XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

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Transcrição:

XX SNPTEE SEMINÁRIO NCIONL DE PRODUÇÃO E TRNSMISSÃO DE ENERGI ELÉTRIC Versão 1.0 22 a 25 Novembro de 2009 Recife - PE GRUPO XIII GRUPO DE ESTUDO DE TRNSFORMDORES, RETORES, MTERIIS E TECNOLOGIS EMERGENTES - GTM NÁLISE CROMTOGRÁFIC DE GSES DISSOLVIDOS PLICD OS ÓLEOS VEGETIS ISOLNTES driana de Castro Passos Martins(*) Dayve José Vassalo Costabile Di Sessa CEMIG GT RESUMO Este trabalho tem como objetivo apresentar o estado da arte de monitoramento preditivo de equipamentos preenchidos com óleo vegetal isolante por meio da análise cromatográfica dos gases dissolvidos. Neste trabalho foram compilados os coeficientes de solubilidade dos gases comumente gerados em equipamentos elétricos estejam eles operando normalmente ou não para alguns dos óleos disponíveis comercialmente no mercado brasileiro. São apresentadas algumas considerações, como o fato de que os fabricantes de óleo recomendarem a utilização dos diagnósticos padronizados atualmente aplicáveis a óleos minerais e o fato de não existir atualmente uma base de dados suficientemente extensa que possa garantir que nenhum desvio destes padrões ocorrerá de forma a levar à necessidade de ajustes específicos para os óleos vegetais isolantes. Serão apresentados dados de monitoramento de equipamento em serviço preenchidos com óleo vegetal isolante. Parte deste trabalho foi realizado no âmbito do GT Cigré D1.01- Líquidos Isolantes, na Força Tarefa 02- Óleo Vegetal. PLVRS-CHVE Óleo Vegetal Isolante, nálise Cromatográfica de Gases Dissolvidos, Coeficientes de Solubilidade. 1.0 - INTRODUÇÃO análise cromatográfica de gases dissolvidos é uma ferramenta consagrada para diagnóstico preditivo de equipamentos elétricos tais como transformadores, reatores, reguladores de tensão, entre outros, preenchidos com óleo mineral isolante. técnica consiste na extração dos gases dissolvidos em amostras de óleo destes equipamentos, separação e quantificação destes gases por meio de cromatografia gasosa e posterior interpretação destes resultados para a obtenção de um diagnóstico confiável para a determinação da condição operativa do equipamento em questão. Existem hoje diversos guias padronizados que auxiliam os especialistas na interpretação dos resultados da análise cromatográfica, todos eles construídos a partir de bases de dados de gases dissolvidos em equipamentos preenchidos com óleo mineral isolante. Toda a experiência de mais de 30 anos em diagnóstico de condição operativa de equipamentos do sistema elétrico por análise cromatográfica, responsável direta pela atual confiabilidade da metodologia, está construída tendo como base as taxas de geração e as relações de gases obtidas para óleo mineral isolante. lém disto, cada tipo de fluido dielétrico vai apresentar em operação nos equipamentos uma capacidade maior ou menor de solubilizar um determinado gás com o qual entre em contato, ou de solubilizar os gases gerados a partir (*) Osório De Morais, 281, Cidade Industrial CEP 32210-140 Contagem, MG rasil Tel: (+55 31) 38785412 Email: adrianap@cemig.com.br

2 da sua própria decomposição. Tal capacidade, a uma determinada temperatura, é determinada pelo coeficiente de solubilidade deste gás no fluido (Coeficientes de Ostwald). O coeficiente de solubilidade de Ostwald (α x) de um gás x é definido pelo volume de gás dissolvido na unidade de volume da fase líquida (óleo), nas condições de temperatura e pressão parcial do sistema, ou seja: α x V = V x l onde: V x: volume do gás x; V l= volume do líquido. O Coeficiente de Ostwald também pode ser definido como a relação entre as concentrações do gás x no óleo (fase líquida) e no gás do colchão de gás. O conhecimento destes coeficientes é de suma importância para a correta quantificação dos gases dissolvidos no fluido isolante e posterior interpretação dos resultados obtidos na análise cromatográfica. s normas atuais que estabelecem o procedimento para a determinação de gases dissolvidos apresentam apenas os coeficientes de solubilidade para os gases dissolvidos em óleo mineral isolante. Sabe-se que no caso dos óleos vegetais isolantes a composição do óleo básico varia em função dos tipos de sementes empregadas (girassol, canola, soja, etc). ssim, para cada tipo de semente ou composição de ésteres naturais utilizados para a fabricação do óleo (e conseqüentemente para cada marca de óleo vegetal isolante), a solubilidade dos gases no óleo vegetal isolante deve sofrer variações, mais ou menos significativas. 2.0 - DETERMINÇÃO DOS GSES DISSOLVIDOS EM ÓLEOS VEGETIS ISOLNTES De acordo com o previsto no item 4.14 do documento Guide for cceptance and Maintenance of Natural Ester Fluids in Transformers [1], a análise cromatográfica dos gases dissolvidos em óleos vegetais isolantes deve ser realizada segundo a metodologia prevista na STM D 3612: Standard Test Method for nalysis of Gases Dissolved in Electrical Insulating Oils by Gas Crhomatography [2]. Segundo esta mesma referência, todos os métodos previstos na STM D 3612 são aplicáveis, no entanto o método C ( headspace ) resulta em menor necessidade de manutenção da coluna cromatográfica quando comparado com o método de injeção direta (Método ). No caso de aplicação do Método, observa-se uma maior dificuldade para limpeza da câmara de extração à vácuo, em função da viscosidade mais alta apresentada pelos óleos vegetais isolantes. 2.1 Coeficientes de Solubilidade Para a realização da determinação do conteúdo de gases dissolvidos segundo os métodos previstos na STM D 3612, é necessário o conhecimento do coeficiente de Ostwald dos gases nos diferentes tipos de óleos vegetais isolantes, na temperatura de 25 C (Método ) e/ou na temperatura de 70 C (Método C). Tabela 1 apresent a estes coeficientes de solubilidade para alguns dos óleos vegetais isolantes disponíveis no mercado brasileiro. Tabela 1 Coeficientes de Solubilidade (Ostwald) para lguns Óleos Vegetais Isolantes Tipo de Óleo Gás iotemp iovolt [5] iovolt HW [5] Environtemp FR3 [6] 25 C * [3] 70 C [4] 25 C ** 70 C *** 25 C *** 70 C *** 25 C 70 C H 2 0,041 0,069 0,05 0,147 0,04 0,138 0,05 0,097 O 2 0,112 0,129 0,10 0,205 0,11 0,127 0,15 0,255 N 2 0,063 0,061 0,07 0,141 0,07 0,072 0,07 0,141 CH 4 0,308 0,324 0,30 0,387 0,30 0,316 0,30 0,387 CO 0,094 0,097 0,11 0,168 0,10 0,103 0,09 0,148 CO 2 1,29 1,055 1,19 1,047 1,24 1,005 1,33 1,187 C 2H 4 1,51 1,261 1,30 1,499 1,49 1,390 1,19 1,389 C 2H 6 2,04 1,550 1,47 1,697 2,0 1,510 1,45 1,677 C 2H 2 2,28 1,495 1,62 1,753 2,12 1,335 1,63 1,763 *Dados fornecidos pela ; **Dados disponibilizados pelo LCTEC, fornecidos pela Mineraltec; ***Dados preliminares, fornecidos pela Mineraltec. Ensaio realizado no laboratório MGM em amostras produzidas em escala laboratorial.

3 Podemos observar que as principais diferenças entre os coeficientes de solubilidade dos gases para os diversos tipos de óleos vegetais isolantes são apresentadas pelos gases etano e acetileno. Tabela 2 apresenta, para fins comparativos, os Coeficientes de Solubilidade dos gases em alguns tipos de óleo mineral isolante, onde observamos que a principal diferença entre os coeficientes do óleo mineral e dos óleos vegetais é apresentada pelo gás acetileno. Tabela 2 - Coeficientes de Solubilidade (Ostwald) para Óleo Mineral Isolante Gás Coeficientes de Solubilidade 25 C [ 2]* 70 C [ 2]** H 2 0,0558 0,074 O 2 0,179 0,17 N 2 0,0968 0,11 CH 4 0,438 0,44 CO 0,133 0,12 CO 2 1,17 1,02 C 2H 4 1,22 1,47 C 2H 6 2,59 2,09 C 2H 2 1,22 0,93 * Válidos para óleo mineral isolante com densidade de 0,855g/cm 3 a 15.5 C. Para óleos com outra densidade, outros c oeficientes devem ser calculados. ** Voltesso 35. 3.0 - GERÇÃO DE GSES EM ÓLEOS VEGETIS ISOLNTES De acordo com as referências [1,6], os defeitos térmicos e elétricos nos equipamentos gerariam os mesmos tipos de gases em óleos vegetais isolantes que são gerados em óleos minerais isolantes, sob as mesmas condições de defeito. Também de acordo com estas referências, sob uma mesma magnitude de defeito elétricos os óleos vegetais isolantes tenderiam a produzir um volume menor de gases quando comparados ao óleo mineral isolante. Sob as mesmas condições de defeito térmico, aconteceria o contrário: os óleos vegetais isolantes tenderiam a produzir um volume maior de gases indicativos do defeito. Também pode-se observar uma evolução mais significativa de hidrogênio e etano em alguns tipos de óleos isolantes vegetais [6]. Os gases monóxido de carbono e dióxido de carbono podem ser produzidos a partir da degradação térmica do grupo éster presente nos óleos vegetais isolantes [7]. No entanto, estas tendências são indicadas por uma experiência de campo e um volume de dados ainda limitado. 3.1 Experiência da CEMIG Tabela 3 apresenta os resultados da análise cromatográfica dos gases dissolvidos obtidos a partir de amostras coletadas em um transformador de 138kV-25MV, energizado em 05/08/2006, com 17.700L de óleo, preenchido com iotemp. Tabela 3 - Resultados da nálise Cromatográfica Transformador 138kV-25MV preenchido com óleo iotemp. Data H2 O2 N2 CH4 CO CO2 C2H4 C2H6 C2H2 5/8/2006 ND 2237 4877 ND 3 28 1,5 ND ND 7/11/2006 ND 2518 8440 ND 14 163 ND ND ND 9/11/2006 4 7459 17530 1 29 216,7 ND ND 2/5/2007 4 1531 7653 1 16 94 ND ND ND 28/5/2007 9 855 5058 2 25 84,5 ND ND 2/7/2007 6 503 5526 1 30 115,6 ND ND 8/8/2007 7 1196 8187 1 37 154,7 ND ND 13/8/2007 5 410 4301 1 23 81 ND ND ND 29/8/2007 7 486 5212 1 33 122,6 ND ND 7/9/2007 6 1015 6468 1 27 106,4 ND ND 1/10/2007 6 841 6721 1 32 133,5 ND ND 11/11/2007 7 1045 8968 2 41 196,9,6 ND 13/12/2007 4 1368 6944 1 23 97,4 ND ND

4 3/1/2008 2 994 6458 1 23 83 1,0 ND ND 3/1/2008 5 1059 6556 1 35 153,4 ND ND 27/1/2008 3 1430 6924 1 17 92,2 ND ND 29/2/2008 5 708 6179 1 31 131,6 ND ND 31/3/2008 6 689 7115 1 51 166,6,6 ND 17/4/2008 6 6373 28016 1 49 168,6,6 ND 29/11/2008 5 2571 12913 1 34 199,3 ND ND 4/3/2009 6 3119 15494 1 39 178,5,6 ND 5/3/2009 7 669 7393 1 48 210,6,8 ND 11/3/2009 8 1659 13027 2 59 276,8 1,0 ND Os resultados da análise cromatográfica dos gases dissolvidos deste transformador parecem indicar uma condição normal de operação, mesmo com a pouca experiência existente atualmente no monitoramento de equipamentos preenchidos com óleo vegetal isolante. No entanto, observa-se que, comparando-se os resultados apresentados na Tabela 3 com os resultados obtidos para transformadores preenchidos com óleo mineral isolante de mesmo porte, com o mesmo tempo de operação e condições semelhantes de carregamento médio, a taxa de evolução e a concentração dos gases apresenta-se significativamente menor no caso do óleo vegetal isolante deste transformador. Outro fato observado é que o volume total de gases extraído nas amostras do óleo vegetal isolante deste transformador é de 5 a 7 vezes menor do que o volume extraído para as amostras retiradas de transformador es preenchidos com óleo mineral isolante. Tabela 4 e as Figuras 1 a 3 apresentam os resultados das análises cromatográficas de amostras coletadas periodicamente de 5 transformadores idênticos de 15kV, 5kVa, que foram mantidos energizados em paralelo em condições de sobrecarga, durante o período de 14 meses, em pesquisa realizada pela CEMIG. Dois transformadores foram preenchidos com óleo vegetal isolante do fabricante, dois foram preenchidos com óleo vegetal isolante do fabricante e o quinto foi preenchido com óleo mineral isolante naftênico de marca consagrada no mercado nacional, para fins de comparação. Todos os transformadores foram energizados em dezembro de 2007. s temperaturas a que estavam submetidas os óleos sob teste foram monitoradas on-line durante todo o período da pesquisa e não foram observadas oscilações significativas entre os transformadores. Tabela 4: Resultados nálise Cromatográfica Pesquisa CEMIG Nº Série Tipo de Óleo 129860 165106 228124 128737 218721 Naftênico Data H2 O2 N2 CH4 CO CO2 C2H4 C2H6 C2H2 11/1/2008 10 487 44877 6 50 2272 3,9 367,0 ND 15/4/2008 79 737 44171 2 178 45621 3,4 400,0 ND 19/11/2008 2 5347 27801 1 270 30710 1,0 320,0 ND 3/3/2009 214 1476 32561 21 265 29610 1,3 234,0 ND 11/1/2008 8 1497 57157 9 34 4573 5,9 380,0 ND 15/4/2008 138 507 31721 1 377 62275 6,0 320,0 ND 19/11/2008 432 661 35027 33 606 50540 2,0 377,0 ND 3/3/2009 337 1451 54029 36 1082 65589 3,4 413,0 ND 11/1/2008 8 4407 39116 2 92 3780,9 1,8 ND 15/4/2008 31 1597 39575 ND 150 15532 18,0 9,0 ND 19/11/2008 60 1307 42141 8 212 14999 36,0 40,0 ND 3/3/2009 76 964 36664 9 360 15707 39,0 33,0 ND 11/1/2008 2 2868 34564 2 71 1900,6 ND ND 15/4/2008 4 5161 38961 1 212 4748 5,6 1,5 ND 19/11/2008 4 6461 41839 2 233 2417 3,1 12,0 ND 3/3/2009 8 1156 34222 3 498 3548 1,9 17,0 ND 11/1/2008 5 2571 70878 4 148 5463,6 1,3 ND 15/4/2008 48 4616 64586 2 956 74859 3,8 8,3 ND 19/11/2008 99 8791 58080 24 591 40346 9,2 20,0 ND 3/3/2009 271 14307 77677 57 480 36428 16,0 46,0 ND

5 Hidrogênio H2(ppm) 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 11/1/2008 15/4/2008 19/11/2008 3/3/2009 Data Figura 1 Naftênico CH4(ppm) 60 50 40 30 20 10 0 Metano 11/1/2008 15/4/2008 19/11/2008 3/3/2009 Data Naftênico Figura 2 Etano C2H6(ppm) 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 11/1/2008 15/4/2008 19/11/2008 3/3/2009 Data Figura 3 Naftênico Os resultados das análises cromatográficas das amostras coletadas no transformador preenchido com óleo mineral isolante naftênico refletem as condições prolongadas de sobrecarga a que o transformador esteve submetido. De uma forma geral e descontando-se algumas flutuações causadas pelas condições de amostragem, a geração de hidrogênio apresentada pelo óleo vegetal isolante do fabricante foi bem menor do que a geração apresentada pelo óleo do fabricante, assim como as taxas de geração de etano e metano. O óleo vegetal isolante do fabricante apresentou uma tendência bem maior de geração de etano até mesmo quando comparado com o óleo

6 mineral isolante. Observa-se também a evolução da concentração de monóxido de carbono em todas as unidades preenchidas com óleo vegetal isolante, geração esta que provavelmente pode ser atribuída à decomposição térmica do grupo éster presentes nestes óleos. Em uma segunda fase da pesquisa, os transformadores objeto desta pesquisa serão ensaiados e abertos para inspeção e retirada de amostras de papel isolante, para obter-se uma melhor interpretação dos resultados. 4.0 - CONCLUSÕES Sempre que houver a introdução de um novo óleo vegetal isolante no mercado é necessário que o fabricante meça e informe os valores dos Coeficientes de Solubilidade dos Gases nas temperaturas de 25 C e 70 C. Os resultados das análises cromatográficas obtidas em campo e em experiências localizadas até o momento apontam para a necessidade de uma formação de uma base de dados maior e consistente de resultados para que sejam definidos os critérios de diagnóstico de defeito térmico e/ou elétrico em equipamentos elétricos preenchidos com óleos vegetais isolantes, tendo-se em vista o fato significativo de que óleos vegetais de bases diferentes apresentam diferentes taxas de geração entre si e em comparação com o óleo mineral isolante para alguns gases quando submetidos às mesmas condições de solicitação. justes no nível de sensibilidade dos diagnósticos deverão ser feitos, tendo em vista que as razões de gases provavelmente não serão as mesmas que hoje são utilizadas para a indicação de defeitos em transformadores preenchidos com óleo mineral isolante. 5.0 - REFERÊNCIS ILIOGRÁFICS (1) IEEE Guide for cceptance and Maintenance of Natural Ester Fluids in Transformers IEEE Std C57.147-2008. IEEE Power & Energy Society. Transformer Committee. (2) STM D 3612-2002: Standard Test Method for nalysis of Gases Dissolved in Electrical Insulating Oils by Gas Crhomatography (3) Comunicação Interna -CEMIG de 09/03/2009 utorização para publicação neste artigo (4) Jalbert, J.,Gilbert, R., Tetreault, P., Khakani,, El. Matrix effects affecting the indirect calibration of the static headspace-gas chromatographic method used for dissolved gas analysis in dielectric liquids. nal. Chem., 2003, 5320-5329. (5) Comunicação Interna Mineraltec-CEMIG de 06/03/2009 utorização para publicação neste artigo. (6) Environtemp FR3 Fluid Dissolved Gas Guide Section R900-20-19 gosto, 2006. (7) Walsh, E.J., Oommen, T. V. & Clairbone, C.C. iodegradable Transformer Insulating Fluid. Power T&D Company Inc. 6.0 - DDOS IOGRÁFICOS driana de Castro Passos Martins elo Horizonte, 1973 Graduação em Engenharia Química UFMG 1996 Mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais UFMG 1998 Engenheira Química - CEMIG - 1997.