Simples Nacional Sublimites estaduais de enquadramento para o ICMS Vamos acabar com essa ideia Os benefícios do Simples Nacional precisam alcançar todas as micro e pequenas empresas do Brasil. Alguns Estados excluem o ICMS e o ISS do Simples Nacional para pequenas empresas com faturamento bruto anual acima de R$ 1,2 milhão ou R$ 1,8 milhão. Isso reduz a competitividade dessas empresas e prejudica o desenvolvimento do próprio Estado. A CNI propõe uma mobilização nacional com as Federações de Indústria e demais entidades de representação e apoio. A oportunidade para agir é agora: até 29 de outubro de 2010, os Estados terão que definir se adotam ou não o sublimite. Participe influenciando a decisão no seu Estado! Se o seu Estado adota o sublimite, escreva para seu governador solicitando a não vedação do benefício do Simples Nacional às pequenas empresas, ou seja, a não adoção de um sublimite para o ICMS.
A questão A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006) criou um Sistema Tributário Simplificado Nacional Simples Nacional para essas empresas. O Simples Nacional abrange oito tributos, entre os quais o ICMS e o ISS, que são recolhidos por meio de um único formulário, com base em uma alíquota única. As micro e pequenas empresas passaram a se beneficiar de uma menor carga tributária e de um sistema simplificado para o pagamento dos tributos. Esse é um avanço importante para estimular o crescimento das empresas e do emprego no Brasil. Para se beneficiarem do Simples Nacional, a empresa tem que ter um faturamento bruto anual de até R$ 2,4 milhões. Não obstante, a Lei autoriza a alguns Estados a adotar um limite inferior para a inclusão do ICMS e do ISS no Simples Nacional o sublimite. No início da vigência do Simples Nacional, em 2007, 19 Estados adotaram o sublimite e reduziram o incentivo ao crescimento dos pequenos negócios. Em 2010, 17 Estados adotaram o sublimite. Por que é melhor não usar o sublimite? A adoção do sublimite restringe os benefícios proporcionados pelo Simples Nacional a algumas empresas dessas regiões. Empresas que reconhecidamente necessitam desse apoio para crescerem não o terão. Ademais, a medida gera uma dificuldade adicional dado que as empresas dessas regiões perderão competitividade com relação a empresas do mesmo porte localizadas nos Estados que não adotam o sublimite. As pequenas empresas locais com faturamento acima do sublimite recolhem o ICMS com base nas alíquotas regulares, que são superiores ao que é cobrado no Simples Nacional. O aumento do custo de produção dessas empresas afeta toda a cadeia produtiva local. Desse modo, a perda de competitividade não se restringe às pequenas empresas diretamente atingidas, mas alcança a economia do Estado com um todo. O sublimite é adotado por Estados cuja produção não represente mais de 5% do PIB. O paradoxo é que esses Estados são os que mais precisam dessa política de incentivo ao empreendedorismo para promover o crescimento econômico. A adoção do sublimite é estimulado pelo receio de perda de receita pública. No entanto, a arrecadação com esse grupo de empresas representa pouco da arrecadação total do Estado. Mesmo que a receita venha a se reduzir no curto prazo, a formalização e/ou crescimento das empresas aumentará a arrecadação futura. O receio de ver sua receita fiscal de hoje reduzida compromete o crescimento da economia local e o crescimento da própria receita do governo. 2
A adoção de sublimites no ano-calendário de 2010 Adotaram o sublimite de R$ 1,2 milhão os Estados de Acre, Amapá, Alagoas, Paraíba, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Adotaram o sublimite de R$ 1,8 milhão os Estados de Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Este último poderia ter adotado um sublimite inferior, mas adotou o limite de R$ 1,8 milhão. Seguem o limite federal de R$ 2,4 milhões os Estados do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e o Distrito Federal. Os Estados do Amazonas, Bahia e Santa Catarina e o Distrito Federal poderiam ter adotado sublimites, mas resolveram acompanhar o limite federal. Sublimites vigentes em 2010 3
Perspectivas para 2011 Os governos estaduais têm até o dia 29 de outubro de 2010 para publicar um decreto explicitando a opção pela adoção do sublimite. No 1º semestre de 2010, os Estados do Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Norte manifestaram publicamente a intenção de acompanhar o limite federal, ou seja, não adotarão o sublimite. Caso o Amazonas, Bahia, Distrito Federal e Santa Catarina mantenham a política atual de não adotar sublimite, oito Estados (dos 22 que podem adotar o sublimite) não o adotarão em 2011. Sublimites para o Simples Nacional: perspectivas para 2011 Agora é o momento de mostrar aos governadores a importância de não adotar o sublimite. Precisamos trabalhar para que os Estados deixem de adotar os sublimites e que todas as pequenas empresas com faturamento de até R$ 2,4 milhões possam usufruir integralmente do Simples Nacional. 4
PROPOSTA DE AÇÃO PARA AS FEDERAÇÕES DE INDÚSTRIA a) Caso o seu Estado tenha adotado o sublimite em 2010 e ainda não se pronunciou pela não adoção em 2011, participe da campanha pela não adoção de sublimites. Este é o momento de mostrar aos governadores a importância de não adotar o sublimite. Procure o governador, os secretários de Fazenda, de Desenvolvimento e da Indústria e solicite a não adoção do sublimite. Somente os Estados que desejam adotar o sublimite precisam editar um decreto até 29 de outubro de 2010 explicitando essa opção. Os Estados que não desejam adotar o sublimite não precisam edit ar ato jurídico. Mesmo aqueles que já editaram um decreto adotando o sublimite, ainda é possível reverter a decisão. O prazo final é 29 de outubro de 2010. Divulgue a campanha no site da Federação. Divulgue a campanha nos meios de comunicação. O que incluir na carta? Ressalte a importância do Simples Nacional para o crescimento das pequenas empresas e da economia do Estado. Ressalte que a adoção do sublimite causa perda de competitividade das empresas do Estado e, consequentemente, dificulta o desenvolvimento do próprio Estado. Ressalte que a arrecadação de ICMS com essas empresas é muito baixa e que ainda que possa haver uma redução no curto prazo, a arrecadação irá crescer à medida que mais empresas se formalizam e cresçam. A CNI recomenda ainda que seja negociada a comunicação em veículo oficial sobre a intenção de seguir o limite federal. Esta medida fortalecerá a competitividade das pequenas empresas locais, consolidará a imagem do governo do Estado como indutor do crescimento e servirá como seguro para que a iniciativa não caia no esquecimento. Cite os bons exemplos: Estados que não adotaram sublimites em 2010: Amazonas, Bahia, Distrito Federal e Santa Catarina 5
Estados que adotaram em 2010, mas que já manifestaram a intenção de não adotá-lo em 2011: Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Norte Mais do que assumir o compromisso de que não adotará sublimite em 2011, a Secretaria de Fazenda de Goiás comunicou em seu site que empresas que faturem acima de R$ 1,8 milhão em 2010 não serão desenquadradas do Simples (desde que não ultrapassem o limite de R$ 2,4 milhões). O objetivo foi o de permitir que as empresas goianas possam crescer formalmente, sem o medo de terem sua carga tributária aumentada pelo fato de terem sido desenquadradas do Simples Nacional no que diz respeito ao ICMS. O Estado do Rio Grande do Norte, publicou o decreto no 21.710, de 23 de junho de 2010, onde explicita a opção pelo limite de R$ 2,4 milhões. O governo do Estado do Espírito Santo também manifestou seu interesse em acompanhar o limite federal, ainda que informalmente durante as negociações com a Findes. O Estado de Pernambuco também externalizou sua intenção de não adotar sublimite em 2011. b) Caso seu Estado não tenha adotado o sublimite em 2010 (AM, BA, DF, SC) ou já se pronunciou pela não adoção em 2011 (ES, GO, PE, RN): Escreva para o governador e para os secretários de fazenda, desenvolvimento e indústria elogiando a decisão e ressaltando a importância da não adoção do sublimite. c) Os Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo não podem adotar o sublimite. Nesse caso, não há necessidade de se fazer uma ação junto ao governo estadual. Confederação Nacional da Indústria Conselho Temático Permanente da Micro e Pequena Empresa COMPEM Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento PAD Contato: compem@cni.org.br - tel.: (61) 3317-9472 6