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Transcrição:

Redes de Computadores Protocolos e Modelos de Referência Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Bragança Março de 2006 Arquitecturas de redes Uma Arquitectura de Rede é um modelo arquitectónico abstracto que permite descrever a organização e o comportamento dos sistemas que constituem a rede um modelo arquitectónico baseia-se num conjunto de princípios gerais e define regras de comportamento o carácter abstracto permite descrever de forma clara e concisa conceitos e relações essenciais entre os componentes da rede O modelo deve ser essencialmente funcional e permitir identificar as funções necessárias à comunicação organizar as funções em componentes (decompor/agrupar funções de acordo com diferenças/semelhanças ou por se basearem em mecanismos comuns) relacionar (estruturar) os componentes funcionais definir regras de comportamento e relações entre os sistemas e os seus componentes para efeitos de comunicação e cooperação A partir dum modelo geral e universal é possível especificar e desenvolver soluções particulares e concretas baseadas no modelo Redes de Computadores 2 1

Necessidade e objectivos As funções a realizar numa rede têm um elevado grau de complexidade devido a vários factores grande diversidade de funções a realizar as funções são de natureza e complexidade muito diferentes (do nível físico ao nível de aplicação) e podem ser realizadas de formas muito diversas, dependendo dos sistemas, das tecnologias e dos serviços disponíveis em cada momento grande diversidade de aplicações a suportar, com características (tipo e volume de informação, padrões de tráfego) e requisitos (desempenho) muito diferentes para garantir flexibilidade e adaptabilidade a um ambiente em permanente evolução, uma rede de dados não pode ser projectada e optimizada tendo em conta serviços ou aplicações particulares evolução tecnológica novas soluções tecnológicas devem poder ser exploradas para evitar obsolescência, melhorar o desempenho e/ou reduzir custos e devem poder ser incorporadas sem necessidade de introduzir alterações radicais (e com custos elevados) nos sistemas ambiente de comunicação caracterizado por sistemas heterogéneos e dispersos, que geram tráfego assíncrono (bursty), e que são ligados por sistemas de transmissão não totalmente fiáveis Redes de Computadores 3 Arquitecturas em camadas Uma arquitectura de rede não poder ser baseada num modelo monolítico, por várias razões dificuldade de concepção e de desenvolvimento dificuldade de manutenção e de alteração (evolução tecnológica) inflexibilidade (dificuldade de aplicar a situações diferentes ou a novas situações) A solução consiste em decompor o problema global e complexo num conjunto de problemas mais simples e tratáveis (modularidade), permitindo assim uma abordagem sistemática (flexibilidade e adaptabilidade) Os modelos arquitectónicos adoptados em redes baseiam-se na organização das funções em módulos e na sua estruturação hierárquica, de que resultam Arquitecturas em Camadas (Layered Architectures) Redes de Computadores 4 2

Arquitecturas em camadas - Princípios Arquitecturas em Camadas baseiam-se em três princípios Independência entre camadas - uma camada encapsula as funções que realiza, não sendo visível do exterior da camada a forma como essas funções são realizadas (mas apenas o serviço que oferece) Camadas adjacentes comunicam através duma interface - a camada inferior oferece um serviço à camada superior através da interface Valorização dos serviços - o serviço oferecido por uma camada à camada superior acrescenta valor ao serviço recebido da camada inferior Redes de Computadores 5 Arquitecturas em camadas - Vantagens Redução da complexidade de concepção, desenvolvimento e manutenção Possibilidade de desenvolvimentos independentes das várias camadas, o que pressupõe a definição das interfaces entre camadas (e os serviços associados) Flexibilidade de implementação, visto ser possível escolher as tecnologias e os algoritmos de controlo mais adequados a cada função ou grupo de funções Possibilidade de introduzir alterações numa camada, para explorar novas tecnologias entretanto disponíveis ou algoritmos de controlo mais eficientes Possibilidade de suportar diferentes aplicações com base num número reduzido de interfaces (serviços) comuns Concepção e análise de sistemas complexos com diferentes graus de abstracção Adopção de standards, o que permite a produção em massa (com a consequente redução de custos) e o suporte de produtos por diferentes fabricantes (o que aumenta a diversidade de escolha e a flexibilidade das soluções) Simplificação do ensino e aprendizagem Redes de Computadores 6 3

Regras de comunicação - Protocolos Numa arquitectura em camadas os sistemas que constituem a rede aparecem funcionalmente organizados e estruturados em camadas - uma camada atravessa transversalmente todos os sistemas Uma camada é constituída por entidades (processos, recursos) responsáveis pela realização das funções específicas dessa camada Entidades de uma mesma camada (peer entities) residentes em sistemas diferentes cooperam para construir o serviço oferecido pela camada - o que requer a troca de mensagens de controlo e de sincronização, para além de mensagens que contêm dados (de camadas superiores) Esta comunicação pressupõe regras, isto é, um Protocolo Numa arquitectura em camadas, os Protocolos aparecem igualmente estruturados em camadas - a comunicação entre dois sistemas pode então ser decomposta e descrita com base na comunicação que ocorre em cada camada Redes de Computadores 7 Protocolos, Interfaces e Serviços Um Protocolo é um conjunto de regras de comunicação entre entidades residentes na mesma camada (peer entities), em sistemas diferentes; com excepção da camada protocolar mais baixa, esta comunicação (horizontal) é lógica (ou virtual), pois as entidades de uma camada comunicam usando o serviço da camada inferior (e este princípio é aplicado recursivamente) Entidades (programas) Sistemas (computadores) Um Protocolo contém três tipos de elementos Sintaxe (formato dos dados, códigos, níveis de sinal, etc.) Semântica (conjunto de procedimentos e mecanismos suportados em informação de controlo para coordenação e manipulação de erros) Temporizações (adaptação de velocidades, sincronização, sequenciação, etc.) Exemplos: Condução, conversa, Um serviço é disponibilizado através de uma interface e requer a interacção entre entidades residentes em camadas adjacentes no mesmo sistema; esta comunicação (vertical) corresponde ao fluxo real da informação no sistema Uma arquitectura fica caracterizada pelo tipo de estruturação e pela definição das funções, dos protocolos e dos serviços de cada camada Redes de Computadores 8 4

Modelo de comunicação Uma entidade da camada N+1 só mantém conversação (através de um protocolo no nível N+1) com uma outra entidade do mesmo nível Na verdade, não há comunicação directa entre duas entidades do mesmo nível; genericamente, cada entidade entrega os dados a uma entidade da camada inferior até que os dados sejam fisicamente transmitidos através do meio de transmissão; no destino, tem lugar o processo inverso Entre entidades de dois níveis adjacentes, a comunicação faz-se através de uma interface bem definida que consiste num conjunto de primitivas/funções de acesso aos serviços fornecidos Redes de Computadores 9 Pontos de Acesso ao Serviço (SAPs) Os serviços da camada N são oferecidos a Entidades (N+1) em Pontos de Acesso ao Serviço - (N)- SAPs (Service Access Points) Um (N)-SAP constitui a interface lógica entre Entidades (N) e (N+1) um (N)-SAP é servido por uma e uma só Entidade (N) e é usado por uma e uma só Entidade (N+1) uma Entidade (N) pode servir vários (N)- SAPs e uma Entidade (N+1) pode usar vários (N)-SAPs Um (N)-SAP é identificado por um endereço-(n) - (N)-address - que o identifica univocamente na interface entre as camadas (N) e (N+1) Exemplo: no sistema telefónico, a ficha de ligação do telefone à rede equivale a um SAP e o número de telefone é o identificador correspondente Redes de Computadores 10 5

A arquitectura secretária- tradutorfilósofo Entidades (N+1) comunicam por meio dum protocolo (N+1) usando o serviço disponibilizado pela camada (N) através da interface entre as camadas A forma como o serviço é realizado não é visível do exterior da camada Os serviços são usados recursivamente pelas várias camadas A camada N do sistema B recebe o mesmo objecto que foi enviado pela camada n do sistema A Redes de Computadores 11 Arquitectura protocolar simplificada Modelo simplificado de 3 camadas: Acesso à rede Troca de dados entre o computador e a rede (acesso ao serviço disponibilizado pela rede) O computador origem fornece à rede o endereço do computador de destino o que permite à rede encaminhar os pacotes de informação até ao nó de destino Transporte Transferência de dados extremo-a-extremo (pretende-se em muitos casos que seja ordenada e fiável) Independente da rede e da aplicação Aplicação Exemplo: transferência de ficheiros, correio electrónico, acesso a computador remoto, etc. Redes de Computadores 12 6

Modelo de referência - necessidade Os fabricantes de computadores desenvolveram arquitecturas próprias com o objectivo de permitir a ligação em rede dos seus sistemas embora baseadas em princípios e conceitos semelhantes caracterizavam-se por diferenças irreconciliáveis, no que se refere ao número de camadas, funções e protocolos de cada camada, tipo de controlo e serviços disponibilizados Por outro lado, começaram a implantar-se redes públicas de comunicação de dados, baseadas em diferentes tecnologias, protocolos de acesso e serviços Esta situação tornava os utilizadores muito dependentes das soluções de um único fabricante e tornava difícil explorar os serviços entretanto oferecidos pelos operadores de redes (em alternativa ao aluguer de circuitos) Alternativas a soluções específicas de cada fabricante (fechadas) exigiam recurso a redes públicas de dados, usando protocolos e interfaces (serviços) normalizados interligação de equipamentos de diferentes fabricantes usando protocolos universais Surgiu assim naturalmente a necessidade de um Modelo Arquitectónico de Referência - papel que veio a ser desempenhado pelo Modelo de Referência de Sistemas Abertos (Modelo OSI) desenvolvido pela ISO Redes de Computadores 13 Modelo de Referência OSI (1) O Modelo de Referência de Sistemas Abertos (Open Systems Interconnection Reference Model) define regras gerais de interacção entre sistemas abertos, isto é, sistemas que obedecem a normas universais de comunicação (por oposição a sistemas fechados ou proprietários) O Modelo OSI cria as bases para a especificação e aprovação de standards por organizações de normalização reconhecidas internacionalmente - embora os standards não façam parte do modelo O Modelo OSI define princípios, conceitos e relações entre componentes é um modelo abstracto da descrição da comunicação entre sistemas (e não um modelo de implementação, i.e., não concretiza serviços, protocolos e tecnologias) O Modelo OSI é geral e flexível - embora definido no contexto das redes de computadores que se desenvolveram durante a década de 70, continuam a ser usados como modelo de descrição de redes e serviços que se desenvolveram desde então Redes de Computadores 14 7

Modelo de Referência OSI (2) O Modelo OSI propõe uma organização funcional em sete camadas, de acordo com os seguintes princípios As funções são decompostas e organizadas em camadas Cada camada realiza um conjunto de funções relacionadas, suportadas num protocolo Cada camada fornece serviços à camada superior escondendo-lhe os detalhes de implementação Cada camada usa serviços da camada inferior Mudanças internas numa camada não implicam mudanças nas outras camadas O Modelo OSI não se pode reduzir a esta visão simplificada de sete camadas protocolares - pois inclui um conjunto extremamente rico de conceitos e princípios, nomeadamente Princípios de estruturação em camadas Modelo e Tipos de Serviço Descrição das Funções a suportar pelos Protocolos das diferentes camadas Princípios de Endereçamento Redes de Computadores 15 Camadas OSI Alguns Alunos Sonham Ter Redes Logo Feita Redes de Computadores 16 8

Comunicação em ambiente OSI A comunicação entre uma Aplicação X e uma Aplicação Y em sistemas diferentes pode ser descrita pela sequência seguinte: Para comunicar com a Aplicação Y, a Aplicação X usa os serviços da camada 7 As entidades da camada 7 de X comunicam com as entidades da camada 7 de Y usando um protocolo da camada 7 O protocolo da camada 7 usa os serviços da camada 6 e assim sucessivamente Redes de Computadores 17 Camada de aplicação A camada mais próxima do utilizador Fornece acesso dos utilizadores ao ambiente OSI, através dos seus Processos de Aplicação, bem como a uma série de Serviços de Informação distribuídos Fornece serviços de rede às aplicações do utilizador Transferência de ficheiros Correio electrónico Navegadores WWW Funções de gestão Redes de Computadores 18 9

Camada de apresentação Permite independência aos processos de Aplicação sobre as diferenças de representação dos Dados (Formatos e códigos de Dados) Resolução de diferenças sintácticas e negociação da sintaxe de transferência Assegura que a informação enviada pela camada de aplicação é interpretada pela camada de aplicação do outro sistema Formato dos dados Estrutura dos dados Conversão de dados Compressão de dados Encriptação de dados Redes de Computadores 19 Camada de Sessão Fornece uma estrutura de controlo para comunicação entre aplicações, isto é, controlo e disciplina do diálogo estabelecendo, gerindo e terminando conexões (sessões) fim-a-fim, entre aplicações cooperantes: Sessão Diálogo Troca de dados Controlo do diálogo entre processos e mecanismos de sincronização (que permitem a recuperação de uma transferência interrompida, pela análise de check points) Redes de Computadores 20 10

Camada de transporte Transferência de informação extremo a extremo entre equipamentos terminais Serviço independente do serviço de Rede (ou dos serviços nativos de subredes) Adaptação ao serviço de Rede (fragmentação, multiplexagem de fluxos de dados) Separa os protocolos de aplicação dos protocolos de fluxo de dados Efectua sequenciação e fragmentação Fornece recuperação de erros (serviço fiável) e controlo de fluxo fim-a-fim Portas Exemplos: TCP (fiável), UDP (não fiável) Redes de Computadores 21 Camada de rede Estabelecimento, manutenção e fecho das conexões: Não necessário em links directos (só com Redes) Fornece conectividade e selecção de caminhos entre dois sistemas terminais Encaminhamento Endereços lógicos Exemplo: IP Redes de Computadores 22 11

Camada de Ligação de dados Activa, mantém e desactiva um link físico fiável, estruturando a informação (encapsulando os dados) em tramas (Frames), em que as camadas superiores, em especial a 3, assumem que a transmissão da informação será feita de forma transparente e SEM erros. Para isso realiza controlo de erros e de fluxo no link Endereços físicos Acesso ao meio físico Exemplos: HDLC, LAPB (X.25), LAPD (Canal D / RDIS), LAPF (Frame Relay), PPP, LLC (LANs) Redes de Computadores 23 Camada física Lida com a transmissão e recepção não estruturada de uma sequência de bits sobre o meio físico, tratando em especial aspectos mecânicos, eléctricos, funcionais e procedimentais de acesso ao meio físico: P. ex.: tipo de comunicação (simplex, half-duplex, fullduplex) quantos volts para representar um bit 1 ou 0 qual a duração de cada bit etc. Débitos de transmissão Conectores físicos Meio físico Exemplo: RS-232 Redes de Computadores 24 12

Funções protocolares As Funções a realizar pelos Protocolos são naturalmente diferentes de camada para camada, podendo no entanto haver funções idênticas realizadas em mais do que uma camada, embora em contextos e com objectivos diferentes Funções típicas Endereçamento Necessidade de identificar, inequivocamente, a entidade correspondente no destino (endereço ou porta) Tipos de comunicação Simplex: dados viajam num só sentido (televisão) Half-duplex: dados viajam nos dois sentidos mas não simultaneamente (rádio polícia) Full-duplex: dados viajam nos dois sentidos simultaneamente (telefone) Controlo de fluxo Efectuado pela entidade que recebe dados Limita (controla) o débito do emissor Pode ser necessário em várias camadas protocolares (nó a nó ou extremo a extremo) Controlo de erros Protecção contra perda ou corrupção de dados Implica detecção de erros e retransmissão de dados não aceites pelo receptor Pode ser necessário em várias camadas protocolares (nó a nó ou extremo a extremo) Entrega ordenada de dados Protocolos orientados à conexão garantem que os PDUs chegam ordenados ao destino Se os PDUs seguirem trajectos diferentes na rede podem chegar ao destino desordenados, podendo ser reordenados se necessário PDUs são numerados sequencialmente para se poder garantir a sua (re)ordenação Multiplexagem Uso do mesmo meio para transmissão de dados de diferentes aplicações Encapsulamento de dados Fragmentação e reconstrução de dados Controlo de ligações (conexões) Redes de Computadores 25 Unidades de dados As unidades de dados transferidas através da interface entre a camada (N+1) e a camada (N) designam-se por Unidades de Dados de Serviço-(N) e estão relacionadas com as necessidades dos utilizadores do serviço (N) - SDU - Service Data Unit As unidades de dados trocadas entre entidades protocolares na camada (N) designam-se por Unidades Protocolares de Dados-(N) e estão relacionadas com a operação do protocolo (N) - PDU - Protocol Data Unit No caso mais simples a um (N)-SDU corresponde um (N)-PDU - o protocolo da camada (N) forma um (N)-PDU encapsulando o (N)-SDU com informação adicional, que pode incluir informação de controlo do protocolo (PCI - Protocol Control Information) endereços (ou outros identificadores) código para detecção de erros PCI Protocol Control Information PDU Protocol Data Units SDU Service Data Units Redes de Computadores 26 13

Encapsulamento Redes de Computadores 27 Fragmentação e reconstrução de dados Uma camada protocolar pode ter necessidade de fragmentar (segmentar) as unidades de dados (SDUs) recebidas da camada superior, transportando-as, após encapsulamento, em vários PDUs Para ser possível reconstituir no destino as unidades de dados iniciais (SDUs) é necessário que a informação de controlo (PCI) acrescentada pelo protocolo permita relacionar os segmentos (por exemplo, por meio de números de sequência e indicação do último segmento) Razões para segmentar Controlo de erro mais eficiente Atrasos menores na rede Buffers mais pequenos nos nós da rede Desvantagens Overheads adicionais (maior número de PDUs e mais informação de controlo por PDU) Mais interrupções nos processadores (tipicamente uma por segmento) Tempos de processamento superiores (funções adicionais a realizar) Redes de Computadores 28 14

Encapsulamento e segmentação Redes de Computadores 29 Modos de operação dos protocolos A comunicação entre entidades protocolares na mesma camada pode ser realizada de dois modos: 1. Não-orientado à conexão (connectionless) - as unidades de dados (PDUs) são transportadas de forma independente, sem necessidade de estabelecimento prévio de qualquer associação lógica (conexão) entre as entidades protocolares Não se tem informação prévia se o destino está apto a receber os PDUs, confiando na rede para que lhe sejam entregues Exemplo: carta entregue nos CTT 2. Orientado à conexão (connection oriented) - a transferência de unidades de dados (PDUs) só é possível após o estabelecimento de uma conexão entre as entidades protocolares Fases de uma conexão: estabelecimento, transferência de dados, terminação Exemplo: comunicação telefónica Redes de Computadores 30 15

Arquitectura Protocolar TCP/IP Arquitectura dominante Desenvolvida inicialmente no âmbito da ARPANET, que começou por ser uma rede experimental financiada pelo Departamento de Defesa dos EUA, e que ligava universidades e centros de investigação Os protocolos TCP/IP foram especificados e implementados antes da maior parte dos protocolos baseados no modelo OSI Um grande número de serviços e aplicações disponíveis actualmente usam TCP/IP Princípios As funções de comunicação são estruturadas em módulos Entidades comunicam com entidades homólogas (peer) noutros sistemas Num sistema uma entidade Usa serviços de outras entidades Fornece serviços a outras entidades Serviços podem ser fornecidos a camadas não adjacentes (ao contrário do modelo OSI) Redes de Computadores 31 Modelo de Camadas TCP/IP A pilha TCP/IP compreende 4 camadas conceptualmente idênticas às correspondentes camadas OSI Redes de Computadores 32 16

Modelo de Camadas TCP/IP Aplicação serviços de utilizador O TCP/IP combina todas as tarefas relacionadas com a aplicação numa única camada Formato dos dados, codificação, controlo de diálogo, gestão da sessão, HTTP, FTP, telnet Transporte (Transmission Control Protocol/User Datagram Protocol) Trata da qualidade de serviço e fiabilidade TCP, protocolo fiável, orientado à ligação e que efectua, se necessário, fragmentação e controlo de fluxo (adaptado à transferência de ficheiros) UDP, protocolo não-fiável, não orientado à ligação e sem garantias de sequenciação (adaptado à transferência de áudio/vídeo em tempo real) Internet (IP) Encarrega-se de fazer chegar os pacotes ao destino, independentemente do caminho e das redes escolhidas para o seu transporte Implementado em computadores (hosts) e nós intermédios (routers) Opera em modo não orientado à conexão Pacotes, endereçamento lógico, encaminhamento. Internet Protocol (IP) Acesso à rede (subrede) Trata dos aspectos necessários para que os pacotes IP consigam ser enviados através da ligação física Trata de todos os aspectos especificados nas camadas física e de ligação de dados do modelo OSI: especificações eléctricas, mecânicas, procedimentais e funcionais; Débitos, distâncias, conectores físicos; Quadros (frames); Endereçamento físico; Sincronização, controlo de fluxo, controlo de erros. Redes de Computadores 33 OSI vs. TCP/IP No modelo OSI, a arquitectura veio primeiro e a implementação dos protocolos depois A arquitectura TCP/IP resulta do desenvolvimento prévio dos seus protocolos O modelo OSI assenta em 7 camadas e o modelo TCP/IP em 4; mas em ambos as funcionalidades fim-a-fim são providenciadas acima (e inclusive) da camada de transporte O modelo OSI prevê comunicação orientada e não orientada à conexão na camada de rede, enquanto que na camada de transporte suporta apenas comunicação orientada à conexão O modelo TCP/IP suporta apenas o modo não orientado à conexão na camada de rede, mas suporta ambos na camada de transporte O modelo OSI é visto essencialmente como uma ferramenta de estudo e classificação; na prática é o modelo TCP/IP que impera Redes de Computadores 34 17

TCP/IP - Fronteiras Redes de Computadores 35 Sumário Redes de Computadores 36 18