A VARIAÇÃO DO CUSTO DA CESTA BÁSICA PARA O CONSUMIDOR

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A pesquisa será divulgada todos os meses. Nesta, a pesquisa teve como base os meses de janeiro e fevereiro de 2016.

CUSTO DA CESTA BÁSICA Município de Catalão-GO

Ainda predominam os aumentos para a cesta em janeiro

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INDICADORES ECONÔMICOS REGIONAIS: UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO CUSTO DA CESTA BÁSICA EM CATALÃO, GO

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Custo da Cesta Básica aumenta em todas as cidades

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DETERMINAÇÃO DO PREÇO DA CESTA BÁSICA EM LARANJEIRAS DO SUL-PR Mês de Setembro de 2017

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DETERMINAÇÃO DO PREÇO DA CESTA BÁSICA EM LARANJEIRAS DO SUL-PR Mês de Agosto de 2017

DETERMINAÇÃO DO PREÇO DA CESTA BÁSICA EM LARANJEIRAS DO SUL-PR Mês de Novembro de 2017

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Cesta básica mais barata em 13 cidades

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Cesta Básica: preços continuam em queda

CESTA BÁSICA DE CAMPINAS: dezembro de 2008

Cesta básica está mais barata que há um ano

Cesta básica de Porto Alegre registra aumento de 4,35% em outubro de 2013

BOLETIM DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS Município de Catalão-GO

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Preço da cesta cai em 14 capitais

CESTA BÁSICA da cidade de Catalão-GO

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Cesta básica mais barata em 13 capitais

Preço da cesta sobe em nove capitais

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Cesta básica de Porto Alegre fica mais barata em outubro de 2012

Cesta básica aumenta em 15 cidades

Nove capitais têm queda no preço da cesta

Cesta básica fica mais cara em 14 capitais

NÚCLEO DE PESQUISAS ECONÔMICAS

Cesta básica volta a subir na maior parte das capitais

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BOLETIM MENSAL. Julho de Realização:

Cesta básica mais barata em 14 cidades

Nove cidades têm alta no preço da cesta

Preços dos alimentos básicos sobem nas 17 capitais pesquisadas

Cesta básica: preços aumentam em 15 capitais

BOLETIM DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS Município de Catalão-GO

Preço da cesta sobe em 14 capitais

CESTA BÁSICA DE CAMPINAS: dezembro de 2007

Cesta básica aumenta em todas capitais em janeiro

Cesta básica de Porto Alegre registra queda de 2,47% em janeiro de 2014

Cestas Básicas variam de -1,79% até 2,79%

Cesta básica diminui em 13 cidades

Preço da cesta sobe em 15 capitais

Cesta básica mais barata em 10 capitais

Cesta básica de Porto Alegre registra queda de 0,24% em julho de 2015

Aumento de 0,90% no custo do cesto básico de produtos em dezembro de 2015 em Chapecó

Cesta básica tem forte alta em novembro

Cesta básica de Porto Alegre registra variação de 1,75% em março de 2015

Cesta básica: preços aumentam em 16 capitais

Cesta Básica sobe em todas as capitais

Cesta básica de Porto Alegre registra queda de 0,76% em maio

Nove capitais têm queda no preço da cesta

Cesta Básica de Manaus apresenta alta pelo 5º mês consecutivo

Preço da cesta básica aumenta em 17 cidades

BOLETIM MENSAL. Agosto de Realização:

Cesta básica de Porto Alegre registra queda de 2,14% em dezembro

Ano começa com alta no preço da cesta básica

Aumento de 3,58% no custo do cesto básico de produtos em novembro de 2015 em Chapecó

Chapecó tem aumento de 2,26% em abril no valor do Cesto de produtos básicos

CESTA BÁSICA MANTÉM TENDÊNCIA DE QUEDA NA MAIORIA DAS CIDADES

Custo da cesta básica aumenta em todas as cidades

BOLETIM MENSAL. Setembro de Realização:

Cesta básica mantém tendência de alta

Preços recuam em 15 capitais

PESQUISA REVELA VARIAÇÕES DE PREÇOS EXORBITANTES EM PRODUTOS QUE COMPÕEM A CESTA BÁSICA EM NAVIRAÍ- MS RESUMO

Preço da cesta cai em nove capitais

Custo da cesta básica sobe em 20 capitais

Cesta básica de Porto Alegre registra variação de 1,43% em abril de 2016

2006 começa com queda no preço da cesta básica

Custo da Cesta básica tem comportamento diferenciado nas capitais pesquisadas

Conjunto de alimentos básicos tem queda em 11 cidades

Transcrição:

A VARIAÇÃO DO CUSTO DA CESTA BÁSICA PARA O CONSUMIDOR Ana Cristina Lattaro de Paula Graduada em Ciências Contábeis pela Libertas - Faculdades Integradas Bruna Maria Soares Graduada em Ciências Contábeis pela Libertas - Faculdades Integradas Marisse Dizaró Bonfim Professora do curso de Ciências Contábeis da Libertas - Faculdades Integradas RESUMO Com o objetivo de analisar a variação do custo da cesta básica para o consumidor, no período de Novembro/2010 a Abril/2011, em São Sebastião do Paraíso MG, foram levantados os preços dos produtos que integram a Cesta Básica Nacional estipulada pelo Decreto Lei nº 399, que regulamentou a Lei do Salário Mínimo Nacional na década de 1930. Para tanto, foi utilizada a metodologia de pesquisa definida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), órgão responsável pela pesquisa da Cesta em dezessete capitais brasileiras. O levantamento mensal dos dados permitiu acompanhar o comportamento do poder aquisitivo do salário mínimo vigente comparado ao salário mínimo necessário para cobrir os custos de vida de uma família, com 04 pessoas, assim como a quantidade necessária de horas trabalhadas para adquirir a cesta. Não obstante, comparou-se o preço da alimentação básica neste município com os preços apurados pelo DIEESE em dezessete capitais brasileiras. Os resultados desta pesquisa indicam o custo médio da cesta básica para o consumidor paraisense, a carga horária necessária para adquiri-la, e no que diz respeito ao salário, o valor mínimo necessário, para que uma família com 4 pessoas possa não só adquirir a cesta como também suprir o seu custo de vida. PALAVRAS-CHAVE: Cesta Básica, Salário Mínimo, Pesquisas Econômicas. 1 INTRODUÇÃO Evidenciando a importância e a função social da contabilidade, ressalta-se que o bem estar social somente se dá com a integração entre homem/capital, ambos inseridos na contabilidade. A contabilidade voltada para o social tem por finalidade apurar e demonstrar o equilíbrio entre os rendimentos e os gastos familiares, objetivando estabelecer métodos de administração e de orçamentos da riqueza gerada. No Brasil, existem órgãos e entidades que regulamentam estudos e pesquisas no âmbito econômico e desenvolvem um acompanhamento a nível nacional buscando, 56

conhecendo e analisando resultados que são convertidos em informações úteis para toda a sociedade. A pesquisa tem como objetivo verificar e compreender o comportamento da dinâmica de preços dos produtos que compõem a cesta básica no município de São Sebastião do Paraíso no período de Novembro de 2010 a Abril de 2011, comparado às demais regiões do país com base na metodologia utilizada pelo DIEESE, órgão responsável pela pesquisa da Cesta Básica Nacional em dezessete capitais brasileiras. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PESQUISAS ECONÔMICAS ORIGEM E ABRANGÊNCIA 2.1.1 Economia e Cidadania A questão econômica é um assunto importante para a Contabilidade e está ligada à cidadania. A pesquisa em contabilidade não pode ser considerada de forma independente do ambiente social na qual ela está inserida; a própria pesquisa é um produto do meio social. (LOPES; MARTINS, 2005, p. 18 apud STARKE JUNIOR; FREITAG; CROZATTI, 2006). Por isso, ao olhar para fenômenos econômicos no interior da Contabilidade, não há apenas descrições numéricas, mas uma postura de educar para a cidadania. Uma instituição que leciona Contabilidade transforma seu espaço, o qual deixa de ser apenas um ambiente formal de transmissão de conhecimentos, dando enfoque na inserção do aluno nos problemas socioeconômicos à sua volta, ao mesmo tempo em que propicia a construção de um conhecimento mais crítico acerca da área contábil, atribuindo-lhe valores e significados. 2.1.2 Variação dos Preços No interior das discussões econômicas e sociais encontra-se um dos alvos de maior interesse: a variação dos preços. A descrição desse fenômeno é complexa e determinada 57

por inúmeros pontos que a norteiam. Nesse trabalho, o fenômeno de variação de preços será tratado apenas no nível nacional. Segundo Botelho e Urdan (2005) as decisões de preços nas últimas décadas no Brasil sofreram impacto de fatores ambientais, moldando a forma pela qual elas foram tomadas, ressaltando que o preço tem sido estudado sob várias perspectivas e níveis de intensidade, principalmente pela economia, finanças, marketing e mesmo psicologia. Essa variação de preços pode impactar substancialmente no comportamento de curto prazo de compra do consumidor para bens de consumo. Há uma resposta do consumidor ao preço na dimensão da quantidade a ser comprada e na escolha da marca a comprar, e a natureza destas respostas depende do papel que o nível de preços assume, ou seja, depende da sensibilidade do consumidor ao preço em cada estágio. Portanto, não é tão simples definir ou descrever sucintamente o fenômeno da variação de preço. É necessário esmiuçar esses fatores diversos e especificá-los para melhor compreendê-los. Neste contexto, o item variação de preços será tratado através do estudo da cesta básica. 2.2 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELAS PESQUISAS ECONÔMICAS NO BRASIL No Brasil, existem órgãos e entidades que regulamentam estudos e pesquisas no âmbito econômico. Tais órgãos promovem colaboram na elaboração, gestão e avaliação de programas de desenvolvimento econômico e social, auxiliando a gestão pública ou privada, de modo a conhecer e analisar de todos os aspectos sócio-econômicos do país. Dentre esses órgãos, destacam-se e constituem instrumentos para este estudo: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). 2.2.1 Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) é um órgão desenvolvido pelo movimento sindical brasileiro, reconhecido por sua credibilidade e trabalhos científicos, responsável pelo desenvolvimento de pesquisas, 58

assessoria e sistema de educação econômica e por trabalhar em fundamentações de pedidos de trabalhadores e da sociedade. Dentre suas pesquisas, destacam-se as relacionadas com informações econômicas e sociais, como pesquisas de preço, renda, custo de vida, empregos. São realizadas com uma programação de tempo e com enfoque específico, seja este uma região, setor ou tema. 2.3 OS INDICADORES ECONÔMICOS De acordo com Lourenço e Romero (2003) os indicadores econômicos representam essencialmente dados e/ou informações sinalizadoras do comportamento, seja individual ou integrado, das diferentes variáveis e fenômenos que compõem o sistema econômico de um país, região ou estado. E por isso são fundamentais tanto para propiciar uma melhor compreensão sobre o esboço das tendências de curto prazo da economia, quanto para auxiliar o processo de tomada de decisões estratégicas dos agentes públicos e privados, ou seja, do governo, das empresas e dos consumidores. Na busca em atender a necessidade de diversos setores da economia, foram criados vários índices, que representam, dentre outros fatores, a evolução dos preços. Dentre os objetivos da produção contínua e sistematizada de índices de preços ao consumidor o acompanhamento da variação de preços relativos a um conjunto de determinados produtos e serviços destaca-se. Este estudo foca os indicadores apresentados por três principais índices: Índice de inflação, salário mínimo e cesta básica. 2.3.1 Índices de Inflação Os índices de inflação são usados para medir a variação dos preços e o impacto no custo de vida da população. Cada um tem uma metodologia diferente e a medição é feita por diversos órgãos especializados, sendo eles: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). 59

2.3.2 O Salário Mínimo no Brasil O salário mínimo é o menor salário que o empregador pode legalmente pagar para um colaborador. Ele é estabelecido por lei e é reavaliado todos os anos com base no custo de vida da população. Sua criação foi feita com base no valor mínimo que uma família composta por quatro membros gasta para garantir sua sobrevivência. Em 30 de abril de 1938, foi regulamentada a Lei nº 185 de 14 de janeiro de 1936 pelo Decreto Lei nº 399. Este estabelece que o salário mínimo é a remuneração devida ao trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte (D. L. nº 399 art. 2º apud DIEESE, 1993). 2.3.3 A Cesta Básica A importância do cálculo da Cesta Básica no Brasil, tanto sob o aspecto econômico como social começou com a instituição da Lei do Salário Mínimo Nacional, ainda no Governo Getúlio Vargas na década de 1930. Tornou um importante instrumento de análise econômica do país, fornecendo dados relevantes sobre as práticas de mercado quanto às políticas de preços, passando assim a servir também como parâmetro preventivo de infrações contra a ordem econômica (GIVISIEZ et al., 2010). 2.4 EVOLUÇÃO CONTÁBIL NO ORÇAMENTO E ECONOMIA DOMÉSTICA A abordagem sociológica da pesquisa em contabilidade deve ser privilegiada como caminho para o desenvolvimento do bem estar econômico e social, partindo do pressuposto que a pesquisa em contabilidade não pode ser considerada de forma independente do ambiente social na qual ela está inserida; a própria pesquisa é um produto do meio social. (LOPES; MARTINS, 2005, p. 18 apud STARKE JUNIOR; FREITAG; CROZATTI, 2006). Entende-se, por bem estar social, uma sociedade justa e sustentável no sentido de oportunizar condições de acesso à realização de projetos de vida a todos os seus membros. O ambiente econômico vivido por uma família é fator importante para o estudo e avaliação contábil. A contabilidade voltada para o social, uma contabilidade familiar, tem 60

por finalidade apurar e demonstrar o equilíbrio entre os rendimentos e os gastos familiares, objetivando estabelecer métodos de administração e de orçamentos da riqueza gerada. Um bom planejamento financeiro vai depender de muita disciplina e controle de todos os gastos (EDWARD, 2003 apud GALVÃO et al., 2004). A contabilidade doméstica não visa orientar as pessoas a economizar dinheiro, mas sim como gastar e distribuí-lo melhor, de modo a obter maior satisfação quanto à aquisição de bens e serviços que se julguem necessários. Em meio às instabilidades geradas pela economia, afetada principalmente por questões políticas, justifica-se a importância da realização deste trabalho, uma vez que, fazer um levantamento de preços de produtos de primeira necessidade pode auxiliar as famílias no planejamento das finanças e, através das análises, demonstrar as variações do custo de vida no Brasil. 3 METODOLOGIA O estudo teve como objetivo verificar e compreender o comportamento da dinâmica do comportamento dos preços dos produtos que compõem a cesta básica no município de São Sebastião do Paraíso, tendo em vista o cálculo do salário mínimo necessário, conforme Índice do Custo de Vida, Uma pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados (GIL, 2002, p.17). Para chegar ao resultado final desta pesquisa descritiva, ou seja, este relatório utilizou-se, além da pesquisa bibliográfica de fontes primárias e secundárias, a pesquisa de campo, que coletou preços semanalmente em quatro supermercados locais, por meio da adaptação da metodologia de coleta de preços do DIEESE. 3.1 METODOLOGIA DO DIEESE ADAPTADA PARA ESTA PESQUISA A metodologia utilizada pelo DIEESE para a pesquisa da Cesta Básica Nacional foi estabelecida com base no Decreto Lei nº. 399, que regulamenta o Salário Mínimo no Brasil. Ela contempla os seguintes itens: 1. Estrutura das Cestas Básicas por Região, 61

2. Locais de Coleta, 3. Ponderação dos produtos por tipo de equipamento de comércio, 4. Cadastro e Amostra dos Locais, 5. Tipos, Marcas e Unidades de Medida por produto, 6. Modelos de questionários, 7. Calendário de Levantamento e 8. Digitação, Conferência e Análise crítica. Os produtos da Cesta Básica e suas respectivas quantidades mensais são diferentes por regiões e foram definidos pelo Decreto 399 de 1938, que continua em vigor. A sua estrutura encontra-se na tabela abaixo, onde estão dispostos, por região, os alimentos e quantidades necessárias para alimentar (x pessoas por x tempo): TABELA 1 Provisões mínimas conforme Decreto Lei nº. 399 GRUPO DE UNIDADE REGIÃO 1 REGIÃO 2 REGIÃO 3 ALIMENTOS Carne Kg 6,00 4,50 6,60 Leite L 7,50 6,00 7,50 Feijão Kg 4,50 4,50 4,50 Arroz Kg 3,00 3,60 3,00 Farinha Kg 1,50 3,00 1,50 Batata Kg 6,00-6,00 Tomate Kg 9,00 12,00 9,00 Pão Francês Kg 6,00 6,00 6,00 Café em pó Kg 0,60 0,30 0,60 Banana Um 90,0 90,0 90,0 Açúcar Kg 3,00 3,00 3,00 Óleo L 0,75 0,75 0,90 Manteiga Kg 0,75 0,75 0,75 Região 1: SP, MG, ES, RJ, GO e DF, Região 2: PE, BA, CE, RN, AL, SE, AM, PA, PI, TO, AC, PB, RO, AM, RR e MA, Região 3: PR, SC, RS, MT e MS. Fonte: DIEESE Atualmente o Brasil não dispõe de outro instrumento para mensurar o custo da cesta ao consumidor, nem mesmo a mudança nos padrões de consumo ao longo do tempo, que porventura modifiquem a escolha dos produtos. Assim, entende-se que este seja apenas 62

um indicador que, junto a outros indicadores, possam apresentar uma medida aproximada do custo de vida por regiões. 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS 4.1 O Salário Mínimo e Horas/Homem como Indexadores Neste tópico analisou-se o custo da cesta básica frente à demanda de horas/mês para a aquisição dos alimentos. Projetou-se também o valor mínimo necessário para que o trabalhador possa suprir todas as suas necessidades e de sua família, ou seja, cobrir seu custo de vida. (é do trabalhador ou de uma família? Sempre fico em dúvida). Obtido o valor da cesta, foi feito o cálculo das horas que o trabalhador que recebe um salário mínimo precisa trabalhar para comprar a cesta básica. Para isso, dividiu-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição: 220hs/mês. Este mesmo cálculo, realizado em várias capitais do país, torna possível a comparação e observação das variações regionais do custo da cesta. Os dados são demonstrados no gráfico abaixo: 63

Figura 1: Custo da cesta básica versus salário mínimo vigente e salário mínimo necessário Fonte: Dados da Pesquisa O levantamento mensal dos dados permite acompanhar a evolução do poder aquisitivo dos salários dos trabalhadores e comparar o preço da alimentação básica, determinada por lei, com o salário mínimo vigente. O salário mínimo necessário, calculado mensalmente é uma estimativa do que deveria ser o salário mínimo vigente. Para calculá-lo utiliza-se o custo da cesta multiplicado por três (família composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese consomem como 1 adulto) e dividido pelo índice de alimentação 35,71% (obtido através da Pesquisa de Orçamento Familiar realizada pelo DIEESE). O resultado representa o orçamento total, capaz de suprir as demais necessidades como habitação, vestuário, transporte e outros. A pesquisa apontou que no mês de abril de 2011, quando a cesta básica apresentou o maior custo para o consumidor, o salário mínimo deveria ser de R$ 1.809,88, contra R$ 545,00 (valor vigente na data). 64

4.2 Os Itens de Maior Representatividade As tabelas abaixo demonstram a representatividade dos itens da cesta básica, ou seja, quantas horas são necessárias para adquirir cada produto. Os dados foram distribuídos por trimestre, conforme tabela 2 e 3. Os itens de maior representatividade foram a carne, seguida pela banana, que neste caso representa o consumo de frutas e o pão francês, que embora tenha apresentado estabilidade nos preços, consome alto percentual de horas/mês. TABELA 2 Representatividade dos Produtos 1º trimestre Produtos Valor Novembro Dezembro Janeiro Quantidade Quantidade Quantidade de % sobre o % sobre o de horas Valor de horas Valor horas salário salário trabalhadas trabalhadas trabalhadas % sobre o salário Carne 65,07 28,07 12,76% 61,17 26,39 11,99% 56,07 22,63 10,29% Leite 13,54 5,84 2,66% 14,11 6,08 2,77% 14,11 5,69 2,59% Feijão 20,20 8,71 3,96% 15,03 6,48 2,95% 18,81 7,59 3,45% Arroz 5,39 2,32 1,06% 5,19 2,24 1,02% 5,64 2,28 1,03% Farinha 5,39 2,32 1,06% 4,82 2,08 0,94% 5,57 2,25 1,02% Batata 8,34 3,60 1,64% 7,83 3,38 1,54% 8,60 3,47 1,58% Tomate 10,49 4,52 2,06% 16,72 7,21 3,28% 18,86 7,61 3,46% Pão francês 34,94 15,07 6,85% 34,94 15,07 6,85% 34,94 14,10 6,41% Café em pó 5,26 2,27 1,03% 5,32 2,29 1,04% 5,07 2,04 0,93% Banana 23,46 10,12 4,60% 22,42 9,67 4,40% 21,87 8,83 4,01% Açucar 5,65 2,44 1,11% 5,46 2,36 1,07% 5,59 2,25 1,02% Óleo 2,30 0,99 0,45% 2,30 0,99 0,45% 2,28 0,92 0,42% Margarina 5,13 2,21 1,00% 5,01 2,16 0,98% 5,10 2,06 0,94% Total 205,13 88,49 40,22% 200,29 86,40 39,27% 202,48 81,73 37,15% Fonte: Dados da Pesquisa TABELA 3 Representatividade dos Produtos 2º trimestre Produtos Valor Fevereiro Quantidade de horas trabalhadas % sobre o salário Valor Quantidade de horas trabalhadas % sobre o salário Valor Quantidade de horas trabalhadas % sobre o salário Carne 55,25 22,30 10,14% 61,31 24,75 11,25% 56,21 22,69 10,31% Leite 13,81 5,57 2,53% 13,54 5,47 2,48% 14,74 5,95 2,71% Feijão 13,64 5,51 2,50% 14,76 5,96 2,71% 14,98 6,05 2,75% Arroz 4,89 1,97 0,90% 4,71 1,90 0,86% 4,74 1,91 0,87% Farinha 5,16 2,08 0,95% 5,72 2,31 1,05% 6,71 2,71 1,23% Batata 8,19 3,31 1,50% 6,69 2,70 1,23% 15,21 6,14 2,79% Tomate 26,84 10,84 4,93% 19,98 8,07 3,67% 25,97 10,48 4,76% Pão francês 34,94 14,10 6,41% 35,54 14,34 6,52% 35,67 14,40 6,54% Café em pó 5,66 2,29 1,04% 5,38 2,17 0,99% 5,86 2,36 1,07% Banana 19,24 7,76 3,53% 22,63 9,13 4,15% 24,50 9,89 4,49% Açucar 5,52 2,23 1,01% 5,38 2,17 0,99% 4,91 1,98 0,90% Óleo 2,31 0,93 0,42% 2,18 0,88 0,40% 2,29 0,92 0,42% Margarina 5,28 2,13 0,97% 5,05 2,04 0,93% 5,30 2,14 0,97% Total 200,72 81,02 36,83% 202,84 81,88 37,22% 217,07 87,62 39,83% Fonte: Dados da Pesquisa Março Abril 65

4.3 VARIAÇÃO DO PREÇO POR ITENS DA CESTA BÁSICA Dentre os trezes produtos, a maioria sofreu aumento nos preços, sendo estes: leite, farinha, batata, tomate, pão, café, banana e margarina. O tomate foi o produto que mais pressionou os preços da cesta básica com variações expressivas, aumentando de R$ 10,49 em Novembro/2010 para R$ 25,97 em abril/2011 apresentando uma variação de 147,64%. As grandes tempestades afetaram a produção, além de dificultarem o transporte devido à destruição de estradas e pontes. É importante ressaltar que o item representa o comportamento de todos os preços dos alimentos desta categoria. Assim como a banana tem o intuito de representar as frutas típicas consumidas em cada região, o tomate representa os legumes e hortaliças. As maiores variações negativas foram de 13,62% e 25,84% correspondentes à carne e feijão respectivamente. A carne, item de maior peso na cesta básica, registrou recuo em seus preços, apresentando no mês de Fevereiro a queda mais expressiva. O preço da carne foi maior em 2010 devido à exportação e as secas, que prejudicaram as pastagens. Com a melhora após o início das chuvas, a oferta cresceu e contribuiu para o recuo no preço. Figura 2: Dinâmica dos preços da Cesta básica 66

Fonte: Dados da Pesquisa 4.4 PREÇOS DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO EM RELAÇÃO ÀS CAPITAIS A partir de dados divulgados pelo DIEESE quanto ao valor do custo da cesta básica nas regiões do país foi possível verificar e compreender o comportamento da dinâmica de preços dos produtos que compõem a cesta básica no município de São Sebastião do Paraíso no período de Novembro/2010 a Abril/2011. As figuras abaixo focam os dados coletados no município, comparados às principais capitais brasileiras, conforme dados do Dieese, divididas por regiões. Figura 3: São Sebastião do Paraíso versus Região Sudeste Fonte: Dados da Pesquisa Comparado à Região Sudeste, o município de São Sebastião do Paraíso apresenta o menor custo da cesta básica em todo o período de pesquisa. 67

Figura 4: São Sebastião do Paraíso versus Região Sul Fonte: Dados da Pesquisa Em comparação com preços apurados nas capitais da Região Sul nota-se que o custo da cesta básica em São Sebastião do Paraíso é o menor. Figura 5: São Sebastião do Paraíso versus Região Centro Oeste Fonte: Dados da Pesquisa São Sebastião do Paraíso apura o menor custo da cesta básica comparado às capitais Brasília e Goiânia, da Região Centro-Oeste do país. 68

Figura 6: São Sebastião do Paraíso versus Região Norte/Nordeste Fonte: Dados da Pesquisa Na comparação do custo da cesta básica em São Sebastião do Paraíso com os valores apurados nas capitais da Região Norte/Nordeste, o município de São Sebastião do Paraíso apresenta um custo médio, sendo maior apenas do que os apontados nas capitais Aracaju e João Pessoa. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo teve como finalidade evidenciar a importância e a função social da contabilidade, voltada ao ambiente econômico familiar do município de São Sebastião do Paraíso, no que diz respeito ao comportamento dos preços da cesta básica, analisando a variação mensal no período de Novembro/2010 a Abril/2011. Baseado neste contexto, a pesquisa abrangeu o custo da cesta básica frente à demanda de horas/mês para aquisição dos alimentos, o percentual do salário necessário para aquisição de cada um dos produtos, a projeção do valor mínimo necessário para que o trabalhador possa suprir todas as suas necessidades, e a comparação da variação dos preços deste município com dezessete capitais brasileiras divulgadas pelo DIEESE. 69

A partir dos resultados, conclui-se que o município de São Sebastião do Paraíso apresenta o menor custo da cesta comparado a sua região. No período de Novembro/2010 a Abril/2011 a variação do custo da cesta foi de 5,82%, com os valores mensais do custo da cesta básica apurados em R$205,13, R$200,29, R$202,48, R$200,72, R$202,84 e R$217,07, respectivamente. Nos meses de Novembro e Dezembro/2010 o salário mínimo nominal era de R$ 510,00, sendo o necessário R$ 1.710,37 e R$ 1.669,99. No ano de 2011 houve alteração no valor do salário, sendo reajustado para R$ 545,00 e mínimo necessário para os meses de Janeiro a Abril seria de R$ 1.688,25, R$ 1.673,55, R$ 1.691,25 e R$ 1.809,88, respectivamente. Comparando o valor total da Cesta com as dezessete capitais pesquisadas pelo DIEESE, o município de São Sebastião do Paraíso ocupou nos meses de Novembro, Dezembro e Janeiro a 16ª posição no ranking das capitais. Em Fevereiro e Março ocupou a 17ª colocação, passando para 13ª em abril, devido ao maior aumento do custo da Cesta neste período. Para trabalhos futuros sugerimos que pesquisas com cunho socioeconômico tenham continuidade na Libertas Faculdades Integradas, como forma de realização de um trabalho social com retorno para a sociedade. REFERÊNCIAS BOTELHO, D.; URDAN, A. T.; Lealdade à Marca e Sensibilidade ao Preço: um Estudo da Escolha da Marca pelo Consumidor. Revista de Administração Contemporânea. V. 9, n. 4, Out./Dez. 2005: 163-180 DIEESE. Salário mínimo: uma questão econômica e de Política. Boletim Estudos e Pesquisas, ano 1, n.9. São Paulo, abril de 2005. Disponível em: <http://www.dieese.or.br/esp/estpesq ab0_salariominimo.pdf.htm>. Acesso: 16 maio 2011. EDWARD. L.C. Orçamento Doméstico. Disponível em: <www.economiadomestica.com.br>. Acesso em: 20 maio 2003. GALVÃO, Ana Lídia Coutinho et al. Programa de Responsabilidade Social de uma Empresa no Estado de São Paulo: Orçamento Familiar e Consumo. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte,12 a 15 de setembro de 2004. Disponível em: < http://www.ufmg.br/congrext/direitos/direitos46.pdf>. Acesso em: 05 maio 2011. 70

GALVÃO, Ana Lídia Coutinho; SILVA, Amanda Cristina da; GUIDIS, Aline Oliveira; CESSEL, José Marcos. Programa de responsabilidade social de uma empresa no Estado de São Paulo: orçamento familiar e consumo. CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Belo Horizonte. Anais...Belo Horizonte: UFMG, 2004. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 175 p. GIVISIEZ, Gustavo Henrique Naves et al. Indicadores Regionais De Preços Ao Consumidor: Índice Da Cesta Básica Municipal. Trabalho apresentado no 4º Seminário de pesquisa do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional, da Universidade Federal Fluminense - UFF, realizado em Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil, em março de 2010. Disponível em: < http://www.uff.br/ivspesr/images/artigos/st04/st04.4%20gustavo%20henrique%20nav es%20givisiez.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2011. LOPES, Alexsandro Broedel. MARTINS, Eliseu. Teoria da Contabilidade: uma nova abordagem. São Paulo: Atlas, 2005 LOURENÇO, Gilmar Mendes; ROMERO, Mario. Indicadores Econômicos. Fevereiro/2003. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/economia/3.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2011. STARKE JUNIOR, Paulo Cesar; FREITAG, Viviane da Costa; CROZATTI, Jaime. A função social da pesquisa em contabilidade. II Seminário de Ciências Contábeis. Blumenau/SC, 22 a 24 de agosto de 2006. Disponível em: <http://www.furb.br/especiais/download/477767-652944/artigo%2013%20- %20Sem%20Cont%202006%20- %20A%20funcao%20social%20da%20pesquisa%20em%20contabilidade.pdf>. Acesso em: 05 maio 2011. 71