43 C Situação Letal Acima de 39 C Ocorre a perda da eficiência no trabalho Acima de 37 C Inicia-se o fenômeno do suor Abaixo de 36 C Inicia-se o reflexo de arrepio Abaixo de 35 C Ocorre a perda da eficiência no trabalho Abaixo de 31 C Situação Letal Temperatura Corporal Aproximadamente 36,5 C + 10 Adaptado de: Longman, Inc., (2001)

Os mecanismos termorreguladores são ativados quando as condições térmicas do meio ultrapassam certas faixas de frio ou calor. Frio: Evitar perdas térmicas do corpo e aumentar a produção interna de calor. Perdas de calor por radiação e convecção Pele mais rugosa orgão interno Perdas de calor por convecção Vasoconstrição periférica Arrepio Aumento do metabolismo 11

Mecanismos instintivos e culturais para proteção do frio Mecanismos instintivos Mecanismos culturais 12

Calor: Incrementar as perdas térmicas do corpo e reduzir a produção interna de calor Perdas de calor por radiação e convecção Boa evaporação Pouca evaporação Vasodilatação periférica Suor Redução do metabolismo 13

Mecanismo instintivos e culturais para proteção contra o calor Mecanismos instintivos Mecanismos culturais 14

Através do metabolismo o organismo adquire energia a partir de elementos combustíveis orgânicos. A quantidade de energia liberada depende da quantidade de atividade muscular (Quanto maior a atividade física, maior o metabolismo). MET: unidade utilizada para descrever a energia produzida por unidade de área de uma pessoa em repouso (1 MET = 58W/m²) Taxa metabólica para diferentes atividades. ISO 7730 (2005) 15

Vestimenta impõe uma resistência térmica entre o corpo e o meio, representando uma barreira para as trocas de calor por convecção CLO: Unidade de medição da resistência térmica da roupa. (1 clo = 0.155m² C/W) Índice de resistência térmica para vestimentas segundo ISO 7730 (2005 16

17

VARIÁVEIS DE CONFORTO - AMBIENTAIS As condições do ambiente relacionadas com o conforto são: + Temperatura do ar + Temperatura média radiante + Umidade relativa do ar + Velocidade do ar + O corpo humano não sente a temperatura de um quarto, e sim a perda ou ganho de energia do corpo no espaço A influência dos quatro parâmetros na perda ou ganho de energia não é igual, sendo que a temperatura do ar e temperatura média radiante tem a maior importância. Porem não é suficiente medir só um deles. 18

Temperatura do ar: Também chamada TBS (temperatura de bulbo seco) A sensação de conforto baseia-se na perda de calor do corpo através da diferença de temperatura entre a pele e o ar. As massas de ar são aquecidas em virtude do contato com a pele, permitindo a perda de energia do corpo. O ar mais quente torna-se mais leve e sobe enquanto o mais frio desce, proporcionando uma sensação de resfriamento do ambiente graças a movimentação do ar conhecida como convecção natural. Pei-Chun Liu (et al) Evaluation of buoyancy-driven ventilation in atrium buildings using computational fluid dynamics and reduced-scale air model. 19

Temperatura média radiante: Temperatura uniforme de um ambiente imaginário no qual a troca de calor por radiação é igual ao ambiente real não uniforme. Trocas entre um ambiente real e o corpo e entre um ambiente imaginário e o mesmo corpo, através da temperatura média radiante. Fonte: innova.dk Trocas de calor entre diferentes corpos 20

Umidade relativa do ar (UR): fornece a quantidade de vapor de água no ar em relação à quantidade máxima que pode conter a uma determinada temperatura. À medida que a temperatura do meio se eleva, dificultando as perdas por convecção e radiação, o organismo aumenta sua eliminação por evaporação. Quanto maior a UR, menor a eficiência da evaporação na remoção do calor. A UR é utilizada para determinar a umidade absoluta (expressa em termos de pressão parcial de vapor), parâmetro que permite determinar as trocas por evaporação entre o homem e o ambiente. 21

Velocidade do ar Parâmetro que modifica as trocas de calor por convecção e evaporação de uma pessoa, retirando o ar quente e a água em contato com a pele com maior eficiência, reduzindo a sensação de calor. (quanto maior for, maior será a sensação de perda de calor). + = UMIDADE RELATIVA DO AR VELOCIDADE DO AR PERDA DE CALOR POR EVAPORAÇÃO 22

Equipamentos para medição das variáveis ambientais Anemômetro sensor Termo anemômetro Termômetro de globo. Psicrômetro giratório para medição de TBS e TBU Temperatura do ar Velocidade do ar Temp. de Globo Umidade relativa 23

Cálculo da temperatura radiante média: pode se calcular através da T. globo e T. do ar Onde: Hcg ΔT D V é o coeficiente de troca de calor por convecção do globo; é a diferença de temperatura (tg - ta) é o diametro do globo (normal/ 15cm) é a Velocidade do ar (m/s) Coeficiente de troca de calor por convecção: Utiliza se para definir a equação a ser adotada no cálculo da temperatura radiante média Onde: tg ta V * * * * * * é a temperatura de termômetro de globo (C ); é a temperatura do ar ( C); é a Velocidade do ar (m/s) Dependendo do Coeficiente de troca de calor que for maior, adota se a temperatura radiante média para a forma de convecção correspondente a esse coeficiente 24

Cálculo da umidade relativa: carta psicrométrica Umidade relativa Temperatura bulbo seco ( C) 25

VARIÁVEIS DE CONFORTO - OUTRAS + + Idade + Raça + Hábitos alimentares + Altura + Sexo 26

Métodos de Avaliação de Conforto As pesquisas de conforto térmico e os métodos de avaliação estão divididos em dois grandes grupos: Pesquisas em Câmaras Climatizadas (Método Estático) Pesquisas de Campo (Método Adaptativo) + + Modelo Estático Realizadas no interior de ambientes totalmente controlados pelo pesquisador, onde as variáveis ambientais e pessoais podem ser o manipuladas + Modelo Adaptativo 27 Realizadas em situação real, onde o pesquisador não interfere no andamento das atividades e nas variáveis ambientais

Métodos de Avaliação de Conforto Modelo Estático... Para dado nível de atividade, a temperatura média da pele (ts) e a taxa de secreção do suor (Esw) podem ser consideradas como as únicas variáveis fisiológicas que influem sobre o equilíbrio de calor na equação do conforto térmico... (Ole Fanger, 1970) Modelo Adaptativo... A temperatura de conforto não é uma constante, e sim varia de acordo com a estação, e temperatura a que as pessoas estão acostumadas... (Michael A.Humphreys, 1979) + + Modelo Estático + Modelo Adaptativo 28

Modelo Estático Baseado no balanço de calor, modelo utilizado nas avaliações em ambientes condicionados artificialmente. PMV: O voto médio predito é um índice que prevê um valor médio de sensação térmica de um grande grupo de pessoas, segundo a escala de de 7 pontos (ASHRAE). Foi criado através de análises estatísticas de acordo com resultados obtidos por Fanger (1972) em estudos na Dinamarca em câmaras climatizadas. +3 +2 +1 0-1 - 2-3 Muito quente Quente Levemente quente Neutro Levemente frio Frio Muito frio A escala sétima da ASHRAE, ou escala de sete pontos é utilizada para determinação real das sensações térmicas das pessoas A sensação térmica de um indivíduo é representada pela equação do PMV Onde: PMV= voto médio estimado ou voto de sensação de conforto térmico M= Atividade desempenhada pelo individuo L= Carga térmica atuante sobre o corpo 29

Modelo Estático Substituindo o valor de L a equação do PMV fica da forma a seguir: Onde: M = Taxa metabólica, em W/m2, W = Trabalho mecânico, em W/m2, sendo nulo para a maioria das atividades, Icl = Resistência térmica das roupas, em m2.ºc/w, fcl = Razão entre a área superficial do corpo vestido, pela área do corpo nú, ta = Temperatura do ar, em ºC, tr = Temperatura radiante média, em ºC, var = Velocidade relativa do ar, em m/s, pa = Pressão parcial do vapor de água, em Pa, hc = Coeficiente de transferência de calor por convecção, em W/m2.ºC, tcl = Temperatura superficial das roupas, em ºC. Pode ser obtida a partir do MET (1MET=58,2W/m²) Pode ser obtida a partir do CLO (1CLO=0,155m².C/W) 30

Modelo Estático Devido à variação biológica entre as pessoas, é impossível que todos os ocupantes de um ambiente se sintam termicamente confortáveis ao mesmo tempo. O PPD (porcentagem de pessoas insatisfeitas) estabelece a quantidade estimada de pessoas insatisfeitas dentro de um mesmo ambiente. O PPD se baseia na percentagem de um grande grupo de pessoas que gostariam que o ambiente estivesse mais quente ou mais frio (voto +3, +2 ou -3 e -2, na escala sétima de sensações). Ele pode ser determinado analiticamente (conforme a equação abaixo em função do PMV), ou extraído da figura a seguir: PMV e PPD 31

Modelo Adaptativo Dúvidas quanto a validação dos resultados aplicando o modelo estático em regiões quentes e úmidas iniciaram discussões que deram origem ao modelo adaptativo... Ajustes Comportamentais/ Tecnológicos Adaptação ao clima interno Aclimatação Adaptação fisiológica ao clima Os 3 componentes de adaptação ao clima interno. Adaptado de: de Dear, Brager e Cooper (1997) Habituação Adaptação psicológica/difere ntes expectativas Princípio básico do modelo adaptativo: ao ocorrer uma mudança de temperatura que gera desconforto, as pessoas reagem de forma a restaurar o conforto térmico. Neste modelo são considerados outros fatores além dos da física e fisiologia: Demografia (gênero, idade, classe social), contexto (composição da edificação, estação, clima) e cognição (atitudes, preferências e expectativas). 32

Modelo Adaptativo 33

Modelo Adaptativo Categorias da adaptação: Ajustes Comportamentais: Modificações conscientes ou inconscientes - Ajustes pessoais: roupa, atividade, postura; - Ajustes Tecnológicos ou Ambientais: Fechar/Abrir janelas, ligar o ventilador; Ajustes Fisiológicos: Mudanças nas respostas fisiológicas - Adaptações genéticas: herança genética de um indivíduo ou grupo de pessoas; - Aclimatação: mudanças inerentes ao sistema termo-regulador; Ajustes Psicológicos: Percepções e reações das informações sensoriais - Habituação, exposição repetitiva ou crônica, que conduz a uma diminuição da intensidade da sensação evocada anteriormente. 34

Modelo Adaptativo A nova versão da norma americana ASHRAE Standard 55-2010 apresenta um método opcional para determinação condições térmicas aceitáveis em espaços naturalmente ventilados. Limites aceitáveis da temperatura operativa (zona de conforto) para espaços condicionados naturalmente. ASHRAE 55-2010 35

Condições Básicas de Conforto Térmico Ambiente Real Neutralidade Térmica Temp. da pele e taxa secreção dentro dos padrões Conforto Térmico Desconforto Localizado Conforto Térmico 36

Desconforto localizado: Assimetria de radiação Correntes de ar Diferença na temp. do ar no sentido vertical Pisos aquecidos ou resfriados Conforto Térmico 37

Avaliação de Conforto Térmico Os Índices de Conforto Térmico podem ser estimados com o auxílio de Softwares... O software da ASHRAE calcula os índices: - PMV/PPD - Temperatura Efetiva (ET) - Temperatura Efetiva Padrão (SET) - Temperatura neutra dos modelos adaptativos de Humphreys e Auliciems. 38

Avaliação de Conforto Térmico Ou através de calculadoras onlines: Ex.: Universidade de Berkley: http://cbe.berkeley.edu/comforttool/ 39

A ISO 7730 (Anexo E) disponibiliza tabelas para uma estimativa rápida dos valores de PMV/PPD, que se aplicam em ambientes condicionados artificialmente com umidade relativa (UR) de 50% 40

41

ASHRAE 55: Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy (em constante revisão) ISO 7730: Ergonomics of the thermal environment -- Analytical determination and interpretation of thermal comfort using calculation of the PMV and PPD indices and local thermal comfort criteria. (Última revisão publicada: 2005) ISO 7726: Ambientes Térmicos - Instrumentos e Métodos para medições das quantidades físicas. Última revisão publicada: 1998) NORMA BRASILEIRA??