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ESTUDO 06 SAÚDEM-SE UNS AOS OUTROS Você caminha pela rua e nota que vem se aproximando um membro da sua igreja, o Eduardo. Prazerosamente, você aguarda o feliz momento de se encontrarem. - Como é bom, como é animador, a gente cruzar o caminho com um irmão! você pensa. Mas o Eduardo prende o olhar na calçada e passa, sem mesmo dar sinal de ter ouvido o sei amigável: - Oi, Eduardo! - Que será que ele tem? Ensurdeceu? Estará preocupado com algum problema? Seja o que for a verdadeira razão, o Eduardo acaba de lançar uma sementinha de irritação e discórdia entre irmãos. O mandamento Paulo, escrevendo aos cristãos de Corinto, diz: Todos os amigos daqui me pediram que os saudasse por eles. E, vocês, quando se encontrarem, apertem-se as mãos afetuosamente.(ico. 16.20b). O mesmo preceito se encontra nos seguintes trechos, escritos por Paulo e por Pedro: Rm. 16.16, 2Co. 13.12 e 1Pe. 5.14. Definição de saudar Saudar-se uns aos outros é um reconhecimento externo, visível, da vida em união com Cristo que mutuamente compartilhamos, e do amor fraternal que temos uns para com os outros. O principal significado do mandamento é que os cristãos não devem ignorar a presença uns dos outros, ao surgirem oportunidades para se comunicarem. Exemplos de saudações As igrejas daqui da Ásia enviam saudações afetuosas a vocês. Áquila e Priscila lhes enviam suas estimas, bem como todos os outros que se reúnem em casa deles para o culto. (ICo. 16.19). Eu, Tércio, aquele que está escrevendo esta carta por Paulo, enviou também minhas saudações, como irmão em Cristo. (Rm. 16.22). A escala seguinte depois de deixarmos Tiro foi Ptolemaida, onde cumprimentamos os crente... (At. 21.7) Exemplo negativo: não quis saudar Você deixou de ME dar o costumeiro beijo de saudação, porém ela beijou meus pés diversas vezes desde a hora em que EU entrei aqui. (Lc. 7.45)

Observação sobre o contexto cultural/histórico O modo de saudação mencionado por Paulo é o beijo (também chamado osculo). Paulo se refere ao beijo santo, e Pedro, ao beijo de amor. Nos países orientais onde foi escrita a Bíblia, o beijo na face é uma maneira bem comum das pessoas se saudarem. Na época do NT, o beijo muitas vezes era trocado entre membros da mesma família e entre amigos íntimos, bem assim como entre os que pertenciam ao mesmo grupo religioso (Henri Daniel-Rops, Daily Life in the Time of Jesus, págs. 302-303). Os cristãos primitivos, como filhos que eram de um só e do mesmo Pai Celestial e, portanto, membros da família de Deus, mutuamente se reconheciam como irmãos e irmãs no Senhor. Expressavam essa relação de família, através do beijo, já consagrado pelos costumes da época. Nos países latinos da atualidade, as saudações variam de forma, desde o beijo e os abraços até o simples aperto de mão, sendo que este ultimo é o modo adotados nos países de língua inglesa. Quanto à saudação verbal, os judeus pronunciavam a palavra Shalom!, que quer dizer paz! ou saúde, bem-estar!. Os gregos, por sua vez, preferiam Charis! ou seja, graça!, felicidade! Paulo, sendo transcultural de formação e de ministério, saudava das duas maneiras ao mesmo tempo Graça e paz! Os costumes variam de um lugar para outro e de uma época para outra; mas o principio que não muda é o seguinte: os cristãos devem reconhecer uns aos outros e saudar uns aos outros, de uma maneira tão santa e ao mesmo tempo tão amorosa, que o irmão saudado receba a mensagem dos dois mandamentos anteriores: Eu amo você! ; e Eu aceito você, assim como está!. Uma reflexão pessoal 1. Já fui... Ainda não fui... acolhido por um grupo de cristão onde a saudação era de um beijo na face. O que penso de tal forma de saudação é o seguinte: 2. Há certos grupos, em cujas reuniões eu gosto de chegar. Até que ponto isto se deve ao fato de que sou cordialmente saudado por um ou mais desses irmãos? 3. De acordo com 2Jo. 1.9-11, há uma classe de pessoas a quem posso, quem sabe dar um Bom dia, mas não devo saudar afetuosamente no Senhor. Que Classe de pessoas é essa?

Implicações deste mandamento As diferenças entre os costumes são consideráveis, de uma cultura para outra e de um grupo para outro. Isto não permite que se elabore uma lista de regras específicas sobre como saudar os irmãos. Mas quando estudamos as diversas saudações no NT, podemos encontrar quatro diretrizes. Nem sempre se poderão aplicar todas as quatro na mesma situação. As calorosas saudações entre cristãos devem: Ser pessoais e, havendo possibilidade, individuais (3Jo 1.15). Ser oferecidas com imparcialidade (1Co. 1.2-3). Comunicar, quando viável, reconhecimento e apreço pelo trabalho que a pessoa faz (Rm. 16.12). Ser negadas às pessoas, que se dizendo irmãos, estejam ensinando doutrinas contrárias ao evangelho (2Jo 1.9-11). Observação sobre a Primeira implicação deste mandamento Devemos saudar o irmão em Cristo de maneira pessoal e individual. Paulo muito se esforçava por saudar individualmente aos seus muitos amigos e cooperadores. Quase todo capitulo 16 da Carta de Romanos é dedicada a saudações. O aspecto individual das saudações é salientado também por João, o apóstolo do amor, que escreve em III Jo. 15: Portanto, adeus, por ora. Os amigos daqui enviam lembranças e de minha parte apresente a casa um dos do nosso povo uma saudação especial.. Ao que parece, os apóstolos criam que o amor cristão deve ser expresso de maneira pessoal e individual, sempre que possível. Disso eles próprios davam exemplo. Pensando nisso 1. Se está certa esta implicação do mandamento vejo que não é só o líder do pequeno grupo ou pregador da celebração que deve procurar saudar ao maior numero possível de irmãos, antes e depois das nossas reuniões. Mesmo que eu não seja oficialmente líder, creio que devo: _ Observação sobre a Segunda implicação deste mandamento Devemos saudar com imparcialidade os irmãos. Paulo pede aos Filipenses (em Fp. 4.21) e aos romanos (Rm. 16.15) que entreguem as saudações dele a todos os santos de determinado grupo.

O escritor da Carta aos Hebreus quer que sejam saudados todos os líderes e todos os membros das igrejas (Hb. 13.24). Isto não quer dizer que o cristão, ao saudar um grupo, não possa salientar provas de especial amizade por certos irmãos, ou que deva evitar de reconhecer feitos exemplares de um irmão ou outro. O que significa, isto sim, é que não devemos ignorar a presença dos irmãos menos conhecidos ou apreciados. O apóstolo Tiago diz que se fizermos acepção de pessoas, especialmente em relação à maneira de tratar os irmãos quando nos reunirmos, seremos condenados pela Lei como transgressores. (Tg. 2.9). Refletindo Aquele meu costume de saudar, depois da reunião dos irmãos a todos os meus amigos mais chegados, e depois me afastar, deixando de saudar os outros, já não me perece tão certo. A quem não queira obedecer direito ao mandamento: saúdem uns aos outros o apóstolo Tiago chama de PECADOR. (Verifique a resposta, vendo Tg.2.9) Observação sobre a Terceira implicação Às vezes temos ocasião de fazer uma saudação mais formal. Outras vezes, gozamos de mais tempo durante uma visita à pessoa, por exemplo, ou quando lhe escrevemos uma carta. Aí, além de saudarmos de maneira que comunique nossa aceitação da pessoa, poderemos, também, expressar reconhecimento ou apreço pelo trabalho que essa pessoa realiza. Paulo é generoso na formulação de saudações que incluam expressões de apreço pelo trabalho das pessoas. Um exemplo: Saúdem a Trifena e Trifosa, mulheres que trabalham arduamente no Senhor. Saúdem a amada Pérside, outra que trabalhou arduamente no Senhor. (Rm. 16.12). Um pouco mais de reflexão Estou pensando numa pessoa específica do meu pequeno grupo ou da igreja em geral, há quem muito aprecio. Agora, estou imaginando uma situação em que sou chamado para fazer uma saudação formal a essa pessoa. O que eu poderia fizer para expressar, não somente minha aceitação, mas também o meu apreço pela maneira como essa pessoa serve aos outros? Aí vai o meu pensamento: Observação sobre a Quarta implicação A saudação nitidamente cristã não deve ser estendida a ninguém que, dizendose irmão, ensine doutrinas contrárias ao evangelho. João, o apóstolo do amor, deve ter sentido vontade de saudar a todo mundo. Mas é justamente ele quem nos adverte, a respeito dos enganadores: Se alguém for ensinar a vocês e não crê no que Cristo ensinou, nem sequer o convidem para entrar em suas casas. Não o apoiem de forma

nenhuma. Se vocês o fizerem estão tornando-se companheiros dele em sua maldade. (2Jo. 1.9-11). 1. Em outras palavras, quando o Senhor manda que eu acolha e saúde a todos os irmãos, ele abre uma exceção, no caso de alguém que... 2. Segundo o meu entender, as seguintes pessoas devem ser tratadas como exceções, isto é, não saudadas afetuosamente: (marcar X nas respostas consideradas certas). a. A Testemunha de Jeová que me aparece à porta b. Aquele irmão que sempre me irrita. c. O visitante que chegou hoje, foi apresentado à igreja como irmão, mas não o conheço. d. Um simpático par de mórmons. e. Aquele irmão que me caluniou, e até agora não tem pedido desculpas. 3. Paulo e Pedro, dentro da situação cultural daqueles tempos, mandavam saudar os irmãos com beijo santo de amor. A minha maneira de aplicar isso, nos dias de hoje, creio que deve ser a seguinte: Observação sobre a Quarta implicação O valor deste mandamento é grande, para ajudar a se criar um ambiente de amor e afeto fraternal entre os cristãos. Praticando-o de maneira constante e coerente, o grupo ou congregação ficará ainda mais unida, e ganhará maior ânimo para expressar, de muitas maneiras, o seu mútuo amor em Cristo.