Ácido sulfúrico na superação da dormência de sementes de Adenanthera pavonina L.

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Transcrição:

SCIENTI PLEN VOL. 8, NUM. 4 2012 www.scientiaplena.org.br Ácido sulfúrico na superação da dormência de sementes de denanthera pavonina L.. C. raujo Neto 1 ; J. G. F. Medeiros 1 ; B. B. Silva 1 ; R. P. Leite 1 ; P. C. raújo 1 ; J. J. F. Oliveira 2 ¹Programa de Pós-Graduação em gronomia, Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências grárias, 58.397-000, reia-pb, Brasil 3 Programa de Pós-graduação em gronomia da Universidade Federal do Piauí, Campus Cinobelina Elvas, 64.100-000, Bom Jesus-PI, Brasil aderson_biologo@hotmail.com (Recebido em 20 de novembro de 2011; aceito 20 de fevereiro de 2012) denanthera pavonina L. é uma espécie largamente utilizada para fins ornamentais, arborização de ruas e praças, reflorestamentos, artesanato e fitoterápicos, no entanto, suas sementes, assim como a grande parte das leguminosas, apresentam dormência. ssim, o trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência do ácido sulfúrico concentrado na superação da dormência de sementes de denanthera pavonina L. Para tanto, avaliou-se o efeito do período de imersão (0, 1, 2, 3, 5, 10 e 20 min.) em ácido sulfúrico (98%), na emergência e vigor das sementes (primeira contagem, índice de velocidade, tempo médio e velocidade média de emergência). Os tratamentos de imersão em ácido sulfúrico concentrado por 10 e 20 minutos mostraram-se os mais eficientes na superação da dormência dessa espécie, promovendo maiores resultados de emergência e vigor. Palavras-chave: dormência, emergência, vigor, leguminosas. denanthera pavonina L. is an species largely utilized for ornamental purposes, streets and squares afforestation, resforestation, handicraft and phytotherapeutic medicines, but their seeds, like most legumes, present dormancy. Thus, the present work aimed evaluate the efficience of concentrate sulfuric acid to overcome dormancy on denanthera pavonina L. seeds. For that, was evaluated the period of immersion (0 1, 2, 3, 5, 10 and 20 min.) at sulfuric acid (98%) on seed emergency and vigor (first count, speed index, mean time, and mean speed of emergency). The treatments of immersion in concentrate sulfuric acid for 10 and 20 minutes were the most efficient in breaking the dormancy of this specie, promoting larger results on emergency and vigor. Keywords: dormancy, emergency, vigor, leguminous. 1. INTRODUÇÃO denanthera pavonina L., Mimosoideae, conhecida popularmente como tento-vermelho, carolina, olho-de-pombo ou olho-de-dragão, é uma espécie arbórea, originária da Ásia tropical. No Brasil, foi introduzida há muitos anos e encontra-se bastante adaptada e largamente distribuída em todos os estados da federação. Sua utilização estende-se desde fins ornamentais, arborização de ruas e praças, sombreamento, artesanato e fitoterápicos. É utilizada na Tailândia para reflorestamentos e como planta ornamental e forrageira [1]. impermeabilidade do tegumento à água é um tipo de dormência bastante comum e está associada a espécies de diversas famílias botânicas. Nas leguminosas, assim como em. pavonina, é freqüente a ocorrência de tegumentos duros, espessos e impermeáveis que restringem a entrada de água e oxigênio e oferecem alta resistência física ao crescimento do embrião, que causam dormência à semente [2]. Em ambiente natural, essa dormência é quebrada por processos de escarificação, a qual consiste em qualquer tratamento que resulte na ruptura ou enfraquecimento do tegumento, permitindo a entrada de água e gases e, assim, dando início ao processo germinativo [3]. Nesse 047323-1

. C.raujo Neto et al., Scientia Plena 8, 047323(2012) 2 ambiente, esse processo pode ocorrer pela ação de ácidos quando da ingestão das sementes por animais dispersores, além da ação dos microrganismos do solo [4]. Em laboratório, foram desenvolvidos diversos métodos, visando à superação desse tipo de dormência, como imersão em ácidos, bases fortes, álcool, água oxigenada, água fria ou quente, pré-secagem, desponte e impactos sobre superfície sólida, entre outros [3,5]. No entanto, a aplicabilidade e eficiência desses tratamentos dependem do tipo e grau de dormência, que variam entre as espécies. O tratamento com ácido sulfúrico tem sido utilizado, com sucesso, na superação da dormência de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake [6], de Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. [7], de denanthera pavonina L. [8], de Bowdichia virgilioides Kunth [9], de Guazuma ulmifolia Lam. [10], de Prosopis alba, P. chilensis, P. flexuosa e P. tamarugo [11], de Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit. [12], de cacia bonariensis Gill. e Mimosa bimucronata (D.C.) O.K. [13], Cassia sieberiana D.C. [14], Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong [15], Senna macranthera (Colladon) Irwin & Barneby [16,17], Ornitophus compressus e O. pinatus [18], e Cassia excelsa Schrad [19]. Tendo em vista o pouco conhecimento da biologia da maioria das espécies florestais e frente à possibilidade de múltiplos usos econômicos e ecológicos do tento-vermelho, tornam-se necessários estudos que avaliem a eficácia de tratamentos pré-germinativos na quebra da dormência de suas sementes, visando abreviar, aumentar e uniformizar a sua germinação. Desse modo, o trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência do ácido sulfúrico concentrado na superação da dormência de sementes de denanthera pavonina L. 2. MTERIIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Centro de Ciências Biológicas e Sociais plicadas da Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, PB. s sementes de denanthera pavonina L. foram colhidas diretamente de matrizes localizadas no mesmo município onde foi realizado o experimento. s sementes foram imersas em ácido sulfúrico concentrado e constantemente revolvidas com bastão de vidro, objetivando uniformizar a sua ação abrasiva em diferentes períodos de imersão (0, 1, 2, 3, 5, 10 e 20 min.). Decorridos os períodos preestabelecidos, as sementes foram lavadas em água corrente por 10 min., para que o ácido sulfúrico fosse totalmente removido. Depois de submetidas aos tratamentos, as sementes foram semeadas em bandejas plásticas perfuradas no fundo, entre areia previamente peneirada e esterilizada em autoclave, umedecida com quantidade de água equivalente a 60% da capacidade de retenção. valiaram-se as seguintes características: emergência- foram utilizadas 100 sementes por tratamento, divididas em quatro subamostras de 25. s contagens do número de sementes germinadas iniciaram-se aos 7 e estenderam-se até os 21 dias após a semeadura. O critério utilizado foi o de plântulas normais que apresentavam as estruturas essenciais perfeitas [20], sendo os resultados expressos em porcentagem; primeira contagem de emergência - correspondente à porcentagem acumulada de plântulas normais, com valores registrados aos 14 dias após o início do teste; índice de velocidade de emergência (IVE) foram realizadas contagens diárias, durante 21 dias, das plântulas normais, sendo o índice calculado conforme a fórmula proposta por Maguire [21]; tempo médio e velocidade média de emergência avaliados de acordo com Labouriau e Valadares [22]. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso, constando de seis tratamentos. Os dados foram submetidos à análise de variância e a comparação entre as médias foi feita pelo teste de Tukey, a 5% de significância. 3. RESULTDOS E DISCUSSÃO Os dados referentes à porcentagem de emergência encontram-se na Figura 1. Os tratamentos com ácido sulfúrico promoveram um aumento significativo na porcentagem de emergência em relação à testemunha, apesar dos períodos de imersão não terem diferido estatisticamente entre

. C.raujo Neto et al., Scientia Plena 8, 047323(2012) 3 si. análise dos resultados para sementes da testemunha mostrou lentidão e baixa emergência, comuns em sementes de tegumento duro [23]. Os tratamentos com ácido sulfúrico demonstram-se efetivos na promoção da emergência e, conseqüentemente na quebra de dormência das sementes. Na avaliação de tratamentos prégerminativos para quebra de dormência de sementes de denanthera pavonina L., a maior porcentagem de emergência foi a do tratamento com ácido sulfúrico durante 10 minutos (83%), o maior período de imersão testado [24]. No entanto, apesar da sua eficiência comprovada, o método de escarificação química com ácido sulfúrico não deve ser usado indiscriminadamente para sementes de quaisquer espécies, haja vista que os resultados obtidos pela imersão de sementes de Parkinsonia aculeata (E.) em ácido sulfúrico (98%) resultaram em baixa percentagem de germinação e baixo IVG, não diferindo estatisticamente do controle [25]. O tempo de imersão das sementes em ácido sulfúrico deve ser determinado para cada espécie, face à existência de diferenças no nível de dormência entre elas [2]. Portanto, o sucesso do tratamento está relacionado com o tempo de exposição ao ácido e a espécie estudada. 100 Emergência (%) 80 60 40 20 B 0 Períodos de exposição ao ácido sulfúrico (min.) Figura 1: Emergência de plântulas de denanthera pavonina L., após a superação da dormência das sementes com ácido sulfúrico concentrado. Na Tabela 1 encontram-se os resultados referentes a primeira contagem de emergência (PCE) e ao índice de velocidade de emergência (IVE). Os tratamentos promoveram aumentos consideráveis na porcentagem de emergência na primeira contagem (vigor das sementes) em relação à testemunha, destacando-se as imersões por 10 e 20 minutos, porém não diferiram estatisticamente das imersões por 3 e 5 minutos. Com relação ao IVE, verificou-se que os maiores valores foram obtidos com a imersão das sementes em ácido sulfúrico por 20 minutos, diferindo estatisticamente dos demais períodos de imersão. Em estudos com sementes de Tachigalia multijuga (Benth.), a avaliação do índice de velocidade de emergência (IVE) demonstrou que o maior índice foi o do tratamento com ácido por 20 minutos (2,51), no entanto, o menor índice foi o do tratamento com ácido por 10 minutos (0,72) [26]. Tabela 1: Vigor de sementes de denanthera pavonina L. (primeira contagem de emergência PCE e índice de velocidade de emergência IVE), após a superação da dormência das sementes com ácido sulfúrico concentrado. Períodos de imersão em ácido sulfúrico (minutos) PCE (%) 0 c 50 b 60 b 60 ab 85 ab 95 a 100 a IVE 0,281 d 1,38 c 1,39 c 1,41 c 1,58 b 1,67 b 1,88 a

. C.raujo Neto et al., Scientia Plena 8, 047323(2012) 4 Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância. Os valores médios referentes ao tempo médio e velocidade média de emergência encontramse na Tabela 2. Os maiores períodos de imersão (5, 10 e 20 min.) promoveram a redução no tempo médio e o aumento na velocidade média de emergência. De modo semelhante, o tratamento com ácido sulfúrico concentrado reduziu o tempo médio para germinação das sementes de Bauhinia monandra Britt [27]. Dessa forma, os maiores períodos de imersão propiciaram redução no tempo e uniformização na emergência de plântulas de denanthera pavonina L. Tabela 2: Vigor de sementes de denanthera pavonina L. (Tempo médio e velocidade média de emergência), após a superação da dormência das sementes com ácido sulfúrico concentrado. Períodos de imersão em ácido sulfúrico (minutos) Tempo médio (dias) 20,3 c 13,5 b 13,575 b 13,4 b 11,025 ab 11,925 ab 10,675 a Velocidade média (1/dias) 0,0155 c 0,0645 b 0,0645 b 0,065 b 0,0765 a 0,084 a 0,0935 a Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância. 4. CONCLUSÃO Os tratamentos de imersão em ácido sulfúrico concentrado por 10 e 20 minutos mostraram-se os mais eficientes na superação da dormência das sementes de denanthera pavonina L., proporcionando maiores resultados de emergência e vigor. 1. KKSENG, R. Evaluation of trees and shrubs for forage and fuelwood in Northeast Thailand. Int. Tree Crops Journal, 5:209-220 (1989). 2. POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. 2. ed. Brasília: BRTES, 1985. 298p. 3. MYER,. M.; POLJKOFF-MYBER,. The germination of seeds. 4. ed. New York: Pergamon Press, 1989. 270p. 4. VZQUEZ-YNES, C.; OROZCO-SEGOVI,. Patterns of seed longevity and germination in the tropical rainforest. nnual Review of ecology and Systematics, 24:69-87 (1993). 5. PEREZ, S. C. J. G..; PRDO, C. H. B.. Efeitos de diferentes tratamentos pré-germinativos e da concentração de alumínio no processo germinativo de sementes de Copaifera langsdorfii Desf. Revista Brasileira de Sementes, 15:115-118 (1993). 6. CÂNDIDO, J. F.; CONDE,. R.; SILV, R. F.; MRI, J.; LEDO,.. M. Estudo da causa da dormência em sementes de guapuruvu (Schizolobium parahybum (Vell.) Blacke) e métodos para sua quebra. Revista Árvore, 5:224-232 (1981). 7. PEREZ, S. J. G.; FNTI, S. C. Efeitos do armazenamento, envelhecimento, tratamentos prégerminativos na germinação e velocidade de germinação de Peltophorum dubium (Spring) Taubert (canafistula). In: CONGRESSO BRSILEIRO DE SEMENTES, 9, 1995, Florianópois. Informativo BRTES, Brasília, 5:91 (1995). 8. ZPEVK, F..; PGOTTO, T. C. S.; PEREZ, S. C. G.. Quebra de dormência em sementes de denanthera pavonina L. In: CONGRESSO BRSILEIRO DE SEMENTES, 9, 1995, Florianópolis. Informativo BRTES, Brasília, 5:202 (1995). 9. LOUREIRO, M. B. Quebra de dormência de sementes de sucupira-preta (Bowdichiua virglioides) H.B.K. Leguminosae. In: CONGRESSO BRSILEIRO DE SEMENTES, 9, 1995, Florianópolis. Informativo BRTES. Londrina, 5:91 (1995).

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